Finalmente as investigações iniciais haviam encerrado e após o pedido de prisão preventiva de todos os acusados e por pouco não houve quase um relaxamento das prisões porque o principal acusado apontado pelas investigações era filho do Procurados Geral do Estado. Karl von Dorff usou de um argumento muito simples na Audiência preliminar que houve no tribunal de Justiça...
_ Os argumentos usados pelo Advogado da Defesa dos cinco indiciados não podem ser levados a sério Meritíssimo. Nós que por razões óbvias estamos no topo da pirâmide e que sempre tivemos acesso mais facilitado a quase tudo, devíamos dar o exemplo de comportamento, ética, conduta moral e honra . O que os quatro indiciados fizeram foi desumano. As pessoas que eles afetaram talvez jamais possam ter a vida recuperada. Houve uma clara demonstração de crueldade e desprezo pela vida. Todos os indiciados são portadores do vírus HIV, todos os indiciados sabiam o tamanho e a extensão da maldade a que submeteram suas vítimas com seus atos, todos os indiciados sabiam e sabem que continuariam até que o seu próprio fim chegasse, como já esta quase chegando para um deles que esta neste exato momento em estado terminal num leito de Hospital.
O Juiz e demais presentes a essa audiência olhavam o jovem e preciso Advogado Karl de Almada van Dorff com a máxima atenção e na sala não se ouvia nenhum simples respirar...
_ Tenho a mais absoluta certeza Meritíssimo que se esses quatro seres forem colocados em liberdade, seus crimes voltarão a ser cometidos, porque o mal é um verdadeiro vício e a impunidade infelizmente é a mancha mais difícil de ser dissolvida nos dias que seguem.
O Juiz Paulo de Tarso Carvalho Haim acatou o pedido do Advogado Karl von Dorff e decidiu manter os indiciados em prisão. Houve protestos por parte dos Advogados da defesa dos cinco amigos, só que ao bater o martelo a decisão foi mantida e não haveria decretação de fiança para nenhum deles.
...
Danilo Medina acordou cedinho no quarto dia após o pequeno diálogo com o amado Karl e viu sua mãe sentada na poltrona dormindo. Ela havia chegado no seu segundo dia de internação e não mais saíra do lado do filho que tanto amava.
O processo de cicatrização da cirurgia já começara e ele não mais sentia tanto desconforto com a sonda que havia sido colocada. Ele sentou na cama que fez um certo barulho e sua mãe acordou meio assustada e correu em seu socorro...
_ Bom dia meu querido... Como você esta se sentindo?
_ Acho que tô bem, mãe.
_ Então quero ver um lindo sorriso nesse rosto... Que tal?!!!
_ Tenho medo de não mais poder sorrir, mãe. Não consigo...
_ Então nesse caso, Danilo, só posso esperar por você e seu tempo...
D. Gilda ficara louca quando Karl ligou e contou tudo o que havia acontecido com o querido Danilo. Claro que a comoção em casa foi geral. A avó quis vir também, só que foi convencida a muito custo a permanecer e esperar pela volta da filha e do neto. Karl não escondeu nada da mãe do seu amado e os dois choraram juntos quando ele a levou direto do Aeroporto até o hospital...
_ Você não entrará comigo, karl?
_ Infelizmente não D. Gilda... Seu filho não quer minha presença.
_ Como assim, meu filho? O Danilo não pode simplesmente te tirar da vida dele, ou mesmo...
_ Tá tudo bem D. Gilda. Ele tá muito fragilizado e meio confuso...
_ Ele ta fazendo a coisa errada ao te punir, Karl. Você não pode ser culpado por não...
_ Eu sei D. Gilda... Só que terei que esperar o tempo que for para que sua razão volte e ele descubra que nós dois fomos as vítimas e alvos daqueles malditos.
_ Nesse caso meu querido eu vou ter uma conversinha com o meu garoto para que essa razão volte o mais rápido possível...
