Minha mãe demorou a chegar em casa aquela noite, eu ja estava preocupado com essa demora. Minha preocupação se dava com o fato dela sofrer de hipertensão e não poder ficar sem os remédios, mas quando eu tentava tirar os pensamento ruins da cabeça, eis que chega dona Sonia dispersando meus pensamentos.
Sonia- caminhando e cantando....- ainda chegou cantando.
- mãe pelo amor de Deus, a senhora quer me matar do coração?- falei dando um forte abraço nela.
- para disso filho, a doente do coração sou eu- disse rindo- mas por que de tanta aflição?
- já são quase sete da noite, a senhora nunca chega depois das seis. Eu fiquei preocupado.
Sonia- hoje eu me atrasei um pouco filhote, nada de mais, agora vai tomar o seu banho que já esta atrasado para a faculdade.
- caramba, é mesmo, fiquei tão ansioso que acabei esquecendo da facul.
Sonia- então vai te arrumar, anda.
- já vou...
Aquela noite eu fui pra faculdade de táxi, isso quase não acontecia visto que saia muito cara essa regalia, meu professor quase não me deixa entrar na sala, mas eu sou convicente quando quero. A aula, como sempre foi muito interessante e eu com certeza passaria nas provas daquele semestre...
No fim da aula eu caminhava rumo a parada de ônibus em frente a faculdade, foi duro, mas nós conseguimos com que os coletivos rodassem até mais tarde por aquele trecho da cidade. Eu já estava quase no ponto quando um carro de luxo parou do meu lado, eu levei um susto pois estava distraído lendo uma apostila...
- te assustei gatinho?- disse abaixando a janela, era Petros, um amigo de curso, não me lembro de ter dado intimidade a ele para que isso acontecesse.
- meu Deus, tu quase me mata do coração doido, que fazer graça?
Petros- qualé? Tava te olhando hoje e saquei que tu ta me dando mole, mas quando eu fui te procurar ja tinha saído- isso não me surpreendeu, um amigo já tinha me falado desse jeito louco de Petros. Ele não era um homem galinha, rsrs, mas se ele soubesse que alguem que ele tivesse afim tava de olho nele ele ia pra cima.
- que te dando mole o quê? Eu nem falo com você na sala de aula Petros- 'Eu em, garoto estranho'. Pensei enquanto me pus a caminhar rumo ao ponto.
Petros- pssssssss, pssssssss, pssssssss- ele fazia como se estivesse chamando um gato- quer uma carona gatinho?
- não, obrigado, eu pego um ônibus e logo estou em casa- falei sem menos me dar o trabalho de olhá-lo, eu não gosto de pessoas invasivas e convencidas, assim como Petros, mas pro meu azar ele era invasivo demais, e convencido ao extremo.
Petros- qual foi mano? Eu sei que tu ta querendo da uma volta aqui comigo, entra ai vai? Para de manha- e ele me seguindo com o carro.
- tu não sabe o que a palavra NÃO quer dizer? - falei me virando pra ele um pouco irritado.
Petros- e já vi que você é difícil, mas eu garanto meu rango- como o carro estava muito próximo a mim ele ele pegou minha mão e beijou- até qualquer hora gatinho. Depois disso ele saiu em disparado com o carro eu agradeci a Deus por resistir a tentação, um gato daqueles é quase impossivel de se achar e gay ainda por cima, mas eu conheço bem o jeito desses play boyzinhos feito ele, eles nos usam e depois jogam fora.
Bem, aquela noite eu cheguei em casa e minha mãe ainda estava assistindo televisão, ele não trabalharia no dia seguinte e poderia ter esse luxo, já eu só dei um beijo de boa noite nela e fui dormir, pois pegaria no pesado pelo manhã.
Acordei mais cedo do que o normal aquela manhã, eu iria fazer de tudo para não dar motivos para Jorge me humilhar e chegar cedo ao trabalho seria crucial, tanto é que nem tomei café antes de sair. Quando deu 7h em ponto eu já estava no meu ponto de trabalho, me senti um pouco incomodado no inicio já que aquele balcão não era e nem seria o meu local definitivo de trabalho. Acontece que os dois primeiros e os dois últimos andares estavam passando por reforma e o escritório aquela hora da manhã já estava cheio de peões, como indicado pelo cartaz na entrada do prédio o único andar livre era o terceiro que era onde só eu estava sentado, atrás de um balcão esperando o carrasco.
