- Papa, nós não vamos aprontar nada, fique tranquilo!
- Então falem logo de uma vez!
- Bruno, as alianças! – Eu ouvi ela sussurrar para o meu namorado e entregar uma caixinha preta pra ele.
- Bom, nós sabemos que nós não estamos namorando há muito tempo, mas o tempo que nós estamos juntos foi o suficiente para percebermos que somos loucamente apaixonados um pelo outro. Nosso amor é baseado em muito respeito, muita cumplicidade e muita compreensão. Eu, particularmente, não via a hora desse momento chegar por que eu tenho mais do que certeza que o Antoine é o homem da minha vida, com ele eu me sinto cada dia mais feliz, cada dia mais entregue à uma força única que controla e guia o nosso amor. Portanto, hoje, na frente dos nossos amigos e da nossa família, eu queria informar-lhes que nós vamos nos casar...
- Pas vrai! (Mentira!) – Maman estava com os olhos arregalados e sorrindo.
- Antoine – Bruno chamou a atenção para ele – eu sei que tu já aceitaste meu pedido, mas quando eu te pedi em namoro eu disse que em breve nós trocaríamos essa aliança prata por uma dourada e que também a trocaríamos de mão, então, essas são nossas alianças de noivado, eu disse que eu queria fazer tudo nos conformes, não foi? Então, amor, aceita casar comigo?
- Seu maluco! Claro que eu aceito! Já aceitei!
Ele pegou na minha mão novamente, tirou a aliança prata e entregou pra Jujuba.
- Sua cretina, depois acerto minhas contas contigo!
- Também te amo, amigo!
Ele pegou a aliança dourada, que era linda, e colocou no meu dedo. Eu peguei a mão dele e fiz a mesma coisa. Depois eu coloquei a aliança dourada na mão dele, ele me deu um selinho e aí sim o drama de Maman começou.
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!!!! MON BEBE VA SE MARIER!! C’EST ÇA? C’EST VRAI? MON DIEU! MON BEBE VA SE MARIER ! IL VA SE MARIER ! MES DEUX FILS VONT SE MARIER ! (Aaaaah !! Meu bebê vai se casar ! É isso? Verdade? Meu Deus! Meu bebê vai se casar! Ele vai se casar! Meus dois filhos vão casar!)
- Maman, menos, maman ! – Eu estava sorrindo.
- Filhote! – Papa pegou no meu braço e me puxou para um abraço – Eu estou muito feliz com esse casamento! Vocês nasceram um para o outro, isso está claro para todo mundo! Ai, meu Deus, meu bebe vai se casar!
- Sai, pra lá Carlos! – Maman estava muito, mas muito eufórica mesmo. Ela me puxou dos braços de Papa - Mon chéri, pouquoi tu as caché ça de moi? Mon Dieu, tu vas te marier!! Je suis trop heureuse ! – (Querido, por que tu escondeste isso de mim ? Meu Deus, tu vais te casar ! Eu estou tão feliz!) - Ela puxou o Bruno também e nos abraçou – Mes fils vont se marier ! Superbe ! Quand est-ce que sera le mariage ? (Meus filhos vão casar ! Espetacular ! Quando vais er o casamento ?)
- En décembre, maman ! On a choisi le 30 décembre pour fêter notre bonheur. (Em dezembro, maman ! A gente escolheu dia 30 de dezembro para festejar nossa felicidade)
- Le 30 décembre ? On va organiser une très grande fête. (Dia 30 de dezembro ? A gente vai organizar uma festa imensa !)
- Ouais ! Mais, maintenant, on va commencer à chercher une nouvelle maison. (Sim ! Mas, agora, a gente vai começar a procurar uma casa nova)
- Joana, ta tante, elle peut t’aider ! (Joana, tua tia, ela pode te ajudar)
- Oui, je peux t’aider, chéri ! (Sim, eu posso te ajudar, querido!) – Minha tia se manifestou ao escutar o nome dela.
- Merci, tata ! Maman, il faut qu’on parle en portugais. (Obrigado, titia ! Maman, a gente precisa falar em português)
- Ah, d’accord ! Ai, vocês vão se casar !!! – Ela estava muito feliz.
