Até onde a dor nos leva? Muitas pessoas se questionam sobre isso. Mitty chegou ao limite da dor e queria se livrar da voz que habitava seus mais profundos pensamentos. Os outros caminhavam novamente e tentavam não pensar no frio.
Julius: - Espero que Costa Estrela não seja assim.
Bartolomeu: - Ainda bem que a Caterine conseguiu criar esses agasalhos. Julius...
Julius: - Oi.
Bartolomeu: - Vou sentir sua falta.
Julius: - Você acha que eu vou embora por ser covarde né? Mas você ouviu o pai. Ele me acha uma vergonha.
Bartolomeu: - Não. Ele estava chateado. Se coloca no lugar dele. Ele é Celdo Mazzaro, líder do Centro de Batalha.
Julius: - Vai ser melhor assim.
Bartolomeu: - Deixa eu verificar as meninas. Não quero esse bicho gosmento perto delas. (se adiantando)
Romeu: (próximo ao ouvido de Julius) – Posso te esquentar a noite toda.
Julius: - Que susto. (abraçando Romeu e rindo)
Príncipe Mitty: - Matar. Acabar. Destruir. (completamente alterado e caindo no chão)
Klaudo: - Ele está enfeitiçado. (apontando para Mitty que se debate de dor no chão)
Bartolomeu: - Príncipe. (se aproximando e sendo empurrado)
Príncipe Mitty: (mudando de aparência)
Julius: - Essa não. (pegando a espada)
Romeu: - Meninas. Atrás de mim.
Príncipe Mitty: - Matar!!!!! (correndo para cima de Julius)
Julius: (desviando) – Para. Eu não quero te machucar.
Clarissa: - Mitty! Chega.
Príncipe Mitty: - Eu vou matar!!! (correndo e acertando Julius na barriga)
Bartolomeu: (tacando um pedaço de pedra na cabeça de Mitty)
Romeu: (correndo até Julius) – Meu amor. Ele te acertou.
Julius: (pegando na barriga e vendo o sangue) – Deus.
Bartolomeu: - Julius.
Clarissa: - Vamos levar ele para a tenda.
Caterine: - Vão.Eu fico com o Mitty. Vou fazer uma barreira caso ele acorde.
Desesperados, Clarissa, Bartolomeu e Romeu não sabiam o que fazer. Julius começou a vomitar sangue. Klaudo disse conhecer uma poção que poderia funcionar, mas que precisaria de ingredientes específicos.
Bartolomeu: - Qualquer coisa. Onde podemos encontrar os ingredientes?
Klaudo: - A folha de salveira pode ser encontrada no morro de Framon. A água das ninfas na floresta de Carlin. E o último ingrediente é o cabelo de fada. O mais difícil.
Bartolomeu: - Eu vou. Vocês fiquem aqui para defender o Julius....
Clarissa: - Você é apenas um. São três ingredientes. Ele não tem muito tempo. Eu vou também.
Caterine: - Eu também.
Romeu: - Eu...
Bartolomeu: - Romeu. O Julius precisa de você. A gente não vai demorar.
Klaudo: - Eu conhece uma poção que pode colocar o jovem para dormir.
Julius: - Por favor... tá doendo muito.
Romeu: (pegando nas mãos de Julius) – Calma. Klaudo o coloque para dormir.
Bartolomeu: - Não vamos perder tempo. Caterine. Consegue me mandar de volta para a última vila?! Posso pegar um cavalo e chego em menos de um dia aqui. Pego a folha de salveira.
Clarissa: - Pego a água. Posso voar e chego rápido lá. Até daqui a pouco. (saindo da tenda) – Vamos lá. (voando)
Bartolomeu: - Eu to pronto Caterine.
Caterine: (fechando os olhos)
Bartolomeu: (sumindo)
Caterine: - O Mitty ainda tá inconsciente. Fiz uma barreira de proteção para ele não sair. Cobri ele com um pano também. Pode fazer uma fogueira perto dele?
Romeu: - Vou ver o que posso fazer. (pegando na mão de Julius)
Caterine: - Sei que está zangado, mas o Mitty está enfeitiçado. Cuide de tudo aqui. (sumindo)
Romeu: - Klaudo. A poção.
Klaudo: - Está aqui. (andando até Julius e dando a poção)
Romeu: - Bebe amor. E descansa um pouco.
