Uau, nunca me senti assim antes. Meu corpo parece está em chamas, isso é tão emocionante. Tão excitante. Suas mãos passeiam firmemente pelo meu corpo e as minhas acariciam seu rosto e seu cabelo.
_ Isso está bem melhor do que eu imaginava. _ Ele diz dando uma pausa em nosso beijo.
Em seguida sua boca é pressionada novamente contra minha. Minhas mãos agora estão em seu peitoral e instintivamente eu vou abaixando. Sinto sua barriga e passeio por ela. Porém, quando abaixo um pouco mais, Raphael interrompe o beijo bruscamente.
_ O q-que foi? _ Eu pergunto assustado. _ Fiz alguma coisa errada?
Ele começa a rir.
_ Não! É que se você continuasse, eu iria te pegar de jeito aqui mesmo. Agora eu entendo o babaca do Renato.
Eu fico vermelho, e ele passa seu dedo indicador dobrado em minha bochecha esquerda.
_ Não entenda mal, eu realmente quero isso, quero desde a sétima série e por isso tem que ser especial. Não em um carro, no meio do nada. Você entende?
Eu balanço a cabeça e ele me dá um selinho. Ele respira fundo e liga o carro.
_ Eu não quero, mas você tem que ir pra casa.
Fico chateado, pois não quero ir para casa. No entanto, ele tem razão.
_ Só pra constar, hoje foi muito especial pra mim. _ Eu digo dando um beijo em seu rosto.
Volta a sentar e quando vou colocar o cinto de segurança ele me puxa para mais um beijo.
_ Espero que tenha sido.
No caminho de volta ele foi contando coisas sobre ele.
_ Meu pai é policial e foi transferido de cidade, logo após a tragédia. Mas enquanto eu estava na cidade fui te visitar um bocado de vezes e ficava triste quando te via tão apático. Não falava nada, mal se mexia.
Ele fica claramente mal, e tentando contornar o mal estar eu disse:
_ Meu pai também era policial.
_ Eu sei, foi por isso que nos conhecemos.
_Como?
Ele suspira.
_ O que sobrou da sua memória? Nos conhecemos numa festa de fim de ano do departamento de polícia que nossos pais atuavam. Eu tinha 10 anos e você 9. Meu pai estava preocupado porque eu... Bem, eu não havia me adaptado a escola antiga e seu pai sugeriu a sua.
O que ele está falando, até faz sentido. Mas minha cabeça continua uma bagunça.
_ Eu não consigo me lembrar de nada disso, desculpe.
_ Não tem do que se desculpar. Você passou a maior barra, quatro meses depois você viu seu pai morrer e tudo mais...
Vi meu pai morrer?
_ Como eu poderia ter visto meu pai morrer? Ele tava em uma operação em uma boca de fumo e levou um tiro. Eu estava a quilômetros de distância dele.
Ele olhou para mim com uma cara confusa.
_ Operação? Quem te falou isso?
_ Minha mãe, uai. _ Eu respiro fundo. _ Meses após a morte do Mateus eu percebi que estavam faltando partes da minha memória, tipo, eu sabia que meu pai estava morto, só não sabia o que tinha acontecido.
Ele voltou a prestar atenção no trânsito com uma cara estranha.
_ O que foi? _ Eu pergunto.
_ Nada.
_ Fala...
Mas em vez de me dar uma resposta, ele apenas bufa. Logo chegamos na porta da minha casa. E eu vou saindo do carro, meio triste por ter sido ignorado. Mas antes de abrir a porta ele pega meu braço.
_ Pode parecer estranho o que eu vou falar agora, mas presta atenção. _ Raphael diz com um tom baixo, com nossos rostos bem próximos. _ Não confie em ninguém, essa perda de memória não parece ter sido causada só pelo trauma. É como se você tivesse sofrido lavagem cerebral.
_ Como assim?
_ Olha não posso te falar muito. Mas prometo que vou te ajudar a se lembrar dessas coisas. Só posso te afirmar uma coisa: seu pai não morreu em uma operação!
_____________Continua_________
Fala pessoal, o cerco está fechando. O que vocês acham que está por vir? Raphael é confiável? E o trio popular, será que escondem segredos? E a mãe de David, qual a relação dela com a amnesia de David? Como o pai do nosso protagonista morreu?
Eu sei que vocês querem respostas. Então aguarde os próximos capítulos.