- Só espero que não faça nenhuma merda e seu pai descubra. Você já foi castigado demais, não acha?
- Estou pouco me lixando pra isso...
Em poucos minutos Rafael estava sentado à mesa, na presença da tia, do primo, do Marcos e do amigo. Ele resolveu ficar em silêncio, e evitar qualquer murmurinho que lhe causasse irritação, mas pelo visto o Leo fazia questão de tirá-lo do sério.
- Vocês demoraram muito naquele passeio. Este rio fica tão longe daqui, ou resolveram fazer outra coisa diferente?
Rafael sabia muito bem a intenção da pergunta dele. O Duda olhou para o Marcos, que olhou para o Rafael, e este, como não tinha muita paciência, resolveu falar.
- Eu não sabia que o meu pai te contratou como meu segurança particular... Primeiro que, onde eu fui não te interessa, e segundo... O passeio foi uma delícia! O Marcos foi de uma gentileza incrível comigo e o Duda. – Rafael lançou um olhar malicioso para ele, sendo percebido apenas pelo Leo, que ficou enfurecido.
- Vocês dois só vivem brigando. Porque se odeiam tanto? Eu nunca vi dois primos discutirem sem parar! Aproveitem este lugar maravilhoso... Vão à cidade vizinha, paquerar garotas, fazer amizades. Parem com estas brigas! – bradou ela.
- Acontece que eu sou vigiado demais pro meu gosto. Vocês me tratam como se eu fosse um bebe e isso me irrita profundamente! No dia que eu fizer uma loucura, aí vão saber quem eu sou de verdade. Agora se me derem licença, perdi o apetite.
Ele se levantou com raiva. E sua tia o gritava para voltar. Na verdade, ele estava cansando de ser perseguido por todo mundo. Talvez por isso que ele não conseguia fazer as coisas direito, ou por em prática seus objetivos. Para sua família, nada do que fazia estava perfeito, e da parte do seu pai, era somente cobranças, nunca um elogio. Ele estava cansado!
Foi andando até o celeiro, onde avistou a paisagem verde a se perder de vista. O som dos pássaros quebrava o silêncio, e o sol brilhava, deixando aquela manhã ainda mais bela. Por um instante, lhe bateu uma vontade de andar a cavalo. Ele não sabia muito, aliás, não sabia nada sobre andar a cavalo, mais naquele momento queria sentir a sensação de liberdade. Dirigiu-se até uma das baías, e ao longe, podia avistar vários cavalos comendo com satisfação uma parte da vegetação.
- Ai meu Deus, por onde eu começo? E se eu cair? E se... – antes mesmo de fazer a próxima pergunta a si mesmo, uma voz veio por trás dele.
- Eu posso te ajudar a montar em um cavalo. – era o Marcos, mais sorridente do que nunca. Por um momento, Rafael lembrou-se do sonho que tivera na ultima noite e por um segundo, a imagem do Marcos pelado e excitado em sua frente, foi ganhando forma.
- Hã? O quê?
- No que estava pensando? Está tão aéreo.
- Em nada. Eu só... Estava admirando o local. Bom, é... Acho melhor eu deixar pra outro dia. Estou um pouco inseguro.
- Não precisa ficar assim. Eu estou aqui pra ajudar você, e não deixarei você cair, eu prometo. Vamos fazer o seguinte: eu vou na garupa do cavalo, atrás de você, pra ir guiando... Qualquer coisa, eu tomo o domínio da situação, ok?
Rafael respirou fundo. Ele ia sentir o calor do Marcos atrás dele. O toque, o cheiro. Não pensou duas vezes e aceitou a proposta, afinal aquela seria a oportunidade perfeita para conhecê-lo melhor.
Meia hora depois, com tudo pronto, Rafael subiu no animal com ajuda dele, e logo em seguida foi a vez do Marcos.
- Calma, calma. – ele conversava com o cavalo, enquanto envolvia os seus braços na cintura do Rafael, que quase soltou um gemido de tesão. – agora libere bem devagar as rédeas, e deixe que o próprio animal vá fazendo o seu caminho.
- Nossa! É uma sensação tão boa. Pela primeira vez na vida, estou aprendendo a gostar da fazenda.
- Você ainda vai conhecer muita coisa boa por aqui. – Marcos praticamente sussurrou ao pé do ouvido dele, e encostou-se ainda mais na bunda do Rafael.
- Isso não vai prestar... – pensou o Rafa, rindo maliciosamente para si mesmo.
Eles nem haviam percebido que estavam bem longe da fazenda, e a cada caminho percorrido, a paisagem ia se transformando e ficando mais bonita.
- Estou com sede. – queixou-se ele.
- Tem uma fonte aqui perto. A água é uma delicia. Vamos parar lá e descansar um pouco. Na volta, eu vou na frente pra irmos mais rápido.
- Ah, isso quer dizer que eu fui lento demais? É isso? – ele fingiu ficar bravo e o Marcos abriu um sorriso encantador, deixando o Rafael fascinado.
- Claro que não seu bobo. Vem me dá a sua mão. Temos que descer por esta ladeira, até chegar lá embaixo.
Rafa ia observando cada traço dele. As mãos, o cabelo, o rosto, o corpo, o jeito de falar, a voz, o sorriso... Meu Deus, como ele pode ser tão perfeito? Eu preciso desse homem. – ele dizia em pensamentos.
- Pronto, chegamos! Agora pode matar a sua sede a vontade.
- Você conhece cada canto desse lugar né? Fico admirado com isso.
- Eu cresci aqui. É natural que eu conheça. Anda, bebe a água.
Rafael obedeceu e ele tinha razão. A água era geladinha e pura. Ele lavou o rosto e se jogou na grama verde, deixando o corpo relaxar aos poucos. Ele percebeu quando estava sendo observado pelo outro.
- Porque está me olhando deste jeito? Por acaso estou com uma meleca no nariz? – ele riu.
- É que você é tão diferente. Eu olho pra você e a sua energia é incrível! Você tem muita vida dentro de você prestes a explodir...
- E isso quer dizer o quê? – Rafael já estava mais próximo, e era óbvio que ele estava esperando um beijo daqueles lábios perfeitos.
- Quer dizer que você é um garoto de puro tesão e tenção. E só de olhar pra você, o meu pau começa a latejar...
- Então não perca mais tempo e me agarra aqui mesmo e me beija.
Rafael parecia reviver o seu sonho, e o tão sonhado beijo aconteceu. Marcos o segurou pela cintura e invadiu a sua boca com calma. Querendo degustar de todas as sensações possíveis.
CONTINUA...
