Romeu e Julius - Amor em Framon - 01x03 - A DESCOBERTA DE BARTOLOMEU

Um conto erótico de Escritor Sincero
Categoria: Homossexual
Contém 3100 palavras
Data: 27/01/2015 01:22:13
Última revisão: 09/05/2025 01:49:24

Após a derrota da última semana, Cen preparou um novo monstro para atacar a cidade. Dessa vez, ele decidiu criar uma aberração de areia. A ideia foi criar um inimigo à prova de armas.

O castelo do feiticeiro tinha um ar soturno, e o clima permanecia sempre abaixo de zero. Quem sofria era Klaudo, pois ele fazia todo o trabalho doméstico para Cen. O monstrinho acompanhava de perto a criação da nova aberração de seu mestre.

— Quero ver quem vai te destruir, uma vez que não poderá ser machucado. — Disse Cen, enquanto organizava os materiais que utilizou para criar o monstro.

— Muito bom, mestre. — Afirmou Klaudo, varrendo o salão de maneira desastrada.

— Pare suas atividades e pegue mais areia! — Ordenou Cen, fazendo Klaudo gritar de medo.

— Pode deixar. — respondeu Klaudo, quase chorando e deixando a vassoura no chão.

O retorno de Cen trouxe instabilidade para a casa de Celdo Mazzaro. Ele e a esposa tiveram uma discussão calorosa. Ela estava ocupada com os preparativos de um evento beneficente para o orfanato local, e ele, por outro lado, queria ter uma conversa que lhe causaria muita dor.

— Ele voltou e tenho certeza de que está planejando alguma coisa. — Explicou Celdo, com as mãos trêmulas, demonstrando toda a ansiedade existente dentro de si.

— Se as pessoas souberem sobre mim... Celdo, perdi tanto por causa do nosso amor. — Melody entendeu o nervosismo do marido, porém lutava contra os próprios medos.

— O rei deu a permissão. Você pode ficar tranquila. — Disse Celdo, pegando na mão de Melody. — Eu nunca deixei ninguém fazer nada contra você.

— Celdo... — Melody segurou firme a mão do esposo e respirou fundo. — Podemos deixar para depois do evento? Os meninos já se arrumaram e as carruagens estão prontas.

— Pense com carinho, por favor. O futuro de Framon depende de você. — Alertou, beijando a mão da esposa e saindo do quarto.

— A minha vida também. — Soltou Melody, olhando o próprio reflexo no espelho. — A minha vida também.

Existem pessoas que adoram eventos da alta sociedade, mas esse não é o caso de Bartolomeu e Julius. Eles detestavam as vestimentas para os bailes que a mãe planejava. Os irmãos enrolaram o máximo no quarto; entretanto, Melody apareceu para os apressar.

Por outro lado, Catherine estava animada e apaixonada pelo novo vestido. Ela usou um vestido rosa com babados brancos, desejado por todas as garotas da aristocracia. No pescoço, a filha de Celdo ostentava um colar de safira e, também, pulseiras de pérolas. Ela se sentiu uma verdadeira princesa.

Descendo as escadas da mansão, Bartolomeu e Julius tentaram arquitetar um plano para escapar do baile. Gripe? Não. Eles usaram essa desculpa no Festival da Canção. Diarreia? Também não, foi a desculpa usada no baile de Halloween. Infelizmente, não havia um motivo disponível no momento.

Na carruagem, a família conversava sobre a importância da doação. Até que um cheiro peculiar chamou a atenção de todos. Catherine fez o próprio perfume, porém a fragrância não agradou muito.

Desesperado, Celdo abriu todas as janelas da carruagem. Apesar do frio, ele preferiu não passar mal. De repente, a conversa agradável se transformou em uma discussão sobre o aroma de Catherine.

— Que cheiro é esse? — Perguntou Julius, desesperado, colocando as mãos no rosto.

— O perfume que eu fiz. É baseado no Le Cruise, a última tendência. — Contou Catherine, cheirando o pulso e não sentindo nada diferente.

— Minha filha. — Disse Celdo, enjoado. — Acho que você exagerou.

— Tenho medo até de sentir o cheiro da primeira. — Comentou Bartolomeu, que riu ao olhar para o pai passando mal.

— Ao contrário de vocês, peões, as damas precisam estar sempre belas. E como papai não abriu o bolso, eu pesquisei e fiz minha própria colônia. — Catherine se defendeu dos ataques e não escondeu o aborrecimento.

