Kaio: Edu eu preciso ir...
Edu: Por favor não vá meu palhacinho lindo!
Kaio: Amor eu sinto muito, mas preciso ir, você tem que voltar a viver Edu, isso não é vida. Cuida da minha irmã tá? Eu te amo.
Kaio deu um beijo nele e sumiu...
Edu acordou de repente com um susto, sempre tinha sonhos com o amor da sua vida, Kaio havia morrido a dois anos, sua morte foi brutal, foi assassinado em sua frente e ele ainda não havia conseguido superar.
Edu começou a chorar...
Mariana apareceu na porta de seu quarto.
Mariana: Papai? - Certo dia Mariana perguntou se podia chamar Edu assim e ele consentiu emocionado e desde aquele momento Mariana não o chamava de nenhum outro jeito, ele era seu pai.
Edu: Oi meu amor? - Secou suas lágrimas, o quarto estava escuro e via-se apenas vultos.
Mariana: Tô com medo, posso dormir aqui com você?
Edu: Claro querida, vem.
Mariana subiu na cama e abraçou Edu, dormindo em pouco tempo.
Mariana estava agora com 6 anos e iria começar a estudar, estava andando quase que normalmente e sem ajuda de nada, parecia até que nunca havia tido nenhum problema... A dois anos quase ficou paraplégica.
Edu fechou os olhos e começou a dormir novamente...
Edu tentava suprir todas as necessidades de Mariana, uma menina que perdeu o irmão e a mãe poderia ter problemas, mas ele fazia de um tudo para isso não acontecer.
Ser um pai solteiro e sozinho era difícil para ele, mas estava conseguindo.
Edu ainda não mudou o sentimento de culpa que tinha por passar tanto tempo agredindo e humilhando Kaio quando o conheceu.
O dia amanheceu e ele iria levar Mariana a escola.
Mariana acordou primeiro e pulou da cama toda animada. - Papai acorda! - Balançava o braço de Edu. - Acorda papai!
Edu acordou coçando os olhos.
Mariana: Esqueceu que hoje eu vou a escola?
Edu se espreguiçou. - É mesmo! Minha menina está virando uma mocinha!
Mariana ria e pulava e Edu olhava feliz por ela conseguir fazer aquilo e não estar mais presa a uma cadeira de rodas.
Edu: Vamos escolher uma roupinha?
Mariana: Eu escolho!
Edu: Claro, uma mocinha já escolhe sua roupinha!
Ela escolheu sua roupa animada, pulando, tomou um banho, se vestiu e foi para Edu pentear seu cabelo...
Edu estava conseguindo se virar na medida do possível, cuidar de uma garotinha era difícil, tinha coisas que só uma mãe era capaz de fazer, como pentear bem o cabelo de uma garota.
Edu fez o que pôde, lancharam e saíram...
Edu levou Mariana a escola, entrou e muitas mães estavam lá com seus filhos. Mariana iria entrar direto na primeira série, já sabia ler e escrever, Edu pagou aulas particulares e ela já não precisava fazer mais os jardins.
Edu levou Mariana até sua sala e a colocou em sua cadeira.
Edu: Amor eu vou agora...
Mariana: Papai...
Mariana parecia assustada.
Edu: Esqueceu que você agora é uma mocinha?
Mariana: Não.
Edu: Então? Mocinhas ficam na escola para estudar.
Edu se despediu da filha e saiu...
Saindo deu de cara com um homem, ele era alto, bem forte, cabelo loiro, olhos mel e barba por fazer.
Homem: Oi?
Edu: Olá! Você sabe quem é a professora dessa turma?
O homem apontou... - Você veio deixar seu filho?
Edu: Filha. - Apontou.
Homem: Eu vim deixar meus dois filhos. Um já faz a sexta série e o meu mais novo começa hoje. - Apontou para um garotinho.
Edu: Também é pai solteiro?
Homem: Quase, divorciado.
Edu: E sua esposa? Não deveria estar aqui?
Homem: A gente revesa as semanas.
Edu: Vou falar com a professora!
Homem: E você? É divorciado?
Edu: Viúvo!
Homem: Sinto muito.
Edu: Desculpe o mal jeito. Me chamo Edu.
Homem: Me chamo Danilo, mas pode me chamar de Dan.
Edu: Ok Dan.
A professora se aproxima. - Olá pais?
Edu: Olá!
Dan: Oi.
Professora: Me chamo Maria.
Edu: Maria, gostaria muito de falar sério com você sobre minha filha!
Dan: Na verdade eu também.
Maria: Tá bom pais, estou ao seu dispor!
Edu: Minha filha Mariana perdeu a mãe e o irmão a pouquíssimo tempo e pode ser difícil se enturmar, gostaria que você prestasse atenção nela!
Maria: Eu sinto muito!