Quando deu 8 horas ja começou a me subir uma raiva, se ele não chegaria tão cedo no serviço então porque pediu pra que eu chegasse? Dai deu 9 horas e nada dele aparecer, eu não sabia como entrar em contrato com ele e por isso tinha medo de ir embora e ele aparecer por la depois de eu ter saído. Quando o relógio apontou as 10 horas da manhã eu decidi ir embora pra casa, mas quando eu vou chamar o elevador eu percebo que alguém esta subido e quando a porta se abre era ele, estava com o cabelo despenteado e a gravata também estava mal posta, filho da mãe, tava dormindo.
Jorge- aonde você pensa que vai?- perguntou me olhando sério.
- eu ia embora pra casa, pensei que o senhor não viesse mais hoje- falei um pouco irritado.
Jorge- pois pensou errado, eu tive um pequeno contratempo e não pude vir mais cedo, mas agora estou aqui- passou por mim e foi direto pra sua sala- antes de fecha a porta ele ordenou que eu puxasse todos os casos do escritório para ele saber a com os que ele poderia assumir.
Demorei cerca de uma hora para passar tudo limpo e imprimir, quando terminei eu levei tudo pra ele ver, talvez ele me liberasse logo depois daquilo. Bati na porta ele me mandou entrar, quando entrei percebi que ele falava com alguém no celular e ainda pude ouvir um "para de me ligar vadia", típico desses play boy...
- senhor, eu fiz o que o senhor pediu, o escritório tem poucos casos para resolver, meu antigo chefe e o seu pai fecharam boa parte dos serviços- entreguei a caderneta. Ele olhou por alguns segundos e jogou pro canto da mesa. O olhar sínico que ele me lançou me incomodou e muito, eu permaneci de pé do outro lado da mesa, ele não parava de me encarar e o pior foi que ele se levantou e se aproximou de mim. Aquele porte físico junto com aquele cheiro de homem me levavam ao céu e depois ao inferno nos meu pensamentos.
Jorge- parece que temos um veadinho realmente caprichoso aqui- falou bem perto do meu ouvido- aposto que devia ser o brinquedinho preferido do tio Carlos.
- olha aqui você me respeita, seu Carlos era como um pai pra mim e você não tem o direito de falar assim- falei gritando e apontando o dedo na cara dele. Ele só riu de canto e tentou abocanhar meu dedo e se eu não tivesse puxado bem rápido ele conseguiria- você ta louco?- disse me afastando dele.
Jorge- louco pra baixar essa tua crista moleque- falou dando a volta na mesa- a próxima vês que tu apontar o dedo na minha cara vai levar mais do que uma dentada.
- você está me ameaçando?- falei audacioso, mas com medo.
Jorge -com certeza estou, comigo você vai andar na linha Dieguinho- se sentou e ficou me olhando com desdenha. Minha vontade era de subir naquela mesa e dar na cara dele ate o Diabo dizer chega...
- se isso é tudo então o senhor me de licença, eu vou pra minha mesa.
Jorge- assim, bem obediente, assim que eu gosto. Pode sair, mas fica atento que eu ainda vou precisar de você hoje.
- sim senhor- disse saindo da sala. Eu estava com tanta raiva dele que se eu ficasse mais perto dele ia fazer uma besteira, por mais mais que eu quisesse negar eu não podia arriscar meu emprego.
Ele ainda me chamou mais algumas vezes pra pedir explicação sobre as anotações que eu havia feito. Meio-dia é hora de sair pro almoço, bati na porta dele e ele mandou entrar.
- senhor já esta na hora do almoço, eu vou sair e só vou retornar depois da 13h, OK?
Jorge- mas nem pensar, eu te dou 30 minutos pra almoçar e voltar, e quero que você me traga qualquer coisa pra eu comer.
- mas senhor eu não posso fazer tudo isso em tão pouco tempo.
Jorge- não interessa, eu quero que seja assim. Agora vai que o tempo ta passando.
Eu sai muito mordido, 30 minutos não dava pra quase nada, eu teria que comprar a comida e voltar pra comer no escritório. Além de tudo ainda teria que comprar comida pro carrasco com o meu dinheiro, filho da puta. Fui no mesme restaurante de sempre e pedi a comida, por sorte não demorou muito e eu pude voltar rapidinho, mas total foi minha surpresa quando eu sai do elevador no terceiro andar e dei de cara com a minha mãe e o Jorge conversando animadamente e comendo alguma coisa sobre o balcão.
Jorge- ó, ai esta ele, grande Diego- disse me olhando e rindo.
- mãe!!
Sonia- oi filho, ainda bem que você chegou.
- porque, aconteceu alguma coisa?- falei olhando pra Jorge tentando entender o que se passava ali, ele me olhou com cara de inocente.
