O Minotauro I (Costumes Tribais)

Um conto erótico de Emyrys
Categoria: Homossexual
Contém 2391 palavras
Data: 24/01/2015 20:27:59

Nota do autor

Olá pessoal, desculpe a ausência prolongada, ainda continuo trabalhando nos livros (reescrevendo eles na verdade, com mais detalhes e novos acontecimentos) para proporcionar uma história final com a essência, mas mais elaborada que as histórias que disponibilizei aqui no site, enquanto isso uma nova história está nascendo e plantando raízes nessas linhas, decidi agrupar elas em uma das mil vidas de Hector. Falando em Hector espero trazer mais histórias de suas aventuras nessas mil encarnações até o seu fim trágico e definitivo na encarnação atual pelas mãos de Emyr (como visto no prologo de Três Destinos).

Essa encarnação de Hector ocorre em 1016 AC na Grécia, no golfo de Messênia, no período conhecido como Idade das Trevas Grega, há mais de 50 anos os Minoanos fugiram da Ilha de Creta por motivo desconhecido e se estabeleceram ao longo da costa grega, um dos locais foi a tribo de Arito, exatamente no golfo de Messênia, sem mais aulas de história, vamos ao conto.

Parte 1 Costumes Tribais

Havia poucas coisas que eu amava mais do que passar as mãos pelas pedras brancas que compunham o caminho íngreme que separava o vilarejo dos pastos. Uma escada talhada na rocha e a medida que subia eu conseguia ver mais distante na costa, até onde o azul do mar se fundia com o azul do céu. Os aventureiros da tribo e todos os meus amigos sonhavam em se aventurar pelo desconhecido, descobrir os mistérios de Creta, viajar ao limite do mundo e comtemplar o vazio, eu não dividia esse sentimento, meu mundo era perfeito e completo ali, com minha família e meus amigos, meus locais secretos e mus amigos, um em especial, o que me levava a fazer diariamente esse trajeto da vila Arito cravada em cavernas no rochedo abaixo até os campos de pasto e agricultura na planície acima do penhasco que a escada percorria.

No topo da escadaria um portal de rocha se abria para a planície que se estendia por quase um quilometro antes de ser engolida pela floresta do continente. Era raro encontrar uma planície com solo tão bom quanto esse e essa foi provavelmente a razão pela qual as pessoas escolheram esse local para estabelecer a tribo de Arito. Escolhi uma arvore na beira do penhasco e me sentei embaixo dela para observar os homens arando o campo para a próxima plantação. Entre eles estava Galen, meu meio irmão. Como todo irmão mais novo eu admirava meu irmão mais velho, filho legitimo de helenos ele era exatamente meu oposto, cabelos cor de caramelo encaracolados coroavam seus quase dois metros de altura, sua pele dourada de sol era coberta de pelos finos da cor de seu cabelo, que quase desapareciam sobre o tom bronze da pele, ele parecia totalmente liso, mas não era. Eu já era bem baixo, o mais baixo da minha idade, com quase dezesseis anos eu esperava crescer mais em breve, a essa altura até as meninas da tribo haviam me superado em termos de altura. Enquanto meu irmão agregava todos os dons do sangue helênico eu devo ter tirado tudo do sangue creta da minha mãe e nada do nosso pai. Meus cabelos longos e lisos negros contrastavam com minha pele alva, apesar de viver no litoral eram raras as ocasiões que eu podia passar fora de casa, minha tarefa era de escriba, isso me confinava em casa na maior parte do tempo. Exceto as cada vez mais raras ocasiões em que meu irmão caçador estava em casa.

Se tivesse um pedaço de carvão eu desenharia a cena que presenciava agora. Galen trabalhava no campo, com o torso exposto ao sol ele reluzia, o suor deixava a pele ainda mais brilhante, a cada gota que deslizava pelos músculos eu deslizava junto. Como se pressentindo ser observado Galen ergueu a cabeça exatamente em minha direção, colocou a mão sobre os olhos para proteger do sol e me reconheceu embaixo da arvore, um belo sorriso iluminou seu rosto e ele ergueu as mãos em um aceno que retribui com o coração estranhamente acelerado, era como se ele pudesse me achar onde quer eu eu estivesse, acho que ele mesmo me havia dito isso antes.

