Escrito em Azul - Capítulo 8

Um conto erótico de Gatinha 007
Categoria: Homossexual
Contém 1756 palavras
Data: 11/10/2015 21:27:21

(Pura Tolice)

O sorriso com covinhas, de Carol, fazia o coração de Anna-Lú bater aceleradamente, mas o jeito preconceituoso e totalmente agressivo com o qual se referiu à moça que a própria filha namorava não a agradara de jeito nenhum. E não estava disposta a se envolver nesse emaranhado. Isso mesmo, não se envolveria, foi o que decidira enquanto tomava seu café na lanchonete do pronto-socorro. Não passaria por uma situação assim novamente, envolver-se com alguém que além de ser hétero, é preconceituosa.

Ao voltar para sala de espera Anna-Lú encontrou Carol e Miguel conversando, Carol estava de costas. Novamente sem o terninho executivo, apenas de camiseta com os ombros totalmente aparentes, os longos cabelos loiros agora presos num rabo-de-cavalo. Ao se aproximar Anna-Lú cumprimentou-os com um "Olá" e Carol virou-se para responder e, ao virar-se para ela, os cabelos presos movimentaram-se de forma impertinente, as covinhas enquanto ela sorria um pouco triste, os olhos azuis tão límpidos e cheios de preocupação e, ainda assim, bem atentos. Fizeram a respiração de Anna-Lú ficar presa na garganta.

Oi, e o café, estava bom? - perguntou Carol.

Hmhm - Anna-Lú soltou o ar, "caramba preciso parar de sentir essas coisas perto dessa mulher" pensou antes de responder - sim, estava ótimo. E você não vai querer um cafezinho também? Ou um suco, água? - indagou.

Não, agora não, talvez mais tarde - respondeu.

Vais ficar? - continuou a perguntar.

Sim, não vou sair daqui - respondeu Carol decidida.

Certo. Então, agora que você já está em boa companhia eu vou para casa, pela manhã ligo para saber da menina, está bem? - disse Anna-Lú.

Carol suspirou com algo no olhar que Anna-Lú não soube decifrar.

Sim... Sim, claro, ainda tens que ir a agência e vou ausentar-me...você já sabe...

...Ah claro... Claro que sei - interrompeu Anna-Lú - não se preocupe com isso.

Certo - disse Carol meio desajeitada e estendeu a mão - então, até mais.

Sim... Claro... Até mais - Anna-Lú pegou a mão que Carol lhe oferecera, sentindo ao mesmo tempo tanto a firmeza do aperto de mão quanto a suavidade da pele. Anna-Lú sabia que estava segurando a mão de Carol por tempo demais, mas não conseguia se mover, "mas que droga Anna Luiza, o que pensa que está fazendo?" era só o que conseguia pensar, e quer saber Anna-Lú não queria mesmo soltá-la, olhou-a no rosto e nos profundos olhos azuis. Jamais esteve em seu pensamento deixa-la ali, mas sabia que não teria sentido se ficasse, não um convincente o bastante, que não fosse a verdade. A verdade que ela não queria admitir.

Hmhm - grunhiu Carol - agora pode soltar-me, se não se importa? - perguntou estranhamente constrangida.

Anna-Lú afrouxou o aperto, mas Carol ainda deixou-se demorar ali mais alguns momentos, sentindo calafrios apenas com aquele toque. Soltaram as mãos e Anna-Lú despediu-se de Miguel, então num lampejo entre a vontade e a dúvida, Carol se inclinou para frente e depositou um beijo suave no rosto de Anna-Lú e sussurrou um “Obrigado mais uma vez", Anna-Lú apenas assentiu e virou-se para sair. Quando Anna-Lú chegou a casa já passava de 2h da manhã, totalmente cansada e os pensamentos? Em Carol como sempre nos últimos dias, queria tira-la do pensamento, mas há pensamentos que são como os pernilongos impertinentes, mesmo que os sacudam eles voltam e pousam novamente, então, por mais que tentasse desvia-los para outra coisa não conseguia. Tomou banho e vestiu-se com uma camiseta e uma calcinha box, penteou os cabelos de forma a amanhecerem não muito embaraçados e ficarem menos parecidos com os de Johnny Depp em Edward Mãos de Tesoura, deitou-se querendo dissipar o sentimento confuso. Inquieto. Vago. Que doía e fazia bem. Que dava vontade de estar perto de Carol para ampara-la, protegê-la mesmo que não precisasse, e ao mesmo tempo dava vontade de esquecê-la, arranca-la da memoria, não podia se envolver, não queria, não admitia. E foi nesse turbilhão que Anna-Lú adormeceu vencida pelo cansaço.

