CAP. 09
"Cretino sim"
Quando acordei, fiz o que eu sabia fazer de melhor, agir como um cretino, o Danilo ainda estava dormindo, eu me lembrava exatamente do que eu tinha feito, do nosso beijo, do nosso banho, apesar de ter bebido muito, mas eu não queria da falsas esperanças para o Danilo, foi então que resolvi me levantar, tomei um banho bem demorado, quando sai do banheiro o Danilo estava acordado na cama, eu olhei para ele e não disse nada, assim como ele me olhou e não disse nada, vesti uma roupa e sai do quarto, já era quase onze da manhã, fiquei conversando com os pais do Roberto, e lá pra meio dia o Danilo se acordou, e eu novamente não falei com ele,eu estava agindo como se nada tivesse acontecido, e eu sabia que isso devia estar matado o Danilo, se tinha uma coisa que eu sabia fazer, era ser frio.
Quando deu umas cinco da tarde, o Danilo fala que quer ir embora, Jessíca disse que também quer ir, e eu pergunto se tem como me levar, ele diz que sim, foi nossa primeira conversa desde quando acordamos, então arrumei minhas coisas junto com ele no quarto, e ele não falava nada, muito menos eu. A gente se despediu de todo mundo e fomos embora, eu fui no banco de trás e Jéssica no da frente. Para minha surpresa ela deixou Jéssica primeiro, ela era praticamente sua vizinha, e eu morava em um outro bairro, foi então que percebi que ele iria falar alguma coisa, dei um abraço na Jess, e fui para o banco da frente, ficamos em silencio até chegar na minha casa, quando ele parou o carro, eu disse:
- Obrigado pela carona.
- Você é um idiota, isso que você é sabia?
- Oi? Pirou?
- Porque você faz isso comigo hein Lucas? Sério, eu só posso ter feito muito mal a você enquanto você namorava com o Victor.
- Você não fez nenhum mal a mim, deixa de noia.
- E a última noite foi o que? Você apenas quis brincar com meus sentimentos?
- A última noite foi um erro, eu estava bêbado, e se você se deixou levar foi porque VOCÊ quis. Enfim, boa noite!
Então eu sai do carro com meu coração na mão, as vezes a minha crueldade me assustava, percebi que o Danilo não deu partida no carro, foi então que olhei para trás e vi ele chorando com a cabeça encostada no volante, respirei fundo e entrei em casa.
"Carnaval 2013"
Durante o mês de Janeiro não tive noticias do Danilo, ele literalmente havia sumido, tinha me dado block em todas as redes sociais, e permanecia calado no grupo, Jéssica também não tocava no assunto, ela sempre soube se permanecer em cima do muro. Durante o verão eu aproveitei bastante, não só com o núcleo de amigos que eu era acostumado a sair, como sai com o pessoal do mestrado, e a uma galera do meu antigo pré, meu verão se resumiu a beber todos os dias.
O carnaval chegou e eu estava literalmente animado, ia com a galera para Olinda, seria meu primeiro carnaval lá, e já tinha ouvido falar muito bem daquele carnaval, alugamos uma casa em Olinda mesmo, e ia ficar umas 25 pessoas aproximadamente, para minha surpresa o Danilo ia para essa tal casa, seria o nosso reencontro depois do último episódio que tivemos. Fui para Olinda com o Pablo e outros amigos, quando chegamos à casa, o Danilo e a Jéssica e outras pessoas já estavam lá, o Danilo não falou comigo nem olhou na minha cara, ele sempre muito querido por todos, quando alguma turma ia chegando já iam logo falando com ele. Era uma sexta-feira à noite, depois que cada um ficou em seu canto para dormir, fomos para a rua, o Danilo ainda não tinha olhado na minha cara, e isso começou a me intrigar, e incomodar a certo ponto, afinal de contas eu queria sempre esta por cima, porém resolvi esperar, tanto eu como ele precisaríamos beber para um falar com o outro. O carnaval de Olinda tinha uma energia que eu não sabia explicar, confesso que eu estava com receio de não gostar, pois pensava que era somente frevo, porém me enganei, a vibe do carnaval era muito boa. Fomos para uma praça onde estava tendo umas manchinhas de carnaval, começamos a beber, e vez ou outra eu olhava para o Danilo, ele não me olhava ou pelo menos eu não conseguia captar ele olhando para mim, foi então que eu resolvi sair sozinho, acabei trocando olhares com um carinha, que logo me chamou para conversar, ele era de Alagoas e era seu segundo carnaval em Olinda, ficamos conversando por um certo tempo, até que ele me chama para irmos em um canto mais reservado, vamos para um beco um pouco escuro, e lá ele me joga na parede, e me rouba um beijo, ficamos dando uns amasso por uns 10 minutos, e então voltei para onde meus amigos estavam, quando chego lá o Danilo estava de conversa com um carinha, fiquei com ciúmes, e encarando ele na maior cara de pau. Foi então que o Danilo começou a se beijar com esse carinha, como todo mundo sabia que o Danilo era gay, ele não se importava de ficar na frente do pessoal, diferente de mim, foi então que comecei a beber mais rápido, eu estava com ciúmes do Danilo, e o fato dele ficar me ignorando estava me matando, mas eu deixei pra lá, tentei curtir o primeiro dia do carnaval.
