Oioi gente, to de volta. Aki vai o penúltimo CP do conto. Espero que gostem e comentem bastante.
O cara da casa ao lado.
Ainda não acreditava que Ruan havia sido preso. Tinha certeza de que ele não tinha feito nada com Gustavo. A cena dele sendo algemado e levado até o carro da polícia não saia da minha mente. Renato continuava abraçado comigo, assistindo o carro levando meu Ruan. Entramos para a casa novamente. Eu me sentei no chão, ao lado da porta, e desabei em prantos novamente. Renato ligou para uma pessoa e passou uns 20 minutos com ela no telefone. Enquanto ele conversava tomei uma decisão. Eu iria até Ruan, de qualquer modo. Levantei-me do chão e vesti uma roupa descente, para que pudesse ir até a delegacia ver meu namorado. Renato pareceu ler minha mente, dizendo que estava indo até lá tentar fazer algo pelo irmão. Caminhamos rapidamente e em silêncio até seu carro. Entramos e ele deu partida. Eu ainda chorava.
- Liguei para o Marcos. - Disse-me ele. - Ele eh meu amigo de infância. Ele eh detetive, especialista em casos como esse. Vai tirar meu irmão da cadeia em pouco tempo se ele não tiver feito nada...
- Você ta tá duvidando da inocência de Ruan? - Perguntei.
- Não eh isso, Rafa. O cara eh louco por você. Ele morre de ciúmes de ti. E ele mataria pelos mesmos motivos também. - Explicou-me.
- Renato, o Ruan eh inocente. Eu sei que sim. - Disse.
Chegamos à delegacia e ele estacionou. Encontrou-se com seu amigo, que o esperava na porta da delegacia. Eles conversaram por um tempo. Eu estava do lado, mas estava completamente distante de tudo que eles falavam. Meus pensamentos, minha alma estava em Ruan. Entramos na delegacia e o amigo de Renato foi falar com o delegado. Depois de um tempo ele saiu e disse que o delegado autorizou nossa visita. Uma policial morena, com o corpo bonito e extremamente elegante, com olhos castanhos tão vivos e quentes quanto uma barra de chocolate, cabelos crespos, penteados em um coque para trás e a alça direita de seu sutiã despropositalmente a mostra, nos conduziu a uma sala com uma mesa ao centro. Nos sentamos e ela foi buscar Ruan. Ele chegou ali, algemado. Chorei novamente. Ele me viu chorando e chorou mais uma vez. Ele sentou-se, de frente pra nós, em prantos.
- Ruan, - Disse Marcos, amigo de Renato - Você matou o indivíduo em questão?
- Não, Marcos. - Respondeu ele, chorando - Eu sou inocente... Eu juro.
- Então porque você deixou que te trouxessem até aqui, algemado, tão passivamente, meu irmão? - Disse Renato, entrando na conversa.
- Renato, eu estava sem reação. - Respondeu Ruan.
- Amor, - Disse eu. - Você não mentiria pra mim, neh!? Você não fez nada com o Gustavo, não eh verdade?
- Eh sim, amor. Não matei ele. Eu juro. - Disse ele.
- Eu acredito em você. - Disse eu.
Assim que disse isso, a policial morena entrou na sala e disse:
- O tempo de vocês acabou.
Quando ela disse isso, uma outra lágrima caiu do olho de Ruan. Nesse momento percebi que não havia escolhido errado. Senti que ele era um pedaço de mim. Renato poderia ser tudo de bom, mas Ruan era um pedaço da minha alma, cuja qual eu não poderia viver sem. Era ele o homem que eu queria que vivesse do meu lado para sempre. Percebi, naquele momento, que aquele homem era o grande amor da minha vida. E percebi que eu o amava mais que a Renato. Percebi que amava mais a ele que a mim mesmo.
- Nós vamos tirar você daqui, meu amor. - Disse a ele. - Eu prometo. Nem que eu...
- Você não faria isso. - Disse Ruan, me cortando a fala. - Eu te proíbo.
- Sim, Ruan. Eu faria. E, se for preciso, eu farei. - Respondi.
- Marcos, não... Não deixa... Renato... Por favor... - Gritava Ruan, enquanto era levado pelos policiais.
- O que você vai fazer, Rafa? - Perguntou Renato.
- Se sacrificar pelo seu irmão. - Respondeu-o Marcos.
- Como assim? - Indagou Renato.
- Eu assumirei toda a culpa se ele for acusado, Renato. Assumirei e pagarei por esse crime para livrar Ruan da pena. - Respondi.
- Não. - Respondeu Renato. - Não permitirei que você faça isso.
- Podemos conversar fora daqui? - Disse Marcos, o advogado de Ruan.
