A FREIRA E O NEGRÃO DE ESTIMAÇÃO - Parte 01

Um conto erótico de Ehros Tomasini
Categoria: Heterossexual
Contém 2466 palavras
Data: 24/09/2015 09:44:18
Última revisão: 24/09/2015 16:48:29
Assuntos: Anal, Heterossexual, Oral

Havia algum tempo que Iago estava esperando, sentado em uma das cadeiras do Aeroporto Internacional dos Guararapes. O voo da Avianca, vindo de São Paulo, estava, ao menos, uns quarenta minutos atrasado. Mas ele era paciente. Ou, se não fosse, não o demonstrava.

Iago aparentava uns trinta anos, era negro azulado, de nariz romano e dentes alvíssimos. Tinha o olhar inteligente, mas um tanto disperso. Não se demorava fixando um mesmo ponto por muito tempo. Era como se vivesse o tempo todo procurando novas imagens ao redor, para fixá-las em sua memória. Sua estatura era alta para a média dos pernambucanos. Devia medir mais de dois metros de altura. Tórax torneado, ombros largos e mãos grandes. Não era exageradamente musculoso. Também não era de sorrir, apesar de não ter semblante carrancudo. Cortês, cumprimentava quem passasse perto de si, educadamente. Porém, não se alterava quando alguém não retribuía seu cumprimento. Aliás, parecia não dar a mínima para isso.

Uma voz feminina muito agradável anunciou nos altos-falantes que o voo São Paulo-Recife acabara de pousar. O negrão levantou-se calmamente, ajeitou a gravata que usava sobre a camisa azul claro, de mangas compridas e enroladas até o cotovelo, pegou uma cartazete com um nome feminino escrito e caminhou até a saída de passageiros. Não conhecia a pessoa que estava esperando. Tudo que lhe disseram é que ela seria facilmente reconhecida, pois se destacaria totalmente dos demais passageiros. As primeiras quatro pessoas que saíram pelo portão de desembarque eram bastante comuns. E tinham mais idade do que quem ele aguardava. Uma freira saiu puxando um carrinho com bagagens, mas nem olhou em sua direção.

Finalmente, uma morena de rara beleza, destacando-se das demais mulheres que desembarcaram, olhou em direção a ele. Baixou a vista e leu o que estava escrito no cartazete. Ela deu um sorriso maravilhoso. Ele, no entanto, não lhe retribuiu o sorriso. Apenas caminhou tranquilamente ao seu encontro, intencionado a alijá-la do peso da grande mala que carregava. Aí uma voz feminina falou às suas costas:

- O senhor deve ser Iago, o motorista que mandaram me apanhar aqui, no aeroporto, não?

Iago voltou-se e deparou-se com a jovem freira. Dessa vez, sorriu. Quem mais se destacaria dos outros passageiros, se não estivesse vestido de maneira diferente deles? - pensou divertido.

- É a senhorita Mirtes? - perguntou já sabendo a resposta. Mas esta veio de forma diferente do que esperava:

- Senhorita, não. Trate-me como senhora. Sou esposa de Deus.

Iago fez uma cara de desdém, mas não retrucou. A freira percebeu seu gesto pouco cavalheiro, inclusive não se desculpando. Inqueriu-o:

- Disse algo que o desagradou? O senhor não tem respeito por uma religiosa? - perguntou a freira olhando diretamente em seus olhos.

Iago também sustentou-lhe o olhar, quando respondeu:

- Eu respeito todas as religiosas que têm a pretensão de ser esposa de Deus. Porém, não me consta que Ele tenha pedido nenhuma em casamento, nem nunca me disseram que Ele era polígamo, senhora - disse sem, no entanto, alterar seu timbre de voz.

Primeiro, a freira fuzilou-o com o olhar. Iago não deu a mínima. Depois, ela explodiu numa sonora gargalhada. O rapaz olhou-a, surpreso. Tomou educadamente seu carrinho com pouca bagagem e caminhou ao seu lado em direção à saída do aeroporto. Ela continuava rindo à vontade. Quando parou de rir, voltou a questioná-lo:

- O senhor não acredita em Deus? É um desses ateus sem causa?

