Apartir daquele momento, minha vida se resumia ao Ariel, cuidar de bebê dá muito trabalho, mas eu amava, me preocupava. O importante mesmo é que a minha vida estava perfeita com meu filho e o Olli. Triste engano.
Depois de uns dias percebi Olli estranho, dando indiretas.
Ele chegou do trabalho, tomou banho e veio me beijar, namoramos um pouco...
Eu: Vou olhar o Ariel!
Ele: De novo?
Eu: Amor, ele é um bebê, precisa de cuidados.
Outrou dia...
Estavamos namorando e aconteceu a mesma coisa...
Ele: Victor se o Ariel precisar de algo ele chora, é como uma buzina!
Eu: Não preciso esperar que ele chore para ir ve-lo, me preocupo!
Foi ficando mais sério...
Nos beijamos e o Ariel começou a chorar, levantei.
Ele: Porra Victor, toda vez que chego em casa você está com ele nos braços, cuidando dele, quando temos um momento só nosso ele chora ou você para pra ir vê-lo!
Marta foi vê-lo...
Eu: Claro Olliver temos que ter mais cuidado com bebês, mas eles vão crescendo e passa essa fase!
Ele: Porra e até lá você vai ficar assim? Toda vez que chego é mamadeira, fralda, ou outra coisa... Existem a Marta e a Gabi para fazer isso também.
Eu: Sim e elas me ajudam, mas eu quero fazer, o Ariel é importante para mim e não vou colocar toda a responsabilidade nas mãos delas.
Ele: Por isso que não queria ter um filho.
Eu: Ótimo, chegou onde eu queria ouvir, sabe muitas vezes você me disse isso, pensei que algo havia mudado depois do Ariel, mas pelo visto não. Olha Olliver, o Ariel foi dado a nós com amor, os pais dele morreram e ele está só, parou para pensar nisso? Ele só tem a gente agora, os pais dele nos escolheram para isso porque tinham confiança, fui muito sozinho, perdi minha mãe, e ele perdeu a mãe e o pai. Se você começar a agir assim vai nos perder porque não vou deixa-lo jamais.
Ele: Vic...
Eu: Não. Vou dormir com ele.
Na quarto do Ariel havia uma cama.
No dia seguinta acordei, Marta estava dando a mamadeira dele e já havia trocado sua fralda.
Eu: Martinha não precisava!
Ela: Vic eu faço com gosto, não se preocupe!
Olli apareceu de repente, não olhei para ele, nem falei. Ele também não fez. bebeu um copo de suco e saiu.
Ela: Vi que vocês brigaram ontem!
Eu: O Olli está reclamando porque não tenho tempo para ele!
Ela: Quase todo casal passa por isso, não se preocupe, tudo se resolve!
Eu: Espero!
Saí com o Ariel, tinha combinado de ir com Gabi passear um pouco, arrumei a bolsa do bebê com tudo que precisava e fomos para um parrk, estendemos uma toalha no chão, coloquei a cadeirinha na nossa frente.
Marta: Qual o problema?
Eu: Transpareço tanto assim? - Peguei um brinquedo e fiquei balançando na frente de Ariel.
Ela: Sim, da para ver de longe que você tem problema!
Eu: O Olli está reclamando porque o Ariel está me tomando muito tempo.
Ela: Olha, vocês são pais de primeira viagem e não por escolha, entendo o Olli.
Eu: Antes de tudo, quando falava que queria ter um filho, ele só me dava fora, agora estou preocupado dele não se acostumar sabe?
Ela: O Olli é uma boa pessoa Vic, olha essa carinha. - Ela pegou na bochecha do Ariel. - Quem não se derreteria por uma fofura dessas? O Olli só precisa de um pequeno tempo.
Eu: Espero que esteja certa.
Demoramos mais um tempo conversando, depois ela deu a ideia de irmos comer algo em alguma lanchonete...
Fomos...
Chegando lá, escolhemos uma mesa, pedimos... Coloquei a cadeirinha do Ariel na mesa, chamou atenção, todo mundo que passava, parava para mimá-lo.
Gabi: Vou ao banheiro.
Eu: Ok.
Algumas garotas ficaram brincando com ele e me fazendo perguntas sobre o nome, quantos meses, etc.
De longe eu vi o Olli com um colega.
Eu: Gente, dá licença, se minha amiga chegar, falem que estou alí onde está estacionada aquela viatura!
Uma delas falou: Ok.
Eu fui com o Ariel...
Eu: Amor, vamos ver o papai, vamos?
Estavam do outro lado do carro, na calçada, vi que estavam conversando, ouvi meu nome e me escondi com o Ariel do outro lado do carro.
Olli: Quando era só nós dois era lua de mel todo dia, mas agora as coisas estão diferentes, entende?
O outro: Claro, minha mulher quando teve minha filha, parece que só existia ela.
Olli: Eu amo aquele mulequinho, ele realmente é como um filho para mim, o problema não é o bebê, mas sou macho cara, preciso transar, e ele só pensa no bebê.
O outro: Os bebês tomam todo o tempo do mundo, vai por mim, só vai piorar, e a noite que é quando a gente quer mais eles não param de chorar!
Olli: Exatamente! Como você faz?
O outro: Procuro fora, o que não posso ter em casa.
Ah não, aquilo já foi o suficiente, parece que Deus me mandou naquele momento para ouvir tudo!