Papa também estava feliz, mas ele estava um pouquinho triste, eu pude perceber só de olhar para ele. Depois que maman nos soltou, meus amigos vieram nos abraçar.
- Sua cretina! Como tu ajudas o Bruno a comprar as alianças e não me fala nada?
- Era surpresa, né amigo? E eu também precisava fazer algo por vocês depois de eu já ter feito muita besteira.
- Nem começa a lembrar disso! Obrigado, tá? Mas se tu fizeres isso mais uma vez, eu te prometo que eu vou até a tua casa de madrugada te deixo careca e corto todas as tuas unhas.
- Credo, bicha má!
- Experimenta pra ti ver! – Ela me soltou e o Dudu me abraçou.
- Mano, tô sem ar! Solta um pouquinho, solta! – Ele quase quebra meus ossos (dramático? Eu? Imagina!) de tão forte que foi o abraço.
- Eu tô muito feliz, muito, muito, muito feliz por ti! Que bom que tu ouviste teu coração!
- Obrigado, mano! Eu tenho um convite a te fazer...
- Que convite?
- Tu queres ser meu padrinho?
- Sério isso?
- E eu lá ia brincar com isso, Dudu?
- Aaaaaah, moleque! Chupa essa Jujuba! – Ele sorria e dançava em volta da mesa.
- O que foi, cachorro?
- Eu vou ser o padrinho de casamento do Antoine, chupa essa!
- Dudu, na verdade, ela vai ser a madrinha!
- RÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁ!!!! QUEM É QUE VAI CHUPAR O QUE AGORA? TOMA OTÁRIO!
Eles ficaram brigando por um tempinho.
- Sim, vocês aceitam ou não?
- CLARO QUE SIM! – Os dois gritaram.
- Parabéns, amigo! – A Loh me abraçou
- Obrigado, Loh!
- Parabéns, meu filho! – Tia Joana foi me abraçar, mas eu não senti que ela estava muito feliz.
- Obrigado, tia! Tá tudo bem? A senhora não está muito contente, né?
- Não, imagina, eu estou muito feliz por ti! Mas é que é impossível não pensar que se o Thiago não tivesse feito besteira, era ele que estaria aí, não que o Bruno não mereça toda essa felicidade, mas... ah... deixa pra lá.... Não era para eu estar falando essas coisas.
- Tudo bem, tia, eu lhe entendo! Eu queria lhe pedir uma coisa, na verdade.
- O que, meu amor?
- Converse com ele? A senhora sabe conversar com jeitinho, não deixe ele fazer mais besteira. Eu não quero vê-lo mal.
- Converso, sim! Eu quase morri do coração quando a Ange me contou toda a história. Eu, sempre que posso, o acompanho nas reuniões lá dos narcóticos.
- Pois é, eu não quero que ele sofra, tia. Eu sei que vai ser difícil pra ele...
- Tu ainda gostas dele?
- Claro que sim! Ele sempre foi meu amigo, meu irmão, meu parceiro, meu confidente, até meu amor ele já foi, mas esse último acabou.
- Eu queria tanto ver vocês juntos novamente, eu sei que como casal é impossível, agora, mas eu queria que vocês voltassem pelo menos a serem amigos.
- Vamos dar tempo ao tempo, né tia? Ele ainda não está pronto pra isso, minha presença só iria dificultar as coisas pra ele.
- E o intercâmbio? Tu vais? Vocês vão ficar seis meses juntos.
- Pois é, não sei se eu vou, não! Todo mundo quer que eu vá, até o Bruno, mas eu não estou com muita vontade, não.
- Mas isso tudo por causa dele?
- Também, mas é que eu vou casar em dezembro e logo no outro mês eu devo viajar, eu não queria deixar o Bruno aqui por seis meses.
- É, realmente é uma situação difícil!
- Manooooooo! – Anne veio correndo me abraçar – Parabéns, parabéns, parabéns!!
- Obrigado, Anne!
- Mano! – Guillaume me abraçou assim que a Anne me largou – o Bruno vai ser nosso tio agora?
- Acho que tá mais pra irmão, né Gui?
- Ah, mas ele parece mais tio!
- Nossa viajam tá de pé, viu? Quando eu for eu te ligo e passo aqui pra te buscar.
- Tá!
- Vamos jantar! – Maman nos chamou novamente.
