Thithi et moi, amis à jamais! Capitulo 2

Um conto erótico de Antoine G
Categoria: Homossexual
Contém 2473 palavras
Data: 20/01/2015 22:29:06

Eu passei o sábado e o domingo de molho em casa, não tinha ânimo para sair. A briga com o Thithi estava me incomodando muito. Não sei explicar o motivo. Nós nunca brigamos dessa maneira.

A segunda feira chegou, era dia de ir à Universidade, mas cadê a vontade? Acordei no meu horário normal, às 5h30. Como eu moro muito longe da universidade, eu tinha que sair muito, muito cedo de casa. Levantei-me, fiz toda minha higiene pessoal, me arrumei, tomei meu café, lavei a louça, dei uma conferida se a casa estava toda fechada e segura e sai. Fui andando morrendo de medo até a parada de ônibus, quando eu saio de casa geralmente ainda está escuro, pense num medo que eu sinto.

Peguei o ônibus, eu levo uma hora para chegar na universidade. Enquanto isso eu ouço músicas, muitas músicas. Não saio de casa sem meus fones de ouvido, ninguém merece ouvir a barulheira do ônibus. Cheguei na universidade e a primeira pessoa que eu encontro é o Thithi. Passo por ele sem nem olhar na sua cara. Eu sei que parece criancice minha, mas eu sou muito orgulhoso, quando eu fico com raiva da pessoa, ela tem que esperar até a raiva toda se dissipar. Por mais que nossa briga me incomodasse e me fizesse sofrer, eu sou orgulhoso demais. Ele precisava de uma lição!

Ele veio atrás de mim, ele estava estranho. Estava triste, sofrendo. Mas eu não reparei muito não, segui meu caminho até a sala. Como ele estuda comigo, ele veio atrás. Eu sentei no meu cantinho, eu geralmente sento no fundo da sala, bem no cantinho e ele sempre senta ao meu lado. Quando ele veio sentar perto de mim eu sai, fui sentar lá pra frente. Se ele me fez passar vergonha sem motivos, ele vai pelo menos sofrer um pouco.

A aula começou e em momento algum eu falei com ele, no intervalo das aulas, eu fui até a sala da Jujuba, ela estava conversando com uma galerinha da turma dela, mas quando ela me viu, ela veio correndo me abraçar. A Jujuba é foda, ela sabe quando a gente não tá bem, já disse pra ela fazer uns serviços para ganhar uma grana. Já pensou? MÃE JULIANA, TRAZ SEU AMOR EM TRÊS DIAS, VÊ SEU FUTURO PELOS SEUS OLHOS! Ela fica muito puta comigo quando eu a chamo de Mãe Jujuba.

Ela logo de cara perguntou o que tinha acontecido, por que eu estava com aquela cara de cu azedo (Opa, desde quando cu azedo tem cara?). Eu disse que eu ainda não tinha falado com o Thithi e que eu estava evitando ele, ele fez a merda agora que arque com as consequências. Ela ficou muito puta comigo.

- Antoine tu és burro? Como é que tu fazes isso com o pobre do Thithi? Coitadinho? Disse a Jujuba.

- Coitadinho? Coitadinho? Quem foi que deu um show na sexta? Quem foi que me fez passar vergonha? Me tratou como se eu fosse a namorada ou o irmão mais novo dele. P-A-C-I-Ê-N-C-I-A, né Jujuba?

- Eu sei amigo, eu sei, mas custa conversar com ele? Para de evitá-lo! Tu já viste ele? Ele tá só o bagaço. Ele está sofrendo dá para ver isso. Não faz isso com ele.

- Eu sei Jujuba, eu sei. Não gosto de ver ele sofrer. Ele é meu melhor amigo! Mas eu ainda não quero conversar com ele, se não a gente vai brigar de novo.

- Ok, mas depois não vai falar que eu não avisei. Cuidado, amigo! Assim como tu estas fazendo ele sofrer, uma hora ele pode não querer mais falar contigo, e ai quem vai sofrer vai ser tu. Deixa de ser cu doce!