- Claro. - Respondi.
Fomos até uma lanchonete, onde nos sentamos para conversar.
- O cara que foi morto eh seu ex, certo? - Indagou Marcos. Ainda não tinha reparado nele. Ele era lindo. Alto, moreno, com uma barba cerrada perfeita. Seu par de óculos davam um charme a mais na sua aparência.
- Sim. - Respondi.
- Ele dava sinais, nesse ultimo mês ou nesses últimos dias, de estar se relacionando com alguém?- Perguntou-me
- Não... Não que eu saiba.
- Ele te procurou nesses últimos dias? - Continuou o detetive.
- Sim, ele me levou pra casa ontem e... - Lembrei-me que no caminho de volta pra minha casa Gustavo dizia que morreria, que estava recendo cartas e telefonemas dizendo que ele seria morto. Contei tudo que conversamos a Marcos.
- Vamos tentar pegar todas as cartas e também o registro de chamadas do telefone dele. Rafa, você acha que consegue pegar as cartas? - Perguntou-me. - O telefone dele eu tenho em mãos.
- Sim. - Disse, me levantando e saindo da lanchonete. - Me encontrem na minha casa na hora do jantar.
Sai dali e fui ate o ponto de ônibus. Bolei um plano simples para ter acesso as coisas de Gustavo. Sai do ônibus e caminhei um pedaço a pé. Era um bairro rico, de casas enormes. Cheguei onde eu queria. Toquei a campainha e fui atendido por uma pessoa que eu já conhecia. Fingi chorar.
- Dona Ester. - Disse, chorando.
- Rafael, meu filho... Como você está? - Disse-me a mulher.
- Arrasado. E a senhora? - Perguntei.
- Também.
Fiquei ali, conversando com ela por um tempo até que deu meu tiro.
- Dona Ester, será que eu poderia ir ao quarto de Gustavo? Sabe...!? Ver as coisas dele pela última vez.
- Tudo bem. - Disse ela. - Mas não poderei acompanhá-lo. Tenho muita coisa para resolver.
- Sem problema. Só quero dar meu ultimo tchau ao meu primeiro namorado. - Disse a ela.
Eu chorava por fora, mas por dentro comemorava. Ela sairia, o que me daria espaço o suficiente para procurar aquilo que eu precisava. Ela me deixou no que era o quarto de Gu e saiu. Eu comecei a procurar. Não estava tendo muito sucesso ate abrir um baú que estava dentro do maleiro do guarda roupas. Dentro dele estavam três cartas, todas de ameaças feitas a ele. Além das cartas haviam um CD e um pen drive. Peguei tudo e levei comigo. Guardei o baú onde eu peguei e dei meu último tchau à memória do Gu. Despedi-me de sua mãe e fui embora. Cheguei em casa, peguei meu notebook e pluguei nele o pendrive de Gustavo. Nele, haviam varias mensagens de e-mail, todas de ameaça, algumas cópias de conversas do whatsapp com um número suspeito. Nas conversas também haviam ameaças. Peguei meu telefone e liguei para o número das mensagens.
"Alô" Disse a voz do outro lado da linha.
"Quem fala?" perguntei
"Valdo Pereira. Com quem você quer falar?" Disse a voz. Eu desliguei. Renato e Marcos chegaram e eu os contei e mostrei tudo que eu descobri.
- Valdo Pereira. Sei quem eh. Assassino de aluguel. - Disse Marcos. - Só temos que saber quem o contratou.
- O julgamento de Ruan eh depois de amanhã. Temos que ser bastante rápidos. - Disse Renato.
- Nós vamos conseguir. - Disse Marcos.
Marcos foi embora e eu me deitei ao lado de Renato para dormir. Não consegui dormir. Acordei cedo e me levantei. Fui até a casa de Esmeralda conversar com ela. Contei tudo que aconteceu e ela me aconselhou a ter calma e paciência. Assim que estava saindo ela pegou em minha mão e disse que a principal prova de inocência de Ruan iria aparecer. Auê eu devia estar tranquilo. Fui embora e passei o resto da tarde agitado. Já era tarde quando peguei no sono. Daqui a algumas horas seria o julgamento de Ruan. Marcos havia conseguido que Valdo Pereira fosse preso e convocado a testemunhar no julgamento. Ele dizia que Ruan seria solto e naquele dia mesmo voltaria pra casa. Tinha fé naquilo.
Liiindoos, esse foi o penúltimo CP do contooooo :(. Espero auê gostem e comentem muuuuuuuuuuitooooooooo. Beeeijoooooos ❤❤❤✌✌✌😍😍😍😘😘😘😘😘😘