Gente esta parte é tensa, boa leitura.
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Amanda: Não acredito no que estou vendo aqui!
Eu: Amanda, eu posso explicar tudo!
Ela: Você está seminú beijando o irmão do melhor amigo do seu amado "esposo" como você mesmo me disse ontem, nossa agora tenho certeza em como você ama meu irmão!
Eu: Pelo amor de Deus Amanda, acredita em mim, eu nunca trairia o Olli, você tem que acreditar!
Ela: E o que aconteceu que você quer que eu acredite? Deixa eu adivinhar: O Pedro te agarrou a força?
Eu fiquei sem jeito, ela nunca acreditaria em mim, Pedro não falava nada.
Ela: Seu gay safado! Eu sabia, eu tinha certeza, você acabou com a vida do meu irmão!
Ela saiu...
Pedro ainda estava no meu quarto, cheguei perto dele e dei um tapa em sua cara, depois dei bastante murros. - Você acabou com a minha vida, te odeio!
Ele segurou meus braços.
Eu: Sai daqui!
Ele: Victor...
Eu: SAI!
Ele saiu...
Com um tempo desci, Amanda estava lá embaixo com todo mundo, eu estava nervoso, não sabia o que ela estava pensando em fazer.
A tarde Olli apareceu, eu estava tremendo, todo mundo havia saído, só haviam ficado Amanda, eu e Pedro, os três pelo mesmo motivo...
Eu tinha medo do que Amanda poderia fazer e fiquei, Pedro creio que pela mesma coisa e ela estava armando algo e não saiu.
Os avós levaram Ariel.
Amanda: Olliver tenho que falar com você!
Eu estava sentado no sofá e levantei no mesmo instante, Pedro estava com um copo de bebida na mão e derrubou, espatifou cacos de vidro por todos os lados.
Olli: O que foi Amanda?
Eu falava que não com a cabeça quase que implorando.
Ela: O Victor te trai!
Ela falava com superioridade e com uma sobrancelha levantada, seus braços estavam cruzados.
Olli começou a rir.
Ela: Você está mesmo rindo?
Olli: Você acha que vou acreditar nisso?
Ela: Mas é a verdade, e é com o Pedro!
Olli: Amanda me da um motivo para confiar em você, garota você nunca gostou dele, mas agora está indo longe demais!
Ela: Toma. - Ela entregou o cel a ele, passou-se um tempo e ele olhou para mim, sua mão tremia, Amanda tinha um sorriso no rosto. - Eu sabia que você não iria confiar em mim, então tirei uma foto sem eles nem perceberem.
Olli partiu para cima de Pedro.
Pedro era parecido com Paulo porém tão forte quanto Olli, ambos eram grades. Mas Olli era mais bom de briga por sua profissão.
Ele montou encima de Pedro e desferia socos.
Eu: Parem pelo amor de Deus, Olli para!
A cara de Pedro estava coberta em sangue, Olli levantou e veio até mim, eu estava chorando demais...
Ele: Você foi uma decepção para mim.
O olhar dele era de puro ódio.
Eu: Olli por favor, acredita em mim, eu não fiz nada!
Ele: Tem uma foto sua só de cueca beijando um dos meus melhores amigos no nosso quarto enquanto eu estava no trabalho! Me fala o que é aquilo então...
Tudo ficou em completo silencio.
Ele: Eu burro morria de falar de você para ele...
Olli olhou para Pedro - Te deu tesão não foi? Tudo que te falei?
Pedro tentava levantar.
Eu: Olli...
Ele se aproximou de mim. - Não fala nada, não quero ouvir sua voz Victor, eu estou com nojo de você, nunca amei ninguém na vida como amei você.
Eu: Eu te amo...
Ele: Não fala eu te amo, eu estou avisando, o meu sangue está fervendo, estou com vontade de te partir em dois, você sabe como sou bruto....
Ele respirava ofegante, apertava os punhos, seus olhos estavam vermelhos.
Continuou: Todo o amor que sentia por você se transformou em ódio, nunca imaginei ser enganado assim por alguém na minha própria casa, na minha própria cama!
Eu: Eu não te enganei.
Ele: Já falei para ficar quieto, quanto mais você tenta se explicar, mais ódio me dar, todo este tempo, tudo que passamos jogados no ralo. Pode escrever com o Ariel você não fica, meu filho não vai ser criado com um promiscuo, um infiel como você!
