Eu acho o amor uma coisa absurdamente louca principalmente no meu caso da forma que ele aconteceu, na minha adolescência eu tinha a convicção de que o amor não nascia de uma hora para outra, era algo que tinha que ser construído com tempo nada de “amor à primeira vista”, para me isso de você olhar para pessoa e se apaixonar perdidamente era algo que não duraria um mês, minha vida que aparentemente eu achava perfeita apenas pelo fato de ter tudo o que queria, tinha amigos maravilhosos, tinha namorado enfim não tinha o que reclamar, meus pais sempre me dizia o quando orgulhosos eram de me, o sonho de ver a filha na faculdade tinha chegado a princípio tudo ocorria como sempre, até surgir a chance do intercâmbio e tudo começa a estremecer, meu até então “perfeito” namorado não aceitava o fato está indo sozinha para outro país mesmo sabendo que era estudo achava desnecessário, foi algo bastante machista de sua parte, mais tinha o apoio total do meus pais e era o que me importava, estava eu em outro país, ainda em êxtase total não acreditava que realmente estava vivendo “sozinha” em outro país, era incrível e assustador ao mesmo tempo, e BUM todo o conceito de uma vida caia por terra com apenas um olhar, tudo muda, meu mundo até então perfeito fica totalmente confuso sem respostas apenas perguntas, me assustava demais o fato de está amando uma MULHER, desde do princípio sabia que não contaria com a aceitação dos meus pais, pois eles sempre foram contra e era comum na minha família, me lembro como fosse hoje a polêmica criada em torno do meu primo que acabará de declarar sua condição sexual, eu tinha apenas 11 anos mais não conseguia entender pq tanto ódio de uma hora para outra ele sempre foi uma ótima pessoa, eu sempre fui assim e isso incomodava meus pais, isso já poderia ser um sinal de que um dia talvez eu pudesse me apaixonar por mulher? Sim pode ser mais nunca tinha sentido desejo por mulheres até meu olhar encontrar a Yolanda por ironia do destino foi o tal do “amor à primeira vista”, talvez eu não tenha deixado isso claro nós outros contos mais desde o principio eu sabia o que eu enfrentaria se quisesse estar com ela, tentar negar a me mesma tudo o que vivemos só me fez ter mais certeza de que era ela que eu queria do meu lado para nós aventuramos no infinito que é o nosso amor, depois de tudo o que passei ficou a certeza de que a vida realmente só começa quando a zona de conforto acaba, e isso aconteceu com ela também eu acabei por abreviar meio que a historia no começo ela não cedeu com tanta facilidade, até termos o nosso primeiro contato mais intimo naquele carro ela fez jogo duro, mais não tinha mais como negar a duas já não conseguia parar de pensar uma na outra, ela sempre foi mais realista no começo por questão de experiência, tinha acabado de sair uma relação de 10 anos e bem magoada e de repente se depara apaixonada por uma menina de 17 anos de outro país que ainda por cima nunca ficou com uma mulher não algo fácil de lidar, tudo que passamos só serviu para fortalecer os nossos laços, a união, quando decidimos que era hora de ter a nossa família foi algo mágico pq seria algo que completaria ainda mais nosso amor, ela sempre dizia que queria ser mãe seus olhos sempre brilhavam, então escolhemos o doador anônimo no qual as características físicas mais se parecessem comigo, depois disso passar por todo processo e no final saber que de primeira ela conseguiu, a felicidade foi tanta trouxe uma paz tão grande vê-la tão feliz, tivemos o primeiro imprevisto mais estávamos confiante de que daria tudo certo comemoramos a chegada do meus 24 anos no dia 11 de maio como de costume só nós duas e um bolo inteiro para nós kkkk, no dia 14 como de costume me levantei primeiro e fui tomar banho e me arrumar para fazer o nosso café da manhã, geralmente ela se levanta quando estou trocando de roupa nesse dia terminei de fazer tudo e ela ainda estava deitada, fui ao seu encontro e ela diz que está tudo bem que só demorou a dormir a noite e iria se levantar mais tarde, levei o seu café da manhã e deixo na escrivaninha do quarto, lhe dou um beijo e saiu pois teria umas aulas para da, passei a manhã toda em uma academia e durante a tarde dou aula particulares, voltei para casa no começo da noite e me deparar com a Delfine já me fez gelar toda as únicas palavras que saíram foram “cadê a Yolanda?” e ela me diz entres lágrimas o que tinha acontecido “e porque não me ligaram?” retruquei de imediato e a resposta foi “estou te ligando desde que ela deu entrada no hospital” abrir a mochila e joguei tudo no chão e meu celular não caiu corri para quarto e meu celular estava do lado da bandeja do café da manhã que tinha deixado para ela, seguimos para hospital e assim que entrei no quarto e a vi deitada seus olhos inchados ela dormia, me partiu o coração não conseguir ficar ali, seguir em direção ao estacionamento e desabei chorei como criança e meio que comecei a brigar com Deus sem entender o pq, “pq isso tinha que acontecer logo com ela?” “Pq eu não estava com ela?” “ Pq caralho eu tinha esquecido o celular se geralmente não vivemos sem ele?” “Pq tudo é mais difícil? Eu não faço nada de errado e sou tão julgada apenas pelo fato de ser casada com uma mulher”, é tudo muito injusto, depois de meia hora tentando me acalmar para voltar pq quando ela acordasse eu teria que ser forte tinha que apoia-la, fui ao banheiro lavei o rosto e seguir em direção ao quarto, as lágrimas teimavam em querer sair, quando chego na porta está Delfine abraçada ao pai que me diz que a Yolanda acaba de acorda, respirei fundo e entrei sua mãe estava com ela, segurei sua mão, quando sua mãe nós deixou a sós, o olhar dela já cheio de lágrimas destroçou ainda mais meu coração, quando a abracei não conseguir segurar e acabou que no final das contas quem me consolou foi ela e não eu a ela como deveria ter sido.
Meninas eu sei que talvez não seja um texto no qual vcs esperam encontrar nesse site mais quem acompanha desde o começo sabe o quanto eu precisava compartilhar isso com vcs, faz 4 dias que mostrei para ela os contos tive que lê pois ela não é tão fluente no português, ela gostou quem sabe um dia eu consiga convencê-la a escrever algo e depois eu traduzo para vcs, meus pais não aceitam e já deixaram claro de que só “me querem de volta” se for casada com um homem, sinceramente não me vejo mais morando no Brasil, já construímos nossa vida aqui no México e creio que não voltarei mais. No próximo conto vou contar a cena de ciúmes dela que sim já fez uma, me perguntaram se já fiz outras cenas de ciúmes depois daquela e sim já mais não foi tão dramática como a primeira sentamos e conversamos numa boa e tudo se esclarece obrigado pelos comentários e continuem a comentar ;)
Besos e até o próximo
