Uma das coisas que sempre quis fazer foi inserir objetos na uretra, essa ideia não partiu de mim, mas assim que vi um vídeo com essa prática eu adotei a ideia, não acho que foi um ato ilegítimo, pois se tal prática não fosse intrínseca a minha natureza eu a teria rejeitado, sem dúvidas!
Em sonho, tive uma nova perspectiva de como executar da melhor forma o ato que estava potencialmente iminente: a introdução de um corpo estranho -qualquer- em meu canal uretral? Não! A introdução de um sanguessuga em meu canal uretral! Eu imaginava que, ao ter o pênis cheio de sangue, o efeito de um sanguessuga dentro da uretra deveria ser extremo, assim como pancadas no pênis dão um enorme prazer, a sangria deveria em tese, dar no mínimo o dobro de prazer.
Fui ao lago próximo de casa, era manhã ainda; ao lado do lago havia uma pedra, era o meu vizinho bêbado cantarolando músicas do tempo de antanho. Fui tomado de uma cólera, fiquei exasperado com aquelas cantigas irritantes, o jeito imundo que aquele infeliz sorria, completamente ébrio em álcool e mediocridade. Acabei me desviando do meu objetivo original de caçar sanguessugas, pois havia um verme a ser eliminado; então o chamei pra ver um animal insólito no lago, que seria um tanto excêntrico e curioso, conduzi-o até a pedra que dava para a parte mais funda do lago. “Onde ele esta?” ele perguntava focando a água. Empurrei-o da pedra e ele caiu no fundo da água, depois submergiu pedindo ajuda, fiquei de cócoras vendo ele se afogando, minha raiva era que vê-lo resistir, seria conveniente que ele morresse logo para que eu desse continuidade a minha busca por sanguessugas. Para pôr um fim aquela situação, peguei um pedaço de madeira que bateria em sua cabeça até que o matasse, mas aí a perícia constataria o assassinato, então para parecer uma morte acidental eu deveria deixá-lo morrer afogado, por mais que isso me custasse alguns minutos de espera.
Enquanto eu esperava o afogamento daquele homem, via a luta se tornar cada vez mais em vão, o meu objetivo sendo alcançado e meu orgulho positivado por aquela vitória sobre ele, tudo se tratava de um jogo de poder, desde o momento em que o levei até a pedra até o momento em que o via sucumbir. Ele engoliu muita água, ficou inconsciente e afundou. Levantei-me da posição que estava, junto com a elevação do meu ego, andei pelas margens do lago para achar algum sanguessuga e não foi difícil conseguir. Peguei alguns e coloquei num pote de doce, voltei pra casa e derramei os sanguessugas na minha barriga, eu já estava sem roupa, sobre a cama, refestelado; fiquei vendo eles andarem, grudavam na minha barriga e começavam a drenar sangue. Lembrei de um filme que passava na Globo de um vilão que manuseava uns sanguessugas dentro de um navio, havia algo de erótico no modo em que esse vilão manuseava os sanguessugas e como ele tirava prazer disso. Penso que eu não sonhei com os sanguessugas por acaso, essa cena deve ter ficado marcada no meu subconsciente.
“Pooorra!”, vi o quanto aqueles bichos estavam sugando, não era pouco em relação o que eu esperava, coloquei todos no vidro, exceto um. Esse eu brincaria com ele no meu pau, guiei uma ponta de seu corpo em direção a minha uretra, ele não parecia querer entrar, fiquei insistindo até que consegui; só ficou uma ponta pra fora, que logo entrou. Ele grudou no canal e começou a puxar todo o sangue que a ereção concentrava, ok, não todo, mas o animal drenava com uma pressão absurda. Havia um ambiente propício a ele, tão propício que temi que ele não desgrudasse e ficasse ali ad infinitum. Mesmo com os riscos e com o medo eu não conseguia perder a excitação, só não me masturbava por estar com o pau totalmente sensível, como se várias lâminas estivessem dentro do meu pau, tal sensação era boa por si só, ao passo que o toque era desnecessário.
Senti a parte interna do meu pau puxando toda a extremidade para si, como se uma mão invisível estivesse apertando, mas o pior não era isso, era a sensação de que a cada sugada, as lâminas invisíveis entravam em partes mais externas, indo mais além no corpo esponjoso; a dor era homérica e meu pau branco estava roxo. Travei o maxilar para não emitir nenhum SOM, gradativamente fui retomando a consciência e comecei a pensar em possíveis saídas para aquela merda. Todas as alternativas exigiam um sacrifício, um risco ou uma dor maior para retirar o sanguessuga; bebi uma garrafa de vinte litros de água em menos de trinta minutos para eliminar o animal na urina, mijei debalde, ele continuava ali, o mijo perpassava o animal sem conseguir desgrudá-lo. Fui até o fogão e esquentei água, acho que 100 graus era o suficiente, era meio impossível sentir mais dor, então quando enchi a bacia com a água quente não titubeei em colocar meu pau na água. Imagine seu pau sendo cozido como um ensopado. O sanguessuga colocou uma ponta pra fora, por ele mesmo ele foi saindo, não ousei tocar para não fazê-lo entrar de novo; o corpo do bicho estava gordo, entupido de sangue, a água estava um vermelho rosa, cada parte do animal que saía, era uma fileira de tinta vermelha que se dispersava na água, perdendo sua tonalidade original. Ele saiu! Peguei o sanguessuga da água, coloquei na boca e mastiguei até reduzi-lo a sangue, bebi meu sangue de volta, mas já não era o mesmo sangue, ele estava transformado, o sanguessuga transformou o sangue e a mim.
Poucos dias depois fui na despedida do homem afogado, fiquei do início ao fim, desde a hipocrisia inerente a velórios até a angústia que é par dos enterros. Não sentia nada, mas queria acompanhar de perto o resultado de minha obra, não era para mim um evento comemorativo, era uma legitimação do meu êxito em sempre conseguir tudo sempre, não importa quais sejam os meios nem as consequências.