Edu: Obrigado! - Edu apontou para Mariana. - A pouco tempo ela passou por uma cirurgia muito delicada, quase fica sem andar, ainda manca um pouco, faz físio, por favor, se algum amiguinho implicar ou ela se sentir mal, me liga!
Maria: Sim, sem sombra de dúvidas! - Maria falou comovida e preocupada.
Dan pigarreou e falou. - Eu me separei recentemente e tenho medo de interferir no comportamento do meu filho Gustavo. - Apontou. - Qualquer coisa me avise.
Ambos deram os números de telefones para a professora.
Edu mandou beijo de longe para Mariana que brincou de pegar no ar e guardar no peito, sempre faziam isso.
Dan: Ela é um doce!
Edu: É sim.
Dan: Você passou por poucas e boas hein?
Edu: Sim.
Dan: Quantos anos ela tinha antes de falecer?
Edu: É uma história complicada, mas para começar não era ela, era ele!
Dan: Como assim?
Edu: Sou gay!
Dan arregalou os olhos. - Nossa!
Edu sorriu.
Dan: Bem, é... Morreu de quê?
Edu: Olha desculpa, mas é uma história bastante complicada e acabei de te conhecer! Quem sabe um dia eu te conte...
Ambos já estavam em frente a escola, Edu destravou o carro e abriu a porta.
Dan: Claro, só quero que saiba que encontrou em mim um amigo.
Trocaram os números e Dan saiu.
Edu voltou para casa, trocou de roupa e foi trabalhar, trabalhava em uma das filiais do seu pai Ricardo, um homem bastante poderoso e rico (Meu Padrasto).
O tempo passou, estava concentrado quando seu tel toca, era a Maria a professora.
Edu atendeu. - Algum problema?
Maria: Um garotinho implicou com ela, ela não para de chorar chamando você, já fizemos de tudo.
Edu: Estou indo.
Edu correu para a escola, chegando lá...
Edu: Então? Cadê ela?
Maria: Venha!
Mariana estava no balanço no pátio sozinha.
Edu foi até lá. - Amor?
Mariana correu para seus braços. - Papai, me leva para casa.
Dan estava logo atrás. - O que houve?
Maria: Seu filho implicou com essa garotinha.
Edu virou. - Foi o filho dele?
Maria: Sim.
Dan passou as mãos nos olhos. - Depois do divórcio ele ficou muito agressivo.
Edu: Eu te levo para casa hoje, tá amor? - Edu falava com Mariana no colo.
Dan: Não se preocupe Edu, isso não vai mais acontecer.
Edu: Não tem problema, crianças são assim mesmo!
Edu levou Mariana embora, a professora falou que ela tem dificuldade de se enturmar, é mais triste que as outras crianças e mais reclusa, Edu já imaginava...
Chegando em casa foi praparar algo para comerem...
Edu: Amor, você quer uma babá? Alguém para brincar com você, uma mulher?
Mariana: Sim.
Edu: Ótimo, vou procurar.
Edu imaginou que seria bom para a filha uma companhia feminina, principalmente agora com a escola.
Seu cel tocou, uma mensagem havia chegado...
"Olá, desculpa por hoje! Vamos sair para conversar hoje a noite?"
Era o Dan.
Edu respondeu: "Sem problemas. Olha, preciso falar com alguém, aceito o convite."
Dan: "Ótimo, também preciso falar com alguém sobre minha vida, me dá seu endereço que passo para te pegar!"
Edu: "E porque eu não passo para te pegar?"
Dan: "Não vou estar em casa, trabalho até tarde hoje de plantão, sou médico."
Edu: "Ok então."
Edu deu seu endereço e encerraram o papo em um no Whatsapp.
Edu achou aquilo tudo muito parecido com um encontro, mas queria deixar claro a sí mesmo que não era, porque acabou de conhecer o cara, ele era hetero e divorciado e ele mesmo não queria sair com ninguém, sua vida era muito complicada para isso.
A noite Edu pediu para uma amiga sua ficar com Mariana.
Marcia: Até que enfim resolveu sair com alguém.
Edu: Você é louca? Já disse que isso não é um encontro! Ele é só um amigo.
Marcia: Sei...
Edu falou sério. - Eu não gosto dele do jeito que está pensando, o conheci hoje, você sabe de quem é meu coração.
Marcia: Edu, para com isso! O Kaio está morto amigo, segue em frente, já fazem dois anos.
Edu: Eu não consigo.
Marcia abraçou o amigo.
Edu: Kaio está vivo em mim Marcia, ainda dói demais.
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Oi gente?
Gostaram? Para quem não sabe essa é a continuação da história do Edu do conto "Meu Padrasto". Se não leram na época e não estão afim de ler para conhecer a história do Edu e do Kaio, não se preocupem porque não compromete essa história.
Ela não vai ser tão longa, acho que dá para perceber, é apenas a conclusão da história do Edu.
E mais tarde Bella irá postar a última parte do conto BROTHERS.
Beijos.