Todos nós voltamos a nos sentar e assim que todo mundo já estava acomodado, Papa se levantou e ergueu a taça de vinho.
- Eu queria fazer um brinde! Um brinde a felicidade dos meus dois filhos que vão dar um passo muito importante em suas vidas. Que vocês possam ser muito felizes juntos, mais do que já são. Sim, eu tenho certeza que todos nessa mesa sabem o quanto vocês fazem bem um para o outro, todos sabem que vocês se amam. Bruno, eu estou muito feliz em ganhar mais um filho! Seja muito bem-vindo a nossa família.
Eu vi uma lágrima escorrer dos olhos do meu amor. Eu peguei na mão dele por debaixo da mesa e ela a apertou.
- Um brinde a felicidade dos meus filhos!
Todo mundo levantou e brindou. Nós comemos e nos divertimos aquela noite. Em um determinado momento da noite eu encontrei Papa sentado na escada, já estava bem tarde.
- Papa, por que o senhor está triste?
- Não estou triste, não!
- E por que o senhor está com essa cara?
- É que agora eu sei que tu não voltas mais pra casa. Agora tu vais ter tua própria família.
- Papa, eu já não moro aqui há muito tempo e nem por isso vocês deixaram de ser minha família. O senhor sabia que o Bruno quis fazer esse jantar só por causa do senhor? Ele queria lhe contar pessoalmente.
- É por isso que eu gosto desse sacana! – Ele sorriu.
- O que eu estou querendo dizer, e que por mais que eu vá me casar, vocês não deixarão de ser importantes tanto para mim quanto para o Bruno. Saiba, que toda vez que o senhor chama ele de filho, ele fica muito emocionado. Ele gosta muito do senhor e da maman. Se vocês o adotaram como filho, ele adotou vocês como pais.
- E a família dele, bebe?
- Esse é um assunto bem complicado, papa! Eles não querem saber do Bruno, não falam com ele há muitos anos.
- Não entendo como um pai pode ficar longe do filho.
- Eu também não, mas nem todas as famílias são como a nossa, né?
- Eu já estou sofrendo só de saber que tu vais ficar seis meses na França...
- E quem disse que eu vou?
- O Bruno!
- Mas ele está muito enganado, eu ainda não me decidi.
- Mas ele quer que tu vás.
- Eu sei! Mas eu não quero ficar seis meses longe dele, né Papa? A gente vai casar e se separar? Isso é incoerente!
- Mas se ele está te apoiando, por que não aproveitar essa oportunidade, filhote?
- Não sei, papa! Eu ainda tenho muito tempo para pensar.
- Ah, vocês estão aqui! – Guillaume apareceu.
- Sim, bebe!
- Mano, tô feliz por ti! – Ele me abraçou – Eu gosto muito do Bruno!
- Que bom, Gui!
- E o Thiago? Cadê ele?
Papa me olhou e arregalou os olhos.
- É que nós ainda não estamos nos falando muito bem.
- Poxa, mas ele sumiu daqui de casa! Quem terminou o namoro com ele foste tu e não eu!
Meu irmão era louco pelo Thiago, mas também ele fazia todas as vontades do Gui, eles eram viciados no tal do vídeo game. Eles passavam horas jogando, só o Gui tinha o poder de fazer o Thiago sair um pouquinho do meu pé.
- Filhote, isso não é assunto para falarmos hoje! – Disse papa para o Gui – Bebe, me conta como vai ser esse casamento?
- Nós ainda estamos decidindo, Papa, mas já sabemos que casar, casar a gente não pode. Então, nós vamos assinar um termo de união estável e fazer uma cerimônia simbólica.
- Mas essa cerimônia vai dar o que falar, viu? Tu sabes que tua mãe vai querer fazer A festa.
- Eu sei! O Bruno também quer A festa, e eu acho que até eu quero. Mas nós já decidimos o que vai ser!
- O que vocês decidiram?
- A gente vai fazer um luau!
- Isso não é careta demais, não?
- Mas eu não vou fazer um luau vagabundo, né Papa? Quero um luau chique! – Falei fazendo bico.
- Não sei onde tu vês diferença, mas tudo bem! – Ele disse rindo de mim.
- Amor, vem cá! – Bruno me chamou, ele estava conversando com Maman.
