Confesso que me assustei quando cheguei no portão da minha casa e encontrei os pais do Andre.
-Ta vendo só, ele não sai mais dessa casa! -Falou o pai dele.
-Amor eles são meninos, gostam de brincar!
-Brincar com 17 anos, com essa idade eu já trabalhava!
-O que você está insinuando com isso? -Sondou a mãe do Andre.
-Ta vendo isso!
Ele me empurrou.
-Isso é má influência, não vale o que veste, nasceu em um berço que nunca mereceu, me dá nojo. Vem logo menino a partir de hoje eu vou te ensinar a virar homem. Quanto a você fique longe do meu filho! -Ele completou!
Eu não dei a minima pra o que ele disse, na quela época confesso que nem intendi, o que ele falava não me importava, mas a parte de ficar loge do Andre, isso me incomodou muito, eu fiquei com muita raiva, quem ele pensava que era pra agir da quela maneira.
Foi ai que a vida me deu uma lição, básica, mas valiosa, dinheiro não compra tudo.
Quando chegou a noite Andre veio chorando até o meu quarto ele não falou nada apenas entrou como quase toda noite, deitou do meu lado, ele me abraçou e continuou chorando.
-O que foi? -Eu questionei!
-Fala o que foi amor! -Insisti!
-O que foi Andre? -Me irritei!
-Eu vou embora ! -Ele falou entre soluços.
EU VOU EMBORA
Ecoando em minha mente, por alguns segundos eu vaguei, quando me dei conta de tudo o que estava acontecendo, ou melhor do que iria acontecer eu quase pirei.
-Não, como?, pra onde?, e eu?
Ele beijou minha boca, o beijo mais salgado de toda a minha vida, minhas respostas estavam se mostrando uma à uma, aquela era uma despedida dolorosa.
-Amor eu vou com você!
-Meu pai vai me levar!
-Vamos fugir, vamos pra outra cidade!
-Somos de menor meu anjo!
-Andre me ajuda, não me deixa por favor, eu te amo! -Disse já chorando!
-Wemerson para de chorar!
-Não consigo !
-Olha eu ruim eu sei, mas não é culpa minha, eu queria você pra sempre, mas olha, ei para de chorar, amor eu vou voltar, ano que vem eu faço 18 anos, vou voltar pra você eu prometo!
-Fica comigo Andre, eu te dou tudo que você precisa, pergunta pro seu pai quanto ele quer, pra te deixar, Andre eu pago, eu quero você!
-Wemerson, vê se entende, dinheiro não compra amor, dinheiro compra sexo!
-Por favor...
Eu ja estava morto por dentro, desiludido com 14 anos de idade, um perigo pra sociedade. Ele se foi na manhã seguinte, o pai dele levou ele de mim.
Ninguém fica meses chorando, nem dentro do quarto pensando, a não ser que seja depressivo.
Sim eu chorava, mas quando ia me deitar, lembrava dele, principalmente do cheiro citado no capítulo anterior.
Um ano inteiro de espera, eu apenas ia pra escola de manhã, fazia teatro a tarde, comia e dormia.
Um problema a comida, comia pra tudo, se tava triste eu comia, chatiado comia, com raiva comia. Resultado eu engordei e nada se resolveu.
Meu ano se resumiu em estragar minha própria vida!
Quando fiz meus 15 anos, eu esperava asciosamente por sua volta, mas o tempo passou e nada aconteceu, no meio do ano perdi as expectativas, resolvi seguir minha vida, já no 2° ano, tinha que pensar no que faria de faculdade.
Me dediquei muito aos meu estudos, não queria saber de nada, nesse mesmo período minha mãe resolveu me colocar em um cursinho renomado da minha cidade, lá as coisas começaram a ficar mais diferentes, lá que eu comecei a conceituar minha vida, aprender olhando os outros errarem, não cometendo os erros.
Sempre gostei de calsas apertadas e camisetas extravagantes, folgadas, ou até mesmo com golas enormes, "extravagante".
Nesse mesmo cursinho conheci somente 9 pessoas que me colocaram onde eu estou...
Autor:
Mais um capítulo, essa leitura ficou meio cansativa, "Eu achei", narrei uma parte da minha vida, que muitos desconhecem, por ser chata, e por me trazer lembranças desagradáveis, eu nunca havia contado pra ninguém, mas não se preucupem com nada tudo se resolverá, basta crer.
Enfim, agradeço aos comentários de todos me motivam, de coração...
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Fica uma pergunta, quem de vocês leitores teria coragem de ficar com alguém em um lugar público?
Se já ficou, como foi?
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Boa noite 😽
