Prólogo
Em algum lugar na escuridão, Olhos Azuis O Observam.
Alec sentiu seu nariz coçar.Poderia ser o Ar condicionado. Ah, ótimo só lhe faltava gripar agora!
Ele tocou a ponta do nariz e a coceira se tornou um algo mais desconfortável. Como se algo pinicasse. seu nariz.
Ele pôs a mão afrente e sentiu o rosto de seu. Pai. Alec sentiu vontade de arrancar aquela barba exagerada. Seu pai se recusava a tirá-la ou apará-la.
Já estava ficando parecido com Serj Tankian. Parecido com um bode. Ele abriu os olhos para tomar mais espaço e viu o abajur ligado. Ele estava iluminando uma porção do quarto. Mas metade dele estava mergulhada na escuridão.
Aquilo era desesperador!
Alec fechou os olhos com força. Fazia pouco tempo que havia desenvolvido a mais infantil e ridícula das fobias.
O medo de escuro.
Era uma criancice, mas seu coração palpitava desesperadamente toda vez que o mundo escurecia. Parecia que seres demoníacos habitavam o escuro. Era desesperador.
Ele começou a respirar pesado. Enterrou a cara no travesseiro.
Como era medroso! Tinha que dormir com o pai se não teria um ataque de pânico noturno.
Came havia falado que "tudo iria voltar ao normal". Mas Alec que foi sábio de não acreditar. Algo já dizia lá no fundo de sua mente " ei, a partir de agora você só vai se foder! E muito!! "
Que derrota. Algo que comprovava que enlouqueceu de vez foi o que fez a seguir.
" Shulåãn? " Alec perguntou em pensamentos.
" Aqui " veio a resposta numa voz rouca.
" Você não dorme? "
" Não gosto de dormir. Minha guarda abaixa ".
" E pra onde vai o seu sono? "
" É só não ter sono, Idiota ".
Foi assim desde o dia que acordou no hospital. Medo de escuro, remédios e mais remédios ( tantos que parecia teria uma over dose ), conversas com seu raivoso reflexo e uma coisa estranha que vagava entre uma dúvida e a incerteza.
Como uma lembrança. Mas toda vez que pensava sobre isso, sua mente escurecia. Como se tudo estivesse enterrado numa escuridão em massa.
Uma escuridão na qual não queria nem encostar.
Na manhã daquele dia, seu pai o carregou pra sua sala de pintura e continuou o que se tornou um Hobby de pai e filho.
Alec desenhava e ele pintava os desenhos.
O Sr. Oscar o ensinou a desenhar com a mesma habilidade que ele. Alec aprendia rápido. E como ainda não podia fazer movimentos bruscos, era um ótimo exercício. Alec já havia entupido vários cadernos de desenho com todos os tipo de desenhos.
Mas havia um. Em especial. Uma coisa que surgiu em sua mente e ele desenhou assim que essa idéia lhe veio.
Um par de olhos Azul Cobalto e uma expressão teimosa. Era uma combinação interessante. Toda vez que Alec o observava sentia uma inquietação... Um sentimento...
Mas não conseguia entender exatamente o que era.
- Então, Alec. Será que seu livro vai fazer sucesso? - perguntou Came. Ele estava desenhando um mangá de Yaoi e então a sala de pintura do Sr. Oscar virou um Clubinho de Artes.
Alec ficou muito confuso e inquieto no começo da sua adaptação. Andar de cadeira de rodas, tomar cargas de remédios e Fisioterapia.
- Eu aconselho que escreva, Alexander - disse o Dr. Doods, o seu psicológico do colégio - ajuda a distrair, organiza seus pensamentos e ajuda a se manter calmo também. Eu lhe aconselho a escrever um livro, um conto ou mesmo uma poesia.
