Acordei de manhã e reparei que estava sozinha na cama. Claro que ela não ia ficar ali comigo, agora ela dormia ao lado de outra pessoa. Sorri lembrando a noite passada. Levei as mãos no cabelo e desejei ela ali comigo. Por mais que estivesse além de mim tudo o que sentimos, não podia ter acontecido, não mesmo. Mas não podia negar, tinha sido bom demais.
Levantei, tomei um banho e desci encontrar os meninos na mesa do café. Mas só encontrei Diego.
Eu: Bom dia amado.
Diego: Bom diiaa Nanda. Como foi sua noite? - Me olhou com cara de quem já sabia de tudo.
Eu: Olha até que foi boa. Cadê o Marcell?
Diego: Tá la em cima, foi ver nossos filhos. - Sorriu. - Eu vi Bruna saindo de madrugada, só pra avisar. E ai vocês transaram?
Eu: - Quase me afoguei com o suco. - Não. Só conversamos.
Diego: Vou fingir que acredito. Fiquei meio confuso quando você saiu da festa ontem, mas depois que vi Vicente sozinho entendi tudo. - Balançou a cabeça. - Sabia que vocês não iam resistir.
Eu: Não rolou nada, pode perguntar a ela. - Disse tranquila.
Diego: Uhum sei. Mudando de assunto, você viaja hoje ainda?
Eu: Sim, sim. 21horas.
Diego: E quando volta??
Eu: Semana que vem.
Diego: Sério?
Eu: Uhum. Mas dessa vez volto pra ficar.
Diego: Nossa que bom.
Marcell apareceu na escada.
Marcell: O que as mocinhas tanto conversam ai, posso saber? - Começou a descer e vir em nossa direção.
Diego: A Nanda vai voltar pro Brasil amor.
Marcell: Sério Nanda??
Eu: Uhum.
Marcell: Que notícia boa.
Eu: Ei e a lua de mel??
Marcell: Só quando os bebês estiverem maiores. - Deu um beijo na minha testa e depois um selinho no Diego. - Me diz, vai ir no casamento da Bruna?
Tocou na ferida.
Eu: É claro.... que não. O que vou fazer la? Tudo bem que o Vicente pensa que somos amigas masMarcell: Para, perai a Bru não contou a ele sobre vocês?
Eu: Não. - Suspirei. - E depois diz que sentia algo tão forte por mim.
Diego: Mas Nanda você foi embora, em busca de um recomeço, deixou tudo pra trás.
Eu: - Dei um sorriso fraco. - Acredite eu fui embora, mas não deixei tudo pra trás. Mas agora não faz diferença mesmo. - Levantei. - Posso pegar o carro?
Marcell: Claro.
Subi e troquei de roupa. Queria sair e aproveitar meu tempo livre.
Fui ao shopping e ao parque e resolvi passar no ateliê da Mel.
O lugar agora era bem mais amplo, com uma pegada contemporânea, logo Mel me viu e veio me receber.
Mel: Para, você por aqui? rs
Eu: Então fiquei meio perdida. rs . - Sorri. - Tinha que conhecer o lugar.
Mel: Vem eu te mostro.
Entramos e andamos pelo local todo. Realmente era lindo.
Mel: Aceita um café, um suco, uma água?
Eu: Estou bem assim, obrigada.
Mel: E ai que horas você sai?
Eu: 21horas.
Mel: Hm. Me conta como foi la com a Bruna?
Eu: Não foi.
Mel: Para, eu sei que ela foi atrás de você. Eu vi ela sair da festa.
Eu: Apenas conversamos.
Mel: - Sorriu.- Sei.
Eu: Agora não importa mais. Ela vai casar.
Mel: E você vai deixar ela casar? - Suspirou. - Nós sabemos bem que ela não ama ele.
Eu: Mas é com ele que ela quer ficar.
Mel: Nanda olha pra mim. - Disse me virando pra ela. - Vai deixar a Bruna cometer o mesmo erro que eu?
Fiquei sem resposta. Sabia que ela tava certa. Mas eu não podia fazer o que fiz. Ir embora por 2 anos, depois voltar e achar que ela estaria ali, exatamente como esteve um dia. Agora ela vivia com alguém que realmente parecia fazer bem pra ela, não podia estragar o que ela tinha, seria egoísta demais da minha parte.
Depois de passar algumas horas no ateliê Mel e eu resolvemos sair pra almoçar, conversamos e passamos a tarde juntas.
Por volta das 18 horas resolvi voltar a casa dos meninos.
Eu: Mel, já vou indo. Preciso arrumar as coisas.
