Cap.16
Revê-lo depois de 2 anos era extremamente emocionante. Pouco tempo depois dele ter viajado, eu sai do colégio. Não aguentava andar por aqueles corredores e lembrar dele a cada centímetro. Como o sentimento adormeceu dentro de mim, e eu sentia muita falta do colégio, retornei. Meu coração acelerou ao ve-lo, e apertou, pois ainda doía depois daquela separação traumática e nada amigável. Ele não havia mudado muita coisa. Continuava musculoso, moreno, bonito. Só tinha deixado a barba crescer um pouco. Eu não conseguia acreditar. Era inacreditável que ele tivesse retornado. Porquê ? Como ele conseguiu ? Meu cérebro Estava prestes a dar um nó.
- EI ? Michel ? - Marcelo me tirou do transe.
- O que foi ?
- Você estava olhando para o corredor com uma Volúpia. O que você viu de tão interessante lá ?
- Eu ? - via Diego ser cumprimentado por várias pessoas que já nos conheciam a um bom tempo - não... Nada demais.
- OK, então vamos !
- Ah, sim... Vamos
MINUTOS DEPOIS
Não posso negar que não pude pensar em outra coisa. Ainda mais porque quase todo mundo estava comentando a volta dele. Ele não estudava na minha sala, o que era um alento para alguém que tinha medo de se apaixonar por duas pessoas, se é que isso é possível.
- Você não imagina quem voltou ! - Lucas falou baixinho, chamando minha atenção.
- Diego - falei, causando surpresa nele.
- Como você sabe ?
- O vi andando pelo corredor.
- E nao vai ficar feliz ?
- Claro que vou... Mas depois de tanto tempo... O sentimento adormeceu um pouco dentro de mim. Além disso, eu... - olhava para a foto de Marcelo no celular. Ele, vendo a direção do meu olhar, olhou também.
- Ah. Já entendi... Achei que você ainda era perdidamente apaixonado por ele.
- Eu... E aliás, como foi que você soube da minha história com o Diego ?
- Todos estão comentando...
- Bando de fofoqueiros ! Olhava pela janela, sem direção. Mesmo depois de ter vivido coisas boas com ele, e de ele ter sido a minha primeira paixão... Aos poucos o sentimento que tinha dentro de mim por ele se acuou, num cantinho, e assim outros poderam nascer. Como o que sinto hoje por Marcelo. Não queria, não queria sentir algo por duas pessoas ao mesmo tempo. Seria muita sacanagem do meu coração.
HORAS DEPOIS
Naquele dia saímos mais cedo do colégio. Assim que sai da sala, Marcelo estava escorado na porta.
- Me acompanha no Shopping hoje ?
- Bem, eu...
- Ah vai, por favor ! Eu quero comprar um novo sapato e você tem bom gosto. Não seja chato - um sorriso de canto de rosto se formou em mim.
- Tá bom, vamos lá.
MINUTOS DEPOIS
O shopping que ele queria ir ficava a poucos minutos da nossa escola.
- Não vai me dizer que você perdeu o último vídeo do Whindersson ?
- Não... Eu vi. É que eu não estou navegando na internet de uns tempos para cá.
- Entendo. Mas foi bem legal, não foi ?
- Foi sim - atravessamos a rua. Do outro lado havia uma mulher vendendo diversas flores.
- Espera aí - ele caminhou até lá. Fiquei de costas, olhando o movimento, aflito. Não podia negar, estava morto de curiosidade para saber o que tinha acontecido para que ele tenha voltado desta forma rápida e sem aviso. Quando de repente sou surpreendido - quem sabe uma rosa alegra a sua carinha triste ! - falou, colocando a rosa na minha frente. Mais uma vez ele me fez sorrir.
- Eu nem estou com uma cada triste.
- Está sim - falou, passando o dedo no meu queixo - o que houve ? Apesar de nos conhecermos a apenas alguns meses, já notei que você dá sinais quando está triste.
- Que tipo de sinais ?
- Anda cabisbaixo, fica Sério, olhar meio desnorteado, cara fechada quase que o tempo todo, sorrisos tímidos.
- Me investigou tanto assim para saber disso tudo ?
- Não precisa. A gente nota muito as pessoas quando... - ele parou de falar ali.
- Quando ?