Ele esteve por uns segundos em silêncio, depois respondeu calmamente:

- Eu acredito em Deus, senhora. Mas não no mesmo Deus que a senhora acredita.

Ela espantou-se. Falou num tom mais alto, quando o inqueriu:

- E, por acaso, existe outro Deus?

- O meu Deus tem os mesmos defeitos que eu, senhora. Até o considero um assassino em massa, quando dizimou Sodoma e Gomorra. Foi injusto, quando expulsou Adão e Eva do Paraíso, logo no seu primeiro erro e...

Ela não o deixou terminar a frase. Estava quase furiosa quando perguntou:

- Você ousa julgar Deus? Ousa dizer que Ele é imperfeito ao ponto de ter errado no julgamento do casal original?

- Olhe, senhora... Hoje, após milhares de anos da Criação, com nossos pais a nos ensinarem o que é certo e o que é errado, mesmo assim continuamos cometendo erros. Imagine o pobre casal, que não teve quem os educasse? Então, não acho justo que tenham sido punidos logo na primeira vez que erraram. E seus descendentes foram punidos por tabela, sem terem cometido crime algum, não é verdade? - arrematou o rapaz, ainda sem alterar o tom de voz.

Proíbo-o de continuar falando essas coisas - bradou veementemente a freira.

Iago não proferiu mais nenhuma palavra. Abriu a porta de um Fiat Uno com um pequeno controle, fez um gesto cavalheiro para que ela entrasse, pegou-lhe a bagagem e colocou-a no porta-malas. Depois deu a volta e entrou pela porta do condutor. Mirtes havia sentado no banco de trás, emburrada. Ele pediu, gentilmente, que ela colocasse o cinto de segurança e ela se negou. O negrão não insistiu. Fez a manobra e depois alcançou a saída do aeroporto. Após um longo percurso calada, a freira perguntou:

- E meu pai, como ele está?

- Seu pai está bem, senhora. E gozando de boa saúde. Infelizmente, não pode vir apanhá-la, pois tinha um compromisso importante.

- E que compromisso seria mais importante do que ele dar um abraço de boas vindas à filha, depois de tantos anos ela ausente de casa?

- Terá que perguntar a ele, senhora. No entanto, se me permite dizer, ele ainda pode lhe dar esse precioso abraço em breve - respondeu o negão, olhando pelo espelho retrovisor. Notou que a freira não gostou da sua opinião. Pediu desculpas por ter se intrometido no assunto. Ela fez um gesto de desdém e ficou olhando absorta pela janela. De repente, mandou que ele parasse o carro.

Nem bem o Fiat Uno parou, ela saiu e atravessou a rua, ignorando o tráfego intenso àquela hora. Iago fechou as portas do veículo e seguiu-a em passos moderados. Ela parou frente a uma menina sentada na calçada, cheirando a cola contida em uma garrafa pequena de água mineral. A menina chorava muito e balançava o corpo para frente e para trás, demonstrando estar fortemente drogada. A freira falou algo com ela, que reagiu violentamente, repelindo-a com um tapa. Quando Iago aproximou-se, percebeu várias cicatrizes em forma de cortes longos, em seus braços e pernas.

- Não é confiável falar com essa pivete agora, senhora - falou o negrão em tom passivo - ela está drogada e pode ser perigosa.

- Não se meta você também! - berrou a menina, olhando furiosamente para os dois. Tinha um caco de vidro em uma das mãos suja de sangue. Uns cortes estavam ainda vivos, como se a carne tivesse sido recém cortada. A freira continuava falando pacientemente com a menina, tentando convencê-la a entregar-lhe o vidro. Num dado momento, a criança riscou o ar violentamente com o objeto, quase ferindo a religiosa, que estava de cócoras frente a ela. A freira só não se feriu porque o motorista puxou-a pelo ombro, fazendo-a cair sentada na calçada. Aí um outro pivete, aparentando um pouco mais idade que a menina, aproximou-se do trio perguntando o que estava acontecendo. Mirtes explicou que queria tomar o vidro dela e o menino advertiu:

- Nem tente, tia. Afaste-se da minha irmã e deixe isso comigo. É melhor para ela e para vocês - foi dizendo isso e dando um chute no braço da menina, fazendo com que ela largasse o vidro no chão. Ele agachou-se rápido e apanhou o caco da calçada, saindo correndo em seguida. A menina levantou-se agilmente e saiu correndo atrás dele, raivosa e chorando, exigindo que ele lhe devolvesse o objeto cortante.

