... - obrigado... – Dan estava se entregando ao sono - Eu... (suspiro) Te... (suspiro) – Adam sussurrava e acabou desmaiando. Sua mão pesou sobre a de Tomás que pisou fundo ao ver a situação...
NARRADO POR ADAM
Eu estava deitado em uma cama, num quarto branco com algumas pinceladas azul-claros. Não! Eu estava em uma maca de hospital. Mas não era um hospital comum. Era um hospital de luxo. Abri os olhos calmamente e observei aquele teto de forro de gesso. Olhei para a parede na minha direita: tinha um post com uma frase – Hospital Regional Particular.
- Particular? – sussurrei comigo mesmo – Não acredito que meus pais pagaram por mim em um hospital particular...
- Não precisa agradecer... – disse uma voz suave, rouca, sexy, preocupada e acolhedora.
Virei minha cabeça lentamente para a esquerda e vi um garoto sentado próximo a minha maca me observando. Aqueles olhos verdes marcantes varrendo a minha mente ponta-a-ponta, me conquistando. Tomás.
- Oi... – eu disse atônito.
- Oi – ele sorriu lindamente sereno.
- Você pagou pela minha estadia nesse hospital?
- Sim...
- Você não precisava fazer isso... – o quarto estava vazio, apenas eu e ele – Onde está Ali?
-Em casa e está bem.
- Quando ela saiu do hospital?
- Não sei muito sobre ela, estou com você desde quando te trouxe pra cá...
- Quanto tempo eu estive dormindo?
- Te resgatei às 23h56min de Quinta – Feira. Trouxe você pra cá e você dormiu até agora as... – ele olhou no relógio – 07h22mim do Sábado...
- Dormi tudo isso? E você não saiu de perto de mim?
- Dormiu como um anjo – ele sorriu simpaticamente – E eu fiquei aqui o tempo todo, sim.
- Obrigado, mas e a sua família?
- Me liberaram para ficar com você.
- E Chris?
- Ela não queria que eu saísse, mas eu nem escutei ela... – nós rimos.
- Você trouxe Ali pra cá também?
- Não, ela ficou no Hospital Municipal. Depois que você apagou no carro eu me desesperei e trouxe logo você.
- Você não a levou antes de mim como eu te pedi? – eu começava a me alterar.
- Não, eu só conseguia pensar em você na hora...
- Mas ela tinha desmaiado...
- Eu estava dirigindo um carro com três amigos meus desmaiados...
- Mas ela tinha levado uma pancada com taco de beisebol na cabeça...
- E você tinha levado um tiro no peito...
- Mas estamos falando da Ali...
- Eu sei que ela é importante, mas você tinha levado um tiro e eu estava muito preocupado com você...
Eu estava decepcionado com ele, estava escrito na minha cara. Virei o rosto para a direita e pressionei os dentes, mostrando um relevo na minha mandíbula. Fechei os olhos e disse sem olhar pra ele.
- Não acredito que você fez isso... Não acredito que você pensou em mim antes dela... Você sabe o quanto ela é importante pra mim... – eu estava mais calmo.
- Eu sei que você se importa com ela e por isso você é tão especial... Não podia deixar você morrer.
- Mas eu já estava bem... – fechei os olhos e não olhei pra ele.
- Me desculpa por eu não ter feito como você me pediu... Eu só queria ver você vivo. Por favor, não fica com raiva de mim...
- Eu não estou com raiva de você, você me salvou... Eu só estou... – eu ia dizer desapontado, mas – Eu só estou um pouco tonto...
Passei a mão pela minha cabeça e ele se levantou, colocou a mão sobre a minha testa: estava medindo minha temperatura. Estava com uma camisa folgada vermelha com a gola bem larga: seu peitoral revelou-se pra mim quando ele se inclinou. Ai que vista!!!
- Você está com um pouco de febre... – peguei sua mão e olhei em seus olhos, tirando sua atenção da minha testa.
- Obrigado, por tudo que você fez pra mim...
- Só retribui por você ter se arriscado por mim, por todos... – nesse momento ele beijou a minha testa – Eu conversei com o médico e ele disse que você tinha células paralisadoras no organismo... O que aconteceu realmente?
- Depois eu te conto ok?
O médico bateu na porta e logo em seguida abriu: um rapaz lindo, cabelos morenos, aparentemente 20 anos, olhos azuis e, ai meu Deus, braços fortes como o de Tomás. Ele entrou e andou em direção a minha maca.
- Posso falar um minuto com o paciente, Sr. Mercer? – sua voz era agradável e atraente.
- Claro... – Tomás se levantou e foi em direção à porta. Após sair, o médico olhou pra mim e sorriu.
- Seu atual quadro de saúde é muito bom, Sr. Pearce...
- Me chame de Adam, ou Dan se preferir... – eu estava encantado com ele.
- Sou o Dr. Rice, mas me chame de Diego – ele sorriu – Estou cuidando de você.
- Você parece muito novo pra ser um Dr°... Sem ofensa...
- Não ofende, realmente sou novo, acabei mais cedo à escola que o normal, me formei rápido. Tenho 21 anos.
- Uau...
- Mas o assunto aqui é você: levou um tiro a queima roupa no peito, está vivo e tem um amigo super preocupado como Tomás. Você obviamente tem muita sorte.
- O tiro não era de verdade... E Tomás é um milagre em minha vida... – falei rindo, sem dar a perceber que sou gay.
- É ele parece ser muito legal mesmo e ainda é um pedaço de mau caminho... – olhei pra ele sorrindo e franzindo a testa.
- Sim, ele é muito bonito – disse desconfiado – E safado – levantei a sobrancelha – Mas, por um acaso, você não seria... – deixei o resto da frase no ar.
- Sim, eu sou gay.
Continua...
Esse ficou pequeno, mas pretendo postar o próximo mais rápido ok?