...
Eu: não conheço esse numero... Alô!
-Diego!
Fiquei branco, sem voz e com vontade de jogar o celular no inferno... Era o idiota do Iago...
Eu: seu filho de uma puta, desgraçado, idiota, (minha mãe se assustou comigo assim como o Guilherme), como você ousa me ligar depois de tudo seu desgraçado?
L: é o Iago?
Afirmei que sim com a cabeça, ouvi um suspiro do outro lado da linha...
I: Diego me desculpa, vamos conversar por favor, eu preciso que vc me escute...
Eu: não, seus atos já falaram por vc, não tenho nada a escutar de vc seu idiota.
I: por favor Di...
Não esperei e desliguei o celular, quem ele pensava que era, não tinha o direito nenhum de pedir que eu o escutasse, embora eu tenha ficado com uma forte dor no coração, encostei a cabeça no banco do carro e fiquei olhando para o transito a nossa frente, uma lagrima escorreu do meu olho, minha mãe que estava calada olhou para mim e limpou essa mesma lagrima e beijou meu rosto “eu te amo, sempre saiba disso meu lindo, não chora filhote” sentindo todo esse carinho passado pela minha mãe, eu me lembrei de D. Cilene, minha mãe de sangue sempre me chamava de “filhote” e D. Cilene, minha segunda mãe sempre me chamava de “meu menino” e de certa forma quando eu ouvia alguma dessas formas carinhosas de falar eu lembrava das minhas duas mães.
Fui o caminho todinho calado, para tentar me deixar mais animado o Guilherme ainda dividiu comigo o seu chocolate que ele comia enquanto íamos para casa, sinceramente eu não sei para onde ia tanta comida, o menino come muito, muito mesmo e é magrelo, isso é que é genética boa.
Chegamos em nosso condomínio e graças a deus o Sr. Flavio não estava na portaria, quem estava era outro, eu realmente não estava a fim de ver minha mãe fazendo birra pra cima dele coitado (ele sofre nas mãos dela), então entramos em silencio e subimos para o apartamento.
Entramos no apê e logo corri para o banheiro para tomar um banho pois estava muito quente e eu precisava de um banho urgente, dessa vez eu tomei o cuidado de fechar a porta do banheiro para não acontecer de nem minha mãe e nem o Guilherme entrar...
Eu: Iago...
Me abaixei lentamente apoiado na parede até sentar no chão molhado e com o chuveiro ligado derramando água sob meu corpo nu, com as penas cruzadas encostei minha cabeça em meus joelhos e com os olhos fechados deixei as lagrimas saírem aos poucos.
Por que eu tinha que ser louco por ele? Por que mesmo ele tendo feito tudo o que ele fez eu ainda fiquei feliz ao ouvir a voz dele? Me senti triste por não poder sentir seu corpo colado com o meu? Por que ele não podia esta ali naquele banheiro comigo tomando banho como sempre fazíamos? Ele acabou comigo, eu o amo, amo muito, mas não posso me render a esse sentimento, não posso deixar ele se aproximar de mim, não posso olhar nos seus olhos, não posso dizer que o quero de volta. Acho que passei pouco mais de cinco minutos ali chorando me sentindo tão pequeno e insignificante, criei coragem para me levantar e assim o fiz, terminei meu banho e sai do banheiro enrolado na toalha e com um falso sorriso no rosto para que ninguém percebesse minha tristeza, fui para o meu quarto e troquei de roupa, quando peguei meu celular havia uma mensagem do Emanuel no whats...
E: boa tarde, estou no Recife, vamos nos encontrar?
Eu: Até quando vc vai ficar aqui?
(visualizado)
E: Duas semanas!
Eu: podemos sair no sábado? É que realmente essa semana não vai dar para eu sair muito não, estarei muito ocupado...
E: claro que sim, então sábado vamos sair para almoçar?
Eu: ótimo, espero ansioso pela chegada do sábado.
E: esta bem, em que lugar de Boa Viagem vc mora mesmo?
Eu: eu moro aqui perto do*************************.
E: aaaaaaa, eu sei onde fica, vou te encontrar ai mesmo e podemos almoçar no shopping, que tal?
Eu: por mim tudo bem!
E: vlw então, tenho que sair agora, vou dar uma saidinha com meu irmão até mais tarde!
Eu: até mais, obrigado por lembrar de mim!
E: já te considero um bom amigo, gostei de vc cara.
Eu: brigado.
E: por nada, fui!
Eu: tchau!
