Cap.17
Seu olhar fechou assim que ela ouviu aquilo.
- Como é que é ?
- É isso que você ouviu ! - imediatamente ela começou a ficar vermelha.
- Você vai contar ? Vai contar ! Você prefere ser taxado de gay, brigar com a sua família por causa daquele viado - segurei o queixo dela com força.
- Lave a sua boca antes de falar algo do Ghi ! Eu não me importo com as taxações. Eu, de forma alguma seguirei refém da chantagem de uma menina obsessiva.
- Eu não sou obsessiva !
- É sim ! Eu nunca gostei de você e mesmo assim você insiste em fazer com que eu fique com você. Tem um monte de outros garotos espalhados por aí ! Entende isso de uma vez Natália, EU NÃO GOSTO DE VOCÊ ! - ela tremeu quando ouviu aquilo.
- Mas já gostou ! - falou, puxando rapidamente a minha mão e colocando sobre o seu peito - já gostou ! Eu tenho certeza ! Você não é gay, não pode ser ! - puxei a minha mão de uma vez, com nojo.
- Te manca garota ! - subi em cima da moto e parti, deixando para trás todos aqueles sentimentos ruins que aquela garota carregava e trazia para perto de mim. As vezes a gente se engana com as pessoas. E assim foi... Eu me enganei com ela.
NARRADO POR GUSTAVO
É verdade. Eu acabei me apaixonando por meu amigo sem nem perceber. Eu não sou gay. Nunca gostei, nem senti atração por algum garoto antes... Mas com ele é diferente ! Ele é muito fofo, encantador, responsável e apaixonante. Não adiantou eu tentar colocar na cabeça que ele é homem. Acabei me apaixonado por ele. Achava que nunca teria chance por ele ser hétero e nunca eu ter visto ele dar brechas para garotos. Estava errado. Ele deu brecha para um garoto. Ghilherme. Apesar disso, eu acho que nunca iria acontecer nada mesmo entre nós. Acho que o único garoto que ele sente atração é o Ghilherme. É o único garoto que ele poderia retribuir de verdade.
- Como dói... - disse eu, sentindo meu peito doer, depois de cair na real. Se apaixonar é ótimo. Mas quando se é rejeitado, dói. Dói muito ! Continuava sentado a quase uma hora na beira do xafariz da escola, pensando e me recuperando da descoberta - mas chorar mais não adianta. Eu tenho é que procurar uma garota. Deve ser a única forma de me recuperar disso. Ergui meu olhar e foquei no céu. Olhava as estrelas no céu, quando de repente ouço um barulho de coisas caindo. Mal mexo a cabeça, alguém havia caído sobre mim e por pouco eu não Caio dentro do xafariz.
- EI ? Você não Olha por onde anda não ? - toda a minha raiva passou quando eu olhei para aquele rosto.
- Desculpa, desculpa ! Eh que eu sou muito desastrado e me pediram para levar esse monte de livros na Biblioteca, mas é muito pesado e... - só então ele percebeu que ainda estava em meus braços. Eu achava que meu coração só bateria forte daquele jeito por um garoto. Mas não... Assim que reparei o rosto daquele garoto direito, como ainda não havia feito, meu coração bateu forte.
- Você quer ajuda ?
- Você me ajudaria ? - ele era amigo do Ghi. Já havia visto eles várias vezes conversando, mas eu nunca havia reparado naquele garoto baixinho e lindo, de um olhar inocente, pele branca, olhos castanhos claros, cabelo loiro bem claro...
- Claro - falei, começando a ajudar a recolher os livros. Coloquei um montante sobre os braços dele (tá, confesso que deixei os mais pesados para mim). Assim que terminei de colocar os livros sobre os braços dele, parei meu olhar no seu olhar. O olhar dele era firme, intenso e brilhoso. O suficiente para me deixar envergonhado e me fazer girar os olhos em busca de calmaria.
- Qual o seu nome ?
- Gustavo, e o seu ?
- Júnior...
NARRADO POR LUCAS
Quando cheguei em casa, a noite já havia caído. Como sempre, todos os habitantes dela já estavam. Eu tinha que tomar coragem. O momento havia chegado. Tomei coragem e fui caminhando para dentro de casa. Quando entrei e coloquei minha mochila sobre o balcão, uma surpresa. Vi Ghilherme descendo da escada.
- Ghi ? O que faz aqui ? - ele se aproximou e me abraçou
- Acho que eu não seria um homem de verdade se te deixasse fazer isso sozinho. Eu vim aqui para te apoiar, e, não importa o que aconteça, eu estarei aqui com você OK ? - a única coisa que eu pude fazer foi sorrir. E lembrar que eu havia feito a melhor escolha, e agora tinha plena ciência disso.
- Filho, já esta aí ?
- Sim mamãe, estou... - falei
- Venha jantar e traga Ghilherme. Ele não comeu desde que chegou - sai o puxando para a Sala de jantar. Duas palavras apenas passavam na minha cabeça naquele momento. " É Agora !" . Entrei na sala de jantar decidido que iria falar sem pestanejar. E assim fiz.
- Pai, mãe...
- O que foi filho ? - os dois pararam de comer e olharam para mim.
- Eu tenho uma coisa a dizer... - baixei a cabeça, busquei coragem, respirei fundo, tentei controlar o nervosismo. Durante alguns segundos olhei para o Ghi, buscando forças - Ghi e eu... Bem... Estamos namorando.
Continua
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