— Essa produção toda foi para o Mitty? — Perguntou Bartolomeu, piscando para a irmã e soltando um sorriso irônico.

— Não fale bobagens. — Repreendeu Catherine, ficando calada por um tempo, mas lembrando-se de um antigo caso do irmão. — Sabe quem foi convidada? A Lily.

— Ai! — Gritou Julius, pegando no peito e rindo. — Essa foi no coração.

— Não, eu não tenho nada com essa menina. — Desconversou Bartolomeu, cruzando as pernas e os braços.

— E nem pode. Ela está de compromisso marcado com o filho mais velho do Sr. Wellderman. — Continuou Catherine, mexendo com os sentimentos de Bartolomeu.

— Vocês dois. Chega. Não vamos estragar o dia da mamãe. — Pediu Julius, ao perceber que a mãe não estava bem.

Apaziguador. Essa foi a função de Julius dentro de sua família. Apesar de ser o filho mais novo, ele sempre precisou apaziguar os ânimos dos irmãos. Após a discussão por um motivo fútil, Bartolomeu e Catherine selaram a paz com um aperto de mão.

A sociedade de Framon preparava os melhores eventos. Enquanto as carruagens chegavam em grande número na entrada do castelo, o Rei Nilo preparava seu discurso encorajador. O monarca adorava falar sobre união, amizade e negócios.

Na entrada, Romeu tentou puxar assunto com Julius, mas acabou levando um "não" como resposta. Afinal, Julius não conversava com o melhor amigo há dias. O clima entre os dois não poderia ser mais estranho. Por algum motivo, Romeu não gostava do sentimento de perda.

— Escuta. Naquele dia no celeiro, eu fui um idiota. Eu não quis passar a impressão errada e...

— Chega, Romeu!!! — Interrompeu Julius de forma ríspida, abrindo os braços e acertando uma mulher. — Me desculpe. Perdão.

— Tudo bem. — Disse a mulher, arrumando o vestido e seguindo seu caminho.

As falhas de Julius deixavam Romeu cada vez mais apaixonado. Ele não conteve o riso. Já para Julius, o sorriso de Romeu poderia iluminar todo um planeta. O filho caçula de Celdo não queria admitir, mas seus sentimentos pelo melhor amigo só cresciam. E isso, da forma errada, poderia render situações ruins para ambos.

Conversas. Sorrisos. Comida. Bebida. Música. Esses são os pontos fortes de uma festa em Framon. Naquela noite, o Rei Nilo não economizou, pois queria mostrar que, apesar dos recentes ataques, o reino continuava próspero.

No meio da multidão, Catherine pareceu impaciente. Andou de um lado para o outro, demonstrando destreza ao usar um vestido de cinco quilos com salto alto. Na verdade, Catherine procurava por vestígios do Príncipe Mitty.

Como o velho ditado diz: "Quem procura, acha". A irmã de Bartolomeu encontrou o herdeiro do trono no centro de uma roda de moças solteiras. De forma melancólica, Catherine respirou fundo e deu meia-volta; entretanto, foi impedida por Bartolomeu.

— Vamos, Cat. Você foi mais bonita que todas elas juntas. — Falou Bartolomeu, enchendo a boca de salgadinhos.

— Eu vou lá. — Disse, respirando fundo e seguindo na direção do Príncipe Mitty.

O castelo de Framon resplandecia em luz e música. O salão principal estava tomado por risos, danças e conversas despreocupadas. Nobres de reinos distantes brindavam, enquanto os anfitriões celebravam a aliança entre Framon e Anistir. A noite prometia ser inesquecível — e, de fato, foi. Mas não da forma esperada.

Sem aviso, uma nuvem densa de fumaça roxa surgiu no alto da torre norte. Um silêncio pesado tomou o ambiente quando, do meio da névoa, emergiu uma figura encapuzada, envolta em sombras e mistério. Era Cen, que agora diante de todos representava um presságio de ruína. Ele ergueu os braços, e um vento feroz invadiu o castelo, uivando como se a própria terra chorasse.

No salão, Julius, que havia conseguido se desvencilhar de Romeu momentos antes, apressava-se para ajudar sua mãe na tradução de um diálogo com os barões de Anistir. Romeu o observava à distância, dividido entre o dever e o coração. Foi então que viu: uma pedra colossal, desprendida sabe-se lá de onde, vinha veloz na direção de Julius.

