Cap.16
Os dias que se seguiram foram de constantes brigas na casa dele. Ele e a mãe dele não estavam se entendendo de forma alguma.
- Ai meu deus que ódio !- ouvi mais uma vez a voz dele, entrando na sala de casa.
- O que houve Justin ? - perguntei, enquanto fritava carne na cozinha.
- A minha mãe. Ela está pra me deixar louca ! Não para de falar milhares de coisas, que eu tenho que procurar igreja, que é uma fase, que você me influenciou, que você não presta. Ela inventou até de querer se mudar agora.
- Ah não...
- Se acalme amor, ela não vai me afastar de você.
- Mas, se ela se mudar...
- Se ela se mudar eu saio de casa. Posso ser menor de idade, mas posso me virar.
- Você faria isso mesmo ?
- Claro que sim. Ela tem que me aceitar, por bem ou por mal - falou, me abraçando por trás enquanto eu cozinhava - a ultima coisa que eu quero nesse momento é me afastar de você.
- Que ótimo amor. Mas vai ficar esse clima ruim com a sua mãe ?
- Parece ser o que ela quer. Eu queria muito continuar tendo aquela relação de mae e filho que nós tínhamos, mas ela não parece ser capaz de te aceitar.
- Eu sou tão importante assim ?
- Claro que sim. Eu não suportaria me desfazer de você nem brincando - ficamos abraçados por alguns segundos enquanto eu terminava de fritar meu almoço.
- E agora ?
- Como assim ?
- Todos sabem, a gente não se esconde mais de ninguém. Como é que vai ser ?
- Ué, vamos encarar tudo o que vier, juntos - falou, cruzando as mãos dele com as minhas.
TEMPO DEPOIS
Quando colocamos os pés na escola no dia seguinte, os olhares eram todos focados para nós. Eu podia perceber todas as energias que eram direcionadas a nós. Alguns pareciam ter inveja. Outros pareciam ter nojo. Enfim...
- Entre de cabeça erguida !- falou ele, ao meu lado. Nenhuma palavra foi dita. Pareciam que as línguas de todos haviam sido cortadas. A minha surpresa foi que de repente, diversos outros garotos se separaram dos outros e cruzaram as mãos, como sinal de apoio. Foram os únicos sorrisos que recebemos. Parecia que todos precisavam era só que algum casal se assumisse, para que assim aparecesse outros. Foi incrível ver que não seriamos os únicos naquela batalha. Que tinha mais gente igual a nós. Ele olhou pra mim, sorrimos vendo aquela cena.
TEMPO DEPOIS
Estava no banheiro, vendo se estava tudo certo no meu rosto, quando mais uma vez Pablo entra.
- Ah não - peguei minha mochila e caminhei até a porta, mas de repente ele meteu a mão, a segurando - eu não pedi pra você ficar longe de mim ?
- Eu não consigo ficar longe de você !
- Devia ter pensado nisso antes de ter feito aquilo. Tenho certeza que você imaginou que não sobraria nada pra você. Eu seria seu amigo. Pensei bastante numa forma de não te magoar. Estava até buscando na minha lista de amigos alguem que pudesse te fazer esquecer de mim. Mas não, você acabou com todo o respeito que eu tinha de você com um ato só.
- Me desculpa...
- Desculpar ? Você tem noção do que fez. Nos obrigou a nos assumir. Contou tudo a mãe dele, e o pior, exagerou a verdade. Eles estão brigando até hoje e a culpa é sua.
- Olha, eu gosto muito de você e quando eu vi que não poderia te ter, fiquei com muita raiva.
- Nada justifica o que você fez ! - falei, abrindo a porta e saindo. Lá ele ficou. Não conseguia mais ter compaixão pelo Pablo, não depois do que ele havia feito.
TEMPO DEPOIS
- Você vai lá pra casa depois ? - perguntei.
- Vou sim, só vou comprar esse material e ai vou pra lá. A gente pode fazer bolo.
- Vou adorar. Então tchau meu lindo, até lá - atravessei a rua como sempre fazia, estava tudo na paz. Quando de repente aparece um carro. Foi tao rápido que não deu tempo de eu pular. Apenas senti o impacto e desmaiei.
Continua
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