Sonia- nada não, é que eu troce comida pra você- me deu um beijo no rosto- mas quando cheguei você ja tinha saído, o Dr. Jorge me disse que eu podia esperar você aqui. Eu aproveitei e ofereci um pouco de risoto pra ele.
Jorge- e está uma delicia, alias, nada de doutor, pode me chamar só de Jorge- falou sorrindo. Eu o olhei incrédulo, quanta falsidade.
- mãe, a senhora não pode ficar vindo no meu local de trabalho assim, devia ter me ligado antes- falei pra ela.
Jorge- besteira Sonia, venha aqui quando quiser e aproveite pra trazer mais dessa comida deliciosa.
Sonia- viu? O seu chefe não se importa de eu dar uma passadinha aqui de vez em quando.
- é, mas é tão difícil a senhora ter uma folga, porque a senhora não fica em casa e descansa?- falei incomodado, não me agradava em nada que minha mãe mantivesse contato com Jorge.
Mesmo sob meus protestos ela continuou ali e conversava animadamente com o carrasco, eu comia em um canto do balcão e o Jorge comia feito uma criança sujando o balcão, esse filho da puta comeu toda a comida que minha mãe trouxe e ainda o que eu comprei. Um tempo depois minha mãe resolver ir em bora o que me deu alívio, ja não aguentava a conversa deles falando sobre minha infância, foi só eu me despedi dela e fechar a porta do elevador que eu praticamente voei pra cima de Jorge.
- fica longe da minha mãe, ta ouvindo?- falei com a pior cara que eu podia fazer naquele momento- você não é nem louco de envolver minha mãe nessa sua vingança doentia.
Jorge- calma rapaz, eu não fiz nada, foi sua mãe que chegou aqui atrás de você- falou zombeteiro, que ódio dessa cara de desdém dele- agora limpa essas coisas que ja acabou o horário do almoço, alias, tava uma delicia- sorriu e foi pra sala dele.
Eu aproveitei pra limpar tudo que ele tinha sujado e também pra tomar meu remédio, mas quase não da tempo pois assim que acabei de me sentar na cadeira ele me chamou na sala dele.
- o senhor precisa de alguma coisa?
Jorge- essa celular vai tocar, não vai demorar muito, uma vadia que eu conheci ontem ta me ligando o dia inteiro. Eu quero que você atenda e finja que é meu namorado.
- o quê?- pergunto perplexo.
Jorge- não precisa ser namorado, pode ser marido e se conseguir afinar bem a voz da pra fingir ser minha esposa- só depois de um tempo eu vi no rosto dele que era sério aquilo.
- não vou fazer isso, não é meu trabalho- digo com firmeza.
Jorge- eu é quem digo o que faz parte do seu trabalho ou não- falou um louco impaciente.
- isso é mentira, o escritório tem sua própria constituição de trabalho.
Jorge- fodasse o caralho da constituição, eu estou falando pra você fazer, eu sou o dono dessa porra e mando em ti- gritou muito alto, acho que deu pra escutar nos outros andares.
- eu não sou obrigado a isso- ninguém tinha falado comigo daquela forma e meu orgulho era grande demais pra aturar tal absurdo, rapidamente tirei meu crachá do peito e botei em cima da mesa- eu me demito.
Jorge- você o que?- falou gargalhando.
- eu estou me desligando do escritório, pedindo demissão, procure outro secretario pra atender suas loucas necessidades- falei e fui sair da sala...
Jorge- agora quero ver como vai pagar aquele empréstimo no banco- me fez parar quase que automaticamente. Quando minha mae ficou muito doente eu fiz um empréstimo em cima de outro que eu pagava, era bastante dinheiro que eu devia pro banco, mas essa ameaça não ia colar comigo.
- não sei como você descobriu esse empréstimo, nas eu sou um bom secretario, posso arrumar emprego logo- falei confiante. Nisso ele avançou em mim com rapidez e força, me prensou contra a porta e prendeu meu braço acima de mim.
Jorge- olha pra mim caralho- tava de olhos fechados morrendo de medo- olha!- devagar eu abri os olhos e pude ver um Jorge irado e de olhos vermelhos- eu sei de tudo, faço tudo e posso tudo, eu estalo os dedos e você nunca mais consegue um emprego durante a vida, mas será que é isso que você quer?
- eu não me importo...- falei quase chorando.
Jorge- você esta pagando aquele empréstimo bem salgadinho, tem umas prestações do seu ap pra quitar, mas isso não é o pior, como vai cuidar da saúde de dona Sonia sem dinheiro- nesse momento algumas lágrimas desceram dos meus olhos, então ele colou a boca na minha testa e prosseguiu- eu tenho você nas mãos moleque, agora atende aquele celular enquanto eu estou com paciência!!!- esse desgraçado estava acabando comigo e depois que ele me soltou eu fiquei com duvidas sobre obedecer ou sair e tentar viver minha vida sem toda aquela humilhação...
