Sam narrando...
Eu não sabia o que ele tinha, estava chorando muito e se alguém fez algo com ele? Bateu ou falou barbaridades? - O que foi?
Ele baixou a cabeça e não respondeu nada.
Eu: Alguém fez algo com você?
Ele: Sim.
Eu: Quem? Porque você está assim? O que fizeram?
Ele: Você não vai gostar de saber!
Eu: Fala logo ou eu entro e pergunto de um por um...
Ele me interrompeu. - Você, você fez algo!
Eu: Como?
Ele: Você estava com ela! - Ele sacudiu para que o soltasse.
Eu: Não vou te soltar, nem tente!
Ele parou derrotado.
Eu: Como assim eu estava com ela?
Ele: Os vi se beijando.
Eu: Sim, ela me beijou e daí?
Ele olhou mais triste e baixou a cabeça.
Eu entendi. - Max, eu disse para não se iludir porque não sou gay. Não temos nada!
Ele: A culpa não é minha, doeu demais quando os vi juntos, não sei explicar! Era como se tivéssemos algo, senti uma tristeza enorme!
Eu: Sinto muito.
Ele: Eu também. Se você prefere assim, então o deixo livre, seremos livres para seguir em frente.
Eu o olhei espantado.
Ele: O que foi?
Eu: Nada, pode ir.
Ele saiu de cabeça baixa.
A uns 19 ou 20 anos atrás eu briguei com ela e ela falou a mesma frase, cada palavra, voltamos depois de alguns dias...
Saí meio desorientado e me encontrei com Devon, um amigo, também era professor, meu melhor amigo.
Devon: Aconteceu alguma coisa? Você está pálido!
Eu: Devon, preciso de uma opinião de alguém para uma coisa muito estranha que está acontecendo em minha vida... Preciso me abrir.
Devon: O que é?
Eu: Vem.
Fomos para um banco que ficava embaixo de uma árvore no campus, sentamos e eu comecei. - A alguns dias eu encontrei um garoto e ele é estranho.
Devon: Como assim?
Eu: Lembra da Mila?
Devon: Sua namorada que morreu no Brasil. Como poderia esquecer? Você fala muito nela.
Eu: Sim. Era importante para mim, eu a amava demais.
Devon: E?
Eu contei tudo que havia acontecido comigo naqueles dias, tudo de estranho que me rondava: Max.
Ele me olhava sem nem piscar.
Eu: Agora você que está pálido.
Ele me olhava espantado. - Sam isso é muito estranho.
Eu: Eu sei, você acha que eu não sei? Mas o que pensar?
Devon: Você não está brincando comigo não está?
Eu: Mais é claro que não!
Devon: Você acredita em reencarnação?
Eu: Hã?
Devon: Existem diversas religiões que falam sobre reencarnação!
Eu: Eu sei!
Devon: Olha, leia um pouco sobre isso, ok? Sam ele tem a marca da bala no corpo, sonha com a morte da sua vida passada, tem traços da sua antiga vida na sua personalidade... Quer dizer traços não, ele é todo igual, até mesmo a forma de comer.
Eu: Você acha possível?
Devon: Sim.
Naquele dia fui para casa e Devon me deu algumas referências de livros, baixei alguns livros em pdf e fui lendo, passei a tarde lendo, iria me encontrar com Max a noite. Depois de tudo que li, tinha quase certeza absoluta que ele era sim a reencarnação dela.
Me arrumei e fui pegá-lo em frente a sua casa na hora marcada...
Ele estava me esperando em pé, usava uma jaqueta jeans e estava com suas mãos nos bolsos.
Parei a moto...
Ele: Achei que não vinha depois que te falei aquilo!
Eu: E porque estava aqui me esperando?
Ele: Talvez viesse, dei o benefício da dúvida a mim mesmo.
Eu: Sobe!
Ele: Não, você vai descer, quero andar sem rumo hoje novamente.
Obedeci e desci.
Eu: Então?
Começamos a andar, ele olhava para o céu. - O céu está estrelado hoje, não?
