A EXPERIÊNCIA OU A NOITE DAS SURPRESAS

Um conto erótico de Tom Miranda
Categoria: Homossexual
Contém 1436 palavras
Data: 03/04/2015 15:46:00
Última revisão: 10/07/2015 23:30:21

Foi numa noite úmida que tudo começou.

Os amigos estavam conversando como usualmente faziam sempre que possível. De um deles, todos já sabiam a verdade - palavras de sua própria boca -, do outro, no entanto, ele dizia- se “normal” apesar de seus desvios e das suspeitas de todos. “Talvez ele goste dos dois e não saiba” - debatiam juntos as atitudes suspeitas, sem, é claro, ele saber. Havia também uma amiga que gostava de “amigas” e uma amiga virgem; nada pura, virgem.

Mas essa noite fora diferente, foi então que surgiu a proposta.

Os quatros sempre respeitaram e defenderam as diferenças dos outros, isto os fazia especiais e cada vez mais íntimos. Não tinha segredo com os outros.

Como os segredos entre si não existiam, conversavam sobre tudo. E nessa noite, não fora diferente. Assistiam vídeos pela tela celular e falavam besteiras habituais de jovens. Perguntavam ao amigo diferente o que ele já houvera feito de diferente sobre a cama, este ria e dizia não ter feito, ainda, nada de mais. As brincadeiras se estendiam e este convidava ao amigo para fazerem algo diferente.

As risadas eram verdadeiras e muitas vezes altas, e as provocações do amigo àquele diferente se estendiam em mãos que a certo momento - ao amigo diferente - chegavam a ser constrangedoras, pois o excitavam. Isto ele não poderiam demonstrar, estavam brincando e nada mais além.

Foi então que surgiu a proposta.

A amiga virgem que de nada pura tinha, sobre risos brandos indagou:

- Por que vocês dois - amigos - não se permitem ter uma experiência juntos? Ambos são experientes, porém um de vocês nunca esteve com outro homem e todos suspeitam de suas atitudes, por que não tentar? Não seria uma experiência interessante para ambos?

- Já fui ao motel com um amigo - disse o diferente - e na hora ele não funcionou sob a razão de sermos amigos, não quero que o mesmo aconteça, é frustrante. - Olhou todos a volta, rindo.

- Eu topo - disse o outro amigo, para a surpresa do outro.

As duas amigas riram, pois não acreditaram em tal fato, mas ele parecera está seguro e ter levado a aparente brincadeira bem a sério. Apoiou uma das mãos na perna do amigo - Eu falo sério! - exclamou. Todos se entre olharam e o coração do outro amigo palpitou. Ele está falando sério mesmo? Ou será apenas mais uma brincadeira? - ele questionava para si próprio.

- Então vocês vão mesmo ao motel? - perguntou a virgem surpresa. - Vamos, ué, porém eu tenho uma condição: vamos ao motel... nós quatro. Vocês duas também precisam se permitir à experiência. Topam? - o outro amigo interrompeu argumentando ser impossível aquele momento, já que uma era virgem e ela não poderia ter a sua primeira vez provindo de uma experiência qualquer.

- Eu topo - disse a amiga sem nenhuma resistência - vamos os quatro. - Você tem certeza do que diz? - perguntou o amigo - Sim! Claro. Vamos os quatro.

A amiga diferente ficou ali sem saber o que dizer, permaneceu calada para o resto da noite.

Então, ficou acertado entre eles: amanhã, às dezoito horas, iriam juntos a um motel.

Os amigos conversaram mais uns minutos e logo se despediram.

O amigo diferente carregando uma excitação diferente. Deitou a cabeça no travesseiro, mas aquela noite foi impossível descansar. Pensava a cada minuto que no outro dia estaria realizando uma fantasia e não uma experiência. Ele já desejava o amigo desde a infância, mas nunca tivera a audácia necessária para tal evento. O amigo, desde que soubera da sua diferença, às vezes colhia sementes que o excitavam ainda mais. Contudo, amanhã estaria realizando a sua fantasia, a sua vontade mais do que encarnada. Era seu amigo e ele o amava e amanhã teria o ápice de um contato mais intimo, mais intimo que aquilo seria impossível. Ele considerava como o ápice de seus momentos íntimos tê- lo visto nu no banheiro, agora estariam nu numa cama e isso não era tanto confortável, era um desconforto agradável. Naquela noite ele gozou do prazer solitário, em sua mente só o rosto e corpo do amigo.