Mel: - Me abraçou. - Eu vou te visitar em LV.
Eu: Linda minha, precisa não. Eu vou voltar para o Brasil. Nos vemos em breve. - Dei um beijo na bochecha dela.
Quando estava voltando Diego me ligou, como estava dirigindo resolvi não atender. Ele ligou uma, duas, três estranhei, comecei a ficar preocupada. Logo depois chegou uma mensagem. Nem li, já estava chegando.
Estacionei e desci. Entrei e logo vi Bruna e Vicente na sala. Agora entendi porque Diego me ligou tanto. Sorri sem graça.
Entrei e os cumprimentei de longe.
Eu: Oiii Oiii! - Sorri sem graça.
Vicente: Oi Fernanda tudo bem?
Eu: Tudo ótimo e você?
Bru: Oi Fer. - Falou baixo.
Era visível que estávamos desconfortáveis.
Vicente: Porque não senta aqui com a gente? Bruna tem um convite pra fazer pra você.
Eu: A não vai dar. Tenho que arrumar as malas.
Vicente: A gente espera.
Odiava insistência, coisa chata. Sorri tentando me acalmar.
Bruna me olhou de forma tão confusa.
Subi rápido, tomei um banho demorado, como tinha trazido poucas coisas não tinha muito o que arrumar.
Demorei pra colocar a roupa, escolhi um short jeans curto e uma blusa solta. Demorei na maquiagem, demorei o máximo que pude. Depois de tudo estar devidamente arrumado. Resolvi descer. Quando cheguei na escada e me viram Vicente teve que mexer comigo. Era engraçado não sei se ele era realmente assim ou fazia de propósito.
Vicente: Já estava por desistir.
Fingi que não era comigo, passei direto fui na geladeira pegar uma fruta. Demorei na cozinha. Não queria mesmo ficar perto deles. Mas era quase que inevitável.
Voltei e sentei no meio dos meninos.
Vicente: Tenho impressão de que você não está querendo falar conosco?
Capaz.
Eu: Sou toda ouvidos.
Vicente: Bruna me contou que vocês se conheceram na faculdade e São amigas desde então.
Eu: Amigas?
Bruna me olhou assustada. Me senti decepcionada.
Eu: A gente tava mais pra colegas.
Vicente: Não importa, ela queria te fazer um pedido. Não é amor?
Esse ‘amor‘ fez meu sangue ferver.
Bru: É. - Suspirou. - Queria que você fosse minha madrinha!
Me senti com a cara no chão, não acreditava no que tinha acabado de ouvir.
Eu: Madrinha? Sabe que não posso. - Olhei diretamente em seus olhos.
Vicente: Pode sim. E não me venha com desculpas de que não tem como vir.
Eu: Quando será o casamento?
Vicente: Na próxima semana, adiantamos a data, porque Bruna acha que está grávida.
Agora realmente eu estava desconfortável, era muita informação.
Eu: Bruna sabe exatamente porque não posso. E além do mais nas próximas semanas estarei bem ocupada.
Vicente: Ocupada a ponto de não poder vir no casamento da sua amiga?
Eu: Sim, muito ocupada.
Vicente: Mentira. Venha apenas pra cerimônia.
Eu: Não.
Vicente: Não vai te custar nada.
Eu: Já disse que não.
Vicente: O que a gente pode fazer pra você vir?
Eu: Não sabe o que significa não?
Vicente: Sei que você virá.
Eu: Não Vicente eu não vou vir. - Levantei. - Pergunte a Bruna ela sabe porque não posso vir. -
Segui pra cozinha.
Sentei no chão encostei a cabeça na pia e olhando pro teto desejei que aquilo fosse apenas um pesadelo.
Olhei no relógio já era 20horas.
Levantei, passei na sala indo em direção ao meu quarto, mas...
Vicente: Fernanda faça isso por nós.
Eu: Não posso. - Olhei pra Bruna e balancei a cabeça.
Subi as escadas, cheguei ao quarto e logo Bruna veio atrás de mim.
Bru: Fer?
Eu: Vai embora.
Bru: Não queria que você soubesse assim.
Eu: Soubesse o que? Que você está grávida ou que você queria que eu fosse sua madrinha? Porque com certeza as duas são péssimas notícias.
Bru: Pra mim São ótimas notícias.
Eu: Tanto faz. - Peguei meu celular e liguei pra Mel. - Oi? Mel? Vem me buscar por favor. Tá te espero.
Bru: Fer me escuta.
