Antes de começar, pela SEGUNDA VEZ eu peço a vocês que não tentem adivinhar a história dos contos. Eles já estão totalmente escritos na minha cabeça, e tem um leitor do Iniamigos que está dizendo que adivinha a história. Está totalmente errado ! E eu já afirmei também que este conto, Iniamigos não será escrito totalmente por mim. Eu serei apenas um supervisor da história que eu já criei. E não vou esquecer deste conto. A gente para de postar 2 dias e as pessoas vem com "Esqueceu do Hetero ?", " Deixou de lado o Homem Poderoso". Nós autores não temos todo o tempo pra escrever. É só ter calma e os contos serão postados. Agora vamos lá. E pra quem não viu meu comunicado no conto Hetero ?, eu pedi desculpas pela contradição do último texto, afinal elas acontecem até com atores profissionais e ninguém está imune, e afirmar que já concertei. E não, não vou parar de escrever nenhum conto. Só que eu, Gustavo, só escrevo agora Hetero e Homem. Iniamigos é escrito por outra pessoa, mas com a minha supervisao, pois a história e minha e como estou sem tempo pra desenvolver, pedi ajuda a alguém.
Cap.15
O táxi parou bem na frente daquele cemitério. Ao sair do carro, eu senti um forte tremor dentro de mim. Sim, era ruim voltar aquele lugar. Sim, tremia. Sim, diversas lembranças vinham a minha cabeça naquele momento e me deixavam ainda mais pra baixo. Lembrei de eu e meus tios adentrando aquela mesma porta 1 ano atrás. As lágrimas que rolaram do meu rosto. Os caixões sendo levados. Me lembrei do velório e o clima hostil que este se encontrava. Enfim, muitas lembranças voltaram de uma vez só.
- Você está bem, Isa-Chan ?- Shingyouji me olhou, enquanto meus cabelos voavam.
- Mais ou menos - fomos andando lentamente por dentro daquele lugar. Ele me seguia, estava perto de mim. Sua presença estava sendo reconfortante e me fazia relaxar. Logo vi meus tios. Quando ele me viram, correram e me abraçaram.
- Isaac !!!- chorei naquele momento. Estava com saudades deles e ao mesmo tempo angustiado
- Oi, tios !- eles acariciaram meu rosto.
- Como é lá ? Você esta mais magro ? Tem trabalhado muito ?
- A gente pode conversar depois, tia ?
- Claro filho !- vi Shingyouji se aproximar.
- Ah, este é Shingyouji, meu chefe e... Bem... Mais que um amigo - eles não perguntaram mais nada naquele momento.
- Hajimemashite !- ele falou japonês, e foi quando eu o alertei.
- Eles não falam japonês !
- Ah é !- vi ele esticar a mão para o meu tio e falar, cheio de sotaque - Mui-to Pa-zer
- O prazer é meu - meus tios sorriram.
- Eles disseram que gostaram de você- olhei pra eles - ele não fala português.
- Percebi, pelo sotaque - mas logo aquele clima mais triste se formou.
- Vamos lá, Shing-Chan !- andei na frente e ele foi me seguindo. Lembrei de cada passo que dei um ano atrás naquele mesmo corredor, em direção a mesma latrina. Sim, eu lembrava perfeitamente o caminho. As lágrimas já rolavam sem eu precisar pedir. Elas apenas saiam. Lembrei dos momentos bons com eles.
"- Mas como esse peru está ótimo, mae !
- Obrigado filho !- ela sempre acariciava meu rosto
- Temos que agradecer, gente - agora Michael tomava a palavra - agradecer a Deus por termos uma ceia de natal tão farta quanto essa, e por nossa família estar sempre unida.
- Amém !- todos repetiam juntos.
- E pedir pra que isso nunca se acabe !
- Nunca ! "
Mas acabou. Eu não teria mais natais como aqueles. Agora minha familia se resumia aos meus tios. Não tinha mais país, nem mães, e nem irmãos.
- Porquê ?- sussurrei pra mim mesmo, enquanto as lágrimas caiam e eu olhava aquelas latrinas - porquê eles foram levados de mim ? - nem o abraço de Shingyouji me acalmou - me diz, Shingyouji ?
- Eram os planos do destino pra você, Isa-Chan !