Eu fui até eles.
- Oi!
- Amor, eu estava contando pra Ange como vai ser nosso casamento e ela adorou, não foi Ange?
- Isso mesmo! Chéri, vai ser maravilhoso! Nós vamos fazer uma super festa!
- Eu estava falando disso agora com o Papa, sabiam? Nós estávamos falando justamente da senhora, maman! Ele disse que a senhora iria querer fazer isso mesmo!
- Claro, chéri! Tu vais casar! Ah, meu bebe vai casar!! – Ela foi até a cozinha pegar uma nova garrafa de vinho. Ela estava agindo que nem uma maluca.
- Vem comigo? – Eu falei para o Bruno.
- Sim!
Nós fomos saindo de fininho e fomos para a área da piscina. Nos sentamos em uma espreguiçadeira que tinha lá.
- Feliz? – Eu perguntei para ele.
- Tu não podes imaginar o quanto!
- Posso sim! Também estou me sentindo assim!
- Obrigado por tudo, tá?
- Não sei ao certo o que tu estás me agradecendo...
- Por tudo! Por tu teres aparecido na minha vida e ter me deixado fazer parte da tua, por me fazer feliz, por ter me dado uma família maravilhosa, por ter me apresentado a pessoas boas de coração e doidas da cabeça e que hoje considero meus amigos. Muito obrigado, basicamente, por me fazer feliz a cada segundo da minha vida.
- Amor! – Eu limpei uma lágrima dele – Não chora! Eu faço tudo isso por que eu te amo e quero te ver feliz! Eu nunca mais quero saber daquele Bruno triste, viu? Eu só quero te ver feliz, tu mereces toda essa felicidade e muito mais!
- Eu te amo demais, Antoine! É tanto amor que não cabe dentro do meu peito!
Nós nos deitamos na espreguiçadeira e ficamos nos beijando. Nós só voltamos para a sala depois de muito tempo, nós precisávamos ficar um pouquinho a sós.
- Mas vocês são muito pilantras, como vocês desaparecem sem ninguém ver? – Perguntou o Dudu.
- Desaparecendo, ué! Quem mandou vocês serem patetas e não perceberem a nossa saída? – Eu falei.
- Bom, nós já estamos indo, a gente ia sem se despedir de vocês, quem mandou vocês sumirem?
- Falow, Duduzinho! – Bruno apertou a mão do nosso amigo – Obrigado por tudo, cara!
- De nada, Brunete! E segunda a gente começa a procurar a casa nova, né?
- Isso mesmo!
- Tchau, amigo! – Loh veio me abraçar – Tô muito feliz por ti!
- Eu é que estou feliz ao ver vocês juntos! Faço votos para que vocês sejam muito felizes!
- Obrigado! Mas não, ainda não temos nada sério!
Eu percebi a indireta para o Dudu.
- Rapariga, te desejo toda a felicidade também! – Ele me abraçou.
- Puta escrota adestrada, ela tá te dando indireta pra ti pedi-la em namoro! – Eu falei bem baixinho no ouvido dele.
- Sério?
- Claro, sua anta! Pede logo!
- Deixa comigo!
- Não me decepciona!
- Jamais! – Nós nos separamos.
Eles foram embora e depois deles a tia Joana também foi.
- Meu filho, vou dar uma olhada em umas casas e depois eu te falo.
- Tá! Tia, a gente queria ir na segunda atrás de algumas casas, a senhora poderia, até lá, já ter algumas?
- Claro! Mas como vocês querem?
- A gente quer casa nova, pode ser apartamento, mas dê prioridade para casa.
- Tudo bem! Meu amor, te desejo mil e uma felicidades, tá?
- Obrigado, tia! Não esqueça de conversar com ele, tá?
- Pode deixar com a titia aqui! Tchau, meu anjo!
- Tchau, tia!
Ela ainda abraçou meu futuro marido e desejo toda felicidade para nós. Nós ainda ficamos um pouquinho lá, mas também logo partimos. Nós ainda passamos para deixar a Jujuba na casa dela e só então fomos para a nossa casa.
COMENTÁRIO
Boa noite! Gente, tô dodói de novo, tive mais uma crise de renite, portanto, não comentarei nada, amanhã eu comento, tá?
Beijo em todos!