A vida é dessas. Prega peças na gente, quando a gente pensa que está tudo as mil maravilhas, ela vem nos toma tudo de e ainda nos derruba. E a gente se acostuma a ser derrubado. Mas, depois de tantos nós, surgem os laços.
☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆
Quem sou? Lúcio Emanuel, 17 anos, filhos dos empresários mais conceituados da região, deve ser por isso que mimado. Tenho um irmão menor, mas mora no interior com meus avós. O que vou contar é real, aconteceu por volta deEstava entrando no ensino médio. Como sempre, primeiro dia de aula, aquelas apresentações [bobas. rs] de sempre. Estudava pela tarde, e nunca fui de ter amigos na escola, só colegas.
...
Como sempre, a tarde passou se arrastando, pensei que não ia largar nunca. Felizmente, chegou as 18:15. Como largava pouco tarde, não tinha mais ninguém na escola, só os funciona e alguns gatos pingados. Mas o que me chamava atenção é que todas as noites aquele garoto estava lá.
Quem é ele? Gabriel, 15 anos, super branco, magro, muito magro, mais ou menos minha altura, nunca tive coragem de chegar até ele e ficar conversando, até porque eu sempre ia embora primeiro que ele. E foi assim durante três semanas.
...
Naquela quarta semana de aula foi diferente. Larguei bem mais cedo, as 16:30. Mas meu motorista só podia ir as 18:15 mesmo, então só me restava esperar. Por sorte, Gabriel também largou mais cedo, e ficamos lá no pátio novamente. Os outros alunos indo embora e nós dois ficando. Deu 17:15, e já estávamos sozinhos ali, eu ouvindo música com o fone de ouvido, mas observando Gabriel me olhando as vezes. Até que ele se levanta e senta ao meu lado.
- Oi Lúcio.
- Iae, tudo bem?
- Sim, e você?
- Tô legal... - ficamos em silêncio por uns 3 minutos. E ele fala. - É, você sempre fica só e depois do horário, porque?
- É que eu fico esperando meus pais virem me buscar, mas eles só largam de 18:30. Aí só chegam aqui de umas 18:50 - 19:00.
- Ahh, entendi...
- E você?
- Ah, eu fico esperando o motorista da minha mãe, ele chega umas 18:15 em ponto.
- Ahh, legal :)
Nesse momento começamos a conversar besteiras, como estilo musical, celular, professores chatos [ele era duas séries a menos que eu, estava na sétima série (8o ano)]. - meu motorista chegou, nos despedimos e eu parti. Não sei porque, mas não conseguia tirar esse garoto da cabeça. Então, meu celular vibra, era uma mensagem:
"Oii. Adorei conversar contigo, sinto que nossa amizade vai crescer muito. Vamos nos rever amanhã? Boa noite amigo ♡.
Gabriel."
Pensei em não responder, mas não resisti.
"Oie. Também gostei muito de você :-) Claro. Até amanhã. Boa noite Gabriel s2 ."
Ele não respondeu, mas chegou a confirmação que ele recebeu. Fiquei feliz, tive uma noite tranquila, em paz.
...
No dia seguinte, acordei 9:15. Fiz o de sempre. Sai de casa 12:30, cheguei atrasado. Na escola, tem uma regra, quem chegava atrasado, só entrava na sala 14:00. E foi isso que aconteceu. Estou no pátio esperando, quando de repente, Gabriel também chega atrasado, não sei porque, mas abro um sorriso colgate quando o vejo, e ele retribui. Me levanto, dou um abraço bem forte e apertado nele. Passamos a tarde inteira trocando sms durante as aulas. Ele sabia muito me fazer sorrir. Eu tava gostando muiyo de amizade daquele garoto.
Durante as aulas eu meio desligado de tudo, Mateus percebeu isso e veio conversar comigo.
- Eeei Lúcio, tá no mundo da lua é?
- Eu acho que tô Mateus.
- Hmmmmm. Pelo sorriso, deve tá apaixonado.
- Provavelmente.
- Hmmmm. Safadinho, já fisgou outro?
- Cala a boca idiota. Kkkk - rimos durante alguns minutos, até que ele saiu de perto e voltei a conversar com meu Gabriel *-* aquilo me deixava numa paz muito grande. Mal esperava a hora de largar pra abraçar aquele magrelinho outra vez. Durante uma semana nesse ritmo, eu percebi, eu estava apaixonado.
...
Alguns dias se passaram nesse mesmo ritmo, conversando, rindo, nos abraçando, trocando sms.
《《Continua》》