- Vamos seguir viagem, senhora. Melhor não se meter nessas coisas. A madame quase se machucou - disse o negrão, puxando-a gentilmente pelas axilas, levantando-a da calçada. A freira passou as mãos no hábito, limpando a poeira, olhando os dois pivetes em disparada. Pegou na mão de Iago e seguiu-o de volta ao carro. Não disse nenhuma palavra, mas demonstrou estar triste.

- Depois eu vou querer voltar aqui, outro dia, para conversar com eles. É preciso ajudar essas crianças - disse, finalmente, ela - Agora, pare na primeira loja de roupas femininas que encontrar.

- Estamos no centro do Recife. Logo estaremos numa dessas lojas - respondeu o chofer.

Pouco depois, paravam na frente de um shopping. Ela saiu do carro, enquanto ele pediu para manobrar em busca de um estacionamento. Mirtes sugeriu que ele esperasse lá, enquanto ela fazia suas compras. Pretendia comprar pouca coisa e logo estaria com ele. Cerca de uma hora depois, Iago viu uma jovem branca, de cabelos curtos e totalmente grisalhos, corpo de falsa magra usando roupas joviais e minissaia, aparecer no estacionamento. Olhava para todos os lados, como se estivesse procurando algo. Carregava uma sacola com a estampa de uma loja de roupas femininas. Iago abriu a porta e saiu do carro, mas não tinha certeza de que era a freira.

Era ela. Agora, ele observava com mais cuidado a jovem, que aparentava pouco mais de vinte anos, apesar de ter os cabelos totalmente brancos. Quando o avistou, ela caminhou resolutamente em sua direção. Seu andar era tão feminino que ele pensou tratar-se de outra pessoa. A transformação foi tamanha que, quando ela entrou no carro, ele ainda estava de queixo caído.

- Escolhi bem minhas roupas? - Perguntou ela, quando ele reassumiu o volante e ela estava sentada no banco de trás.

- Está maravilhosa, senhora. Só não sei se o seu marido aprovaria a minissaia.

Ela deu uma risada sonora e divertida. Inclinou-se e deu-lhe um beijo rápido no cangote, fazendo-o se arrepiar todo.

- Por favor, não faça isso novamente, senhora - pediu ele - pois faz-me rever o mandamento bíblico que diz para não cobiçarmos a mulher do próximo.

Mais uma crise de risos da jovem freira. Mas logo ela se recompôs e quase que ordenou:

- Vamos direto para casa. Estou querendo tomar um banho demorado e relaxante. E vou precisar de alguém para me esfregar as costas - agora, falava em tom mais ameno - Por acaso, você também é capaz de me fazer uma massagem?

O negrão não respondeu. Fez a manobra e ganhou a avenida, novamente. Pouco depois, chegavam a um luxuoso casarão no Bairro dos Aflitos, parte nobre da cidade. Um casal de criados veio dar as boas vindas à moça. Conheciam-na desde criança. O pai dela ainda não tinha chegado. Mirtes deu-lhes atenção por um momento, mas logo pediu licença para recolher-se aos seus aposentos. Levaram-na para a casa, enquanto o negrão dirigiu-se para um quartinho situado nos fundos da residência. No entanto, quando tirava a roupa para banhar-se, uma das criadas veio dar-lhe um recado da patroa recém-chegada: ela o estava chamando aos seus aposentos.