Julius: - Quando... quando eu sair dessa... vou matar... o...(dormindo)
Romeu: - Rápido pessoal.
Bartolomeu apareceu em cima de uma casa. Ele teve dificuldades para descer. Ele pesquisou sobre a folha no povoado e o indicaram uma montanha. O irmão de Julius conseguiu um cavalo e não perdeu tempo em sua jornada solitária. A principal preocupação do jovem era com a saúde do irmão, porém ele sentia que aquilo era também um atraso na principal missão.
Clarissa foi arrastada por um tufão, mas conseguiu chegar ao seu destino. A Floresta estava escura e a jovem juntou toda a coragem que existia dentro de si. Ela começou a procurar pela fonte. No meio do caminho várias árvores começaram a ganhar forma e assustar Clarissa.
Antes de desaparecer da tenda, Caterine desejou estar onde a mágica reina. O pedido deu certo, mas ela parou no castelo de Cen. Assustada, ela procurou abrigo. Ela respirou fundo e decidiu entrar na grande construção.
Quanto ao feiticeiro das trevas decidiu se desconectar do mundo para poupar energia. As últimas criações de Cen o deixaram cansado. Lin sua nova comparsa nas maldades ficou entediada e resolveu mexer nas porções de seu mestre.
Lin: - Credo. Essência de carrapato?! Olhos de humanos?! Isso tá mais para um circo de horrores.
Caterine: (passou por trás da vilã)
Lin: - Acho que vou fazer uma batida de perna de rã e baba de camelo. (pegando dois vidros e descendo uma grande escadaria)
Caterine: - Perfeito. (indo até a grande prateleira) – Agora. Cabelos de fada. Cabelos de fada.
Bartolomeu chegou até a indicação das pessoas da vila. E deu de cara com uma enorme caverna. Cauteloso, ele investigou cada canto e achou a tão famosa árvore.
Bartolomeu: - Fácil. Como tirar um doce de....
Um barulho forte chama a atenção de Bartolomeu, ao olhar para a direita, o irmão de Julius viu pela primeira vez em sua vida um dragão. O animal voou para cima dele que escapou da investida com um salto.
Bartolomeu: - Vocês são reais. (se preparando para outra investida do dragão)
Dragão: (soltando fogo e quase acertando Bartolomeu)
Bartolomeu: - Céus. Tá não vai ser como tirar doce de criança.
Enquanto Bartolomeu lutava para não virar churrasco de dragão, Clarissa continuava a fugir das árvores.
Clarissa: - Chega!!! (voando alto)
Os galhos tentavam alcançar Clarissa, mas iam se prendendo uns nos outros. A jovem conseguiu chegar em um lugar seguro e encontrou um pequeno cervo tomando água num lago. Ela se aproximou e pegou na cabeça do animal.
Clarissa: - Oi amigo. Será que posso pegar um pouco dessa água?!
O cervo se transforma em um lobo e ataca Clarissa. A jovem fica suspensa e vai em direção ao lago. Clarissa pega um pouco da água e sai em disparada ao acampamento.
Caterine pegou tudo o que precisava. Ela decidiu de última hora procurar os pais na masmorra do castelo. Celdo, Melody e o Rei Nilo tomaram um susto quando a moça.
Caterine: - Papai.
Celdo: - Não pode ser. Minha filha. O que você está fazendo aqui?
Caterine: - (chorando) – Papai. O Julius...
Celdo: - O que aconteceu com o meu filho?
Malody: - Minha filha. Pelo amor de Deus. Fale.
Caterine: - O Cen enfeitiçou o Mitty... ele ficou agressivo e feriu o Julius. A gente descobriu um feitiço que pode salvar a vida dele. Vou tirar vocês daqui.
Celdo: (chorando) – Você... não pode... Cen é o único que pode fazer isso.
Caterine: - Estou tão perto de vocês. Mãe, pai. (pegando nas mãos dos pais)
Malody: - Eu sei que vocês vão conseguir.
Rei Nilo: - Meu... meu filho... o que vocês fizeram com ele.
Caterine: - Ele está bem senhor. Mãe. O que podemos fazer?!
Malody: - Depende muito do feitiço. Alguns passam, outros não. Minha filha... você... você precisa sair daqui e ajudar o Julius.
Caterine: - Eu amo você...
Celdo: - Espere. Minha filha... você precisa pegar uma coisa antes... lá na sala principal... o Cen guarda uma bola de cristal. Pegue-a. Com esse objeto ele pode rastrear vocês em qualquer lugar.