Mas oooo menina para gostar de cu, eu heim! Mas ela tinha razão. Eu sei que ela tinha razão. Mas eu ainda não queria falar com ele. Jujuba e eu descemos para ir à lanchonete comprar algo para comer. Ficamos um bom tempo batendo papo e depois voltamos para as nossas salas. Quando eu entrei na sala, ele tinha mudado meu material para a mesa do lado da dele, ele estava com a cabeça sobre os braços em cima da mesa, meu coração ficou apertadinho. Ia ser difícil ficar evitando ele, pois nós estudávamos e trabalhávamos juntos. Então, decidi sentar ao lado dele.

Quando eu sentei, ele levantou a cabeça assustado. Eu vi que ele estava chorando. Mas o que é que meu amigo tinha? Isso não é só por causa da nossa briga, não mesmo! Ele me olhou e me pediu desculpa, mas sem produzir nenhum som, eu tive que fazer leitura labial.

Eu me sentei, ele ficou me olhando. Acho que estava esperando alguma reação, mas não fiz nada. Então ele disse:

- Podemos conversar?

- Pra quê, Thiago? A besteira já foi feita, não foi?

- Poxa, por que tu estas sendo tão duro comigo? Caramba eu sei que errei, mas poxa, custa me ouvir?

Juro que meu coração estava muito apertado, eu estava sofrendo junto com ele, mas por fora eu era uma pedra de gelo. Eu sou assim, quando eu fico com raiva, eu sou muito frio. Não consigo tratar a pessoa de forma carinhosa, de jeito e maneira. Isso é o meu pior defeito. Mas ele conseguiu tocar meu coração.

- Ok, Thiago! Ok! Passa hoje à noite lá em casa e a gente troca uma ideia.

Eu não esperei resposta, se veio eu não ouvi. Eu me virei e comecei a prestar atenção na aula, como era aula de francês eu fiquei muito atento a tudo o que o professor estava falando. Eu sei que eu sei francês, afinal eu tenho dupla nacionalidade, mas eu gosto de prestar muita atenção nas aulas de francês. Amo isso, fazer o quê?

O dia foi passando, a aula logo acabou, eu fui almoçar, sem o Thithi, todo mundo achou estranho, mas eu estava com meu botão do FODA-SE ligado. Após o almoço eu fui trabalhar. Quando eu cheguei o Thithi ainda não estava lá, nosso grupo era composto por seis pessoas Thithi, Dudu, Aline, Pamela, Carla e eu. Nós estávamos no meio de uma reunião com nosso professor quando o Thithi chegou, estava péssimo, tinha olheiras profundas, parecia até mais magro. Todos se assustaram, primeiro eu cheguei sozinho e depois ele chega naquele estado. Ele sentou em um computador longe de todos nós, meu professor me perguntou o que tinha acontecido, eu disse que eu não sabia.

Quando eu disse isso ele quase ri da minha cara, só não riu por educação, eu acho. Como EU não iria saber o que se passava com o Thithi, isso era até uma piada. A tarde passou, ele não falou com ninguém, no final do expediente ele veio falar comigo.

- Oi! Ele disse.

- Oi!

- Eu poderia ir logo contigo para tua casa? Os olhos estavam inchados de tanto chorar.

Eu realmente estava ficando preocupado com ele, algo muito sério estava acontecendo. Deixei, pela primeira vez na vida meu orgulho de lado.

- Pode, pode sim!

- Vamos então?

- Sim!

Fomos para o estacionamento sem falar nada, entramos no carro e fomos até em casa sem trocar uma palavra. Quando chegamos em casa eu me incomodei com o estado em que ele estava.

- Thiago?

- Poxa, não me chama assim. Cada vez que tu me chamas por Thiago é como se eu recebesse uma facada no coração.

Eita! Que a coisa está feia. Nunca vi ele assim, e olha que nós nos conhecemos desde os cinco anos de idade.

- Ok, Thithi! Antes de conversarmos vai tomar um banho, deita um pouco, dorme pelo menos uma hora e depois nós conversamos, tudo bem?

- Não, eu preciso falar logo contigo!

- Não, Thithi! Eu não vou falar contigo nesse estado! Vai! Agora!

Ele abaixou a cabeça que nem uma criança e foi para o banheiro. Ele tinha muitas roupas aqui, como nós sempre saiamos e bebíamos todo final de semana, para ele não chegar em casa bêbado, ele sempre dormia aqui. Acho que a tia Joana (mãe do Thithi) deve ter tido um susto muito grande quando ele chegou na sexta em casa.

