Um amor de infância - Capítulo 22

Um conto erótico de LuisMagalhães
Categoria: Homossexual
Contém 1099 palavras
Data: 14/06/2015 09:43:19

...- minha mãe. Ela está morrendo.

Senti a vista pesar consideravelmente...

Não podia ser verdade o que eu estava ouvindo. A Sra. Mercer estava morrendo? Sempre foi uma mulher saudável, como um adolescente. Tomás estava mentindo pra mim então.

- Você está brincando, só pode...

- Não é brincadeira – ele estava muito sério – Minha mãe está morrendo.

- Mas Bárbara Mercer sempre foi a “mulher da saúde”. Como alguém pode chegar a esse estágio?

- Ela vinha sentindo algo diferente em seu corpo – ele se levantou e não olhou pra mim, ficou de costas com uma mão na cintura e a outra enterrada nos cabelos meio loiros – Então quando voltou ao consultório médico, depois de anos sem ir lá, o Dr. disse que ela só saia de lá com um diagnóstico: estado terminal.

O que?

- Mas como? Que doença é essa?

- Câncer no sangue, alguma coisa muito rara e pouco conhecida como essas outras doenças que nós nem sabemos o nome...

- Algo como anemia? Leucemia?

- Antes fosse. É algo pouco conhecido, por isso é tão perigoso. Talvez uma transfusão de sangue resolva, mas seu tipo sanguíneo é AB-.

- Mas AB recebe de qualquer outro tipo sanguíneo...

- Mas a maioria das pessoas tem um sangue “poluído”, impróprio. Seus vasos sanguíneos só recebem o verdadeiro AB, o puro.

- Mas você é filho dela, pode ter AB.

- Não. Meu pai é O-, o que quer dizer que meu sangue é misto, impuro e não pode servir de doador.

- Poxa vida.

- Eu faria tudo pra não vê-la morta – seus olhos marejaram, seu queixo tremeu, mas ele não chorou – Qualquer coisa.

- Pode parecer esquisito, mas meu sangue é AB, só não sei os dos meus pais.

- É provável que não sejam AB também. É muito raro, mesmo.

- Amanhã eu passo lá em casa e converso com a Ali sobre isso.

- Você não vai sair de casa. Não está recuperado.

- Você diz isso o tempo todo, mas não pode me impedir.

- Não duvide de mim – ele estava se recuperando da tristeza e começava a sorrir sacanamente. Isso me animou.

- Você não pode me prender, eu ainda estou machucado e sobre recuperação – falei de modo manhoso e recuperei o tom de voz – Eu vou onde quiser.

- Você acha que o fato de você estar em recuperação vai me impedir de segurar você? Certo, eu não vou prendê-lo, mas posso imobilizá-lo, sobre a cama de preferência... – ele falou com malicia.

- Ah... Recuperou o seu lado safado né? – ele sorriu – Quando você menos perceber eu fujo.

- Tente.

(Vou resumir bem)

Nós jantamos, fomos dormir. Até agora não tinha me perguntado porque estava dormindo na cama de Tomás, com ELE. Mas tudo bem, não me incomodo nem um pouco kkkkkkk.

O dia amanheceu.

Sentei-me na cama e olhei Tomás dormir. Ele estava de costas pra mim, com uma camisa fina. Seu corpo subia e descia sutilmente. Eu resolvi que aquele era o momento certo para dar uma saída, caso conseguisse ser silencioso. Tomei banho com cuidado para não acorda-lo. Foi então que vi a cicatriz da bala, do tamanho da ponta de um dedo indicador. Estava diminuindo com o tempo e eu que pensava que cicatrizes não sumiam. Saí da casa com Tomás ainda dormindo. Fui a pé mesmo, precisava espairecer a mente. É claro que deixei um bilhete para Tomás, caso ele ficasse preocupado comigo.