Eu olhei também. - Sim.
Andamos em silêncio até uma praça, tinha algumas crianças brincando alí, sentamos em um banco e ele ficou me olhando. - Você namora com ela?
Eu: Não. Só ficamos algumas vezes, mas ela quer compromisso.
Ele: E você?
Eu: Não. Nem penso nisso.
Um garoto chutou uma bola e veio aos nossos pés, ele chutou de volta e ficaram brincando um pouco...
Um cara com umas roupas diferentes e de rastafare no cabelo veio falar comigo. - Via vocês de longe e não pude deixar de falar com você.
Eu: O quê?
Cara: Há algo diferente em vocês.
Eu: Como assim?
Cara: Não se assuste, eu sou assim. Vejo essas coisas!
Eu fiquei extremamente interessado. - Me fala, o que você conseguiu ver?
Cara: Esse garoto é uma alma experiente!
Eu: Como assim?
Cara: Não é de primeira viagem, já esteve aqui em outro corpo.
Eu: Reencarnação?
Cara: Exatamente.
Eu: Cara eu preciso te ver novamente, quero conversar com você! Preciso te contar umas coisas.
Cara: Será um prazer ajudar.
Trocamos o número do telefone.
De repente Max se aproxima...
Eu: Max, esse é o...
Cara: Harry.
Eu: Harry, um cara que acabei de conhecer. E esse é o Max, um amigo.
Harry: Oi Max?
Ele: Oi. - Pegaram nas mãos.
O cara me olhou e pegou na minha mão ao mesmo tempo sorrindo, como se soubesse de algo.
Eu estava extremamente curioso.
Harry: Olha, eu vou indo nessa, estou com uns amigos alí.
Max sentou e ele levantou fazendo um gesto para que eu ligasse para ele e eu dei um ok com o polegar.
Ele: O que foi?
Eu: Nada porque?
Ele: Você está estranho!
Eu: Não. Não é nada!
O cel de Max tocou e ele atendeu saindo um pouco...
Eu estava extremamente curioso, queria logo falar com aquele cara, ele poderia me dar respostas.
Eu sei que acreditar em um completo estranho pode parecer bobagem minha, mas era muita concidência, aquilo tudo acontecer com Max e de repente um estranho me falar que ele é a reencarnado.
Ele voltou. - Minha mãe me pediu para ir, quer falar comigo sobre algo.
Eu: Algo sério?
Ele: Acho que não, não parecia triste. Preciso ir.
Eu: Claro, sem problemas.
Ele: Vamos.
Andamos até sua casa em silêncio, falávamos que não, mas depois do que houve mais cedo na universidade em que ele agiu daquela forma, algo estava estranho entre nós.
Chegamos em frente a sua casa...
Ele: Sam, eu percebi que nada estava igual entre nós depois de hoje cedo.
Eu: Sim.
Ele: Se você quiser se afastar de mim pelo que eu disse, pode fazer.
Eu: Não Max, você é uma ótima pessoa e gostaria de ser seu amigo.
Ele: Tudo bem então.
Ele me abraçou.
Ele: Nos vemos amanhã na aula?
Eu: Sim.
Ele entrou.
Era impressionante como me sentia estranho com ele. Talvez ele fosse mesmo a reencarnação da Mila.
No dia seguinte eu acordei e logo veio o frio na barriga, eu queria logo saber o que aquele cara tinha para me dizer.
Assim que acordei liguei para ele antes de tudo.
Harry: Você foi rápido!
Eu: Estou curioso.
Harry: Onde podemos nos ver?
Dei o endereço da universidade para ele, disse para me encontrar lá em frente.
Me arrumei e fui as pressas, chegando lá esperei uns 10 minutos e o vi.
Eu: Então?
Harry: Vamos conversar aqui mesmo?
Eu: Tem uma cafeteria aqui perto, podemos ir.
Fomos lá...
Chegando sentamos, pedimos um café e eu comecei. - Você quer que eu comece contando o que há de estranho ou você começa?