Iago bateu na porta do quarto onde se instalara a freira, e ela pediu que ele entrasse e fechasse a porta. A voz veio do banheiro e ele caminhou para lá. A porta estava aberta e ela nua, dentro da banheira. Pediu que ele se aproximasse, oferecendo-lhe uma esponja com espuma. Ordenou que ele lhe lavasse as costas. Iago fez o que lhe foi dito, mas acabou molhando sua roupa com a água que transbordava da banheira. Ela levantou-se, deixando todo o corpo nu à mostra. Pediu que a lavasse na frente, também. Olhava-o divertida, achando que ele estava constrangido com a sua nudez. O negrão, no entanto, parecia muito tranquilo. Esfregou-a entre as pernas, pela frente e por trás, sem dizer sequer uma única palavra. Enxugou-a após o banho e perguntou se ela queria mais alguma coisa. Ela requisitou-lhe uma massagem. No entanto, queria uma massagem erótica, pois sempre teve curiosidade em saber como era uma. Afirmou que, estando fora do convento, queria conhecer um monte de coisas que não lhe era permitido nem falar, lá.

O negrão, sempre calado, apontou-lhe um banco comprido e estofado num canto do luxuoso quarto. Pegou um frasco de óleo pós banho e lambuzou as mãos. Começou untando-a nos pés, depois na panturrilha, e foi subindo por entre as coxas dela, que estava deitada de bruços. Passou-lhe um pouco do líquido escorregadio nas nádegas, depois subiu até as costas. A partir dali, massageou-lhe os omoplatas e os músculos perto do pescoço. Ela gemia de prazer, bem baixinho. Massageou-lhe o lombo, as costelas, a coluna dorsal até chegar novamente às nádegas. Inesperadamente, lambuzou-a na regada tocando-lhe várias vezes a entrada do ânus. Ela voltou a cabeça e olhou-o nos olhos, de cara feia. Ele não se inibiu. Voltou-a de frente e lambuzou-lhe os seios e o ventre, depois meteu a mão entre as pernas dela. No início, Mirtes comprimiu as coxas, impedindo-o de tocar seu sexo. Mas depois relaxou, quando ele espremeu seus lábios vaginais com uma das mãos, enquanto roçava um dedo no rego formado pelos grandes lábios com a outra, atritando também seu clitóris. Ela gemeu mais alto, visivelmente excitada.

Então ele virou-a de costas, novamente. Postou-se ao seu lado à altura das suas costelas e massageou fortemente, várias vezes, desde os pés - passando por entre as coxas e pressionando suas nádegas, forçando-as em direção à coluna vertebral. Mirtes, cada vez mais excitada e gemendo mais alto, empinou a bunda. Ele passou a correr as duas mãos escorregadias desde as coxas até entre as nádegas dela, lambuzando também seu ânus. Inesperadamente, introduziu um dedo no cu dela, fazendo-a comprimir o orifício e depois empinar-se mais ainda. Ele revezou, introduzindo-lhe e retirando-lhe um dedo da outra mão. Ficou brincando com o buraquinho dela, ora metendo-lhe profundamente os dedos, ora massageando-lhe as pregas, ora fazendo massagem interna em círculos, com o dedo introduzido. Mirtes levou a mão direita ao pênis dele, que estava enrijecido sob a calça. Pediu que ele continuasse a massagem, abrindo-lhe o zíper da roupa de forma urgente. Quando o membro libertou-se, mostrou-se enorme para ela. Ao invés de ficar temerosa, levou-o à boca com gula. Quis virar-se de frente para se posicionar melhor, de modo a poder chupá-lo, mas o negrão impediu seu movimento. Ele arriou a calça e a cueca ao mesmo tempo e, com um movimento rápido, postou-se sobre ela que estava deitada no banco.

Lambuzou o enorme pênis com o óleo e apontou-o para o buraquinho da freira. Ela quis sair de sob ele, aterrorizada.

- Não. Assim, não. Pelo amor do Senhor, não. Está louco? Eu sou uma freira! - sussurrou ela, ainda aterrorizada, esquivando-se do membro dele.

Eu nunca fodi uma freira. Não vou perder esta oportunidade, senhora. Relaxe - foi a resposta dele, evidenciando todo o tesão que sentia.

- Eu vou gritar - rosnou ela.

Ele parou de repente. Olhou para ela por um momento e depois saiu de cima. Recompôs-se das roupas e disse entredentes:

- Estou me demitindo. Passarei outro dia para que façamos as nossas contas.

Então, o negrão saiu do quarto, deixando-a ainda perplexa e excitada.

FIM DA PRIMEIRA PARTE

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