Eram 07h11min da manhã de Domingo. O dia estava frio, o sol clareava de um modo especial o céu. Caminhava em passo lento por uma rua deserta, cercada de arvores por todos os lados. Flores verdes claras inspiradoras. O asfalto estava coberto por folhas secas e quebradiças, uma mistura de verde, amarelo, bege escuro e marrom. A rua não era muito utilizada, por isso escolhi ela, para ficar longe da vista de Tomás.

Enquanto caminhava, inclinei a cabeça para trás e fechei os olhos, respirando o ar e sentindo a natureza entrar em mim. Era incrível aquela sensação. Fique assim por algum tempo, pois não havia como esbarrar em nada, estava a sós na rua. Um tempo depois, sinto meu pé topar em alguma coisa no chão e me desequilibrei. Caí para a frente com as mãos me protegendo do chão. Dei uma gemida quando me dei conta de que havia caído e cortado a mão.

- Sinto muito, não vi você passar – uma voz máscula, mas suave, doce se dirigiu a mim.

O desconhecido pousou a mão nas minhas costas. Eu estava de quatro, tentando sintonizar com a realidade. Senti sua mão me segurar por trás. Olhei para ele e não consegui me concentrar em outra coisa que não fossem seus olhos cor-de-mel. Sim, os mesmos olhos de Caíque, só que mais preocupados comigo. Ele era lindo, tão lindo quanto Tomás. Mentira, ninguém é tão lindo quanto ele, mas era bonito. Ele me ajudou a ficar de pé. Me segurou pela cintura como se tivesse intimidade e me olhava nos olhos, querendo ver se eu sentia dor.

- Estou bem – disse para fazer ele parar de me olhar assim.

- Me desculpa, eu estava sentado, recostado nessa arvore e nem ouvi seus passos – ele disse e eu estava mais preocupado com a dor na minha mão que sangrava. Ele viu minha mão – Você tá machucado...

- Não é nada, eu estou indo pra casa agora.

- Você precisa é de uma carona. Deixa eu te levar pra casa, minha moto está bem ali atrás da arvore.

- Eu nem conheço você...

- Foi mal. Meu nome é Bruno.

- O meu é Adam. Olha, não preciso de carona, eu vou a pé.

- Não senhor, eu vou leva-lo.

Antes que eu pudesse dizer alguma coisa, eu já estava a caminho de casa na garupa de uma moto preta bem estilosa. Estava me segurando na ponta da camisa dele que era bem colada, mostrando seus músculos definidos que me enlouqueciam. Chegamos a minha casa depois de eu dizer onde era. Não gostava da ideia de ter dito meu endereço a um desconhecido, então pedi que ele parasse a algumas casas antes. O carro de Tomás estava estacionado na frente da minha casa. Desci da moto olhando para o carro. Então me virei para Bruno que me olhava profundamente.

- Obrigado pela carona – eu disse meu sem jeito por estar diante de um estranho – Sinto muito se atrapalhei sua manhã...

Ele estava em pé encostado na moto. Nesse momento ele passou a mão pela minha nuca e me beijou suavemente na bochecha.

- Você não atrapalhou nada. Pelo contrário... – ele disse se afastando e subindo na moto.

Ele saiu correndo em alta velocidade pelo asfalto, me deixando boquiaberto na calçada.

Continua... Não desistam da série por isso, por favor.

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Comentários

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Tomas é um idiota, ta mas do que certo o Adam arranjar alguém!

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Não gostei disso não desista do Tomás.....

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Desistir jamais, quero ver onde isso vai dar, tá na hora do dam seguir em frente, o que adianta ter o amor da sua vida ao seu lado se não é correspondido... Rum, Concordo com os outros tá pequeno, mais isso ce que decide, volte logo.

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Isso ai, agora o Adam e o Bruno se apaixonam e o otario do Tomas morre de ciume, amei kkk

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Desistir nunca haha... Tu podias aumentar o tamanho né?!

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Cada capitulo um susto. To gostando bastante, pena os capitulos serem tao curtinhos. Nao pare

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Muito bom.amando seu conto...

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