Oi, essa é uma nova série dedicada totalmente ao meu amor, namorado e fonte de inspiração: Hugo. Eu sou o Andim e espero que curtam a série.
Antes de tudo, quero desejar ao meu anjo feliz aniversário e feliz bodas de beijinhos, ele completa 18 aninhos hoje e há um mês estamos “namorando”... o porquê das aspas? Eu ainda não o pedi em namoro oficialmente, então... Amor, quer viver sua vida comigo? Me deixar estar ao seu lado em cada um dos momentos, e principalmente, me permitir ser seu travesseiro?
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Pra começo de conversa, sei que devo me apresentar antes de ir logo derramando histórias e mais histórias em cima de você, mas ao mesmo tempo parece um pouco ridículo me descrever... ora bolas, eu sou um travesseiro e ponto, não há o que descrever sobre mim, diria o quê afinal, que sou fofinho? Não encontro necessidade para tal ato desesperado de enrolamento... o causo de minha confecção sim, é algo que eu gostaria de compartilhar com você nessa minha primeira história.
Tudo começou como a maioria das coisas começa: do princípio, e o meu princípio foi numa simples, e sem muito brilho, confecção. Quem me dera fosse um fábrica de travesseiros de penas de ganso, ou até mesmo uma fábrica de travesseiros importados, àqueles que são vendidos em boutiques chiques e shoppings, mas não, eu fui criado numa confecção comum.
O som das máquinas, característico tic-tic, e o cheiro de pano novo envolvia o salão como se abraçasse toda sua extensão, num abraço apertado, meio que sufocante até. Passos ouviam-se de vez em quando, um assovio aqui e outro ali, mas nada de interessante.
Também não há muito antes do “ser”, eu me lembro do linha-ponto-linha-ponto infindável onde a malha da minha alma iniciava a ser traçada, a dor é inesquecível, queria gritar, mas o bobo menino humano que manejava a agulha feroz esqueceu-se de me dar uma boca ao criar-me, bobo e infeliz menino mal.
Durante minha criação, percebi que o menino suava pelos olhos. Algumas das gotas pingavam em mim, gotas quentes e cheias de sentimento, acho que isso foi o diferencial para que eu conseguisse ser diferente dos outros travesseiros frios e sem vida, tais como lápides de cemitérios onde repousam os defuntos. O garoto soluçava e o “snif” baixinho me fez ter um dó tão grande que acabei esquecendo de minha própria dor e raiva para entender a dor do menino.
Linha-ponto-linha-ponto, o garoto terminou e saiu, me arrastou e me jogou em cima de algo mais macia ainda que eu, me vestiu, me beijou e me abraçou, sem ter nem porquê. Me pegou de surpresa seu ato, não nego, mas não fiz nada para recusar, acho que estava me apaixonando pelo garoto que me fez.
Assim começa a minha história, a história de um travesseiro desses simples, não anatômico, não de penas de ganso, mas de enchimento de colchão... um travesseiro sem boca alguma, mas com ouvidos que registraram histórias e mais histórias para compartilhar com vocês. Um beijo, agora vou tirar uma soneca, já está tarde e amanhã o dia é grande.