- Como o destino foi cruel comigo !- joguei meu rosto na camisa dele. Não queria nem ler aqueles nomes na latrina - eu os amava tanto. Eu ainda os amo. Porquê me levar eles três ? Eu sempre precisei tanto deles ! Sempre fui tão feliz com eles ! Sinto tanto a falta deles ! Eu ainda estou tendo que aprender a viver sem eles, Shingyouji ! Foi eles que sempre me deram força ! Foi eles que me deram uma direção e um sentido pra buscar cada vez mais mudar o mundo. Agora eu tenho que caminhar sozinho, carregando essa dor !- chorei muito- como DOI !- quando olhei para o seu rosto, vi que ele também estava lagrimando comigo. Ele compartilhava o meu sofrimento.
- Sabe no que eu pensei quando minha irmã me deixou ?
- No que ?
- Eu sempre imaginei que agora ela estaria em um lugar melhor, cuidando da nossa vida de lá.
- Mas...
- Eles nunca se separam de nós, Isa-Chan, eles apenas vão para um outro lugar, nos ajudando a cuidar de nossas vidas e superar as dificuldades. Eu sei que a saudade dói, mas eles são imortais ! Eles sempre existirão aqui- ele apontou pro meu coração- e lá !- falou, apontando pro céu. Por um momento pude obter um pouco de alivio depois de diversos minutos. Imaginei minha família me observando, lá de cima !
- Mae, pai, irmão... De onde vocês estiverem, quero que saibam que eu nunca esquecerei de vocês ! E que eu os amo demais ! Com toda a minha força - deixamos os nossos buquês na latrina e fizemos uma oração.
" Pai Nosso que estás no Céu
Santificado seja o vosso nome
Venha a nós o vosso reino
Seja feita a vossa vontade
Assim na Terra como no Céu
O pão nosso, de cada dia nos dai hoje
Perdoai as nossas ofensas
Assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido
E não nos deixeis cair em tentação
E livrai-nos do mal !"
- Que oração é essa, Isa-Chan ?
- Se chama Pai Nosso, e é muito conhecida aqui.
- Pai... Nosso ?
- Isso, Shing-Chan...
- Gostei, vou querer aprender.
- Pode deixar, eu te ensino.
- Vamos embora, Isaac ?- olhei para as latrinas mais uma vez, e decidi partir
- Vamos. Mas no ano que vem, eu volto.
TEMPO DEPOIS
Eu, Shingyouji e meus tios decidimos ir ao Iguatemi Shopping.
- Ainda continua igualzinho a quando eu sai daqui- falei, vendo o movimento das pessoas, e lembrando o quanto minha família gostava daquele shopping.
- Eu vou ali naquela loja comprar Temaki, você quer ?- Shingyouji falou.
- Quero. Mas se você não encontrar alguém que fale japonês ou inglês lá, me chama que eu compro.
- Tá bom - vi ele se distanciar. O observei.
- Vocês estão namorando ?- minha tia perguntou
- Pra dizer a verdade nem eu sei.
- Como assim ?
- A nossa relação não é só amizade, mas não houve um pedido. Nem nos beijamos ainda.
- Ah, então não é namoro. Mas você gosta dele ?- sorri.
- Gosto - eles sorriram comigo.
- Quer dizer que você saiu do Brasil pra encontrar um namorado bilionário japonês que anda em shopping ?
- Basicamente isso - rimos - Mas ele tá acostumado. Lá no Japão não é que nem aqui, que a imprensa fica em cima dos famosos. Então a gente sempre sai juntos.
- Entendo. E ele tem família ?
- Ele tem até um filho.
- Mentira ?
- Sério. Bem, na verdade e sobrinho dele, mas a mãe do garoto, irmã dele faleceu, e ai ele aceitou criar o garoto. É uma gracinha o menino, e a gente se dá super bem.
- Eu acho que ele gosta de você.
- Será ?
- Sei lá, o jeito como vocês se tratam, e se olham. Aquele abraço no cemitério não era coisa de amigo.
- Mas já é normal entre nós- vi que ele não teve dificuldade, pois havia encontrado um funcionário japonês na temakeria que estava até tirando foto com ele.
- E como é o Japão ?
- Ah, eu gostei bastante, vocês devem ir. Bem, é meio apertado, bem apertado, mas é muito menos caótico que aqui. O crime é bem mais baixo, e os serviços são ótimos. É um país prático, e extremamente lindo. Tia, tem um monte lá, o Monte Fuji, que é a coisa mais linda pra se ver de longe. Tem uns templos lindos, e as montanhas, são incríveis. As lojas de lá, nos enlouquecem. Enfim, é um pais incrível pra se viver.
- E essa história de terremoto ?
- Ah, nem me fale. Estavamos lá no meu apartamento, inclusive tenho até fotos pra mostrar - mostrei a eles- enfim, quando a TV anunciou que ia tremer. Dai só deu tempo pra segurar algumas coisas pra não cair, abrir a porta e pegar documento. Tremeu bastante, algumas coisas caíram, mas como lá no Japão terremoto acontece bastante, nada além de alguns vasos quebrados foi o rastro.