Após terminar o serviço que estava fazendo (assim era Galen, responsabilidade em primeiro lugar) Galen abandonou a ferramenta que usava para arar o campo e veio ao meu encontro, com o mesmo sorriso e um brilho no olhar ele se agachou a minha frente e colocou duas mãos enormes em cada lado do meu rosto e se aproximou de mim, por um átimo de segundo eu pensei que finalmente iria sentir o gosto dos seus lábios, mas no último minuto ele mudou o trajeto e encostou sua testa na minha. Um misto de desapontamento e alegria tomou conta de mim, desapontamento porque eu esperava mais, há muito tempo esperava mais. Mas alegria por ter Galen perto de mim, seu odor masculino forte me inebriava, me preenchia e ele exalava um calor que ninguém mais exalava, me deixava relaxado e seguro sempre que estava por perto. Sua mão passou para meu ombro e ele se sentou ao meu lado.

-Papai te mata se souber que você veio aos campos

Sua voz ressoava forte e rouca, rapidamente eu peguei um cantil de agua que eu trazia comigo e ofereci a Galen. Ele passou as mãos pelos meus cabelos e bebeu do cantil, eu observava hipnotizado enquanto seu forte pescoço contraia e expandia ao engolir, quando uma linha de agua desceu pela linha forte do maxilar passando pelo pomo de adão senti minha boca secar também.

-Ele nem vai perceber que eu sai, mais cedo alguns líderes de outras tribos chegaram, eles estão em reunião agora.

O sorriso de Galen sumiu na hora, foi como se uma nuvem cobrisse o sol, eu olhei ao redor para ver se o mesmo ainda brilhava, foi quando senti o braço dele me envolver e me puxar para perto. Olhei para cima e percebi que ele agora estava preocupado, olhando para algum ponto no meio do campo.

-Hoje a noite eu vou falar com ele. Eu vou comunicar que você será meu diletante.

Meu coração quase parou, a mão do braço que estava sobre mim percorreu meu braço que se arrepiava todo até que sua mão se enlaçou sobre a minha. Eu olhava fixo para a mão, não tinha coragem de encarar Galen. Eu sabia que ele faria isso algum dia, desde pequenos éramos muito unidos, apesar de termos mães diferentes e das mesmas morarem na mesma casa nos últimos anos essa relação mudou muito, algo como eletricidade, mas muito mais forte percorria entre nós, olhares secretos, caricias veladas, nunca houve um beijo ou algo mais íntimo, mas sempre houvera a insinuação. Ao chefe da tribo era permitido escolher um diletante, que serviria como conselheiro, braço direito e... Minha mãe era isso para nosso pai, era parte do acordo que os minoanos fizeram com nossa tribo quando chegaram aqui, o líder da tribo tinha sempre que tomar um descendente do sangue de Creta para garantir que seu povo não fosse banido das decisões tribais.

-Voce não pode,eu...

-Voce não quer, Hector? Voce não me quer?

Eu apertei com força sua mão.

-Mais do que qualquer coisa.

Eu sentia o sangue se espalhar pelo meu rosto, me deixando rubro, o que estávamos falando ali sempre fora subentendido, mas nunca falado em voz alta. Foi eu quem saiu correndo em um choro silencioso atrás da montaria de Galen quando ele saiu pela primeira vez para sua caçada (que durou sete meses). Era Galen que me acompanhava como uma sombra quando me aventurava além dos limites das nossas terras, escalava penhascos, mergulhava mais fundo no mar. Quando ele voltava nos deitávamos no escuro da noite frente a frente, sem palavras, apenas olhávamos um para o outro até o sono nos levar.

-Eu não vou pedir permissão, vou comunicar.

-Galen...

-Eu vou ser o próximo líder da tribo, Hector, eu me tornei o melhor caçador, o melhor pescador, o melhor guerreiro dessa tribo para que ninguém pudesse me negar a única coisa que eu desejo.