Ariel começou a chorar e eu saí detrás do carro.
Eu: Isso Olli, procura fora, vai lá! Mas dê adeus a mim e ao Ariel!
Ele: Amor espera!
Eu: Não.
Fui até a lanchonete e Gabi já havia voltado, ele me seguiu...
Eu: Gabi vamos embora!
Gabi: Mas porque?
Eu: Vamos.
Ele: Victor, vamos conversar, ok? As coisas não são assim.
Fui até o carro, estava nervoso demais, entreguei as chaves a Gabi, fui para o outro lado, entrei no carro e fechei a porta.
Vi ele com as mãos na cabeça.
No caminho ela me perguntou: O que houve?
Eu: Peguei Olli e um amigo falando de filhos, prefiro não falar agora.
Entrei em casa...
Eu: Gabi, pode cuidar um pouco do Ariel? Minha cabeça está cheia demais!
Ela: Claro querido. Vamos meu netinho.
Ela saiu com ele.
De repente Olli chega em casa.
Ele: Victor vamos conversar você queira ou não.
Eu: Sobre o que? Sobre você se satisfazer na rua?
Ele: Não. Eu nunca faria Victor!
Eu: Olli por favor, você só não respondeu porque o Ariel chorou na hora e você nos viu.
Parei um pouco e continuei. - Agora você vai me ouvir. Eu não escolhi o Paulo e a Ana morrerem e deixarem o Ariel nas nossas mãos Olliver, sempre falei a você que queria ser pai, mas por você tinha certeza de abdicar dessa vontade, pois sempre foi claro que você ao menos por enquanto não queria. Te amo, e você sabe disso, mas não vou abandona-lo porque você não está preparado, porque você não quer. Fiz uma promeça a Ana, e já aprendi a amar o Ariel como um filho. Então pensa, você quer ficar com a gente? Ou quer sua vida de solteiro? Enquanto isso não vou mais ficar aqui, vou para a casa do meu pai com o Ariel. Eu sinto muito, mas não vou ficar no mesmo teto que a pessoa que amo, com ela tendo dúvidas sobre mim e meu filho. O Paulo também deixou o Ariel nas suas mãos, mas se você não estiver preparado não se preocupe, eu cuido dele sozinho.
Tirei a corrente do meu pescoço.
Ele: Victor, não. Eu estou preparado.
Eu: Olliver você no momento está dizendo isso para que eu não vá. Por favor pense seriamente, pense no Ariel, um filho não é um brinquedo, agora não sou só eu, o Ariel faz parte de mim, onde quer que eu vá terei ele comigo, tenho um filho agora, se você me aceitar, aceitará ele também e vejo que para ele você não está preparado, não está preparado para a responsabilidade de ter um filho, e se não está, também não está para mim.
Entreguei na mão dele. Percebia que o Olli estava em dúvida pois a última vez que fiz isso, ele chorou e me pediu para não ir, mas dessa vez ele não disse nem fez nada.
Entrei no quarto do Ariel, ele estava no colo da Gabi, tenho certeza que ela ouviu tudo mas nada disse, apenas me olhou com cara de preocupação.
Tirei o Ariel de seus braços e o abracei.
Eu: Gabi, por favor, arruma as bolsas dele para mim? Vou arrumar minha mala.
Ela: Claro querido!
Eu saí, entrei no quarto, peguei minha mala e comecei a colocar minhas roupas dentro. No criado mudo tinha uma foto nossa, sentei na cama um pouco e não consegui segurar as lágrimas.
Marta entrou no meu quarto, também ouviu tudo.
Ela: Vou com você, quero continuar ajudando a cuidar dele.
Eu: Não Marta. - Enxuguei minhas lágrimas e respirei fundo, levantei. - Ele precisa de você, sempre teve você, cuide dele ok?
Ela me abraçou. - Quer ajuda com a mala?
Eu: Não precisa, ajude a Gabi com as coisas do Ariel.
Ela: Ok.
Fiquei só novamente. Peguei uma foto do Olli sozinho, amava aquela foto, ele estava com um boné e sem camisa, estava sorrindo, vi alegria em seus olhos, guardei dentro da mala, peguei uma camisa dele também, fechei tudo e saí.
Cheguei na sala e vi que ele não estava mais lá, havia saído.
Fui ao quarto e vi que a Marta e a Gabi tinham arrumado tudo, peguei a cadeirinha do Ariel, coloquei ele nela, dei um beijo em sua testa.
Eu: Vamos amor? - Peguei a cedeirinha e Gabi as bolsas.
Fomos até a sala, peguei minha mala de rodinhas e fui arrastando.
Marta: Pelo amor de Deus, o que está havendo com vocês? Vocês se amam, isso não era para está acontecendo.
Eu: Olli não tem dúvidas quanto a mim, tem dúvidas sobre o Ariel.
Marta me abraçou. - Essa casa vai ficar tão vasia, vocês deram vida a ela.
Eu: Vou sentir sua falta Martinha.
Ela: Não vai, porque vou lá todo dia.
Sorri um pouco. - As portas estarão abertas.
Saí com Gabi e Ariel, entrei dentro do carro e segui de volta para a casa do meu pai.
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Gente hj tive sorte porque deu para postar, mas se eu por ventura demorar, o problema é que estou sem net, deu um problema aqui em casa. Então, estão avisados.
Beijos gente.