Cap.5
Não sei quanto tempo fiquei desacordado. Mas quando acordei, percebi que ainda estava no restaurante. Extremamente desnorteado, percebi que havia uma confusão em cima de mim.
- Como você não sabe ? Você é o melhor amigo dele, alguma coisa você deve saber ! - percebi logo que essa voz era do Marcelo.
- Eu não moro com ele pra saber se ele tem comido direito ou não ! - essa era a do meu amigo.
- Calem a boca, ele está acordando ! - essa eu ainda não tinha ouvido, mas também era masculina. Aos poucos minha visão ficou menos turva e logo eu recobrei a consciência. Foi quando vi quem eram as três pessoas que estavam me socorrendo. Marcelo, Gilberto e Tiago, e uma roda cheia de pessoas me observando.
- Tá tudo bem ? O que você tá sentindo ? - percebi que era Marcelo quem falava. comigo. Estava pálido, parecia nervoso. Um jeito que eu ainda não tinha visto nele. Foi quando percebi que estava deitado sob as suas pernas.
- Eu... Eu... - tentei me levantar de uma vez, mas minha cabeça doeu - preciso ir embora !
- Espera, você não está bem !
- Não importa ! - falei, tomando uma água que Tiago havia entregue pra mim - eu quero ir embora !
- Porquê você está fugindo de mim ? Recusou meu pedido pra sair com o Tiago !
- Você ainda pergunta ? Não tenho compromisso nenhum com você ! Várias vezes você falou isso pra mim ! Cansei ! Cansei de ser desprezado ! Eu já tenho problemas demais pra aguentar uma relação estranha como essa !
- Mas...
- E pra terminar, você também saiu né ? Com o Gilberto ! Definitivamente você não precisa de mim ! - falei, saindo da loja.
- Não é o que você está pensando ! EI... - Esqueça que eu existo ! - puxei Tiago pelo braço como uma forma de me afastar rapidamente daquela confusão.
MINUTOS DEPOIS
Respirava ofegante, com lágrimas nos olhos depois daquele desabafo. Coloquei pra fora tudo o que eu estava sentindo depois de muito tempo reprimindo aquele sentimento.
- EI, já estamos longe, pode parar de andar - meu corpo não estava bem, mas meu coração estava ainda pior. Eu me sentia muito mal. Parecia que havia sido atropelado.
- Ele saiu, mesmo depois de eu ter recusado - minhas mãos tremiam. Foi só ali que eu tive dimensão do tamanho do sentimento que existia por ele.
- Não fica assim amigo - de repente senti o abraço do meu xará, como uma forma de me acalmar - ele não merece essas lágrimas.
- E o que eu faço com o meu coração sangrando ? - não tinha quem conseguisse me acalmar. Eu queria chorar. Eu queria me aliviar daquela dor que estava sentindo.
MINUTOS DEPOIS
Enfim eu tinha chegado em casa. O que eu mais queria era realmente a minha cama. Queria me deitar lá e me aliviar daquele sofrimento que eu estava sentindo.
- Obrigado... Por ter vindo até aqui e... Por ter me ajudado a ter um dia divertido, apesar de tudo - ele riu.
- Não precisa agradecer, você sabe muito bem que eu faço com o maior prazer. Somos amigos, não ?
- Melhores amigos - rimos juntos.
- Então eu já Vou. Fica bem e... Qualquer coisa liga.
- Tá bom - observei meu amigo se distanciar lentamente da minha casa. Entrei, tranquei a porta. Lembrei que meu pai havia ido passar uns dias com minha tia no interior, e por isso a casa estava vazia. Era um dos problemas a menos que eu teria. Assim que entrei no quarto, me joguei na cama. Não demorou nem um minuto, e as lágrima voltaram a cair do meu rosto... Eu estava sofrendo... Era tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo... Primeiro minha mãe morreu. Depois meu pai entrou em depressão. E agora um amor avassalador que não é correspondido do jeito que eu queria. Minha vida daria um roteiro de novela mexicana. É tanto sofrimento, tanta dor que eu já não sei até onde vou aguentar. Não nego, já não estava comendo direito. Não sentia mais vontade. Comia apenas o pouco de sempre para não morrer de fome. Mas ja não via tanta graça na comida... Estava quase sem vida .
HORAS DEPOIS
Era óbvio que o meu sentimento por ele era muito forte. Eu estava sentindo isso... Estava sofrendo além do que devia. Mas eu tinha que me acostumar tinha que aceitar... Ele não gosta de mim ! Ele gosta de outra pessoa ! Mas isso dói... Dói muito... Eu não aprendi a lidar com três dores ao mesmo tempo. E agora era o que estava acontecendo. Três dores corroíam o meu coração e o deixava dilacerado. Desci as escadas, e por incrível que pareça senti falta do barulho que normalmente aquela casa tinha. Estava tudo muito quieto. Olhei na geladeira, Achei um suco de caixa. Decidi tomar. Fui pra frente da TV da sala e fiquei assistindo uma série, esperando que isso fosse fazer eu me sentir melhor. O tempo foi passando e, de repente eu me assustei com a campainha tocando.
- Já vai ! - a mesma fazia um som estrondoso, anunciando a chegada de alguém. Eu normalmente não abria a porta sem olhar antes quem era... Mas por algum motivo não fiz aquilo naquele dia. Abri a porta, e de repente, a surpresa.
- A gente pode conversar ?
Continua
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