Depois dessa afirmação eu não tinha palavras, e também não queria que Galen voltasse atrás, passamos um longo tempo no silencio companheiro, eu estava perdido imaginando como minha vida seria sendo diletante de Galen, eu poderia toca-lo livremente, eu seria seu companheiro de viagens e de caça também. Eu não queria sair da tribo, não tinha vontade nenhuma de explorar o mundo, mas eu não sentiria esse medo ao lado do meu herói.

Galen voltou ao trabalho e eu retornei à tribo, descendo pelas escadas no penhasco até chegar as primeiras casas esculpidas dentro da rocha do penhasco, num declive já próximo a praia, era linda de se ver, nas bocas das cavernas eram erguidas pequenas varandas as quais eram pintadas de branco com um extrato das rochas do penhasco, eu segui pelas varandas até chegar a meu lar, olhando na praia logo abaixo eu podia ver os barcos dos líderes das outras tribos ancorados. Por alguma razão aquela reunião agora me perturbava.

Quando entrei em casa meu primeiro sinal de alarme foi o grupo de jovens sentados alinhados, o que primeiro me chamou a atenção foi seus rostos tristes, alguns resignados, outros com lagrimas escorrendo, então prestei atenção no segundo detalhe, estavam todos acorrentados, nas mãos e nos pés, o que poderiam ter feito de errado sendo tão novos, tão novos quanto eu?

Segui adiante procurando meu pai, encontrei-o em nossa ampla cozinha, com uma mesa bem grande para servir de centro de reunião de alguns membros da tribo. Naquele momento a sala estava cheia com os líderes das outras tribos, alguns homens e outros mulheres com cabelos cinzas e roupas coloridas, alguns usavam enfeites na cabeça, todos com rostos fechados e preocupados.

Eu paralisei quando entrei na sala, todos interromperam a discursão e olharam para mim.

-Esse é seu filho mais novo, Galates?

Meu pai não respondeu, sem olhar para mim fez um sinal para um dos guardas da tribo que estava parado atrás dele que se aproximou.

-Chame meu filho nos campos, quero ele aqui agora!

O guarda saiu apressado, desviou de mim evitando me tocar mas não olhou no meu rosto, o que era estranho pois nos dávamos bem até então, nunca fui uma pessoa deter inimigos, eu sabia que era muito querido na tribo. Acompanhei com um olhar assustado enquanto ele desaparecia como um raio pela porta da frente.

-Hector.

Me virei para meu pai, que continuava se recusando a olhar para mim, olhava em frente, seu olhar duro, eu sabia que ele fazia aquilo quando era obrigado a fazer algo contra sua vontade.

-Vá até seu quarto e troque-se, há uma roupa para você encima de sua cama.

Olhando ao redor decidi que era melhor obedecer, o olhar dos outros me assustava, todos me olhavam como se eu estivesse doente ou algo assim.

No quarto encontrei uma vestimenta branca encima da esteira que me servia de cama, meu corpo foi congelando, sentia minhas mãos tremerem, como se estivesse caminhando em nuvens eu me aproximei da cama e peguei a vestimenta, era totalmente branca, quase se iluminava, era uma toga, uma peça só. O tecido era resistente mas bem fino, maleável, mas era algo que eu nunca havia visto antes.

Então me deu um estalo, essa veste era a mesma que eu havia visto os meninos e meninas presos lá fora usando. Me sentei na cama e olhei atônito ao redor, eu estava em um pesadelo.

Quando Galen entrou pela porta afobado, quase derrubando a mesma, ele se airou na minha frente e me abraçou forte, envolvido pelos seus braços eu consegui finalmente voltar a realidade e sem conseguir conter comecei a chorar.

-O que houve, papai mandou me chamar urgentemente, você se machucou?

Me segurando pelos ombros Galen me examinava a procura de algum ferimento, enquanto eu tentava explicar algo, me lembrei da toga na mão e estendi para ele.

-O que eu fiz de errado, irmão?

Os olhos de Galen se arregalaram quando ele entendeu o que eu havia entendido antes. Ele tomou o pedaço de pano das minhas mãos e atirou longe.

-Você não fez nada de errado, eu vou falar com o pai agora, fique aqui, tudo vai ficar bem.