E assim Nasceu " Perdidos no País de Oz. A História de Alice Mary e Tyson Ovel, dois adolescentes que caem num buraco da construção do Colégio Internato onde viviam. Eles caem num mundo fantástico reinado por um rei muito psicótico. O Rei Vermelho. Alice e Tyson se odeiam. Mas com o tempo passaram a se gostar.Eles são levados para uma terra muito longe do portal de saída. E então começam a trilhar o caminho de volta. No caminho, fazem muitos amigos, conhecem muitos lugares e aprendem a lutar. Ao chegar no Reino novamente, conseguem voltar pra casa depois de serem perseguidos por numa besta. Mas suas memórias se corrompem no caminho.
E então termina.
- Não sei - Alec falou desenhando uma relva e duas pessoas brincando num lago. Aquilo lhe lembrava algo.
Mas o quê?
Nesse instante o celular de Came vibrou. Ele olhou a tela.
- É o papai! - o Sr. Shang insistiu que Alec produziu uma obra de arte e todos precisavam conhecer aquela obra de arte.
E então ele pagou tudo para o livro chegar a uma Editora. Sinceramente, Alec não queria. Seu pai havia voltado a vender os seus quadros. Já era tempo. Aquela sala já estava entupida de quadros. Era incrível como as pessoas pagam valores absurdos por telas com tinta. Arte pra ele importava tanto quanto as aulas de álgebra. NADA!
- Certo! - Came concordou - ahaam! 'Yokata'! Vou dizer dizer sim, ' Odosan '. Origatou Gozaimasu.
Came arregalou os olhos e sorriu para Alec. Ele mostrou os dois polegares.
- Alec!! Eles vão publicar seu livro!! Eles disseram que seu livro é Genial!!
Alec riscou fora um linha e a montanhas ficou com um contraste que se assemelhava ao desenho de uma criança.
- Ah, e isso é bom né? - ele apagou com cuidado o erro e continuou detalhando o seu desenho.
- Parabéns... Meu menino - o Sr. Oscar parabenizou sorridente - Você me dá... orgulho. Me lembra... quando jovem. A mim.
- O Sr. Ludwig está bem falante ultimamente, é assim que se faz, Sr. Ludwig! - Came elogiou. O Sr. Oscar voltou a pintar, sorridente.
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Á tarde, no horário das aulas recreativas, Alec sentiu uma inquietação. Ele havia desistido do Arco e Flecha. O Sr. Moore, professor encarregado da aula quase teve um surto. Principalmente porque Alec era um arqueiro insubstituível.
- Mil perdões, Professor - Alec falou. Mas eu simplesmente quero dar um tempo de coisas que ponham a idéia de violência em minha mente. Quero... me sentir mais em paz comigo mesmo, sem pensar em coisas sangrentas como essas.
- Entendo... Mas se mudar de idéia...
- Vou pensar com sabedoria, professor. Obrigado.
Ele não entendia porque ambientes hostis o deixavam tão desconfortável. E ainda tinha aquela sensação estranha que aqueles olhos azuis que ele desenhou passava e a mais nova notícia que seu livro seria publicado.
" Seria bom poder morar no meio de uma floresta, longe de todos " Alec resmungou em pesamentos, lendo a mensagem de Came.
" Vamos lanchar no Jardim do Colégio? :v Se sim, te vejo lá no intervalo, ok?(^_^) ".
" Não seja chato, seu ser inconveniente " Shulåãn resmungou junto.
" Obrigado, parceiro ".
" Ora seu... Argh "
" Não me xinga já vão fazer dois anos. O que foi, tem medo de mim? "
" Não seja ridículo, Alec. É mais fácil você ter medo de mim " Cëla retrucou.
" Uaaau, É o Drácula "
" Pelo menos, eu não tenho medo do escuro "
" Agora você me paga! " Alec ameaçou, pondo os fones no ouvido.
" Vai me dar um tapinha? "
" Não, não vou me rebaixar. Apenas ignorarei você "
" Não ouse!!! Alec?! ALEEEEEC!!! " Shulåãn sibilou como um animal peçonhento pronto pra dar um bote " Não ouse me ignorar!!! AAAAAAALEEEEEEEEC!!?! "
Ele caminhava ouvindo " Mr. Washington - Local Natives ". Shulåãn enlouquecia aos berros em sua mente. Ele causava uma pequena dor de cabeça. Mas Alec a anulava com boa vontade.