A situação de Bartolomeu é mais difícil. Ele começa a fazer uma brincadeira de cão e gato com o dragão. Durante a infância, o irmão de Julius ouviu muito falar sobre dragões e seres mágicos, porém aquilo era demais para sua cabeça.
Bartolomeu: - Seu dragão. Eu preciso dessas folhas. (escapando de uma nuvem de fogo) – Julius. Ele precisa. (fechando os olhos e correndo até a árvore)
Com muito sacrifício, Bartolomeu conseguiu tirar as folhas e guardou em uma bolsa. O Dragão ficou enfurecido e começou a bater nas paredes da caverna. O local começou a desmoronar, mas ele saiu sem nenhum ferimento.
Bartolomeu: (indo até o cavalo) – Vamos. Precisamos ir rápido.
No acampamento, Mitty tentava escapar do feitiço de Caterine. Ele batia e gritava que matéria Julius e Romeu. Klaudo pareceu assustado com a situação.
Klaudo: - Esse feitiço é forte.
Romeu: - Não é só o feitiço. Ele já não gostava muito da gente.
Klaudo: - Ele está ficando muito suado. Isso pode fazer mal. Onde estão os outros.
Romeu: (pegando na cabeça de Julius) – Aguenta amor. Por favor.
Clarissa foi a primeira a chegar. Ela trouxe a água das ninfas. Klaudo pegou o frasco com todo cuidado e despejou dentro de um caldeirão. Em seguida, Caterine surgiu dentro da sala carregando uma bola de cristal.
Klaudo: - Como... como... conseguiu isso?
Caterine: - Roubei do seu antigo mestre.
Klaudo: - Ele vai ficar furioso.
Caterine: (deixando o objeto em cima da mesa) – E o Julius?
Clarissa: - Como ele está?
Romeu: - Com muita febre. Ele disse algumas frases e...
Klaudo: - Ele chamou o seu Romeu de amor...
Romeu: - Você conseguiu o cabelo de fada?
Caterine: - Sim. Consegui. (pegando um frasco e entregando para Klaudo)
Klaudo: - Pronto. Agora falta só o seu Bartolomeu.
Caterine: (fechando os olhos)
Bartolomeu: (aparecendo no meio deles, caindo de bunda no chão)
Caterine: - Cadê?!
Bartolomeu: - Doeu. (levantando) – Tá aqui. (tirando algumas folhas da bolsa)
Romeu: - Rápido Klaudo. Faça essa maldita poção.
Klaudo se concentrou para salvar a vida de Julius. O monstrinho preparou rápido a porção e deu na boca do filho de Celdo. Em alguns minutos, ele teve uma reação positiva e acordou. Todos celebraram a vitória da equipe.
Julius: - Obrigado gente. Obrigado mesmo.
Bartolomeu: (sentando perto de Julius e abraçando o irmão) – Nunca mais faça isso.
Caterine: - Por favor. Foram os momentos mais angustiantes da minha vida.
Romeu: - E o que vamos fazer com o Mitty?
Clarissa: - A gente não pode deixar ele lá fora para sempre. Ele vai congelar.
Julius: - É verdade. Podemos amarrar ele na cama.
Bartolomeu: - Ele vai atrasar a gente.
Caterine: - Gente. Tenho duas coisas para contar. (sentando perto de Julius e Bartolomeu) – Encontrei os nossos pais.
Julius: - E como eles estão?
Caterine: - Bem. Cen não fez nada para eles. Estão presos na torre do castelo. Não vai ser difícil chegar lá. Eu consegui.
Bartolomeu: - E porque você não tirou eles de lá?
Klaudo: - Cen. Só ele pode abrir as portas do calabouço.
Julius: (levantando) – Klaudo. Eu não te agradeci por salvar a minha vida. (abraçando o monstro)
Cen acordou e decidiu verificar os jovens em sua bola de Cristal. Ele ficou furioso por não encontrar o objeto.
Cen: - Lin!!
Lin: - Sim mestre. (ficando de joelhos)
Cen: - Cadê a bola de cristal?
Lin: - Não sei.
Cen: (gritando) (trovões)
Romeu: - E qual é a segunda coisa Caterine?
Caterine: (tirando a bola de cristal de uma bolsa) – Isso.
Cen: - Esses bastardos vão me pagar bem caro. É guerra que eles querem?