COM O DIABO NO COURO – Parte Oito
Aquele dia estava sendo atípico para Astrid. Primeiro foi Lillu, querendo que ela enfeitiçasse o namorado Selem para que ele tivesse tesão por ela. Não quis dizer que havia perdido seu livro de encantamentos após negociar três desejos com um estranho. Depois, apareceu a “irmã” Leila, aperreada, em busca de um feitiço que a fizesse deixar de ter sonhos devassos com Jesus e seus apóstolos. Nesses sonhos, a evangélica se via sempre em verdadeiras orgias com o filho do Criador, sendo currada depois por seus leais seguidores, acordando sempre exausta e toda encharcada de gozo. Foi preciso tomar muita coragem para se abrir com a maluca Astrid, mas já não estava aguentando mais ter esses “pesadelos” eróticos. E como era sabido que a doidinha de cabelos pintados de azul tinha um livro de bruxarias que vinha solucionando problemas de algumas moradoras do condomínio, resolveu apelar para ela.
Astrid estava ficando preocupada. Começava a pensar que iria ficar sem seu livro para sempre. Fizera um trato com o estranho, mas o enganara, desejando que seu terceiro desejo realizado resultasse em sua própria morte. Esperava, com isso, que seu manual de bruxaria lhe voltasse às mãos, de novo. Mas já havia se passado três dias e nada de ter seu livro de volta. Lembrou-se que ainda não pagara o condomínio, então pegou o dinheiro e foi até o apartamento de D. Conceição. Chegando lá, encontrou-a trêmula, como se tivesse tomado um baita susto. Bebia um copo enorme de água com açúcar, para se acalmar. Quando viu Astrid, pareceu ficar mais aliviada. Disse para a jovem que acreditava que alguém estaria fazendo mandinga contra ela e, por conta disso, vinha tendo uns pesadelos eróticos terríveis. Desatou num choro convulsivo, implorando que a jovem bruxa quebrasse o “trabalho” feito contra ela. Astrid não viu outro jeito senão confessar para a amiga que havia perdido seu precioso livro.
No final da tarde, as quatro vizinhas estavam reunidas no apartamento da síndica, D. Conceição. Cada uma contou dos sonhos devassos que vinha tendo e todas perceberam que esses sonhos haviam começado quase ao mesmo tempo. Astrid calou sobre o trato que havia feito com o estranho, mas contou também dos seus devaneios eróticos. No entanto, não falou que esses sonhos eram com Lillu - que também era amiga delas - e seu namorado Selem. Lillu era a única que não estava presente, pois havia ido para sua sessão de dança no TARAAB. Estavam ali a evangélica Leila, a dona da casa funerária, D. Diolinda, a bruxa Astrid e a dona do apartamento, D. Conceição.
Nenhuma delas encontrava uma solução para recuperar o livro perdido de Astrid, que disse ter sido roubado por um estranho que recebera em seu apartamento para uma consulta. Enquanto esperavam pela chegada de Lillu, conversavam e fantasiavam como queriam que fosse seu homem...
A crente e tímida Leila foi a primeira a tocar no assunto. Confessou, ruborizada, que desde pequena tinha verdadeira adoração pelo pai. Achava-o muito bonito. Lembrava que ele gostava de brincar com ela, pequenina, cheirando ela todinha, que se babava de tanto rir. Fungava-a com força em todos os lugares, mas onde ela mais gostava era quando ele brincava encostando o nariz em sua xotinha, dizendo que era cheirosinha. Adorava quando ele tocava com o nariz ali. Tinha apenas uns cinco anos de idade, mas essa era a mais nítida lembrança que tinha do pai, falecido quando ela completou sete anos de idade. Depois do falecimento do pai, sua mãe passou a frequentar uma igreja evangélica, levando-a junto. Quando completou dezoito anos, passou a ter sonhos eróticos com Jesus e seus apóstolos. Acostumou-se a ler e reler a Bíblia, de cabo a rabo, como uma forma de espiar seus pecados. Ao saber desses sonhos a mãe, evangélica fervorosa, a expulsou de casa dizendo que ela estava com o demônio no couro. Foi morar com uma amiga, costurando roupas para ela em troca da sua parte do aluguel. Mas sua pequena confecção cresceu tanto que deu para alugar tranquilamente um novo apartamento, naquele condomínio, e passar a morar só. Os sonhos continuaram. No entanto, atualmente, eles se tornaram cada dia, mais reais. Quanto ao tipo de homem que queria para si, a evangélica gostaria que ele fosse parecido com a imagem de Jesus que via nas pinturas católicas.