Num ímpeto, Romeu correu. Conseguiu alcançar o amado a tempo, empurrando-o para longe da trajetória da rocha. Os dois rolaram pelo salão, entre cacos de porcelana e fragmentos do chão destruído. Durante o impacto, o colar de Romeu — presente de Cen — escapou de seu traje e tocou o peito de Julius. Uma luz sutil, mas intensa, emanou do talismã.

— Você está bem? — Perguntou Romeu, ainda ofegante, tocando o rosto do outro com ternura.

— Você me salvou — Respondeu Julius, os olhos arregalados e as mãos tremendo.

O colar brilhou ainda mais forte, como se reconhecesse aquele vínculo. Mas o momento de alívio durou pouco. Gritos cortaram o ar quando outra pedra atravessou uma das janelas. Os convidados começaram a correr em pânico. Soldados tentavam conter a confusão e identificar de onde vinham os ataques.

Do fundo do salão, uma figura descomunal surgiu, rompendo os portões como se fossem de papel. Um monstro feito de areia, alto como duas carruagens empilhadas, adentrou o baile. Sua presença fez o chão tremer. A primeira a ser capturada foi Clarissa, a melhor amiga de Julius. A criatura envolveu sua cintura com mãos grotescas, erguendo-a no ar como um boneco de pano.

— Nãããooooo!!! Socorro!!! — Gritou Clarissa, debatendo-se inutilmente.

— Clarissa! — Exclamou Julius, levantando-se com fúria. Correu até um dos soldados caídos, tomou-lhe a espada e investiu contra a criatura.

Cada golpe feriu o monstro, espalhando areia pelo salão, mas ele regenerava-se em segundos. Desesperado, Julius não recuava. Queria salvar a amiga, mesmo sabendo que suas forças eram limitadas.

— Primeiro um esqueleto, agora uma montanha de areia? Isso está ridículo. — Resmungou Bartolomeu, surgindo ao lado do príncipe Mitty. — Ei, príncipe!

— O quê? O que eu faço?! — Respondeu Mitty, trêmulo, apertando o punho da espada que mal sabia segurar.

— Leve essas moças daqui. E, por favor, cuide da minha irmã. — Pediu, colocando a mão no ombro de Catherine.

— Claro. — Assentiu Mitty, reunindo coragem. Virou-se para o grupo de jovens próximas e gritou: — Moças, por esse lado!

O caos se instaura. O ataque de Cen havia começado, e ninguém sabia quantas criaturas ainda o acompanhavam, nem o motivo real de sua aparição. Mas uma coisa era certa: Framon nunca mais seria o mesmo.

As espadas não faziam efeito no monstro de Cen. Os guardas tentavam, desesperadamente, conter a criatura, mas não conseguiam. A cada golpe, o monstro se tornava mais forte e feroz. Clarissa estava praticamente submersa dentro da criatura.

Num golpe rápido, Julius pegou um balde de gelo e o jogou no rosto do monstro, que parou por alguns instantes. O filho de Melody pulou sobre a mesa e segurou as mãos da amiga.

— Julius!!! — Clarissa implorou por ajuda, aos prantos.

— Você está quase saindo! — Avisou Julius, puxando Clarissa com toda a força. Os dois caíram no chão.

— Vá para um lugar seguro. — Orientou Romeu, aproximando-se de Clarissa e Julius.

— Vá, Clarissa. — Pediu Julius, levantando-se e ajudando a amiga. — Busque abrigo.

— Estou falando dos dois.

— Eu vou ajudar. — Respondeu Julius, com revolta na voz. — Não adianta me expulsarem. Eu vou ficar aqui e... — Levando um tapa do monstro, que gritou possesso por ter sido atingido. — Eu... vou ficar só um pouco... — Balbuciou Julius antes de desmaiar.

— Julius!! — Romeu ficou desesperado ao ver o melhor amigo caído no chão. — Clarissa, corra!

— Cadê meu irmão? — Perguntou Bartolomeu a Romeu, atacando o monstro com a espada.

— Temos algo mais importante para cuidar agora. — Respondeu Romeu, segurando a espada com firmeza e olhando para a criatura de areia.

Visando a segurança do todo-poderoso de Framon, Celdo rapidamente montou um esquema com os soldados. Eles levaram o Rei Nilo para um local seguro. Ninguém conseguia acreditar na destruição causada pelo monstro de Cen no castelo real.