Eu: Não Olliver, Ariel não, você não pode usar ele!
Ele: Usar? USAR?
Partiu para cima de mim e pegou forte no meu braço. - Como ousa falar que estou usando meu filho?
Eu: Está usando para me atingir, querendo descontar a raiva, sabe como ele é importante para mim!
Ele apertava mais meu braço, parecia que ia quebrar.
Eu: Você está me machucando!
Ele me sacudia.
Eu: Para seu bruto, me solta!
Olli deu um tapa no meu rosto com as costas da mão, foi quase um soco, fiquei zonzo e ele me jogou encima do Pedro.
Ele: Vocês se merecem, fica com seu amor Victor, e se você gostou tanto dele Pedro, pode ficar para você!
Subiu.
Levantei, o canto da minha boca sangrava, estava arruinado, acabado, Olli nunca havia me tratado assim, estava me sentindo um lixo.
Olhei para Amanda, ela estava espantada.
Eu: Satisfeita?
Andei cambaleando até o quarto, ele estava arrumando a mala.
Eu: Olli não!
Ele: Lembra quando você saiu daqui? Agora é a minha vez, lembro que você me fez sentir como um lixo, espero que se sinta igual. Victor para mim o pior é traição, não há nada no mundo pior que isso, você foi a pessoa que mais amei na vida e agora é a que mais odeio, a que fez o que mais repudio, eu odeio traição, não posso mais ficar no mesmo ambiente que você porque vejo a imagem de você com Pedro e me da vontade de vomitar... - Ele apertava tanto o cabide da roupa que estava segurando que o mesmo quebrou. - Já chega, não da mais para ficar aqui.
Saiu com mala e tudo.
Ajoelhei no chão e comecei a chorar, parei um tempo alí chorando, depois desci, ele estava falando com Amanda, olhou para mim e saiu porta fora, todo mundo estava chegando quando ele estava saindo...
Marta: Para onde você vai?
Ele: Não da para falar agora, só quero sair daqui, não consigo mais ficar aqui!
Saiu.
Os pais dele, da Ana, do Pedro e meu pai entraram...
Antônio: O Olli estava arrasado, o que aconteceu?
Ver o Olli sair daquele jeito pela porta, falar aquelas coisas para mim, foi como um tiro, fiquei estático, olhei para todos, o mundo começou a girar e depois não vi mais nada.
Longe dalí...
Olli narrando...
Fui para casa de um amigo, seu nome era Bernardo, mas no caminho parei o carro e chorei, como o Vic pôde fazer isso comigo? Eu o amava, o amava mais que tudo, ele era minha vida, o amor da minha vida, não sabia mais o que seria de mim sem ele, ele foi com certeza a maior desilusão da minha vida.
Eu chorava tanto que chegava a soluçar, meu Deus, o Victor, eu o amava, como um louco, ele me fez tantas juras de amor, já estávamos casados, tinhamos um filho, era amor de verdade, quando lembrava da foto meu sangue fervia. Nunca passou pela minha cabeça trai-lo, não existia outra pessoa para mim, e oportunidade não me faltava, principalmente quando estava fardado, tanto homem quanto mulher dava encima, mas para mim só existia o Victor, eu nunca amei tanto uma pessoa. Estava arrasado, destruído.
Saí do carro, Bernardo trabalhava comigo e morava sozinho...
Bati na porta e ele atendeu: Meu Deus Olli, você está um caco, o que aconteceu?
Entrei na casa dele...
Longe dalí...
Vic narrando...
Abri os olhos aos poucos, estava no meu quarto, Marta estava comigo...
Meu rosto ardia do tapa do Olli, estava roxo, minha cabeça latejava, olhei para meus braços e tinham marcas roxas...
Ela: O médico está atendendo o Pedro, chamamos uma ambulância mas não é preciso levá-los ao hospital.
Comecei a chorar...
Ela: A Amanda contou tudo.
Eu: Marta eu juro por tudo que é mais sagrado, eu juro por o Ariel que não fiz isso!
Ela: Eu acredito em você querido.
Minha cabeça começou a doer mais...
Ela: Não fique assim, seus nervos, você passou mal por isso, receitaram calmantes. Me conte o que houve, existe a foto Victor.