Harry: Já havia algo antes de eu abordar vocês?
Eu: Muito.
Harry: Conte.
Contei tudo e ele me ouvia atentamente.
Eu: Então?
Harry: Olha, por favor não tenha preconceito com que eu vou falar, muitas pessoas tem, não acreditam...
Eu: Não, estou de mente aberta, pode falar.
Harry: Acho que vocês são almas gêmeas, estão marcados para viver um grande amor, juntos. Mas ela foi tirada de você de repente, da maneira mais dura, ela voltou em outro corpo e em outro país e você sem saber veio atrás dela.
Eu: E porque ele tem tantos traços da vida passada? Porque nem todo mundo se teve vidas passadas lembra assim, sonha com ela...
Harry: Ele deve ter uma senssibilidade muito grande, veio precocemente, você me falou que ele nasceu no dia que ela morreu! Quando a alma vota sempre esquece de tudo que aprendeu na vida passada, ele não. Talvez estivesse escrito assim, vocês se reencontrarem sabendo de tudo. Finalmente vocês podem viver o amor interrompido, está nas suas mãos, resta saber se você vai querer!
Eu: Como assim?
Harry: A alma é a mesma, mas o corpo não. Agora é um homem, você vai colocar o verdadeiro amor acima da carne e do preconceito? Porque ele é seu verdadeiro amor, sua alma gêmea, não resta dúvidas. Se você escolher uma vida sem ele, talvez se reencontrem na próxima vida novamente em corpos certos.
Eu: Obrigado, você me ajudou muito.
Harry: Que é isso cara, querendo falar mais comigo, é só chamar.
Eu: Quer algum dinheiro?
Harry: Não! Faço porque gosto. Ajudo as pessoas que precisam do meu dom.
Eu: Obrigado mesmo, talvez te procure novamente.
Harry: Ok.
Saí, não fui para a universidade, minha cabeça estava fervendo, não sabia o que fazer, eu não sou gay, nunca pensei em me relacionar com um homem, e se ficasse com ele agora, para mim seria porque é ela, seria injusto com ele.
Eu dava voltas e voltas... Não, não estava amando-o, não poderia enganá-lo ficando com ele por ser ela, por ser a mesma alma.
Fui para o mesmo park que fomos um dia depois que nos conhecemos e deitei no gramado olhando as núvens igual a ele...
Pensei comigo mesmo o que iria fazer, estava certo, iria agir normal, como se nada estivesse acontecido, seria seu amigo como combinado no dia anterior. Percebi que Max estava assustado com a semelhança que eu dizia ter com Mila, então não iria falar nada, iria guardar para mim. Pronto, estava decidido, seria assim que iria agir.
Aquela história toda me fez tomar uma decisão na minha vida, seguir em frente, Mila já não voltaria mais, morreu. Quem estava alí agora era um garoto de 18 anos, isso me fez acordar, talvez fosse bom mesmo eu tentar com Emma, seguir em frente, começar um compromisso e finalmente deixar a lembrança da Mila para trás, afinal ela ficou para trás, agora existe Max, um garoto que provavelmente também encontrará uma pessoa e seguirá com sua vida.
Longe dalí...
Harry pensou: Não sei porque mas algo me diz que a decisão tomada por este cara não foi a melhor, com certeza ele optou por o caminho mais longo, com mais obstáculos, prolongando ainda mais a jornada das duas almas.
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Respondendo alguns emails:
Olha, eu e Alex somos da doutrina espirita, pode ter gente com certo preconceito, mas eu e ele nos encontramos nela.
Meu pai sempre foi espírita e eu cresci conhecendo bem e livre para escolher qualquer religião, escolhendo assim seguir o meu pai, minha mãe não tem uma religião certa, mas segue muita coisa do espiritismo...
Alex se tornou espirita depois de umas experiências que passou e eu o ajudei a se encontrar com sua mediunidade, assim ele entrou no espiritismo também.
Qualquer dúvida Email: lisas2s2@hotmail.com
Beijokas 💋💋