Voltamos para casa era quase quatro da manhã, eu estava podre de bêbado, porém ainda um pouco consciente, o Danilo não voltou com a gente, tinha percebido isso, foi então que perguntei por ele pro Pablo, e ele falou que não sabia, Quando chegamos na casa, o Danilo estava lá, ele tava cozinhando, fazendo um caldo, o Danilo amava cozinhar, e principalmente para os amigos, sentei na mesa junto com o Pablo e outro amigo nosso, enquanto o Danilo terminava de preparar um caldo, fiquei olhando para ele, porém ele me esnobava, era como se eu não existisse ali, e isso estava começando a me irritar um pouco, ele então terminou de preparar o caldo, e disse, quem quiser esta servido, disse olhando para mim, foi a primeira vez que nossos olhares se cruzaram, então me levantei e coloquei um pouco:Nossa isso aqui ta maravilhoso. – Falei olhando para o DaniloVerdade, zerou o carnaval esse caldo. – disse o Pablo, enquanto repetiaObrigado gente. – Falou o Danilo meio tímido.
Os meninos então foram para seus quartos, e eu fiquei a sós com o Danilo, ele então foi se preparando para ir embora, então puxei ele pelo braço e disse:Não vai falar comigo?Não tenho nada para falar com você, solte meu braço que você ta me machucandoVocê ta em qual quarto? E vai dormir com quem?Pra que você quer saber?Vamos dormir comigo, tô dividindo quarto com o Caio, porém acho que ele deve sair para transarObrigado pelo convite mais eu tenho canto jáDeixa de ser difícil Danilo, vamos conversarNão tenho nada para conversar.
Foi então que puxei o Danilo contra meu corpo, fiquei olhando ele no fundos de seus olhos e roubei um beijo, confesso que fiquei um pouco preocupado que se alguém da casa iria ver, pois quase ninguém sabia sobre mim, foi então que levei ele para o meu quarto, tranquei a porta, e lá a gente se entregou, o Danilo não resistia ao meu poder, eu sabia exatamente como dominar aquele moleque, acabamos transando e dormimos juntos, acordamos era quase 11 da manhã, quando acordei vi que o Danilo ainda estava dormindo, e pelado, fiquei admirando o corpo dele, e o jeito em que ele dormir, poderia dizer que ali despertava algo em mim que eu só saberia o que seria meses depois, não demorou muito e o Danilo acordou, ele me olhou e não falei nada, a principio eu não iria falar nada, iria da aquele velho gelo que eu sempre dava, porém resolvi fazer diferente, dei um bom dia, e dei um selinho, a gente estava sóbrio, não tínhamos o efeito da bebida, e eu queria que ele pensasse da mesma forma que eu estava pensando. Ficamos conversando bobagens, saimos do quarto e a resenha já estava rolando solta. Quando deu umas duas da tarde o pessoal começou a ir pra rua, já estava teoricamente atrasado, pois os blocos começavam cedo, entrei no quarto onde o Danilo ia se arrumar, e tranquei a porta:Hoje você vai comigo ok?Pra onde?Pra 13 ué, se eu ver você olhando para alguém eu quebro sua cara, e a do outro tá me ouvindo?Kkkkkkkk, e você é o que meu? Não estou entendendo nada meu caroSou seu boy, e fique calado.
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Foi então que calei ele com um beijo, eu tinha um grande domínio sobre o Danilo, as vezes tinha um certo receio quanto a isso, porém lá na frente eu pude entender o porque. Passei praticamente todo o carnaval com o Danilo, a gente sempre dormia juntos, íamos para 13, e ficamos de casalzinho, eu já estava acostumado com a idéia de ser o boy dele, porém eu sabia que precisava aprontar com ele, e no fundo eu acho que ele sempre esperava alguma atitude minha, e foi na terça de carnaval, o Danilo iria tocar numa festa a noite, ficamos pouco tempo pela 13 pois o Danilo não queria ficar cansado para a noite, a festa seria no vapor 48, em Recife e tinha esgotado todos os ingressos, estava bem disputada, seria um salto na carreira de DJ do Danilo, que tinha começado a pouco tempo. Chegamos na festa, ele me apresentou para algumas pessoas, que eram os produtores da festa, e ficamos o tempo todo juntos, quando chegou a hora dele tocar, e a aproveitei que ele estaria ocupado e andei sozinho pela festa, acabei ficando com dois caras, porém sempre voltava para perto do palco, notei que o Danilo me olhou de cara feia, acho que ele acabou percebendo. Quando ele terminou notei que ele estava meio estranho, e eu também não tentei beijar ele ou coisa do tipo, ficamos apenas próximos, mas não chegamos a ficar, foi então que ele queria ir embora, e eu disse que ele poderia ir, que eu iria ficar e aproveitar o resto da festa, ele meio que ficou sem acreditar nas minhas palavras e foi embora. Eu sabia que dali iria surgir uma grande briga, e ficaríamos novamente sem nos falar.
Foi dito e feito, acabei chegando na casa era quase 5 da manhã, o Danilo estava dormindo então me deitei do seu lado eu fiquei chamando:Acorda bbQue porra é isso? Isso são horas?É o último dia de carnaval, queria aproveitar – Falei tentando da um beijo neleSai daqui Lucas – Me empurrouEu sei que você quer me beijar e fica se fazendo de difícilEu queria te entender Lucas. Serio mesmo, queria muito saber o que se passa nessa sua cabeçaNão tô afim de brigar nãoBeleza, pois boa noiteVocê não vai me beijar?Não.
Foi então que o Danilo se virou, eu ainda tentei agarrar ele, porém ele se esquivava de toda forma, quando acordamos na quarta, não falei com ele, nem ele comigo, e ali começava todo o nosso silencio novamente.