Nossa! Você está horrível, parecendo que saiu de um dos episódios do The Walking Dad de tão destruída, só que um pouco mais fashion – disse Marina entre gargalhadas, logo que entraram na sala da presidência.

HA...muito engraçado, obrigada, por isso você é minha melhor amiga, pra me dar esse tipo de apoio moral, não sei nem o que dizer – respondeu Anna-Lú irônica, recostando-se em sua cadeira.

Não precisa dizer nada, amigas são pra essas coisas, pra falar a verdade, quero dizer – retrucou Marina sorrindo zombeteira.

Besta – respondeu revirando os olhos.

Hey, besta não, até porque não sou eu quem está com a cara de ontem, mas me conta aí, você não tem jeito mesmo não é? Mais uma noitada? Ainda nem é sábado!! Sabes pelo menos o nome da garota desta vez? – perguntou Marina.

Por quem me tomas hein? Mas, é claro que sei e eu estava sóbria, ou quase, duas taças de vinho não conta ou será que conta? Ah, mas também não importa e pra sua informação eu estive com a Carolina na noite passada – disse dando de ombros.

COMO-É-QUE-É?! – espantou-se Marina – amiga você não conhece mesmo o que é perder tempo hein? – caçoou abrindo um largo sorriso.

Deixa de ser besta. Não é assim, como você está pensando – respondeu Anna-Lú imediatamente, torcendo a boca.

E como é então? Explica-me?

Ontem fomos ao meu apartamento, como você sabe. Para decidir sobre as ilustrações e caiu àquela chuva torrencial, nós pedimos uma pizza, e então faltou energia e ai rolou um clima, não ria ou te jogo essa caneta – Marina mal segurou o riso – posso continuar? – Marina assentiu – Então, a luz voltou e cortou o clima e ela também recebeu um telefonema do pronto-socorro avisando que a filha dela sofreu um acidente...

Nossa! E como ela está? A Carol deve estar muito mal não é? Meu Deus!! – Marina interrompeu Ann-Lú.

Sim ela está bem, apesar de ainda estar desacordada, agora não me interrompa! – respondeu Anna-Lú.

Ok! – foi tudo que marina disse levantando as mãos em sinal de rendição.

Pois, continuando, a Carolina ficou muito abalada, como você pode imaginar e então me ofereci para leva-la, esperamos a cirurgia acabar e o médico vir falar com ela, e... hmhm – clareou a garganta - ...e eu fiquei com ela até que Miguel chegasse. É isso, fui pra casa já de madrugada e mal dormir já acordei pra vir trabalhar, por isso a cara de zumbi. Entendeu?

Hm... Acho que entendi, mas... – Marina pareceu analisar Anna-Lú.

Mas? Mas, nada! Sei o que você está tentando fazer – retrucou Anna-Lú.

Que foi? Não estou tentando fazer nada, mas vamos combinar que eu te conheço muito bem, não é amiga? Conheço esse olhar perdido de quem omitiu alguma parte nesta história. Agora desembucha vai! – ordenou Marina.

Caramba Mari! Não estou omitindo nada – Anna-Lú levantou-se repentinamente e visivelmente inquieta.

Então, porque está nervosinha, hein?!

Não estou não!

Ah, está sim!

O quê mais você quer saber Mari?! - perguntou Anna-Lú.

Você sabe muito bem o que quero saber! - respondeu.

Ai...está bem...você venceu - rendeu-se Anna-Lú.

Yes! Eu sabia que tinha mais alguma coisa - comemorou Marina.

Chata pra caramba, você! - revirou os olhos - Nós nos beijamos...satisfeita?! - disse Anna-Lú sentando-se novamente e cruzando os braços sobrea mesa.

