Ele olhava para mim de uma maneira que jamais vi, tinha ódio, suas lágrimas desciam pelo rosto...
Me aproximei e ele desviou. - Não se aproxime!
Eu: Devon...
Ele: Ouvi muitas vezes que o ódio e o amor andam de mãos dadas, mas nunca havia provado com ninguém dois sentimentos tão distintos... Até agora!
Eu: Devon não!
Ele: Eu te odeio Paul, te odeio como jamais pensei odiar alguém na vida... - Falava me olhando nos olhos. - Não quero que jamais se aproxime de mim novamente, não quero mais ouvir sua voz, não quero que me toque. Você brincou comigo, com os meus sentimentos, riu de mim por trás, me fez de palhaço... Fez uma aposta para levar o gay aqui para a cama!
Eu: Me deixa explicar, eu me apaixonei por você, eu juro!
Ele: Pois eu era apaixonado por você, mas você matou este amor, o que tenho por você agora é ódio, asco. Te odeio, te odeio como nunca! Quando lembro de nós dois na cama me dá vontade de te matar e de me matar para não recordar... Te odeio.
Ele pegou a mala e saiu andando, o olhei até virar a rua, depois voltei para o bar. Lá vi Matt, fui até ele agarrei em seu braço com toda a força que tinha e o levei para trás do bar em uma rua deserta...
Matt: O que você quer?
Eu: Desgraçado, você acabou com a minha vida!
Naquele momento estava sentindo tanto ódio que estava cego.
Matt: Eu? Porque?
Eu: Ele ouviu tudo, ouviu sobre a aposta!
Matt: Que droga, nossa aposta furou então.
Eu: Você está ligando para isso? É com isso que você se importa?
O empurrei e ele bateu em uma lata de lixo caindo no chão logo após.
Matt: Claro, e iria me importar mais com o quê?
Eu: Ele é uma pessoa com sentimentos, um ser humano incrível que merece o respeito dos demais!
Matt: Olha, que discurso bonito, pena que você veio ver isso agora! Você não pode me julgar Paul, você é igual a mim, aceitou fazer a aposta e se meteu nisso tudo porque quis! Porque esse moralismo agora?
Naquele momento me senti imundo! O pior dos seres humanos... Matt tinha razão, sou igual a ele e Devon tinha todo o direito de sentir ódio de mim... Sou um asco de pessoa, um babaca idiota.
Saí dalí sem falar nada com Matt, me distanciei um pouco e fiquei só.
Sentei no meio-fio e fiquei pensando em toda a minha vida, em quantas pessoas magoei assim como fiz com Devon, na escola principalmente, mas com ele eu realmente me senti um lixo. É como se o meu arrependimento fosse maior, como se eu houvesse feito um dano maior a ele.
Chorei demais, minha vida passou por meus olhos e fiquei arrasado, não posso me orgulhar por muita coisa que fiz na vida.
Longe dalí...
Andei até em casa, abri a porta e coloquei a mala do Max no chão, estava chorando, desiludido, me sentindo um lixo, um nada... Ele me acha tão pouca coisa para ficar comigo por uma aposta?
Ouvi o choro do Max vindo do quarto, ele também estava arrasado pelo Sam, saiu e me viu.
Max: O que aconteceu que você está assim? Chorando? - Falou limpando os olhos.
Eu: Sou um idiota, um imbecil.
Max: Mas porque?
Eu: Acabei de ver o Paul!
Max: E o que ele fez?
Eu: Ficou comigo por uma aposta!
Max: O quê?
Eu: Isso mesmo que você ouviu.
Max: Nossa que nojo de homem! Que ridiculo.
Eu: Agora tudo se encaixa como as peças de um quebra-cabeça! Quando vi a mulher ela me disse que iamos nos machucar e nos odiar, quando algo de ruim acontece em uma vida, vamos para a outra com rancor e ódio. Acreditei que ele me amava, que não me fazia mal nessa vida mesmo havendo me matado na outra, mas equanto eu inocente acreditava nisso, ele ria de mim por trás!
Enquanto eu falava andava de um lado para o outro com ódio, com rancor, com raiva. Fui até a cozinha, peguei uma faca...
Max: O que você vai fazer com isso?
Fui até meu quarto, peguei um travesseiro e comecei a esfaquear, fazia com força, com ódio, lágrimas saiam dos meus olhos vermelhos, para mim alí era ele.
Sentia um ódio imenso, com certeza era coisa de outras vidas, era como se houvesse uma montanha de coisas ruins que ele fez comigo e guardei mas agora vieram a tona. Essas coisas com certeza minha alma guardou da nossa vida passada.
Esfaqueava aquele travesseiro com vontade como ele havia feito comigo em outra vida.
Max: Para com isso Devon, você vai se machucar, para.
Max veio até mim subindo na cama, estava tão cego de raiva pensando nele que o empurrei e Max caiu de testa no chão, só quando o vi no chão imóvel que acordei do transe de ódio que estava...
Fui até ele muito preocupado. - Max?
Ele não acordou. Peguei ele, virando-o de frente para mim. Sua testa estava sangrando muito, fiquei desesperado.