Será? Será que esse garoto caiu na minha vida para ficar? Será que ele veio para me livrar de ter o Iago sempre dentro da minha cabeça, me trazendo sempre pensamentos poluídos que so me fazem mau? Será que ele curte? Se não curte, então por que ele iria se interessar em fazer amizade comigo? Vou fazer como sempre faço, vou destrinchar ele aos poucos e saber o que ele realmente quer comigo.
Eu não posso ficar vivendo sempre no passado, estou em uma nova vida agora, vou curtir ao Maximo tudo o que eu puder curtir e esquecer para sempre que aquele idiota existiu em minha vida, não posso e não quero mais pensar nele, vou pensar no meu futuro agora, no que vem a minha frente...
L: licença filho...
(eu estava deitado em minha cama perdido em meus pensamentos)
Eu: entra.
L: vamos almoçar, eu o gui só estamos esperando por vc.
Eu: eu não quero mãe...
L: vc vai comer sim, (me abraçando), levanta meu anjo, vamos comer, vem (me puxando)
Eu: esta bem, eu vou.
Segui minha mãe e quando chegamos a mesa o moleque já estava comendo, era tão bonito ver ele comendo, o menino tinha um ótimo apetite e gostava de comer muitos legumes e verduras eu sempre me surpreendia, minha mãe disse que desde que pegou ele que ela começou a por essas coisas na alimentação dele e ele logo se acostumou, fora que ele come muito, puxou a uma parte da família da minha mãe o pessoal come muito e não engorda nada.
L: Guilherme, meu filho, eu disse para esperar não disse?
G: eu estava com fome mamãe!
Eu: deixa ele, tem mais é que comer mesmo.
Comemos os três juntos e logo voltei para o meu quarto e me joguei na minha cama.
...
Chego na escola e logo me deparo com o Nathan dentro da sala de aula (pelo visto ele gosta de chagar cedo), entrei, como não conhecia ninguém ainda, então não flei com ninguém, so abri a boca quando cheguei perto do Nathan...
Eu: bom dia!
N: hunn... bom dia!
Eu: esta distraído?
N: pensando um pouco.
Eu: esta bem!
-Escuta aqui meu filho! Isso tudo é recalque sua bixa má comida!
(ouvimos a voz exaltada fora da sala)
A: recalque? Euzinho? HAAAAHAHAHAHA nunca! Se não gosta de mim, então faz igual ao Naldo, se joga!
(era a voz do Arthur)
-HAHAHA não gosto de vc mesmo não sei ridículo! Horroroso!
A: querida, horrorosa é vc, minha beleza é igual as obras do governo, nunca acaba. Enfim, já cansei de gastar saliva com vc, fui. Até a próxima!
Ele entrou na sala com todos olhando para ele...
(sentando-se perto de nos dois)
A: eu não preciso ficar gastando minha saliva com essa idiota, meus agradecimentos ao Felix que me ensinou a dar os melhores foras hahahahaha...
N: seu barraqueiro, sai de perto de mim, eu não te conheço, nunca te vi na minha vida seu feio...
A: feio? Eu? AAAAA filho, se enxerga, eu não preciso nem te humilhar, o espelho da tua casa já faz isso por mim!
N: deixa de copiar as frases do Felix idiota!
A: eu fico melhor assim hahaha, eterno aprendiz do Felix!
Eu: vcs dois podem parar por favor?
A: ele que começou!
Eu: então vamos voltar a ser amigos né, e acabar com a briga!
A: falou o embaixador da ONU! Enfim, vamos ser amiguinhos! (estendendo a mão para o Nathan)
N: vamos, (aperto de mão)
A: até pq se eu ficar brigado com vc, quem vai me passar cola nas provas?
N: não te mais cola nunca mais!
A: Ai Natanzinho, vc sabe que eu te amo né...
Nesse momento o professor entrou na escola e nós nos calamos, as três primeiras aulas correram tranquilamente, na hora do intervalo resolvemos sair da sala e ocupar uma mesa na área de convivência, nesse momento um garoto que até então eu nunca tinha visto na escola se aproximou e jogou Ketchup na camisa do Arthur...
-Eita! Desculpa, não foi minha itenção sei viadinho!
A: Gabriel seu filho da puta!
G: vai fazer o que? (dois amigos dele se aproximaram e ficaram ao seu lado)
O Arthur ficou possesso com o que ele fez, muitos já olhavam para nos, o Nathan estava a ponto de se esconder embaixo da mesa e eu...
