Quando vi o Ricardo tive vontade de sair correndo! Eu sabia que teria que terminar o relacionamento, que teria que encarar a situação, mas não pensei que seria tão imediatamente. O cumprimentei, ele me abraçou demoradamente, disse que quis fazer uma surpresa, sorri para não deixa-lo sem graça mas por dentro meu pensamento só via o Leandro.
O Ricardo me convidou pra jantar, disse que tinha novidades e que queria matar a saudade. Subi desanimada para me arrumar, mas se meu quarto não fosse no segundo andar acho que teria fugido pela janela. Eu sabia que depois de meses separados ele iria sugerir um motel ou o apartamento dele para "matar" a saudade, que infelizmente só ele sentia. Tomei um banho bem quente, escovei meu cabelo, passei um batom claro, coloquei uma camisa branca e um saia, uma sandália baixa e desci. Ele elogiou e fomos. Dentro do carro ele falava empolgado dos meses que passará fora, de como havia sido benéfico para sua carreira e que uma multinacional estrangeira havia entrado em contato com ele, onde passaria por testes e se passasse seria necessário se mudar e completou dizendo que queria muito que eu o acompanhasse. Naquele instante eu fiquei tonta, não disse nada apenas respirei fundo. Chegamos ao restante japonês que ele tanto gostav, fomo para a área rereservada e ele continuou a falar sobre tudo o que havia feito durante o período que havia morado fora.
É enengraçado, quando amamos uma pessoa ele pode recitar a eguinha pocoto que é o melhor assunto do mundo, quando a paixão, o amor e o tesão morrem qualquer assunto por mais interessante que seja se torna um martírio. E era assim que eu me sentia, não aguentava mais ouvir a voz dele. Ele continuava falando sem parar, em momento algum perguntou como eu estava, nem quis saber nada a meu respeito. Naquele momento eu percebia como eu havia perdido minha identidade ao lado daquele homem, que só pensava nele, era nítido que ele tinha a certeza de que o meu mundo deveria girar ao seu redor. Quando acabamos o jantar entramos em seu carro ele foi me levando por um caminho diferente disse que queria namorar e que me levaria a um lugar diferente. Pedi desculpas e disse que teríamos que deixar para outro dia afinal além de estar naqueles dias, eu teria plantão no hospital e começaria as 07h e por isso precisava descansar. Ele ficou insatisfeito, fechou a cara e me levou calado pra casa. Nos despedimos ele nem me beijou, a verdade era que quando ele se sentia contrariado isso era um dos motivos que me desiludia dele.
No outro dia fui pro hospital cedo e aquele lugar era meu refúgio ali eu me sentia bem, feliz e realizada. E o Ricardo não entendia isso. Havia transcorrido mais da metade do meu plantão, quando me esbarrei com o Leandro, me cumprimentou carinhosamente, me perguntou como eu estava e que horas meu plantão acabava e me chamou para um café e meu coração falou antes da razão, aceitei.
Saímos do plantão e fomos tomar café, começamos a conversar e era incrível a semelhança de gostos e tudo, aquilo foi nos envolvendo e no fim acabamos por trocar o número de celular.
Cheguei em casa nas nuvens parecia ter 15 anos de idade. Tomei meu banho e quando saí vi que havia uma mensagem não lida, abri e era dele e dizia:
- Dra, muito bom ter tido a oportunidade de conversar mais com você! Chegou bem em casa? Boa noite, bom descanso e lindos sonhos!
Quando acabei de ler meu coração estava aos pulos, eu me sentia viva! Minutos depois, ainda estava de toalha o celular toca e é o Ricardo querendo conversar só que teria que ser pessoalmente, eu disse que tinha acabado de chegar do plantão, que estava um pouco cansada e que era melhor deixarmos para depois, mas como ele nunca podia esperar disse que já estava chegand. Meu coração se entristecia novamente. Coloquei um moletom, chinelo e fiz um rabo no cabelo
desci e ele já me esperava na porta da minha casa,entrei no carro já que ele nem quis descer. Ligou o carro e começou a reclamar, dizendo que eu não ligava para ele, que sempre colocava minha profissão a frente do meu amor, que eu era egoísta e que se eu quisesse continuar com ele eu teria que escolher, ou eu parava de dar plantões e dava a atenção que ele merecia ou não daria pra continuar. Fiquei sem reação naquele instante, como assim ele queria mandar na minha vida?? Pedi pra voltar pra casa e ele perguntou se eu não diria nada, respondi que diante da idiotice que acabara de ouvir ia fingir que não tinha escutado, ele ficou com raiva, me levou pra casa e mandou eu ir me ferrar.
Ótimo era o que eu precisava pra colocar um ponto final na relação e seguir em frfrente.
Continua...