UAU! Por essa eu não esperava...tudo bem que você seja uma pegadora de carteirinha, mas eu achei que a Vandré iria demorar mais um pouquinho pra cair na sua rede - comentou Marina zombeteira - Enfim, e aí...ela beija bem?! - perguntou interessada.

Ai amiga - suspirou apoiando o queixo - e como... Quer dizer... E como eu vou saber...ne..ne..nem deu pra saber ao certo oras...que pergunta Mari! - Anna-Lú abriu os braços e tentou parecer indiferente.

Vixe! É mais grave do que eu pensava - concluiu Marina.

O que é mais grave Marina?! - perguntou Anna-Lú pausadamente, já prevendo que Marina percebera algo.

É... E não tem mais jeito viu!

O que não tem mais jeito Marina? Dá pra parar com esse suspense e falar de uma vez que ideia absurda você já pôs nessa cabeça dura?! - exigiu Anna-Lú contrariada.

Tá apaixonada - respondeu enfática.

Quem está apaixonada?! E por quem? Posso saber? - disse Caio ao entrar.

Adivinha?! - falou Marina abrindo um sorriso.

Caio olhou de Marina para Anna-Lú e depois, de volta para Marina.

NÃO?! - disse incrédulo.

Pois sim meu querido, nossa amiga está apaixonada, e por falar nisso você está me devendo, já que perdeu a aposta - respondeu Marina entre risos.

Menina tô bege! - caçoou.

Deixem já de palhaçada as duas moças! - exclamou Anna-Lú fazendo sua voz subir algumas oitavas.

Marina e Caio não puderam se conter ao ver o desconforto de Anna-Lú e puseram-se a rir deixando-a.

Ai amiga, desculpa, mas você apaixonada é pior do que eu e a Mari juntos! - disse Caio depois que parou de rir por um momento, mas sem tirar o sorriso zombeteiro do rosto.

Ah...cala a boca bicha...ninguém te chamou pra conversa, e EU NÃO ESTOU APAIXONADA! Ok...acabaram?! - disse Anna-Lú irritada.

Está bem dona irritadinha...paramos. Não desconta em mim, afinal doi você quem beijou ela! - Marina respondeu.

Como é? Já rolou beijo??

Caramba Mari, vocês sua boca grande! - reclamou Anna-Lú.

E Caio depois te conto, porque se mãos Lú me esgana agora mesmo. Agora falando sério, Lú você já falou com a Carolina, pra saber da menina quero dizer? - perguntou Marina.

Fiquei de ligar...mas não sei... - suspirou.

Não sabe? Claro que tens que ligar! - disse Caio.

Concordo Lú, até porque levastes ela para o hospital é uma questão de educação também - incentivou Marina.

Eu sei, mas as coisas não são assim, tão simples - apontou Anna-Lú.

São simples sim e ela deve está precisando de um ombro amigo neste momento...é uma boa oportunidade pra se aproximar, investir...que tal? - tentou Caio.

Que ideia bicha...eu não vou usar um momento como esse pra pegar uma garota, e antes que vocês dêem mais odeias absurdas, vou logo adiantando que ela é hétero, isso ela já deixou bem claro, e é preconceituosa, então não vai rolar. E por último mas, não menos importante...vou repetir...NÃO ESTOU APAIXONADA!

Agora não entendi mais nada! Como assim preconceituosa? - perguntou Marina.

É? Se ela te beijou?! Também não entendi - Caio também ficou confuso.

É pois, é isso mesmo, mas não estou a fim de falar sobre isso, agora se mandem...vamos trabalhar que o tempo está correndo!

Ok chefe! - disseram juntos e se retiraram deixando Anna-Lú com seus tempestuosos pensamentos.

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Bom meninas aí está mais um capítulo...espero que tenham curtido...obrigada pelos comentários...desculpem a demora...fiquem bem ...continuem comentando...falem bem...falem mal...mas falem...kkk

Beijinhos lindas 😘

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Comentários

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PERFEITO! Tá demais essa história meu amor...adorandooooo!

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Amando a historia cada vez mais... nao demora a continuar

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