Cap.19
Sorri ao ouvir aquilo.
- Sério ?
- Claro, nada mais justo para a nossa relação ! - disse sorrindo, enquanto tirava uma caixinha do bolso - papai está insistindo muito. Ele diz que a gente deve namorar com todas as regalias que um casal merece ter. Então eu comprei - falou, abrindo a caixa. Dentro tinha duas lindas alianças douradas, com alguns detalhes desenhados.
- Vou vomitar arco-iris aqui de tanta fofura (By SSLeitor) - aquela sensação de borboletas voando no estômago. Enquanto ele começava a colocar aquela aliança em minha mão, dentro da minha cabeça passava um filme de toda a nossa história até ali. De um garoto frustrado no amor para o mais apaixonado do mundo. De hétero convicto a amante de um garoto. Um sonho que virou realidade. Assim se resume a mudança que viveu a minha vida. E pensar que por pouco eu não recusei fingir o namoro com ele. Não estaria passando pelo momento mais feliz da minha curta vida até ali. Graças a Deus eu tomei, meio a contragosto mas tomei. E agora estou sentindo meu coração bater incrivelmente forte, enquanto o metal se aloja no meu dedo como se tivesse sido milimetricamente desenhado para repousar ali. Ele me deu o outro objeto, e ligeiramente ruborizando, eu coloquei em sua mão. Aquela altura não sentia mais nenhum receio de estar ao seu lado. Eu só queria ama-lo cada vez mais. Logo nossos lábios se tocavam novamente, completando o romântico momento que estávamos passando juntos.
NARRADO POR GUSTAVO
Não tinha mais nenhum receio de dizer que não parei de pensar em Júnior desde que o conheci. Já começava a mudar meus conceitos, tenho quase 100% de certeza que não sou totalmente hétero. Não nego também que vivia tentando impor uma barreira em mim mesmo. Eu não queria me apaixonar e me machucar como da outra vez. Eu não merecia sofrer de novo por amor, com toda a humildade. Já no dia seguinte, nos falamos novamente e aos poucos aquilo foi se tornando rotina. Quando terminava a aula, lá estava ele dentro da sala de música me esperando para conversar. Apenas uma vez essa rotina foi quebrada. Assim que sai da sala de aula, fui caminhando até a sala de música. Entrei, como sempre estava uma bagunça. Quando não o vi ali, foi a primeira vez que percebi que ele já significava algo para mim. Eu sentia sua falta quando não o via. Joguei minha mochila num canto, e, como fazia excepcionalmente uma vez na semana, me preparei para afinar o piano. Comecei a tocar as notas agudas, enquanto buscava a afinação ideal. Eu não gostava de fazer isso, mas era necessário para que nada saísse errado nos nossos ensaios semanais. Estava quase no final das teclas quando alguém entra como uma flecha na sala.
- Desculpa o atraso - ouvi Junior dizer, ofegante. Parecia ter corrido uma maratona.
- Estava correndo ?
- Vim correndo até aqui. É que a diretora me viu com a camisa para fora da calça e me deixou de detenção por 20 minutos - dizia, se recuperando do pique.
- Mas porque correu ?
- Ué... Para chegar rápido aqui - falou, me fazendo sorrir.
- Queria me ver ? - ele ficou envergonhado.
- Você sabe que gosto de conversar com você - continuei afinando o piano, quando de repente ele me mostra algo que adoro - Olha o que trouxe...
- Ruffles© ! - sorri, pois estava querendo muito comer, porém não podia sair para comprar - obrigado ! - falei, o abraçando de leve - como sabe que eu gosto ?
- Quase todo dia eu vejo você comer, então decidi comprar - falou, sentando ao meu lado no banco - dá muito trabalho afinar esse piano, não é ?
- E como... - falei, tentando afinar mais uma nota.
- É muito difícil de tocar um piano ?
- Um pouco, para quem é novato. Pronto, terminei - falei, fechando a tampa. Passei um pano nas teclas e ele estava pronto para uso.
- Eu só sei uma música no piano...
- Sério ?
- Sim... - falou, dedilhando algumas notas.
- Qual é ? - então ele começou a tocar uma música, que logo reconheci pois era uma instrumental que eu gostava muito. Não era brilhante, mas ele até que toca bem. Quando chegou na metade da música, porém, creio que por causa da memória ele errou a nota.
- Aí droga, essa parte eu não lembro - falou, dedilhando nota por nota tentando encontrar a certa.
- É essa aqui ! - falei, quando tocamos na tecla ao mesmo tempo. Nossas mãos se tocaram, fazendo meu coração acelerar. Parecia que o mundo havia parado, e só havia eu e ele. Não sei o que deu em mim, mas o impulso foi maior. E eu o beijei
Continua
E aí ??? Gostaram ??? Preparem o coração pois fortes emoções virão. Beijos