A hora do trote
O grupo nos levou pra um pátio onde já se encontravam mais umas 30 pessoas, umas latas de tinta, uns sacos de farinha e uma musica de fundo, que não lembro-me bem agora. Então um menino alto, subiu em uma cadeira e convidou todos os calouros a sentarem no centro do pátio onde já haviam umas cadeiras em circulo... iriam fazer aquela brincadeira da cadeira, o q sobrasse saia e seria pintado e melado de farinha... a brincadeira foi rolando ate o ultimo calouro sentar... como eu estava machucada, fui um das primeiras a sair da brincadeira.
Acabando a brincadeira, todos já melecados e sorridentes fomos levados pra um bar que havia em frente a faculdade, tinham 10 grades de cervejas pagas pra turma. De inicio hesitei em beber, pois estava dirigindo, mas não queria ficar de fora, então pensei comigo... bebo e pego um taxi, não posso ficar fora dessa, meu dia já não foi lá dos melhores mesmo. Comecei a beber!
Já passavam das 22h e a festa rolava, eu já estava meio alta com as cervejas que tinha tomado, o Julio sobe em uma cadeira e anuncia a nova brincadeira...
- Atenção todos os calouros, venham até o centro do bar!
- calouros, vocês sentaram em uma cadeira, aqui no centro e um veterano irá colocar uma dose de tequila na boca de vocês e vai balançar vossas cabeças durante 5 segundos, quando levantarem da cadeira terão q ir até o cabo de vassoura que esta logo a frente,colocar a testa e dar 10 voltas nele e então acertar a bexiga q esta pendurada aqui. Quem acertara bexiga ganhará um brinde. Todos prontos?
Formou-se a fila e começou a brincadeira, foram umas 3 rodadas de tequila pra alguém conseguir acertar. Eu já não respondia por mim,estava embreagada! Levanto da cadeira que estava e decido ir ao banheiro, esbarro numa menina e caio com meu corpo em cima do dela, levanto a cabeça pra pedir desculpa, meus olhos encontram uns olhos castanhos lindos e então para minha infeliz felicidade, me deparo com aquele sorriso sarcástico mais uma vez...
- oi caloura!
- você é sempre descuidada assim?
Respirei fundo e tentei levantar o mais rápido que pude, sem responder sua pergunta. Totalmente sem sucesso. Ela então me empurra e me ajuda a levantar...
– caloura, você está totalmente bêbada! Tento andar até o banheiro, mas acabo caindo sob ela novamente.
- meu Deus, como vai pra casa?
Respondo com uma certa arrogância... – De carro! Peguei a chave do bolso e esfreguei na cara dela.
- Caloura, você não vai a lugar nenhum assim, a nãoserque você queira se matar e matar mais alguém!
- vou te deixar em casa!
Ela disse isso pegando a chave da minha mão e colocando meu braço sob seu ombro, já não tinha forças pra nada, estava louca demais pra dizer que não precisava da ajuda dela.
Ela fala com outra menina La no bar que lhe entrega uma mochila e vamos seguindo para o carro.
- onde está seu carro? Ela pergunta.
- há, não lembra? Está no mesmo lugar que você estragou meu dia que seria perfeito e quase me mata, sua louca!
Pra minha infelicidade ela da mais um daquele seu sorriso (que por sinal era lindo) e diz: - não abusa da minha paciência, caloura! E então partimos para carro.
Chegando no carro, ela me coloca no banco e coloca meu sinto. Minha cabeça só fazia girar e pensar no que eu tava fazendo ali com aquela babaca, mas tenho que admitir, ela estava salvando minha vida. Dirigir naquele estado não seria uma coisa inteligente a fazer.
- hora de ir pra casa, caloura!
Onde você mora?
- Para sua informação eu tenho nome, viu?! E depois dessas tequilas acho que não sou mais uma caloura! Ela mais uma vez sorriu e perguntou: - E qual seria seu nome, caloura?
É ela realmente consegui me tirar do sério... juroque senão estivessetão embriagada, ela não estaria dentro do meu carro, e sim, bem longe de mim.
- Me chamo Raquel, respondi.
- Ok Raquel, vamos pra casa!
Dei eu endereço e ela colocou no GPS, fomos todo o percurso em silêncio, chegando em frente ao meu prédio ela me retirou do carro e pegamos o elevador até o 9º andar, onde eu morava. Lembro-me que abri a porta e fui direto pro quarto. Do jeito que estava apaguei na cama. Não lembro nem de ter agradecido a dita cuja.