" Uuuuugh, eu odeio você! " Shulåãn berrou " Vou arrancar seus órgãos e ceifar sua cabeça!! ".
' Ah, não. Você não vai. Ao contrário ' Alec pensou só pra ele, com autoridade ' você vai ficar quietinho e não vai dar nem mais um piu '.
Funcionou. Ultimamente ele vinha conseguido domar o reflexo com apenas autoritarismo e frieza.
Ele se Sentou atrás de uma árvore velha, feia e seca que todos diziam ser amaldiçoada. Gosta dali. Quase ninguém enchia o saco e ele ficava completamente escondido.
Sentou-se e encostou na árvore. Como ali era ventilado... dava vontade de dormir...
- O que... você tá fazendo aqui?! - perguntou uma voz.
Alec olhou para o lado. Olhos verdes como esmeraldas e sardas. Um cabelo fino e alaranjado escorrido pela cara. Era possível? Aquele garoto de dois anos atrás...
- Você... Não é o... Marc? - Alec tentou lembrar.
- Marck. Com K no final - falou ele - se não é o garoto bom de briga.
- Você não era do terceiro ano? Perdeu o ano Duas vezes? - Alec estava confuso. O terceiro ano, por instinto parecia odiar o primeiro. Alec era o principal alvo. Ele sofria pelo fato de não ser uma pessoa muito falante. Na verdade isso nem mudou. As pessoas da escola continuaram o chamando de "Mudinho", um apelido um tanto pejorativo. Incomodava mais do que ser chamado de Alexander.
- Err... - Alec abraçou as pernas, desconfortável. Doía um pouco. Sua perna estava curada, mas ainda era sensível a movimentos bruscos - acho que lhe devo desculpas.
- Esquece isso. Eu mereci - ele encostou na árvore - acho que usamos o mesmo lugar para se esconder do resto das pessoas.
- É o que parece - Alec nunca se sentiu á vontade com companhia estranha. E ainda mais uma pessoa com quem nunca falou antes.
- Bem, Lhe respondendo, eu era do... pmemm naaan...
- Hã? - Alec fez cara de Idiota.
- Eu era do... - ele se aproximou - primeiro ano.
- E o que tem... - Alec assimilou no último instante - aaah, entendi... Mas porque hesitou em falar do primeiro ano?
Ele pareceu confuso.
- Acho que... nunca gostei do primeiro ano mesmo participando dele - ele olhou mais confuso ainda para o estacionamento, completamente visível dali.
- Ah, entendo, você fingia ser do terceiro ano, certo? - Alec olhou para o céu. Nublado. Não que isso fosse novidade no Brooklyn. Sempre estava nublado. Ou então ventando como se estivessem em furacão , chovendo ou nevando sem parar e as vezes fazia sol - por quê?
- Porque o quê?
- Por quê fingiu ser o que não era?
- Porque, por mais valentões que fossem, eles tinham influência. E... as pessoas inteligentes faziam nossos trabalhos e atividades.
- Mas pra isso que serve a escola, né? - Alec pensou - pra estudar e não virar uma besta Idiota. Desculpe a sinceridade, mas... é inútil estar um colégio e não querer aprender nada.
- Nossa, como você é nerd - ele olhou com esguelha - pelo menos não deve levar pau em matemática.
- Não é difícil, é só praticar - Alec trocou a música - você acha tão difícil assim?
- Acho - Marck encostou mais na árvore.
- Vem - Alec bateu a mão no gramado ao seu lado - desabafe.
20 minutos, sendo ouvido por alguém faz muita diferença. Foi o que Alec concluiu quando Marck terminou de falar sobre como tinha a vida corrida, cheia de cursos e o raciocínio lento.
