- Eu adoraria namorar contigo... - Seu rosto se iluminou - Mas não posso.
- Porque Ralph? - Perguntou com cara de cachorro sem dono.
- Vou me mudar para os Estados Unidos...
Os olhos de Pedro começaram a lacrimejar. Me levantei e peguei em sua mão.
- Porque Ralph? Não vá. - Pedro não resistiu e começou a chorar.
O abracei enquanto, não sei por quê, lágrimas também saíram de meus olhos.
- Foi tudo tão intenso, meu príncipe. - Disse para Pedro
- Não vá, Ralph, eu te amo. Não vá.
- Mas, meu anjo, começamos a nos relacionar esses dias atrás.
- Nunca senti por ninguém o que sinto por você.
Estava besta com as palavras de Pedro. Era de partir o coração, chegando ao ponto de estarmos chorando, um ao ombro do outro.
- Pedro, eu lamento esse impasse...
- Ralph, fique comigo. - Pedro me soltou, desceu em seus joelhos e pegou minha mão - Me ame intensamente, esteja aqui comigo quando o dia amanhecer para o resto de nossas vidas...
Não podia crêr no que ouvia... Sabia que Pedro gostava de mim, mas não a esse ponto...
- Pedro - Me ajoelho junto á ele. - Não posso mudar a viagem. - Chego minha cabeça gradualmente próxima a cabeça de Pedro - Só o que posso fazer é me despedir de você.
Nos beijamos, mas não era um beijo comum, um beijo de despedida mesmo, como se fosse o último de nossas vidas. Pedro me pegou em seus braços e me jogou na cama, fizemos amor como nunca, e, resolvi passar a noite com o único que me devolveu todo o sentimento (até em maior quantidade) em toda minha vida.
Amanhecia, estava na cama de Pedro. Me levantei, fui ao banheiro, jogar uma água no rosto, escovar os dentes e etc...
Acabado o processo, reparei em como Pedro era lindo. Cada detalhe de seu rosto com traços de infância... Nunca havia me dado conta no sentimento que sentia por aquele garoto... Mas nunca poderia ser totalmente dele, estando com a cabeça lá em... Deixa pra lá. Ia sair e deixar um bilhete para Pedro, me recusava a acordá-lo. Ia escrevendo quando...
- Ia sair sem despedir? - Diz aquele homem me encarando.
- Oh, perdão Pedro. - Me deito a seu lado e o beijo - Não queria acordá-lo. - Dou-lhe outro beijo.
- Então... Essa foi nossa última vez? - Pergunta com o semblante caído.
- Sim - Sentado na cama, abaixo minha cabeça e confirmo - A partir dos próximos dias, minha vida vai mudar da água pro vinho.
- Deixa eu participar disso - Reivindica Pedro
- Não dá, Pê. - Viro o rosto em sinal de que também não queria que as coisas fossem assim - Tenho que fazer coisas muito importantes. E não posso te ter ao meu lado.
- Okay, então. - Uma lágrima caiu do rosto de Pedro. Ele virou seu corpo para o outro lado, deixando de olhar para mim.
- Perdão. Mas não dá - Digo, beijando suas bochechas e partindo de seu quarto - Adeus, Pedro. Vamos viver... Um dia a gente se encontra.
- Adeus Ralph.
Saio do quarto de Pedro e o ouço chorar. Como queria não ter que fazer isso... Mas precisava cumprir minha promessa.
Desci pelo elevador e saí do prédio de Pedro. Peguei um táxi no ponto ali perto e rumei a minha casa. Tinha que me arrumar para almoçar com Alyne.
Entrei em casa ás pressas, me arrumei com rapidez e as 11h15 estava pronto. Peguei o carro de mamãe emprestado e fui buscar Alyne em sua casa.
Como odiava o trânsito paulista... Mas era inadiável...
Busquei Alyne em casa e fomos ao restaurante. Lá chegando, nos sentamos, fizemos nosso pedido e logo fui ao assunto:
- Alyne, sabe quais foram as últimas palavras do Tay?
Alyne abaixou a cabeça por tristeza ao lembrar do amado, me olhou em meus olhos e disse:
- Não.
- Ele falou...
Contei a cena que presenciei nos últimos minutos de consciência de Tay e fui curto e grosso:
- Como prometido, quero saber, Alyne você quer casar comigo?
- Oi???
- Quero cuidar de você, e do seu filho. Vou me mudar para os Estados Unidos e faço questão de levá-la comigo.
- Olha Ralph, acabo de perder meu namorado e...
- Pense na criança. Como vai sustentá-la? Você não tem emprego e nem parentes... Aceite minha oferta. Tenho o melhor a lhe oferecer.
Alyne pensou por alguns minutos:
- Eu acho que...
Continua...