Contei tudo que aconteceu a ela...
Eu: Você acredita? Marta se você não acreditar ninguém acredita!
Ela: Acredito, eu mais do que ninguém sei como você ama o Olli.
Me agarrei a ela.
Fiquei trancado no quarto, não queria ver ninguém, não suportaria o julgamento dos outros, eu sei que quase ninguém ou ninguém mesmo, acreditava em mim.
Eu tomava calmantes a todo momento, só queria dormir para aquela dor passar, Marta levava Ariel para eu ver de instante em instante, todos foram embora, graças a Deus, foram sem eu falar, me trancava no quarto e só deixava Marta entrar. Não sabia da opinião de ninguém sobre a história.
Meu celular eu desliguei, não queria ouvir as grosserias do Olli e de mais ninguém...
Uma semana se passou a casa já estava vazia e eu já podia sair do meu quarto ao menos para a cozinha ou andar pela casa...
Eu estava vegetando, nem Ariel me dava alegria, sempre passava mal e tomava algum remédio.
Um dia acordei com Marta me chamando, ela estava preocupada demais com meu estado, acordei e a vi com uma cara espantada...
Ela: Os pais do Olli, falaram para você arrumar um advogado pois querem a guarda do Ariel, Olli está com eles.
Eu: Ariel?
Meu pai apareceu aqui em casa, falava que era difícil pois estavam alegando que era incapaz de cuidar de Ariel, que meu comportamento era inapropriado, tinha a foto e tal, mas que iria arrumar um bom advogado para mim.
Foi o que fez, mas por enquanto eles já ganharam, enquanto o processo corria Ariel ficaria com eles.
A noite nem dormi, passei mimando Ariel e chorando muito, Marta ficou com a gente.
Eu: Marta fico me perguntando o que fiz para Deus para sofrer tanto!
Ela: Não fala assim que me parte o coração.
Estava abraçado com Ariel e ela veio e nos abraçou...
No dia seguinte, cedo, eles apareceram na porta, Olli não foi, acho que não queria me ver, foi o pai dele, junto a um oficial de justiça, estava com Ariel no braço, beijei sua bochecha e o abracei. - Papai te ama querido.
Entreguei ele a Antônio, entreguei a bolça com suas coisas, Antônio nada disse, nem de bem, nem de mal, apenas saiu com Ariel pela porta.
Pronto, estava sem os meus dois amores, minhas duas fortalezas.
Sentei no sofá chorando e Marta me abraçou.
Eu: Obrigado Martinha você foi a única a continuar do meu lado.
Ela: Estarei sempre!
Não sabia como seria daqui para frente, estava suportando tudo por Ariel, estava sendo forte a medida do possível por ele, sem ele não tinha mais razão para viver, minhas duas razões escaparam das minhas mãos, Deus ou a vida as tirou de mim, é difícil ser forte assim.
Já estava abalado dos nervos e só piorei, para mim como já disse não existia mais razão para sair da cama, para viver, para sorrir, só chorava, tomava calmantes...
E quanto mais dias se passava, pior eu ficava. Lembrava do Pedro me assediando mesmo eu dizendo não, das palavras da Amanda, do Pedro calado sem dizer a verdade, do tapa do Olli, das suas palavras principalmente, foi o que mais me machucou, dele saindo porta a fora me abandonando, do Antônio levando Ariel, fui mais a fundo, tudo de repente veio a tona, era como se meu inconsciente trouxesse tudo para fora de uma vez só, lembrei das palavras do pai dele, de quando ia perdendo meu pai, e de tudo que sofri na escola quando criança, da perda de minha mãe, veio tudo...
Uma noite não aguentei mais sofrer, me rendi, levantei chorando e com dificuldade, fui até onde estavam os calmantes, coloquei tudo na mão coloquei na boca e engoli com água... Foi nessa hora que me lembrei de quando encontrei minha melhor amiga morta pelo mesmo motivo... desistiu da sua vida como estou fazendo agora.
Como disse para Marta, não sei o que fiz para Deus para sofrer tanto assim se ele existe mesmo, mas sei que não quero mais, a vida dói, pelo menos a minha dói e para mim já chega, não quero mais sentir dor.
Esse foi meu último pensamento, depois daí fui fechando os olhos aos poucos e me entregando...
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Beijos gente.