- Nada. Esquece... - falou, começando a caminhar - mas que você está triste está. Vai, me conta o que houve.
- Não é nada demais... Eu só estou... Aflito. Boquiaberto com algo que aconteceu hoje.
- Quer falar sobre isso ?
- Prefiro tentar esquecer por um tempo
- Como quiser...
MINUTOS DEPOIS
Entramos na loja de sapatos com ele praticamente me arrastando.
- Pronto, agora você pode dizer-me, qual acha mais bonito. Seja sincero.
- Tem muitos bonitos. Mas aquele verde ali está lindo - falei, apontando.
- Você tem razão - logo ele chamou a vendedora e ela trouxe o sapato - vamos ver se vai caber direitinho.
- Creio que vai sim - ele calçou e coube direitinho. Seus olhos brilharam, pois ele havia gostado bastante.
- Olha como ficaram lindos.
- Realmente, ficaram muito lindos em você - ele olhou a caixa e fechou a cara.
- Poxa. É mais caro do que eu imaginava - falou, se entristecendo - leve de volta moça, vou escolher outro - ele realmente ficou bem triste, pois havia gostado bastante, e como era um sapato bonito logo esgotaria o estoque.
- Não, espera ! - olhei o preço - pode embalar moça, eu pago.
- O Que ? - ele arregalou os olhos - você viu o preço ? São mais de 200 reais...
- Considere um presente - falei, arrancando dele um largo sorriso, daqueles que eu achava lindo e me aceleravam o coração.
- Sério ?
- Humrum...
- Mentira ! Ai, obrigado ! - falou, me dando um forte abraço repentinamente. Foi tão forte que eu quase perco o equilíbrio - fiquei tão triste quando vi que não poderia comprar. Ele é tão bonito e estão todos procurando ele - falou, olhando ao redor e vendo muitos garotos experimentando o sapato - mas eu vou te devolver o dinheiro depois, é muito dinheiro !
- Não se preocupe. Já disse que é um presente meu pra você - falei, me separando dele - espero que use bastante - falei, pegando o comprovante e entregando a sacola.
- Pode deixar - falou, com um brilho nos olhos ao olhar para mim.
MINUTOS DEPOIS
Subimos para o teto do prédio, olhando para o pôr do sol. Havíamos comprado duas casquinhas de sorvete e tomávamos o mezmo. O teto era bem vazio e era permitido circular por todo o teto. Muitos casais se encontravam ali.
- Não acredito ainda que você comprou.
- Você ficaria muito triste se não comprasse. Eu não queria te ver triste.
- Vai tendo essas atitudes fofas e logo eu ficarei perdidamente apaixonado por você... - falou, baixinho mas perfeitamente entendível.
- O que ?
- Ãnm ?
- Você falou algo ?
- Eu ? Nada...
- Falou sim. Eu ouvi. Você disse que se eu tiver mais dessas atitudes vai se apaixonar por mim.
- Nem precisa muito mais atitudes. Eu já estou morto de vontade de te beijar a muito tempo.
- Sério ?
- Humrum - falou, ficando corado enquanto andávamos - você é muito fofinho - falou, terminando de tomar o sorvete.
- Está escorrendo aqui ó - falei, prontamente limpando o canto da boca dele com meu dedo. O que era para ser apenas uma cortesia, acabou se tornando carícia. Não deu nem 10 segundos. Ele avançou sobre mim e logo estávamos com as bocas coladas. Não ofereci resistência. Pelo contrário, eu também queria aquilo já a um bom tempo. Meu coração estava acelerado. Acontecia alvo que já devia ter acontecido. Enfim estávamos deixando a vergonha de lado.
- Acho que eu... Me apaixonei por você Michel - assim como começou rápido, rápido terminou. Ele recebeu uma ligação... - eu preciso ir, meu pai me quer em casa agora. Tchau.
- Tchau ! - vi ele ir, entre corridas e saltos de alegria. Um sorriso se formou no meu rosto. Levei as Mãos nos lábios. Meu coração respondia por mim, se eu havia gostado ou não.
MINUTOS DEPOIS
Após aquela tarde cheia de emoções, voltei para casa. O Sol já estava prestes a ir embora, quando bati o olho na frente de casa, e tive a surpresa. As emoções não acabariam ainda naquele dia.
- Eu disse que voltaria !
Continua
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