A amiga virgem ria descontroladamente em casa. Sua cabeça maquinava como seria aquela futura noite. Sua mente já havia traçado um plano: ela não tinha intenção nenhuma de deitar com a outra amiga. Queria que os amigos pensassem isso, teria que conversar com a amiga.

Ele estava calmo e silencioso, colocava em mente que seria apenas algo novo em sua vida. Uma experiência nova e a vida por ser feita de experiências, fazia com que isso fosse necessário. Ele sabia que aquilo não alteraria seu jeito de ser, ele não deixaria de ser homem, mas e se ele não funcionasse, seria uma vergonha também - como relatado pelo amigo? Ele achava difícil, pois só de pensar no que poderia acontecer ele já sentia- se excitado.

“O que farei amanhã? Não posso fazer isso com a minha amiga?” - era sua cruz. Ela com certeza não conseguiria tocar na amiga como já houvera tocado em sua mulheres, via a amiga como uma irmã e não entendia o porquê dela ter aceitado tal condição.

Faltavam dez minutos para às dezoito horas.

Já espiava no portão para ver o amigo que morava bem em frente. A amiga que de inocente nada tinha já viera apertar a sua campainha as dezessete e trinta - ele ainda estava se preparando. Quando avistou o amigo ele saiu, juntos encontraram as outras duas e entraram carro, estava calados e não pareciam os mesmo da noite anterior. A mais falante era a amiga pura, essa falava bastante com se nada de mais estivesse para acontecer.

Chegaram no motel e pediram dois quartos lado a lado. O atendente olhou para eles com certa curiosidade, em seguida entrou duas chaves dizendo: - um casal no quarto treze e um casal no quarto quatorze, segundo andar. Eles se entre olharam e riram, mas riram de tal nervosismo evidente e suas faces.

Teriam duas horas.

Com a porta trancada, os amigos estavam tão envergonhados que não conseguiam olhar um para o outro.

Encaravam o chão.

As amigas entraram no quarto, fecharam a porta e a virgem falou a diferente que elas apenas observariam os gemidos dos outros dois, para terem certeza que tal fato ocorreu. Entre elas nada haveria, a não ser fingirem que também estavam em ato. - É para o bem deles. - ela dizia. A outra amiga apesar de aliviada, não deixava escapar o peso da consciência que a dizia estar errada. Ela pensava na outra amiga e na sua capacidade surpreendente de ser manipuladora, ele começou com tudo isso, eles podem estar na cama agora por culpa dela. E se algo desse errado? E se alguém descobrisse? - ela estava ao mesmo tempo calma e por dentro uma fera, não acreditara nessa armação toda.

Os amigos continuavam em silêncio. Tiraram os sapatos e mexiam no celular.

¬ - Rápido, vamos fazer alguma coisa. Eles estão muito calados lá. - ela disse para a outra que estava na cama refletindo. Uma começou, então, a pular na cama de molas que fazia um barulho forte e ensurdecedor, a outra batia na parede e imitava gemidos de atrizes pornôs.

No quarto ao lado, ouvindo tudo que acontecia, ambos levantaram a cabeça e se olharam pela primeira vez desde que tinham entrado ali. O amigo diferente foi ao encontro do outro, correspondido, beijaram- se com uma brutalidade digna da destreza masculina. As amigas continuavam barulhentas no quarto ao lado, enquanto eles mais do que barulhos, transavam de verdade. Seus gemidos eram altos, porém naturais. Os toques cálidos e verdadeiros. Os olhares estavam sempre em sintonia. Eles se conheciam, conheciam o corpo um do outro, já possuíam uma intimidade nata. Estavam apenas selando aquele pacto.

O gemido do prazer final fora de ambos tão alto que as duas na mesma hora, assustadas, apararam toda a algazarra que faziam no outro quarto e ficaram caladas e em silêncio. Era como se fosse um respeito àqueles dois que acabaram de se amar.

Saíram do local sem trocar uma palavra. Apenas sorrisos. Seguiram direto para casa onde se despediram e seguiram direto para suas intimidades.

As duas amigas riam com os seus segredos. Os outros dois estavam reflexivos sobre o que houvera acontecido.

Uma semana depois se encontraram para beber e a vida continuava normal. Os amigos também tinham as amigas em segredo, apesar de tudo, achavam que elas também houvessem estado juntas naquela noite. Eles comentaram sobre tudo.

Eles disseram a verdade.

Elas contavam uma mentira deslavada.

Os dois amigos tornaram- se mais íntimos ainda. Sentiam a falta um do outro. E quando convinha, estavam juntos. Ainda como amigos, mais íntimos do que nunca.

E assim seguiram a vida.

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