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3 dias depois - Narrado por Kiriu
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Esses dias estão passando bem calmos, calmos até demais. Minha tia não falou mais nada depois daquele almoço e meu primo nem tentou mexer comigo, sabe aquela sensação da calmaria antes da tempestade? Era isso que eu estava sentido, mas estava preparado para o próximo ataque deles.
Minha avó me deixou na cozinha cuidando de parte da janta, eu iria fazer a carne mais o arroz. Minha vó gosta bastante da carne que faço, pois, eu faço de uma maneira que ela pode comer sem dentadura e ainda ficar muito gostoso, o arroz então nem se fala. Enquanto eu fazia os preparativos, a minha tia chega bêbada na cozinha (pensa numa bêbada, bêbada, bêbada, acho que vai dar um treco de tão bêbada) e começa a gritar com a minha avó:
- Por que aquele pamonha ta fazendo a carne?
- Porque eu pedi. - responde minha vó a altura.
- Não quero comer a comida envenenada daquele infeliz. - ela continua gritando.
- Primeiro, abaixe o tom com a minha avó. Segundo, se não quiser, não coma. - eu disse, não tava aguentando ver aquela cena.
- Vai te fuder!! Eu falo do jeito que eu quiser com quem eu quiser. - grita ela.
Logo meu pai chega e arrasta minha tia pro lado de fora da casa e começa a gritar:
- Aqui não, sua bêbada.
- Eu ainda não sei como você cuidar desse merda, ele mata teu irmão e fica por isso mesmo. - ela gritava - Você não passa de um bunda mole, sabe muito bem da verdade e ainda sim o protege. - Ela olhou pra mim - Eu quero que você morra, sua peste.
- Não entendo você, realmente eu matei ele, mas se fez necessário. Era eu ou ele. - eu disse calmamente.
- Então que fosse você. Se não fosse você, ele estaria vivo e nós não estaríamos nessa situação. - ela começava a chorar.
- Como assim? Que situação? - eu perguntei, porque realmente não entendi do que ela tanto falava.
- Lembra que seu tio ficou muito rico? - assenti com a cabeça - Com a morte dele no minimo, metade de tudo que ele tinha teria que ter ficado com meu filho, mas...
- Chega!! - gritou o meu pai. - Já discutimos esse assunto. Ele não vai mais ser discutido e ponto.
- Eu não tô entendendo mais nada!
- Eu vou falar... - diz minha tia olhando pro meu pai, que parecia muito nervoso mesmo.
- Você vai ficar calada! E Kiriu entra pra dentro agora.
- Não! - ele se assustou - Agora eu quero saber.
- Kiriu, entra agora senão... - ele ia levantar a mão, quando minha mãe apareceu.
- Senão o que Gabriel? - ela fala entrando na minha frente, assustando ele. Logo ele entrou e minha tia continuou...
- Como eu estava falando, com a morte dele no minimo, metade de tudo que ele tinha teria que ter ficado com meu filho, mas a verdade é que o seu tio nunca assumiu ele e o Tiago - nome do meu primo - não é filho legitimo dele, sendo assim quando ele morreu, nós perdemos tudo para a pessoa que ele marcou no testamento.
- É por isso que me odeia?
- Ainda tem mais...
- Mais?
- Muito mais... - ela começou a rir cinicamente - Você já deve saber como foi uma confusão quando sua mãe engravidou de você? - assenti - Ela disse que você era filho do Gabriel, mas na verdade você é filho legitimo do Rafael. - nome do tio e sim minha vó adora anjos. - Gabriel não é seu pai de verdade, sua mãe mentiu.
Eu fiquei pasmo, que história é essa? Não, não é verdade. Eu não sou filho daquele monstro.
- Mãe, diz que é mentiraAAAAAHHHH! - eu gritei e comecei a chorar.
- Acalma que tem ainda mais... - eu olhei pra ela com espanto, ela estava se divertindo com isso - Rafael não deixou ninguém abrir o documento até dia 10 de dezembro de 2015, até lá os bens dele estão congelados. Você sabe que dia é esse?
- É quando eu vou completar 18 anos... - eu não acreditava.
- Pois é! Agora você sabe o por que de tudo isso. Agora sabe porque eu te o odeio. Seu viadinho de merda.
Eu olhei pra ela e pra minha mãe e desmaiei...