Ele tomou banhou, vestiu somente uma bermuda e foi dormir. Nós sempre fomos muito amigos, como já deu para perceber, então nós não tínhamos cerimonia, ficávamos só de cueca na frente um do outro. Enquanto ele dormia, eu fiz uma comidinha para nós dois. Obs. Eu AMO cozinhar, isso me relaxa.

Quando ele acordou já eram 22h, nós comemos, na verdade eu só belisquei alguma coisinha, eu não consegui esperar ele acordar, então, eu comi logo. Mas como ele não estava muito bem, eu resolvi lhe fazer companhia. Comemos em um silencio mortal. Acabamos de comer, lavamos as louças e sentamos no sofá da sala. Então ele começou a falar.

- Cara... ele começou a chorar e a falar coisas que não faziam o mínimo sentido.

Eu me assustei, não estava reconhecendo meu amigo. Não sabia o motivo de tanto sofrimento. O que ele tinha?

- Calma Thithi, eu não tô entendendo nada. Quer um copo de água para acalmar?

Ele só balançou a cabeça, eu me levantei e fui à cozinha pegar o copo com água, logo em seguida eu retornei à sala e entreguei o copo a Thithi, que tomou em um só gole toda a água.

- Tá mais calmo? Perguntei ao meu amigo.

-Sim! Ele disse soluçando.

- Tu queres me contar algo, não é? Aquele show de sexta não foi por acaso, foi?

- Não, não foi! Eu preciso, eu tenho que te contar algo. Algo que está me destruindo por dentro.

- Thiago, assim tu me assustas.

- Il faut que je te parle.... ele respirou fundo e continuou. JE T'AIME, JE NE SAIS PAS COMMENT MAIS JE T'AIME. Ele disse gritando.

Traduzindo: Eu preciso te falar.... EU TE AMO, EU NÃO SEI COMO, MAS EU TE AMO.

Parece que minha alma saiu do meu corpo ao ouvir isso. Como assim ele me ama? Desde quando? Isso não é possível! Ele é (ou era) heterossexual. Só pode ser brincadeira.

- Como assim, Thithi? Minha voz saiu trêmula.

- Foi isso que tu ouviste. Eu te amo! Eu não consigo me entender, não consigo entender como isso aconteceu, mas o fato é que eu estou completamente apaixonado por ti. Eu acho que enquanto tu estavas solteiro esse sentimento ficou guardado dentro de mim, foi crescendo aos poucos. Quando eu te vi na sexta com aquele cara, eu surtei. Me subiu uma raiva - ele falava chorando de novo - que eu não conseguia me controlar. Eu te amo, eu te amo. Me perdoa, por favor? Eu sei que fiz besteira, eu sei...

Eu não sabia o que falar, não sabia o que fazer. Tá certo que quando nós tínhamos 15 anos, eu me apaixonei pelo meu melhor amigo, mas como ele era hetero, eu matei esse sentimento dentro de mim. Será?

- Fala alguma coisa, por favor. Qualquer coisa. Ele me pedia.

- Eu não sei o que dizer. Eu falei saindo do meu devaneio.

- Eu sei que tu não sentes nada por mim, eu sei! Não quero estragar nossa amizade, nossa irmandade. Eu não queria isso. Não queria sentir isso. Eu estou me odiando por sentir isso. Eu não consigo me entender. Minha cabeça dói de tanto tentar entender esse sentimento.

- Calma, Thithi. Também não é assim. Me explica uma coisa, tu sempre foste hetero, tem certeza que isso que tu sentes é verdadeiro, não é só sei lá... carência?

Ele ficou me olhando, ele não falava nada. Eu estava ficando cada vez mais preocupado. Foi algo tão rápido, eu não senti ele se aproximar. Só senti a boca dele na minha, ele me deu um selinho, eu não sei o que me deu, mas eu abri minha boca, ele começou a me beijar de verdade, eu estava correspondendo ao beijo. Espera aí, eu estava beijando meu amigo? Não, não, não, não pode ser verdade. Eu estava gostando? Como pode?

