O telefone tocou e minha mãe veio dizer que era pra mim. O Túlio.
- Túlio? Então?... Vamos estudar amanhã de novo?
- Acho que não vai dar, não... vai ter gente em casa... meu primo chegou!...
Fiquei frustrado. Na verdade eu já estava me acostumando a meter com o meu loirinho quase todo dia. Que pena!... E como será este primo agora? O Túlio disse que ele é bacana, mas “bacana” pro Túlio pode ser qualquer coisa! Leandro, né?... Eu costumo dar sorte com este nome...
Lembrei do “meu” Leandro e me deu até um arrepio. Fazia tanto tempo que eu não dava o cu, que começou a me dar vontade de dar pra ele de novo! Naquela noite eu até cheguei a sonhar com o Leandro, sabe? Sonhei que o pinto dele tinha crescido muito e que ele falava com uma voz diferente, mais grossa, mais gostosa... Também, com quantos anos ele já devia estar agora?... Dezessete? Dezoito?... Sei lá! Mas se até a minha voz já mudou, por que não a dele?
Fui pra escola ainda com aquela vontade louca de dar a bunda, sabe como é? Daquelas que o mundo vai girando, mas a gente parece que está em outra velocidade, só pensando em rola, cacete, pica?
A buzina da moto me fez dar um pulo e eu gritei emputecido, antes de ver direito quem era:
- VAAAAI, SEU VEADO!
Acertei. Era veado mesmo. Era o Merinho.
- Tá indo pra onde?
- Pra casa, né Merinho? Pra onde cê queria que eu fosse depois da aula?
- Sobe aí... eu te levo...
- Sei não, Merinho...
- Por quê? O que é que houve agora?
- Você não lembra, não? Tava muito chapado?
- Ô Betinho, peraí!... Tá certo que aquilo foi um troço chato pra caralho, mas cê viu que...
- “Chato pra caralho”, Merinho? “CHATO PRA CARALHO”???... Eu estava era indo preso junto com você, seu pôrra!
- Quê isso? Não aconteceu nada, vai!...
- E essa, agora! Só não aconteceu nada porque o teu pai é JUIZ, né? mas o MEU pai teve que ir me buscar lá na Delegacia!... Tá bravo comigo até hoje... Se ele sabe que eu voltei a andar nesta tua moto aí, eu tô fodido, Merinho! FODIDO, entendeu?...
- Legal, então... teu pai é que manda! Eu largo a minha moto aqui e a gente vai a pé... Pronto!
- AI-AI-AI!... Desembaça, Merinho! Já não chega? O que é que você ainda quer comigo, moço?...
Pergunta boba, a minha. O Merinho me conhecia desde lá do Santo Ângelo. Ele também ia na Biquinha, junto comigo, o Leandro e toda aquela molecadinha. Naquele tempo ele era só chato, agora ele já ia fazer dezoito anos, tinha uma puta moto invocada e estava tão lindo que me tirava até o fôlego.
Difícil era fazer o Merinho entender que, se eu nunca tinha dado a minha bundinha pra ele lá no tempo da Biquinha, não era porque ele tinha ficado riquinho e charmoso que eu ia começar a dar. Muito menos agora, que eu estava ficando numa boa com o meu Túliozinho querido, fofo e lindo!...
- Sobe aí... te levo em casa...
- Não.
-... até a esquina da tua casa?...
- Não!
-... até a pracinha atrás da sua casa?...
- NÃO!!!
- Nem na pracinha não pode mais? Ah, por favor!... Pelo menos a pracinha, pôxa!... Fica comigo na pracinha... só um pouquinho!...
- Não enche, Merinho!
- Não quer né, covarde! Então eu vou te acompanhando devagarinho... vou atrás de você devagarinho, buzinando daqui até lá! Duvida?
Bufei de ódio e estiquei bem o dedo na carinha linda dele:
- Tá bom, só até a pracinha, seu bosta! SÓ ATÉ A PRACINHA E CHEGA!Tem coisas em mim que nem eu mesmo entendo. Se eu não queria mesmo nada com o Merinho, por que será que eu dava tanta confiança pra ele?
