Me desculpem por ter demorado tanto pra voltar, bom aqui esta um pedacinho espero que ainda gostem e queiram ler. besitos de sangue e chocolate.
Meu peito estava comprimido, parecia que meu coração queria sumir. Como podiam ter feito aquilo com meu amor? O meu anjo. A minha vida. Respirei fundo e caminhei até ele atravessando a sala. Era tudo culpa minha. Minhas pernas falharam de vez, senti que alguém me ajudava a ajoelhar e se ajoelhava junto comigo, mas não me interessava saber. Meu deus me ajuda. Eu era quem devia ser castigado. A culpa era minha por ele estar assim. Passei as costas da mão no rosto pra tirar as lagrimas q escorriam. E o que eu podia fazer por ele? Um garoto do subúrbio cujo o maior delito foi quebrar um vaso em casa e colocar a culpa no vento.
Como eu poderia ajudar a minha vida? Eu chorava por que não passava de um inútil. Alguém me levantou, - seja forte! – sussurrou em meu ouvido. Algumas palavras foram ditas em voz alta e a sala foi invadida por homens que pareciam médicos. Eles desamarraram o Ruan, meu deus NÂO. Eles iam executar o Ruan na minha frente. Será que eles teriam a bondade de me matar logo em seguida? O pensamento me deixou feliz, pelo menos na morte ninguém poderia nos separar, ele deixaria de sofrer, e eu deixaria de sofrer por vê-lo assim.
Eles o pegaram e o colocaram em uma maca, ele abriu um dos olhos, o que estava menos inchado olhando assustado ao redor. Seus lábios se moveram mas não houve som, ainda assim foi tão audível como se ele tivesse gritado “LUCAS”. Me levantei num impulso e em instantes eu estava do lado dele, eu queria pegar na mão dele mas eu não sabia a gravidade dos ferimentos, eu poderia machuca-lo ainda mais. Ele pegou na minha, sussurrou outra coisa que mesmo sem som meu coração entendeu. “Amo você”.
Inclinei minha cabeça sobre o rosto do meu anjo. As lágrimas caiam, mesmo machucado quase morto ele queria me acalmar. Meu deus como não amar um homem assim? Beijei seu olho com suavidade, e seus lábios, senti o gosto do seu sangue. Me afastei e me levantei, me virei de costas, não queria que ele me visse chorando e ficasse mais preocupado, pelo menos ele estava vivo. Francisco me olhava curioso.
--- Está tudo bem Lucas?
--- É obvio que não está nada bem! – eu comecei gritando, mas não queria que Ruan me escutasse então terminei em um sussurro. Não estava nada bem. – Vocês vão me matar?
Francisco me olhou como se sentisse ofendido – não sou um monstro, se eu quisesse você morto... – ele deixou as palavras pairando no ar, sim eu sabia, se ele quisesse eu já estaria morto.
--- Então qual o sentido disso? De quase matar e agora – eu via através do reflexo os médicos cuidando do Ruan, sim acho q eram médicos, e pensar nisso trouxe um extremo alivio ao meu coração, ele estava vivo e ficaria bem, eu tinha que acreditar nisso. – cuidar, que vocês são sádicos eu já sabia, mas isso é um pouco demais, não acha? – virei encarando ele nos olhos com raiva.
--- Pode parecer isso, mas não é bem assim Lucas. – Ele se aproximou de mim, pegou no meu queixo – e se você pudesse se vingar de quem fez isso com o Ruan, bom não literalmente quem fez, mas quem o delatou e me pediu que o esquartejasse na sua frente? – Minha boca secou, eu achava que não tinha escutado direito, alguém tinha pedido por aquilo? Alguém tinha delatado? Alguém queria meu Ruan morto. Eu o peguei pelo colarinho com uma raiva que me queimava por dentro.
--- Quem? – Os capangas começaram a se aproximar, com um gesto da mão Francisco pediu para que não interferissem. Eu o soltei, mas a raiva só crescia. Alguém queria Ruan morto e isso eu não podia permitir. Repeti de novo, com voz baixa porem firme – quem?
Francisco me encarou nos olhos parecia em busca de algo. Seus olhos brilharam e ele sorriu, aparentemente tinha encontrado o que queria. – Me acompanhe Lucas. – Acenei com a cabeça em direção ao Ruan – ele ficara bem, tem a minha palavra. Concordei e segui ele para fora daquela sala.
Saímos daquela sala para entrar em outra, as luzes se ascenderam. Essa sala era menor que a outra, piso branco no chão. No centro da sala alguém estava amarrado em uma cadeira, o cabelo escondia a face.
--- HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA - a risada me deu um arrepio na espinha jogando o cabelo para tras, me encarando nos olhos que tambem queimavam – Olá Lucas, estava esperando por você!
---Mas que porra é essa – me senti obrigado a dizer, ali estava quem tinha feito aquilo com o Ruan?