Através de uma bola de cristal, o feiticeiro se divertia e ria do desespero da população de Framon. Ele queria vingança, nem que isso custasse a vida de pessoas inocentes. Os olhos vermelhos de Cen acompanhavam, com prazer, a situação, e sua alma vibrava a cada soldado exterminado.

Os homens da guerra aprendem, na prática, seus maiores ensinamentos. Nada feria o monstro de areia. Celdo não conseguia pensar em uma alternativa plausível — até que Catherine apareceu e tentou alertá-lo.

— Fogo! — Gritou Catherine, segurando os ombros do pai.

— Minha filha?

— Papai trouxe algumas pessoas para o castelo. Elas estavam tão assustadas e...

— Como assim, Catherine? — Perguntou o Rei Nilo, interrompendo Mitty e caminhando em direção à filha.

— A criatura é feita de areia, certo? — Questionou Catherine, nervosa e preocupada. — A areia, quando atinge uma temperatura muito alta, transforma-se em vidro. E o vidro pode ser quebrado.

— Você é sensacional! — Afirmou ele, beijando a testa da filha e correndo para a área dos arqueiros de Framon.

— Muito bem pensado. — Destacou Mitty, colocando a mão no ombro de Catherine e sorrindo.

Com a dica de Catherine, Celdo ordenou aos arqueiros que usassem flechas incendiárias para enfrentar a criatura. Um a um, os arqueiros acenderam os chumaços de algodão amarrados às pontas das flechas e se prepararam para o ataque.

Em uma guerra, a concentração é primordial, apesar de toda a gritaria e confusão. Celdo observava a movimentação do monstro de areia e aproveitou uma distração para atacar.

Finalmente, o ataque foi iniciado. Para surpresa de todos, os pontos atingidos pelas flechas incendiárias transformavam-se em vidro e se desfazem no chão.

Com o ataque contínuo, algumas partes do monstro foram se tornando vidro e se quebrando. A ideia de Catherine funcionou, e aos poucos o monstro foi sendo derrotado. Romeu aproveitou a distração para acudir Julius, que continuava deitado.

— Julius... — Disse, ajoelhando-se e segurando a cabeça do amigo.

— O que eu perdi? — Perguntou o filho caçula de Melody, confuso e ofegante.

— Não muito. — Respondeu Romeu, ajudando-o a se levantar. — Você está bem. Fiquei muito preocupado e...

— Sobre aquele talismã... É verdade?

— Sim. Ele brilhou. Você viu.

O que se faz quando dois corações apaixonados batem juntos? Um sentimento avassalador tomou conta de Romeu e Julius. Um beijo, naquele momento, foi inevitável — e necessário.

Um beijo sincero. Um beijo duradouro. Um beijo de amor verdadeiro. Como nada na vida é eterno, o fogo da paixão foi interrompido quando uma espada caiu no chão e o som ecoou pela sala vazia.

— Oh, meu Deus! — Exclamou Bartolomeu, pegando a espada caída no chão, enquanto Romeu e Julius se afastavam, em desespero. — Va... va... vamos, Julius — Ordenou ele, cerrando os punhos para conter-se e não matar os dois.

O mundo de Julius parou. Ele seguiu o irmão, sem conseguir encontrar palavras. Do lado de fora, os cavaleiros reais celebravam a vitória contra o monstro de areia. Já na mente de Julius, um turbilhão de emoções se misturava. Qual seria a atitude de Bartolomeu?

Para Cen, restava apenas uma terrível dor de cabeça após mais uma criatura dizimada. A frustração foi tanta que uma forte tempestade caiu sobre as montanhas de Kinopla, lar do terrível feiticeiro.

— Maldição! Meu plano precisa dar certo! Vou sequestrar o rei e forçar aquele principezinho a me passar o reino. Não vai ser tão difícil. Vou atacar no baile. Todos estarão lá. Eles vão ter uma bela surpresa! — Gritou o feiticeiro, jogando alguns ingredientes no chão.

Como já dito, as palavras sumiram do vocabulário de Julius. Na carruagem, ele evitava olhar para o irmão mais velho. Por outro lado, Bartolomeu fazia de tudo para encontrar uma justificativa para o beijo entre Romeu e Julius.

— Chegamos. Vocês não vão sair? — Questionou Catherine, já do lado de fora da carruagem, olhando de forma estranha para os irmãos.

— Boa noite. — Disse Bartolomeu, saindo apressado da carruagem e entrando em casa.

— Espera. — Pediu Julius, correndo atrás do irmão e segurando-o pelo braço.