Não. Não tente entender você também!... Não vale a pena...
Sentamos lá na pracinha e ficamos ainda um tempão conversando e rindo. O Merinho estava super divertido, até que começou a falar do Leandro. Aí fodeu!
- Cê acha que o Lê Oliveira ainda vai ser convocado pra Seleção de Vôlei? – e antes que eu me desse conta, já emendou outra – Você ainda gosta dele, né?
- Sei lá... – respondi sem pensar, sentindo bem lá dentro do meu cu, uma súbita e imensa saudade do meu tempinho lá na Biquinha com o Leandro, daquela rola dele, tão querida e amiga... Quando dei por mim, o estrago já estava feito.
- Eu sabia!
- Sabia o que, Merinho?
- Que você ainda gosta do cara, né?, por isso você faz assim comigo!... Pode falar...
- Falar o que, Merinho? Que foi que eu te fiz agora?
- Me engana que eu gosto, Betinho! Você fica fodendo quase seis meses com o cara e depois quer me enganar que nunca sentiu nada por ele!...
- Mas que merda é essa, Merinho? Do que você tá falando?
- De você e o Leandro! De quem mais eu ia falar?
- Merinho... Olha... – comecei a explicar o inexplicável - eu e o Leandro... a gente nunca fez nada... Juro! A gente só fi...
- Nada, é? Você dava era o cu pra ele, sim, Betinho, quase todo dia, que eu via tudo!... Toda quarta-feira na Biquinha, às vezes também na quinta... No dia que a tua mãe fazia plantão, era lá dentro da sua casa mesmo que rolava... Tô mentindo? Quer que eu diga a hora também?
Caralho, ele sabia de tudo mesmo! E guardou tudo isso só com ele esse tempo todo... Por quê?...
- Mas, Merinho, eu só tinha dez anos!... Era tudo só brincadeira e...
- Brincadeira nada, Betinho. Cê acabou de confessar que ainda gosta do Leandro...
- Não gosto de ninguém, Merinho! – respondi já ficando com raiva - Põe isso na tua cabeça: não gosto do Leandro, nem de você, nem de ninguém. Ouviu? Entendeu?
- Ah, não! De mim você gosta!
- Gosto não, Merinho... – agora eu já ficava comovido - Não sinto nada por você não, Merinho... Me perdoa... – fiz um carinho no rosto dele, só pra consolar.
Mas o Merinho não gostou da resposta e nem do carinho. Ele me puxou com força. Puxou e me beijou direto na minha boca. E foi de um jeito tão bom e gostoso, que ficou impossível não corresponder. Então eu me agarrei nele e mergulhei no beijo dele, e suspirei enquanto a sua mão explorava a minha bundinha por dentro e por fora, e me apertei no pinto dele com vontade, e de repente eu desejei muito aquele pau me aquecendo bem lá co fundo do meu cuzinho, me fazendo chorar de dor e gemer de prazer!..
- Merinho... – consegui balbuciar depois que ele me soltou estatelado no banco da pracinha.
- Fala agora que não sentiu nada, Betinho... Fala...
Ouvi o ronco da moto indo embora como se estivesse em outro mundo. Fiquei observando os pingos das minhas lágrima espalhando no meu colo, sobre a minha calça Levis... Estava totalmente perdido e confuso. Quando levantei a cabeça de novo, percebi que estava bem de frente para os fundos da casa do Túlio.
Era ele mesmo naquela janela me acenando, sorrindo, e me mandando beijinhos?
CONTINUA...
(Desculpe, gente, se não teve muitas cenas de sexo hoje. Mas é que existiam algumas coisas que deviam ser esclarecidas...
Parabéns ao BDSP, ao KekeJR, ao TOZZI e ao prireis822, que sacaram logo de cara a identidade do “primo”. É ele mesmo, maior e mais gostoso...
Obrigado a todos os que estão lendo, espero estar proporcionado gostosíssimas punhetinhas a todos vocês! Divirtam-se
Valeu
Sayang)