- Vou enlouquecer, Cara!! - ele pôs as mãos na cabeca - já sinto até a loucura chegando.
- Fica calmo - Alec pensou un pouco - eu vou lhe ajudar.
- Hã? - Ele olhou desentendido - como Assim?
- Eu vou lhe ajudar, até você ficar bom em matemática - Alec concluiu - e o meu amigo também é muito bom em cálculo.
O rapaz parecia meio indeciso.
- Você que sabe, escolha é sua. É só que eu tenho o problema de querer ajudar a resolver os problemas de todo mundo e acabo inventando.
- Eu aceito sim. Preciso muito dessa ajuda - Marck concluiu olhando para Alec - Obrigado.
- Oras, o que é isso, tudo bem! - Alec levantou - tenho que ir agora, Tenho um compromisso.
- Valeu, Alec - Ele sorriu, As bochechas sardentas esticaram-se - Você é muito gente boa.
- Obrigado - Alec sorriu - pode contar comigo e... busque ser Você. Nada pior que viver com uma máscara.
- Entendido,vou fazer isso - ele acenou - lhe vejo amanhã então.
Alec acenou e caminhou para o jardim, ali perto. Um casal se amassava folgosamente no pátio, embaixo de uma árvore.
" Ministério da Vergonha Na Cara adverte: tá fazendo vergonha " Shulåãn resmungou.
Bem, isso que dá nascer na parte rica do Brooklyn. Você tem que conviver com filhinhos da mamãe, riquinhos e riquinhas excêntricos e pessoas que praticamente fazem sexo em público e não estão nem aí porque seus pais podem comprar o Holly Spark e transformá-lo, de um colégio em um campo de mini golf particular.
Mas a vontade real dele era dar uns livrinhos de auto ajuda á eles.
Porque sinceramente... esse pessoal têm que se tratar.
' Ignore, Alec ' pensou ' como sempre faz, ande e ignore'.
Ele caminhou até a macieira do jardim que tinha algumas poucas pendentes em seus galhos. Tinha a mesma placa velha onde uma garotinha feliz mordia uma maçã e falava " coma mais frutas! Diga não às frituras e lanhes gordurosos! ".
Isso era um desrespeito aos gordos, sem ofensas.
- Hey, Alec - Came acenou debaixo da árvore - anda rápido!
- Ah, não - Alec sorriu - não mesmo.
- Aah, hippie chatão.
- Sou pacifista, não hippie - Alec guardou o Tablet na mochila. Por sorte ele caiu num arbusto no dia do acidente e só arranhou. Mas não houveram danos maioresqueu esses.
- Certo, certo - Came viu o Srta. Spinner, a coordenadora seguindo pro estacionamento. Ela dava uns chiliques às vezes. Era engraçado - Trouxe suas frutas e hortaliças, Alec?
- Não, só um sanduíche de frango, Sr. Cameron!
- Mas tem muito carboidrato! E gordura!
- Dane-se, ninguém liga! - Alec deu uma grande mordida - Ninguém gosta de creme de beterrabas e purê de batatas sem sal na cantina!
Ela percebeu a piada. E lançou um olhar apocalíptico. Os dois riram. Era legal agir como um garoto normal.
- É, Alec... - Came olhou para o céu - já fazem dois anos que tudo isso aconteceu.
- passou rápido, né? - Alec bebeu o suco de caixinha - quase nada mudou.
- Verdade - Came sorriu - que a verdade seja dita: eu gosto disso.
- Eu também - Alec riu - é bom ser você mesmo...
©°n7¡nU@...
Oi pessoal :v
( Antes se tudo, não me matem por separar o Tsol e o Alec please 😹😹)
Comentem o que acharam e pergutem, opinem!
Seu comentário é importante ;)
A música do encerramento da primeira temporada de Alexander no País de Oz é: Wake Me Up When September Ends - Green Day ( Álbum American Idiot )
Só isso povo, Até :v Fui>< ( Lulis :v )
~Came;)