Noite de sábado e como de costume eu já estava ansioso para saber onde seria a farra com a galera. Meu celular já havia diversas mensagens com muitas ideias de onde passaríamos a noite e mesmo sem saber para onde ia, fui me arrumar. Coloquei uma calça jeans azul, uma camiseta polo vermelha e um sapatênis vinho, sem esquecer do relógio, minha paixão. Não demoro tanto para me arrumar mas gasto uns minutos para pensar na combinação de roupas. Porém, nem sempre foi assim.
Quando eu era mais jovem fui bem zoadinho: alguns dentes tortos, problemas com acne e usava óculos desde criança. Mas fiz do tempo meu aliado e ao decorrer do mesmo fui moldando meu corpo: usei aparelho por dois anos e meio, tratamento com Roacutan e ainda uso óculos, pouco. Não sou muito ligado em academia, faço três vezes por semana e sou mais de correr e me exercitar ao ar livre, o que já me rende uns bons músculos. A propósito, me chamo Rafael tenho 25 anos, no início desse relato tinha 22. Sou moreno, cabelo e pele, e uns 1,78 cm de altura.
Eu já arrumado escutei minha irmã dizendo que estavam me chamando na frente de casa e já era o pessoal. Entrei no carro e seguimos pra uma balada até que legal, conseguimos entrar na lista e nem pagamos pra entrar. Já lá dentro a música alta dominava o local e até que era bem agradável o lugar, avaliando fisicamente as pessoas. Não sou muito fã de ficar em área vip e essa tava igual as outras: chata. Avisei o Marcos, amigo que havia conseguido nossa entrada, que eu tava indo pra pista. Pedi uma bebida no bar e como tava sozinho, dei um tempo por lá mesmo. Não demorou muito para chegar uma menina até mim, tava claro que ela queria ficar comigo mas eu não tava afim, na verdade, tinha um tempo que eu tava sem a mínima disposição de ficar com garotas. Eu já havia ficado com garotos antes mas minhas experiências homossexuais se limitavam a beijos e uns pegas de leve, eu sentia a maior atração mas ainda achava aquilo errado. Não, errado não, tinha mais era medo da reação das outras pessoas, do que pensariam. O medo maior era de ser julgado pela minha vontade e isso acabava por me travar em ir mais além com homem. Com isso, eu tentava esconder isso o máximo possível como se meu desejo fosse sumir alguma hora, mesmo constatando que não. Acabou que eu apenas dancei com a garota para não ser grosso mas logo ela se tocou que eu não estava afim e saiu fora.
Ainda sozinho, foi rápido para eu ficar já um pouco alterado já que eu só fazia beber e dançar até que vi uma confusão no camarote que chamou a atenção de algumas pessoas. Cheguei perto e percebi que o Marcos tava no meio e como não tinha ninguém evitando a briga, tentei separar os brigões que já estavam se atracando. Entrei empurrando os dois e segurei o outro que não conhecia pois o Marcus estava sendo segurado por dois da nossa galera. Mesmo sem entender o que tinha acontecido eles resolveram ir embora e concordei, também notei que tinha um outro rapaz com a gente e que insistia em querer ficar.
- Não, não. Tá bom por hoje. – dizia o Marcus pra ele.
O garoto meio que fingia que nem ouvia e entrou de novo na boate enquanto que o Marcos desistiu e falou pra irmos embora que no dia seguinte teria um churrasco na casa dele.
Cheguei relativamente cedo no churrasco, até mesmo para ajudar no preparo das coisas e quando tava temperando a carne o garoto da noite anterior chegou na casa e foi recepcionado pelas garotas. Elas apontaram para a garagem e deduzi que ele havia perguntado pelo Marcos que pouco tempo depois voltou com o tal garoto batendo papo. O menino era mais alto que eu, um pouco mais magro mas bem forte. Branco e loiro, se vestia de maneira simples e deu pra notar bem os bíceps quando ajeitava o cabelo.
Me assustei quando ele e o Marcos chegaram perto de mim e vi que o garoto tinha algo nas mãos e me entregava:
- Tu deixou cair isso ontem – era a minha carteira – um dos funcionários era meu amigo e me avisou.
Enquanto ele dizia isso eu me perdia do foco e concentrava a minha atenção aos seus lábios finos e vermelhos.