D. Diolinda, a dona da casa funerária, já havia contado sua história de desenganos com namorados que reclamavam do fedor de defuntos em sua pele e cabelos. Finalizou dizendo que não fazia muita exigência com homem. Depois que descobrira estar com câncer, apenas não queria morrer sem antes dar uma foda bem gostosa. E se fosse com um homem bonito, melhor ainda.
Já Conceição, tinha como maior desejo viver uma suruba com todos os seus amantes ao mesmo tempo. Todos, não. Só com os mais gostosos. Confessou que era o sonho mais frequente que vinha tendo nesses dias. Ficava excitada só em pensar. Todas caíram na gargalhada, pois sabiam que ela vivia transando com os maridos alheios. Ela própria se vangloriava em contar para as amigas solteiras. Porém, escondeu delas que havia alugado o apartamento 333 para um bonitão que parecia descomprometido. Como Leila não tocou no assunto, também não comentou que ele tinha sido trazido pela protestante. Primeiro iria sondar se o estranho tão atraente era namorado ou pretendente dela. Se não fosse, iria querê-lo para si.
Astrid, sem querer confessar por quem tinha tesão e encantamento, perguntou brincando se elas topariam participar juntas de um encantamento, se isso fizesse com que tivessem um homem só para elas. Mas teriam de dividi-lo entre si. Indagaram-na se isso era possível e ela respondeu que se lembrava de um feitiço específico. Mas só poderia realizá-lo com a ajuda de quatro mulheres e tendo em mãos o seu livro de bruxarias. Ficaram de convencer Lillu a participar da conjuração. Nesse instante, foram interrompidas pelo toque insistente do telefone celular de D. Diolinda. Ela pediu silêncio e atendeu a ligação. Esteve, por um tempo, atenciosa e depois se desculpou com as amigas. Recebera a encomenda de preparar um defunto e estava partindo para buscá-lo.
Quem lhe ligou foi um amigo, dono de um hotel luxuoso da cidade. Um hóspede estrangeiro havia aparecido morto, em seu quarto, e o hoteleiro não queria encrencas com a polícia. O defunto era um sujeito estranho que não portava nenhum documento nem carregava bagagem. Estava clandestino no país e não falava bem o idioma. Diolinda, que já cuidara de outros clientes falecidos no hotel, prontificou-se a cuidar do corpo. Retiraria o cadáver de lá, com a ajuda de dois funcionários da funerária, sem que os outros hóspedes soubessem do seu falecimento. Por isso, o hotel deveria usar de toda a discrição. Ficaram de interditar um dos elevadores e também o corredor que dava acesso aos fundos do hotel, onde ela estacionou o próprio automóvel. Não usou o carro fúnebre para buscar o corpo, evitando chamar a atenção de curiosos. Ficou no volante e pediu que os funcionários recolhessem o cadáver e todos os seus pertences. Não deveria ficar nenhum rastro. Assim fizeram.
Quando chegaram à casa mortuária, os dois homens depositaram o saco de napa com o corpo sobre uma mesa de mármore. Disseram que o morto só possuía as roupas do couro um tanto surradas, um livro velho e uma espécie de bengala, pois mancava de uma perna. Retiraram do saco mortuário os pertences do defunto e só depois abriram o pacote, causando espanto a D. Diolinda. O morto estava nu e tinha o pênis enorme e ereto. Mas não foi isso que a deixou espantada. O que a estarreceu foi que ela conhecia aquele corpo. Pertencia ao belo estranho com quem vinha sonhando desde que pedira a ele um feitiço que desse um homem só para si. Tinha certeza que aquele era o desconhecido que sempre aparecia em seus sonhos eróticos, desde então, e que alugara o apartamento 333, mas que não se mudara ainda. Então dispensou os dois empregados. Disse-lhes que, a partir dali, era com ela.
Mas os dois subordinados, que haviam notado o interesse da patroa pelo pênis duro do cadáver, e desconfiados de que ela transava com defuntos, apenas fingiram sair do recinto. Esconderam-se por trás de uns caixões e ficaram vigiando a jovem senhora. Ela parecia alucinada, olhando para o pau duro do morto. Retirou o vestido por cima da cabeça e arrancou a calcinha. Tocou o corpo estirado sobre o mármore, por várias vezes, mas não teve coragem de usar seu pênis rígido e frio. Então começou a se masturbar sob os olhares tesudos dos dois funcionários. Um deles, muito excitado, colocou o pênis para fora e começou a bater uma punheta, olhando para o belo corpo da patroa. O outro, mais afoito, tirou as roupas e, com o enorme e grosso cacete à mostra, acercou-se dela...