Bati em seu rosto de leve, chamando-o. - Max, ei acorda! Max.
Ele foi acordando aos poucos. - O que aconteceu?
Eu: Desculpa, te empurrei sem querer e você caiu.
Max falou com dificuldade. - Você estava louco, esfaqueando o travesseiro.
Eu: Sim, louco de raiva e de ódio dele.
Ajudei Max a levantar e o coloquei na cama. - Fica aqui que vou cuidar do seu ferimento.
Longe dalí...
Voltei para o bar, me reclamaram por estar cheio mas nem liguei, subi para falar com Sam.
Ele atendeu a porta, estava com os olhos enchados como se houvesse chorado demais.
Eu: Preciso falar com você, Sobre o Devon.
Sam: Entra!
Eu entrei e sentei no sofá, ele sentou também.
Eu: A história é longa.
Sam: Não importa!
Contei tudo a ele com detalhes...
Sam: Como você pôde fazer isso com ele? Uma aposta?
Eu: Por favor, já estou mal o suficiente... Me apaixonei Sam! O amo como nunca amei ninguém de verdade e estou tão arrependido que chega a doer.
Sam: Isso é um castigo!
Eu: Também acho... Estou perdido. Fiz a aposta com Matt, estava morando com Devon e não tenho onde ficar, não quero voltar a morar com Matt, quero distância! Estou tão envergonhado, me sinto um idiota, babaca... Sei que o Devon agora me odeia e com razão.
Sam: Com razão mesmo! - Ele me olhou e suspirou. - Olha, você sempre trabalhou bem e foi um bom amigo, pode vir ficar aqui por uns dias.
Eu: E o Max?
Sam: Saiu daqui por uns dias, a gente brigou, enquanto ele não está aqui você pode ficar!
Eu: Obrigado Sam.
Precisava ir pegar minhas coisas, então fui...
Toquei na porta e ele atendeu.
Ele: O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI?
Eu: Vim pegar ninhas coisas!
Ele: Pega logo depois some!
Entrei no quarto, peguei minhas coisas, coloquei tudo em uma mala e saí...
Devon estava lá, de braços cruzados, de repente Max sai do quarto com um curativo na testa, estava roxa também.
Eu: O que aconteceu?
Max: Um acidente. O que você está fazendo aqui?
Eu: Vim pegar minhas coisas.
Max também estava com raiva de mim, Devon era seu amigo e eu entendia.
Ia saindo e olhei para ele. - Vamos conversar só mais uma vez?
Ele: Não.
Peguei em seus braços e o olhei nos olhos. - Eu te amo Devon, te amo como nunca amei ninguém, começou com uma aposta, mas eu comecei a te amar eu juro.
Ele tentava tirar os braços. - Me larga, me solta! Você está me machucando.
Eu: Eu te amo, me escuta! - Não o soltava.
Ele olhou nos meus olhos. - Mas eu já não! Te odeio. Quando você vai entender que TE O-D-E-I-O! Vou ter que escrever para que leia?
Eu vi ódio em seus olhos enquanto falava, foi aí que vi que realmente havia perdido o seu amor.
O soltei, peguei minha mala e saí chorando.
A nossa história foi uma das mais loucas que já vi. Comecei odiando-o enquanto ele me amava... Agora o amo e ele me odeia mais que tudo no mundo. Quando vamos conseguir nos encontrar em um só sentimento?
Voltei para o AP.
Sam: Viu o Max?
Eu: Sim, ele está ferido!
Sam: O QUÊ?
Eu: Está com um ferimento na testa!
Sam narrando.
Peguei o telefone as pressas e liguei para o Devon.
Eu: Devon o que houve com o Max? Porque ele está ferido?
Ele: O Max caiu e bateu com a cabeça, mas como você sabe?
Eu: O Paul me disse!
Ele: Paul? Você não pode deixá-lo trabalhando aí, ele me fez algo horrivel, depois te conto.
Eu: Ele já me contou e não vou demiti-lo, ele está na minha casa por enquanto também!
Devon: Como é que é?
Eu: Devon o Paul trabalha muito bem e a anos, também não tinha para onde ir... Não vou deixá-lo a míngua!
Devon: Ele contou a versão dele!
Eu: Não, ele contou tudo como aconteceu, sei que não foi certo o que ele fez, foi horrivel, ele foi um canalha, mas está arrependido. Te ama!
Devon: Eu o odeio entendeu? Tenho nojo dele, nojo!
Desligou.
Paul: E?
Eu: Esqueça, ele nunca vai perdoa-lo.
Paul sentou chorando no sofá. - Eu o amo. Nunca pensei que um dia iria amar alguém assim.
Era até estranho ver um homem tão forte chorando daquele jeito, logo ele que sempre foi tão machão, tão ogro.
Pobre Paul, seu arrependimento podia ser percebido de longe, estava sofrendo, mas plantou o ódio da pessoa que ama antes deste sentinento nascer, agora que finalmente o ama seu amor o odeia e creio que vai ser difícil mudar isso. Muito difícil.
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Mais um hoje, compensando pela demora!
Estão gostando?
Beijokas 💋💋