Ele foi parando o beijo, foi me dando selinhos. Ele olhou no fundo dos meus olhos e disse:

- Tenho certeza do que eu sinto, Antoine. Je t'aime. Tout simplement.

Confesso que meu coração estava meio que acelerado demais. Eu ainda sentia o gosto da boca do meu amigo. Ele me abraçou forte, eu sentia os batimentos do coração dele.

- Tu não vais falar nada? Tu não gostaste do beijo? Tu não gostas de mim? Ele fazia essas perguntas sussurrando no meu ouvido.

- Thithi, eu não sei o que eu sinto. Isso foi uma surpresa e tanto para mim. Tu nunca deste nenhum sinal de que gostava de mim. Eu não consigo entender... de verdade, eu-eu não consigo entender. Eu preciso de um tempo para processar essa informação.

- Eu sei que nunca dei nenhum sinal, mas era por que eu estava com medo, medo de mim mesmo, medo de te machucar, medo de estragar nossa amizade, medo de tudo.... Ele suspirou.

- Thithi, a nossa amizade jamais vai acabar, tá entendendo? Nous sommes amis à jamais ! (nós somos amigos para sempre).

- Tem certeza?

- Absoluta! Eu vou pensar, ok? Eu sei que tu precisas de uma resposta, eu sei. Mas eu te peço um tempo. Tu sabes que eu já gostei de ti, te confesso que esse beijo mexeu um pouco comigo.

- Eu sei que tu já gostaste de mim, eu fui um idiota em não ter tomado uma decisão, em não ter te amado antes. Mas eu te entendo, eu vou te dar esse tempo. Obrigado por tudo! Obrigado por me ouvir! Obrigado por me garantir que nossa amizade é eterna, isso me tranquiliza muito.

- Faz o seguinte, vai pra casa e descansa. Eu não gosto de te ver assim. Na sexta depois da aula nós conversamos, ok? Até lá já terei uma resposta para te dar.

- Tudo bem. Mas antes deixa eu fazer uma coisa...

Ele dizendo isso, me beijou novamente. Foi um beijo calmo, algo naquele beijo me encantava. Será que eu ainda era apaixonado pelo Thithi? Será? Faz tanto tempo já? Será que não é somente a carência batendo na minha porta? Já vi que o restante da semana vai ser longo!

Ele parou de me beijar, ficou olhando nos meus olhos. Ele se aproximou um pouco mais de mim, beijou meu pescoço e disse:

- Não esquece que eu te amo, independente da tua decisão, eu te amo e sempre vou te amar.

Ele deu um selinho demorado e levantou para ir embora. Eu não sabia o que falar. Então eu disse:

- Cara, tu me roubaste três beijos? Tu nunca tinhas beijado nenhum cara e tu já me roubaste três beijos?

- E eu ainda quero roubar muitos outros.

Dizendo isso ele se foi. Eu fiquei no sofá, sentado, ainda meio que sem reação. Como pode? Como isso aconteceu? Como assim ele me ama? E eu, o que eu sinto por ele? Que droga!

Continua...

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Comentários

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Como eu estava com saudades desse conto! Eu me recordo um pouco do desfecho, mas é incrível como essa história me cativa.

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Très joli. A plusieur de temps, j'etudié Français et je voulu être professeur de Français/Portugais, mais, maintemant, je suis professeur de Mathematique. Sois heureux!

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Adora do teu conto..aliás eu Tb sou filho de frances é diferente de você eu sofri muito Bullying com meu nome

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Minhas aulas de francês estão começando fazer efeito! Estou gostando muito do seu conto!

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É curiosidade mesmo! Esse titulo que ñ entendii porra nenhuma + que está contando uma historia bastante interessante.O que de fato estamos precisando aki na cds, ( Ñ TENHO PACIÊNCIA PRA CONTOS ADOLESCENTES AFF!) + tô curtindo tua historia :)

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Diferentemente do Lipe, eu achei o título interessante, por isso resolvi ler seu conto, mas, o efeito pode realmente ser o contrário, se não houver curiosidade por parte do leitor. Adorando! Gros bisous!

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muito bom seu conto, de primeiro não achei interessante o titulo pois não entendo frances... mas, por curiosidade decide ler, e que surpresa , amei!

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