- Lindinho o seu apartamento filho ! E tem uma vista linda da cidade, né ?
- Humrum... Mamãe iria adorar.
- Eu sei - logo ele voltou com a bandeja.
- Você não vai acreditar !
- O quê ?
- Um amigo meu, do colegial, é dono dessa rede !- falou, apontando pra loja de comida japonesa.
- Sério ?
- Humrum !
- Interessante - meus tios nos olharam com Aquela cara de "falaram tudo, menos português !"- ele está dizendo que o dono daquele restaurante japonês é amigo dele.
- Ah- meus tios sorriram- você ficou fluente rápido.
- Não foi difícil, eu já fui daqui sabendo muita coisa. Só tive que aprender alguns kanjis novos, e então eu me adaptei muito rápido.
- Que ótimo !
- Hum, tá gostoso isso !- falei, olhando pra ele.
- Faltou o Wasabi - ele já ia se levantar.
- Não inventa que da última vez eu quase fico bêbado de tanto beber vinho !- ele riu.
- Namorados !- minha tia cochichou, mas eu ouvi.
- E ele torce pra algum time ?- meu tio perguntou.
- Shingyouji é palmeirense, assim como eu !
- O que quer dizer "paumeilense" Isa-Chan ?- RI
- Palmeirense Shing-Chan, é quem torce pro Palmeiras !
- Ah, o time de futebol...
- Isso !
- Porquê vocês não vão no estádio domingo ?
- Nós vamos. Ele quer ver o futebol brasileiro.
- Lá no Japão tem futebol ?
- Tem... Mas a gente não tem muito tempo pra ver, por causa do trabalho, né ?
- Hai !- ele me olhou, e eu RI, pois ne ou né em Japonês significa Ei.
- Não foi nada
- Bobão !
- Mas vocês tem trabalhado muito ?
- Bastante. Ainda mais agora que eu sou diretor de produção, e ele que é presidente, o trabalho é enorme.
- Eu imagino...
- Dá bastante trabalho controlar todas as fábricas da empresa no mundo. Mas o salário é ótimo.
- Bem que eu queria um emprego lá !- meu tio falou.
- Se candidate tio, a nossa filial do Brasil está precisando muito de funcionários, depois de uma demissão equivocada. Quando eu ver seu cadastro eu dou o meu jeitinho e te coloco pra dentro, eu sei que você é competente e tenho certeza que Shingyouji vai achar ! - ele me olhou, por eu ter mencionado o nome dele.
- Ei ?- ele falou.
- O quê ?
- Como faz pra eu dizer que a sua tia é bonita ?- eu RI.
- Ele achou a senhora bonita tia !
- Ah, como se diz obrigado em Japonês ?
- Arigatou Gozaimasu ! - ele sorriu
TEMPO DEPOIS
A noite foi muito mais agradável do que eu imaginei. Depois daquela tarde triste, eles conseguiram levantar todo o meu astral e eu fui pra casa feliz. Feliz por ter tido aquela oportunidade de estar com eles, de estar com ele.
- Tenho certeza que seus tios são bem simpáticos, é um pena eu não conseguir entender - entramos no flat e imediatamente eu tirei meus sapatos que já estavam doendo no meu pé.
- É, mas você vai aprender e logo quando vir aqui no Brasil vai conseguir falar algumas coisas.
- E vai ter outra vez ?
- Bem, se depender de mim vai - ele sorriu.
- Vem cá, eu quero te falar uma coisa !
- Tá bom- ele entrelaçou nossas mãos e nos puxou até a varanda. Naquele momento, São Paulo se encaminhava para as suas residências. O sol já havia desaparecido, e as estrelas eram quem comandavam o ambiente.
- Você já prestou atenção na Estrela Cadente ?
- Não.
- Ela chega de repente e deixa uma marca em nós !- ficamos observando o céu, em busca de uma- assim foi Você comigo, Isa-Chan !
- Hã ?
- Você foi como a estrela cadente. Chegou de repente, e deixou uma marca enorme e indescritível dentro de mim.
- Se-serio ?- meu coração bateu forte.
- Hai ! Mas a estrela cadente tem um mal. Ela vai embora rápido - neste momento ele olhou pra mim- e eu espero que você não vá rapidamente pra longe de mim - ele respirou fundo - Isa-Chan... Eu te Amo !
Continua
Gostaram ??? Obrigado por comentarem e por favor leiam direto o aviso dado no começo do conto. Beijos