- alô...- falei assim que o celular começou a tocar de novo. Jorge se ajeitou na cadeira e abriu um sorriso.
- Jorge, o que aconteceu, Porque me chamou de vadia? Tentei ligar pra ti o dia inteiro- aquela voz de puta me dava vontade de vomitar.
- não sei quem é você e nem o que quer com o meu marido, mas se ligar pra esse numero de novo eu vou te matar- falei com a voz trémula por conta do choro.
- quem esta falando? Jorge eu não gosto desse tipo de brincadeira.
- a única pessoa que ta brincado é você que ta brincando com a própria vida, eu sou o marido do Jorge!
- marido?- pude ouvir a risada daquela vadia- pois saiba que eu sei que ele não é gay, ele foi o melhor macho que eu ja tive, ele adorou passar a noite comigo, eu sou muito gostosa.
- isso quem vai me dizer são os meus capangas, eu vou mandar eles meterem tanta pica em ti que em vez de uma buceta tu vai ficar com uma cratera entre as pernas- falei impaciente com a coitada- você não foi a primeira putinha que ele usou garota, mas se tentar alguma coisa com meu homem vai ser a última coisa que vai fazer!- do outro lado da linha ficou tudo em silêncio e depois a chamada foi finalizada. Eu peguei o telefone e entreguei pro Jorge- acho que agora ela não vai mais ser um problema.
Jorge- quem diria que o príncipe da ternura pudesse ser intimidador?- falou debochando.
- me deixa em páz...
Jorge- sabe de uma coisa? Tenho uma proposta pra você...
- que proposta?- falei receoso.
Jorge- eu posso aumentar teu salário, quitar tua divida no banco e ainda adiciono você e tua mãe no meu plano de saúde.
- o quê?! Porquê você faria uma coisa dessa?- perguntei com medo do que ele fosse pedir em troca.
Jorge- porque em troca eu quero que você seja o meu escravo, eu vou ser o teu dono.
Continua...
Depois de meses eu consegui postar de novo, eu sei que não mereço desculpas, mas ainda sim eu peço por ter abandonado o conto, mas eu estive muito ocupado esses tempos. Espero não demorar para postar o próximo, mas vou logo avisando que não vai sair antes de sábado. É que eu tive que mudar algumas coisinhas e estou reescrevendo capitulo por capítulo.
Teve um leitor que foi o primeiro a entrar em contato comigo, isso a meses atrás, ele me prometeu fazer a correção do texto, mas eu perdi contato, se você tiver lendo agora, entra em contato comigo de novo. Me perdoem pelos erros, mas eu não sou nenhum professor de língua portuguesa, rsrsrsrs.
neneu- infelizmente não deu pra acatar o seu pedido, mas tai a continuação.
thigor_ps- amo 50 tons de cinza, espero que goste do que eu estou preparando aqui, obrigado pelo elogiu.
B Vic Victorini- ainda ta só começando, tai a continuação.
Edu19>Edu15 - que bom que esta gostando...
BDSP- que bom, espero que goste da continuação.
FASPAN- que ótimo que tenha gostado, procuro agradar sempre, beijos pra vc...
gabriel.floripa- será? Continue lendo e saberás...
Monster- tai a continuação, obrigado por ler....
Kevina- que bom que gostou, espero que continue gostando...
Geomateus- que bom que gostou, espero que continue gostando...
glookxxx- o conto é fictício mesmo, estou tentando melhorar a escrita, mas é bem difícil, espero que goste desse capitulo...
Tozzi- eu leio todos os comentários e respondo a todos, beijinhos...
gabsm- olha o capitulo três aí, tomara que tenha gostado.
lu6454- tai a continuação, espero um novo comentário seu...
LUCKASs- que bom que gostou, tai a continuação...
UmSonho- que bom que gostou, tai a continuação...
*Juanito*- vai te fuder e para de ficar comentando o meu conto...rsrsrsrs
VictorNerd- tai a continuação, eu não quero cair na mesmice da casa, mas confesso que é bem difícil arrumar tempo pra postar...
Dodgycan- sua espera acabou, rsrsrsrs, espero que goste.
LC..pereira- tai a continuação guloso, eu sou patrícia e postei cuns caralho...rsrsrsrs, veja os vídeos da Tal Qual dublagens e vai entender a piada....
Beijos pra todos os que leram, mas não tiveram como comentar...
Até o próximo