Dito isso Galen se levantou e saiu do quarto enquanto eu me encolhi, tinha fé em meu irmão, ele ia conseguir arrumar tudo, tudo ia ficar bem e ficaríamos juntos, enquanto isso eu ficaria chorando ali no quarto, bem escondido, só no caso de...

Enquanto o tempo passava eu ouvia o reverberar da discussão lá fora, eu conseguia discernir as vozes do meu pai e do meu irmão, mas não conseguia entender o que falavam, mas nunca ouvi meu pai elevar tanto a voz e nunca ouvira tamanha fúria na voz de meu irmão. Após um longo tempo a discursão cessou, foi tanto tempo que eu cochilei de exaustão após tanto chorar, quando acordei Galen estava parado ao lado da cama, levei algum tempo até perceber que ele estava chorando.

Me levantei rapidamente me joguei em seus braços, Galen hesitou um momento e me abraçou com força.

-V-vai ficar tudo bem, Hector, você é forte.

Ainda com uma mão ao meu redor ele me abraçou e ergueu meu rosto me segurando pelo queixo.

-Galen, o que decidiram, o que você está fazendo?

Inclinando o corpo ele tocou os lábios nos meus, depois de alguns eternos segundo eu me recuperei da surpresa e me entreguei, abrindo os lábios e permitindo sua entrada. Uma onda de sensações me invadiu, o gosto salgado das suas lagrimas, a força com a qual sua língua explorava minha boca. Eu relaxei, tudo ia ficar bem, Galen havia resolvido todo mal entendido e veio me reclamar, íamos ficar juntos para sempre agora. Nem percebi que havia fechado os olhos, só abri quando ele se afastou, quando a nevoa foi clareando eu vi em sua mão a toga que ele havia jogado fora antes, quando olhei em seu rosto vi que as lagrimas escorriam com mais força agora, sem olhar para mim seu braço se ergueu e se fechou em um punho e foi a última coisa que vi antes do meu mundo ficar vermelho e preto.

-Me perdoa, mas isso é o melhor para tribo.

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Comentários

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Que conto maravilhoso, adoro mitologia grega e esse conto tá muito bom, preciso da parte dois urgente

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Que bom que voltou... Parabéns por essa nova história, já começou bem dramatica!

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Não acredito que você voltou! Estava com saudades.

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Aiii meu coração, antes tarde do que nunca, que demore mas que apareça... haha

Sinta-se fortemente abraçado... Vamos acompanhar mais essa história babado.. obrigadoooo..

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Aaah MDS que isso super gostei , vou fazer minha obrigação e ler tudo , e nó ultimo que está disponível cimento ok

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Nem acredito que voltou!!!? To passando maaaaal.Que conto lindo!

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EMYRYZ seu desgraçdo fdm sabe quantos meses eu fica vendo seu perfil pra ver se vc aparecia? MUITOS poxa cara sou um dos seus maiores fãs daqui da casa não nos abandone sem uma explicação eu fiquei bem puto com vc por deixar contos pela metade e não avisar q ia se ausentar. Mas vc voltou e espero q não cometa os mesmos erros. Gostei dessa história e ótimas referencias vc usou. Beijo e não me abandona outra vez

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amei a história. .. bem interrupção e diferente. .. espero logo ver o segundo capítulo! e uma pena que ele tenha sido levado. . me sentir triste pelo hector ..

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Boa noite pessoal, esse Hector é o mesmo de minha outra historia, infelizmente ele é amaldiçoada a ter historias tragicas e fins terriveis, então não se apeguem muito a ele, ele tem por volta de 1,67 m no inicio dessa historia.

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Incrível, desculpa perguntar sou detalhista, qual a altura do hector?

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EMYRYZ, VOCÊ VOLTOU \o/!!!!! Não acredito! E deduso que este Hector será entregue a um minotauro, junto com os outros acorrentados, como sacrifício. Só estou curioso: estas vidas de Hector chegarão até o mesmo da história de Gabriel, presuntinho? (afinal, os dois tem o mesmo nome...)

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Perfeito como sempre. Estou tão feliz q vc tenha volta cara.

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