- Diga-me, patroa, onde deseja que eu enfie esse meu pau já estourando de tanta vontade de meter!...
Ao ouvi-lo, sua buceta foi invadida por comichões de tesão. Durante muito tempo ela não sabia o que era sentir-se invadida por um pau duro e gostoso. E num ímpeto de saciar seus desejos resolveu acatar a sugestão do homem.
Os dois foram tirando as roupas em sua frente e ela por instantes pensou em desistir, porém o cheiro dos testículos impregnou o ambiente, fazendo com que se ajoelhasse e abocanhasse o primeiro mastro duro. Chupava até à garganta tentando, sem sucesso, engoli-lo enquanto o outro funcionário aproximou-se lhe dando uma tapa nas nádegas. Masturbou o segundo com as mãos, desvairada de tanto tesão. Os gemidos começaram a ficar fortes. Ela percebeu que o mastro na boca começava a pulsar e inchar. Primeiro foi um pequeno jato umedecendo a língua que fez com que ela rapidamente levasse ao fundo da garganta a cabeça daquele pau. E então vieram três jatos fortes grudando nas amígdalas e vagarosamente escorrendo pelo esôfago a caminho de seu estomago. Estranhou o gosto azedinho e ácido, com consistência gosmenta, porém saciou parte da vontade resguardada.
O outro funcionário, já totalmente excitado pela masturbação, sentou a patroa ao lado do defunto, abriu suas pernas e começou a encaixar-se na buceta úmida da mulher, que apesar de apertadinha, o engoliu de uma só vez. Meteu freneticamente, peneirando a patroa. Jogava-a para trás, puxava contra si, penetrando fundo, imaginando que seus gemidos eram de dor. Estava prestes a gozar. Porém o outro, reanimado, também pediu para participar.
Colocaram Dona Diolinda apoiada sobre o mármore e o que estava na sobra começou a roçar o dedo sobre seu anus. Foi fundo, tirou, enfiou dois dedos, mexeu, tirou novamente. Enrabou três dedos, e ela sentiu uma dor horrível, mas o pior estava por vir. Olhou para trás e viu que os dedos estavam sendo substituídos pela cabeçorra daquele pau. Fechou os olhos, cravou os dentes nos lábios, fez força como se estivesse defecando. Mesmo com o esfíncter dilatado, foi difícil. Respirou fundo. A tora, que mais parecia um cabo de picareta, foi deslizando e entrou, literalmente rasgando suas pregas. Ficou lá dentro e o homem permaneceu estático.
O outro segurava Dona Diolinda sem tirar seu pau de dentro. Ajudava com uma das mãos, arrebitando a bunda da mulher, tentando facilitar a entrada do outro pênis no ânus dela. Quando percebeu que o companheiro havia conseguido, atochou de uma vez e começou a socar. Ela estava enlouquecida de prazer, sentindo um mastro de encontro ao outro. Gozava alucinadamente aos gritos, mas o ápice de seus orgasmos chegou quando foi inundada simultaneamente por esguichos de porra, lavando útero e anus. Saíram de dentro da patroa e sentaram-se no chão com a respiração ofegante.
Mas a mulher ainda estava muito excitada. Largada sobre o mármore onde jazia o cadáver teve novamente a louca ideia de sentir aquele pau ereto do defunto. Voltou a acariciá-lo. Colocou a ponta da língua e lambeu a cabeçorra. Parecia um jegue, quase do tamanho de seu antebraço e da grossura de seu pulso. Sentou-se sobre ele e começou a pincelar aquela cabeçorra enorme na buceta lubrificada pelo esperma dos outros dois. Arreganhou o máximo as pernas e encaixou. Aquilo tudo não coube em Dona Diolinda. Entrou somente até a metade e parou, pois já sentia que seu útero tinha sido atingido. Mas o desejo ainda fez com que ela o fizesse entrar e sair freneticamente até que um líquido quente começou a escorrer por suas coxas. Era sangue da buceta dilacerada. Ela sentindo dor, tesão, fogachos pelo corpo, arrepios na nuca que desciam pela espinha, começou a gozar, empurrando seu corpo contra o do defunto. Acelerando o ritmo chegou ao orgasmo mais intenso que já havia sentido. Lágrimas de prazer desceram dos olhos da mulher enquanto saia de cima do cadáver. Os dois empregados estavam pasmos com a sanha sexual da patroa. Dessa vez ela os dispensou de verdade. Vestiram suas roupas e foram embora, deixando-a lá, prostrada, com aquele sorriso de felicidade nos lábios.
FIM DA OITAVA PARTE
Escrito por Angelo Tomasini e Diana Aventino