Eu: ele não vai fazer nada. Quem vai fazer sou eu se vcs três não saírem daqui agora...
G: Olha gente, o viadinho tem um namorado novo!
Eu: eu sou amigo dele, mas isso não é da conta de vcs, cara, procura teu caminho, eu não quero ter que quebrar a cara de vcs três aqui dentro não, não quero sofrer advertências por conta de vcs!
G: vamos lá, deixa esses lixos ai, kkkkkkkkk dois viados e um covarde! Que piada!
(os três “machões” saíram rindo e nos deixaram em paz)
A: que droga essa mancha não vai sair não (ele se levantou e saiu em direção ao banheiro), depois eu volto!
Eu: estamos aqui te esperando. Vamos conversar Nathan!
N: oi, sobre o que? Minha covardia, eu sei, eu sei, eu sou muito covarde, não da para controlar.
Eu: vamos conversar sobre o fato de vc ser gay e ninguém saber disso, nem mesmo o Arthur percebeu isso ainda.
(nesse momento vi ele passar de vermelho para muito, muito, muito branco)
N: e... e... e... não... sei do... que... vc esta falando!
Eu: vc sabe sim, vc sabe esconder bem Nathan, só é preciso ter um olho bem analítico para te sacar, e advinha? Eu te saquei.
N: cara, vc esta muito enganado...
Eu: e por que vc esta branco, quase morrendo, tremendo, soando frio e com dificuldade para falar?
N: eu... (ele pensou um pouco), eu não quero que ninguém saiba, por favor, ninguém sabe disso, eu tenho muita vergonha...
Eu: fique calmo, eu não vou falar nada para ninguém, so quando vc estiver olhando para os meninos, tenta disfarçar mais, vc olha para eles do mesmo jeito que o Arthur.
N: nossa, eu nunca tinha pensado nisso, ai como eu estou com vergonha de falar com vc sobre isso (ele agora estava muito vermelho, olhava para baixo e sua voz quase não saia).
Eu: não se preocupe, seu segredo esta bem guardado comigo esta bem? Pode confiar em mim.
N: obrigado, não tenho outra alternativa a não ser acreditar em vc.
Eu: pode acreditar, cara eu sou assumido e não tenho medo de falar isso não, mas não é por isso que eu saio por ai falando ara todo mundo que sou gay, e eu tbm já estive no armário e sei como é o medo de os outros descobrirem e tão pode confiar em mim, de mim não sai nenhuma palavra com ninguém sobre isso esta bem?
N: esta bem, agora cala a boca que o Arthur esta vindo!
Começamos uma conversa qualquer sobre a escola e os professores até que ele chegou resmungando com sigo mesmo jurando que ia matar os três, logo era chegado o termino do intervalo e nos três voltamos para a sala de aula, as duas ultimas aulas foram de matemática, e enquanto eu e o Arthur praticamente dormíamos lá atrás o Nathan estava todo animado fazendo os exercícios (nunca vi gostar tanto de matemática), demorou, mas finalmente as duas ultimas aulas acabaram, na saída da escola nos despedimos do Nathan e eu, o Guilherme e o Arthur fomos juntos a pé até o ponto do ônibus do Arthur (minha mãe não podia nos buscar nesse dia, então eu e o Gui iríamos voltar a pé para casa (ia ser legal, até pq eu tinha combinado com o Gui de a gente ir dar uma volta na praia), estavamos andando quando de repente o Arthur começa a cantarola...
(Imagine Dragons: It’s time)
A: So this is what you meant
When you said that you were spent
And now it's time to build from the bottom of the pit,
Right to the top
Don't hold back
Packing my bags and giving the Academy a rain check
I don't ever want to let you down
I don't ever want to leave this town
'Cause after all
This city never sleeps at night
Eu: resolvi entrar na onda tbm:
It's time to begin, isn't it?
I get a little bit bigger but then I'll admit
I'm just the same as I was
Now don't you understand
That I'm never changing who I am
Nos fomos andando e cantando e o Guilherme como sempre fingia que nada acontecia, até chegr uma hora que nos empolgamos um pouco e sem querer eu acabei esbarrando em uma pessoa...
Eu: Nossa, desculpa... Emanuel!
E: Nossa Diego, que coincidência!
...
<3 Queridos leitores, eu queria ter postado a dias atrás esse capitulo, so postei logo por conta de algumas coisas particulares que me aconteceram, enfim ai esta, espero que gostem! Obrigado pelos comentários! <3
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