— Não encosta em mim! — Exclamou Bartolomeu, puxando o braço com agressividade e assustando Julius.

— Bartolomeu...

— Venha — Disse, segurando Julius com violência e levando-o para seu quarto. — Me fala: que palhaçada era aquela?

— Eu...

— Fale, irmão! Vocês são maricas? — Perguntou Bartolomeu, andando de um lado para o outro. — Julius, o papai vai matar vocês. — Alertou, parando e começando a chorar.

— Então me ajude. Fique ao meu lado. Eu não sei o que sinto exatamente, mas há algo entre nós, irmão.

— Isso é loucura, irmão. Eu não quero te perder.

— Bartolomeu, por favor, fique ao meu lado. Estou assustado. — Implorou Julius, abraçando o irmão.

— Só peça para o Romeu não ficar perto de mim... Não sei do que sou capaz. — Revelou Bartolomeu, abraçando Julius e chorando.

A semana passou sem nenhum ataque de Cen. Os guardas reais vasculharam várias regiões do reino, mas nada encontraram. Enquanto isso, o feiticeiro continuava reunindo poder para colocar mais um plano em prática.

A quietude de Framon podia significar muitas coisas: uma criança travessa aprontando algo, uma mãe descansando após um dia exaustivo ou um rei bem-intencionado pensando na melhor maneira de derrotar um feiticeiro maligno.

Mas, no celeiro da família Mazzaro, apenas um som reinava: o beijo de um casal apaixonado. Romeu era ótimo em beijar — pelo menos Julius não reclamava. Eles aproveitaram uma viagem de Bartolomeu para namorar.

— Estou assustado. — Soltou Julius, entre os beijos.

— Se for preciso fugir daqui... eu quero viver esse amor... quero... quero você. — Garantiu Romeu, transmitindo uma confiança fora do comum e acalmando Julius.

— E as nossas famílias?

— Bem, o reino de Costa Estrela permite que casais do mesmo sexo se casem. Lá, eles têm uma mentalidade diferente.

— Porém, o lugar é pobre, violento e vive em guerra. — Disse Julius, tentando encontrar desculpas para não embarcar na ideia de Romeu.

— Nada é perfeito. Fomos atacados por um esqueleto e um monstro de areia. Quase a mesma coisa. — Justificou Romeu.

— Descobriram quem mandou esses monstros? — Questionou Julius, tirando um capim preso no cabelo de Romeu.

— Um feiticeiro chamado Cen. A equipe do castelo está empenhada em encontrá-lo. — Explicou Romeu, tocando o rosto de Julius com ternura e sorrindo.

— Você vai ao baile da primavera?

— Acho que não.

— Vamos. Por favor. Quero dançar com você. — Pediu Julius, fazendo Romeu rir com o pedido inusitado.

— Eu até queria, mas seremos mortos.

— Verdade.

***

A amizade de Julius com as gêmeas Clarissa e Cássia aconteceu naturalmente. Seus pais sempre estudaram juntos, então nada mais justo que eles também se tornassem grandes amigos. Compartilhavam até os segredos mais profundos.

Porém, nada preparou as gêmeas para o que estavam prestes a ouvir. O universo parou quando Julius Mazzaro contou sobre seu relacionamento secreto com Romeu Bellini. As reações foram distintas: Clarissa se levantou e bateu palmas freneticamente, enquanto Cássia ficou boquiaberta, mas deu total apoio ao amigo.

— Bem que eu estranhava essa aproximação de vocês. — Conferssou Clarissa, abraçando o amigo e desejando sorte no relacionamento.

— Eu fico muito feliz. Vocês são demais. Eu já estava ficando sufocado. O Bartolomeu descobriu, mas não reagiu muito bem. Estamos um pouco distantes. Muito obrigado mesmo. — Revelou Julius, chorando emocionado.

— Ah, pare com isso. Somos suas amigos. Fique tranquilo. — Acrescentou Cássia, pegando na mão de Julius e a beijando.

— Mas eu aviso: tenha cuidado. Você sabe do que as pessoas erradas são capazes com esse tipo de informação. — advertiu Clarissa, preocupada com a reputação do amigo.

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Comentários

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oi eu aqui.como.prometido . estou amando essa historia, quando se tem amor tudo fica mas leve e mas bonito .estou anciosa pra saber qual sera a nova aquisição do malvado pra tentar conseguir conquistar o reino .beijo seu lindo

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