Eu: Tudo bem, você não tem que me explicar nada. Sabe eu fui embora, eu desisti da gente eu também não quis que desse certo. Me enganei achando que chegaria aqui e você estaria livre, mas sabe dói saber que você vai casar, que você está grávida, dói muito. - Tentei conter as lágrimas.
Bru: Não tá sendo fácil te ver partir de novo.
Parei em frente ao espelho e olhei pra ver se não tinha borrado a maquiagem.
Eu: - Respirei fundo. - Agora não faz mas diferença. Vai doer dizer isso mas, se você se sente bem e quer casar, o faça. Mas não me faça participar disso.
Bru: Vicente quer muito. Acha que você seria a madrinha perfeita pra mim.
Eu: E você o que você acha?
Bru: Acho que ele tá certo.
Eu: - Sorri debochadamente. - Não te conheço mais, antes você era decidida, tinha pensamento forte e ninguém te dizia o que fazer, agora se esconde atrás de um homem que não ama, só porque acha que sua mãe não vai aceitar o fato de você ser lésbica? Você... quer saber esquece.
Bru: Acha que não amo o Vicente?
Eu: Não, eu não acho. Eu tenho certeza.
Bru: Você não sabe de nada.
Peguei a mala e comecei a descer, estava com o sangue fervendo. Quando cheguei a sala, dei um beijo nos meninos e disse que estava de saída, Vicente me olhou, sorriu e disse:
Vicente: Te espero pro casamento?
Eu: Não.
Vicente: Eu pago sua passagem pra cá.
Eu: Não se trata de dinheiro. Não preciso do seu dinheiro. - Tentei me manter calma.
Vicente: O que posso fazer por você então?
Eu: Nada. Eu não vou vir, e ponto.
Vicente: - Sorriu. - Você virá, sei que virá. Não vai negar isso a uma amiga.
Eu: Amiga? Acha mesmo que eu e Bruna fomos amigas?
Bru: Fer para. - Disse descendo a escada.
Eu: Não, se você consegue viver na mentira, eu não. - Olhei pra ele. - Eu conheci a Bruna na faculdade sim, inclusive ela era apaixonada por mim nessa época. Quando ela ficou com você na festa da Renata, era em mim que ela tava pensando. Se ela ficou com você, foi por covardia, porque ela tem medo de ser o que é.
Vicente: Então você..
Eu: Isso mesmo. Sou Lésbica, gosto de mulher. - Respirava fundo tentando me acalmar, apesar de não estar funcionando. - Fui completamente apaixonada por essa mulher. - Apontei pra Bruna. - E se ela escolheu ficar com você, não me importa. Só não posso participar disso, copiou? - Olhei pra Bruna. - E você não me procura nunca mais. Eu não quero ver você outra vez. Você é uma fraca, bem diferente daquela mulher por quem eu fui louca um dia. - Só andei até a porta e sai.
Quando cheguei na rua, Mel tinha acabado de chegar, só entrei no carro e desmoronei.
Mel: Nanda você tá bem? O que aconteceu? - Disse preocupada.
Eu: Te conto no caminho. Por favor me tira daqui. - Disse entre o choro.
Eu me sentia mal, ele merecia saber a verdade, mais não dessa forma. Eu me sentia indignada, não podia acreditar em quem Bruna havia se tornado.
Depois de conseguir me acalmar, contei tudo pra Mel.
Mel: Você fez isso?
Eu: Fiz.
Mel: Fica tranquila que você fez o certo. Mais e agora como fica?
Eu: Não fica. Não quero saber mais nada sobre eles.
Mel: Você tá nervosa.
Eu: Sei o que disse Mel, não quero ver a Bruna de novo.
Mel: Mas você ama ela ou não ama?
Eu: Ela não é mais quem eu amava.
Continua...
Oii Oii, saudades de vocês minhas amoras. Simplesmente adorei os textos, vocês todas são umas lindas.
Bom meu nome é Claudia(Claau para os íntimos), tenho 17 anos, sou branca, cabelos longos e castanhos, olhos igualmente castanhos, nem gorda nem magra e solteira.
Gosto de tudo um pouco. Sou uma pessoa simples, prática, extrovertida, sonhadora, falante e muito franca. Meu estilo é confuso como eu, não sou feminina e nem masculina.
Quanto a minha sexualidade, sou bem decidida, porém não sou assumida por motivos particulares.
Prazer :3
E quem quiser mandar pra mim o número, mande por email(claudiahvieira824@gmail.com) ou deixa nos comentários.
P.S: Perdoem meus erros, preguicinha básica de corrigir. rs
Comentem! Bjooos :3