Karl apenas assentiu e foi embora pelo corredor do sexto andar do Hospital onde o amado ocupava um dos amplos apartamento do lugar.
A emoção desse reencontro foi muito forte e após ambos voltarem a um certo controle, D. Gilda de Sarmento Medina disse ao filho:
_ Até que ponto essa brutalidade afetou você e o Karl, filho? Eu o chamei pra entrar comigo e ele voltou da porta...
_ Se a Senhora não se importar mãe, eu prefiro não mais falar sobre o karl, sua família ou mesmo sobre o que aconteceu... Eu quero apenas me recuperar o mais rápido que puder e voltar pra casa de uma vez. Eu vou superar tudo o que vivi aqui e com alguma sorte talvez possa voltar a ter uma vida normal.
_ Você não acha que esta sendo um pouco radical demais não?
_ Radical? Eu um radical? Olha onde estou agora, mãe. Agora me pergunta o que fiz pra estar aqui?!!... Pois eu lhe direi mesmo sem que a Senhora pergunte... Eu amei um homem, só isso... Esse foi o meu crime... Eu amei um homem com paixão, entrega... Só que eu não sabia que ao viver esse amor, que pra mim foi tão intenso, ele viria acompanhado de um passado nebuloso e que ainda não havia sido encerrado...
_ Danilo seja razoável... Você esta sendo injusto com ele, sua família e o pior... Com você mesmo. Nenhum de vocês foi o culpado ou o vilão de toda essa situação.
_ Eu fui condenado por um tribunal de insanidades e aberrações e minha sentença fará parte da minha vida até o fim. Eu perdi mãe. Aquele menino que a Senhora conheceu e o homem que eu me tornei infelizmente morreram.
_ Eu me recuso a admitir isso, Danilo Medina... Tá me ouvindo? Eu proíbo você...
_ Mãe, por favor... Não há mais nada a falar sobre isso.
...
Vinte e cinco dias após sua internação em estado crítico e após receber alta, Danilo voltou a morar na Rua da República no mesmo apartamento simples que foi sua primeira casa em terras gauchas. Sua mãe foi embora três dias depois por insistência dele com a promessa de voltar o mais breve possível com o final do processo e o julgamento dos homens que haviam lhe incluído no rol de vítimas em vários crimes.
Com a retomada do seu trabalho na Universidade Federal aconteceu gradativamente e o convívio com Lucia de Almada von Dorff foi o mais impessoal possível. Ela era a chefe do departamento e ele havia sido promovido a professor titular. Lucia era evitada ao máximo por Danilo e raramente ele a via pelos corredores do lugar.
E a vida seguiu sem que Karl e Danilo sequer conversassem e quando o faziam um Assistente do Escritório dos von Dorffs era mandado até Danilo para que ele pudesse se inteirar do fatos...
Karl trabalhou no caso do amado e demais vítimas com muito afinco e na mesma semana que o Ministério Público acatou o pedido de julgamento dos cinco acusados, Marcos Vinícius de Gonçalves Pinheiro morreu num fria manhã de quinta-feira...
Quando a notícia chegou ao conhecimento do Dr. Karl von Dorff, ele apenas disse:
_ Agora só faltam os outros quatro.
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MEUS QUERIDOS AMIGOS E AMIGAS... TÔ MUITO FELIZ COM A REPERCUSSÃO DE MAIS ESSA JORNADA E DEVO LHES DIZER QUE A PRÓXIMA POSTAGEM SERÁ A ÚLTIMA. QUERO APENAS DIZER QUE SOU GRATO POR TUDO QUE CADA UM DE VCS ME AJUDOU A VIVER AO LONGOS DESSES ÚLTIMOS DIAS E QUE TENTAREI FALAR PESSOALMENTE COM CADA UM LOGO MAIS À NOITE OU SÓ AMANHÃ, BLZ? FIQUEM COM MEU ABRAÇO E AMIZADE. BEIJOS NOS CORAÇÕES. NANDO MOTA.