- Eu já desconfiava, sabias? – Bruno falou quando já estávamos deitados
- Estamos falando exatamente do que, amor?
- Deixa de ser pateta, mozão!
- EU? PATETA? Ôôô Dr. sinto, eu sinto lhe informar, mas quando nós iniciamos uma conversa com outra pessoa, é fundamental que nós a insiramos no assunto que nós desejamos falar.
- Amor, é óbvio que estamos falando do Pi.
- Ah, com certeza, muito lógico! Virei Pai Antoine e vou adivinhar tudo o que tu queres falar comigo, tudo bem?
Ele pulou em cima de mim e começou a me fazer cocegas.
- Para, Bruno! Para! Para!
- Tá vendo, é pateta. Não consegue nem me tirar de cima de ti!
- Não consigo?
- Não!
- Tem certeza, mozão?
- Absoluta!
Eu o empurrei com força que ele caiu no chão.
- Quem é o pateta mesmo?
- De onde veio essa força, rapaz?
- Amor, tu achas que eu fico fazendo o que na academia?
- Au, doeu sabia?
- Bem feito! Quem manda me chamar de pateta!
Ele voltou para a cama e se deitou ao meu lado.
- Ai! – Ele ainda reclamava – Tá doendo meu braço!
- Para, amor, nem foi tão ruim assim!
- Não, amor, sério tá doendo mesmo!
- Tá deixa eu ver isso aí!
- Aiiiiiiiii!!! – Ele gritou quando eu apertei
- Caramba, machucou mesmo! Ai, amor, desculpa! Fica aí, eu vou pegar gelo na cozinha!
Eu fui até a cozinha e percebi que não estava na minha casa e que provavelmente não teria gelo na geladeira, já que ainda não tínhamos nos arrumado no apartamento. Eu decidi ir até a casa do Pi.
- Mas o que foi? Por que todo esse barulho! E será que dava para vocês pararem de gritar enquanto estão transando, não sei se perceberam, mas minha casa fica ao lado da de vocês. – Ele estava realmente bem irritado por nós termos o acordado.
- O quê? Não! Nós não estávamos trasando, o Bruno machucou o braço, e eu preciso de gelo. Tu tens aí?
- Machucou o braço? Como assim?
- Longa história! Tem ou não gelo?
- Antoine, nós estamos no inverno... como que eu vou ter gelo no inverno?
- E o que eu faço, então?
- Não sei! Ele é médico, tu tens que perguntar pra ele!
- Valeu pela ajuda, Pierre! – Eu saí correndo e com um pouco de raiva do meu primo.
- Ei, espera aí!
Eu entrei em casa correndo e ele veio atrás de mim. Eu fui correndo para o quarto. Bruno estava na cama com uma carinha de dor enorme.
- Me dá o braço aqui, amor!
Quando ele me deu o braço, eu percebi que estava bem inchado.
- Caramba! O que vocês estavam fazendo? Como ele se machucou.
- Ele veio pra cima de mim e me chamou de pateta, aí ele disse que eu não conseguia tirá-lo de cima de mim, mas aí eu mostrei o contrário o derrubando no chão. Foi assim que ele se machucou. – Eu falei como uma metralhadora.
- Que horror, Antoine!
- Pierre, nem um piu a mais!
- Ok! – Ele disse sorrindo
- O que eu faço para passar a dor, amor?
- Tem algum remédio por aí, Pierre?
- Acho que eu tenho em casa, espera aí.
Pierre foi correndo na casa dele e voltou com uma maleta de remédios. Ele entregou para o Bruno.
- Isso tá tudo em francês!
- Me dá aqui! – Eu disse
Eu fui falando os remédios para ele e em um determinado momento ele escolheu o remédio que era necessário. Pierre foi até a cozinha, pegou um copo de suco e deu para o Bruno poder tomar o remédio. Ele tomou e depois eu ainda passei uma pomada no braço dele. Nós ficamos os três deitados na cama esperando os remédios fazerem efeito.
- Meninos, o que vocês vão fazer amanhã? – Pierre perguntou depois de um certo tempo
- Tu queres dizer hoje, né?
- Isso!
- Nada, por que?
- Que tal se fizéssemos um tour por Paris? Poderíamos fazer um piquenique, o que vocês acham?
- Muito legal! Eu topo! – Disse o Bruno
- E como tu vais com esse braço assim?
- Isso aí já já melhora, não quebrou nada. Depois desse remédio tudo vai ficar bem, tu vais ver...
- Tudo bem então, doutor!
- Bom, já que o Bruno está melhor, eu vou voltar a dormir! Por favor, não gritem se forem fazer alguma coisa agora. – Pi falou sorrindo e saiu do quarto.
- Que safado! – Bruno disse sorrindo
- Ainda não viste nada, amor! Nada!
- Tu estás bem?
- Tô sim, por que?
- Não sei, tem algo diferente em ti.
- Eu hein! – Falei me levantando e indo fechar a porta e desligar as luzes da casa.
- Sério amor, tá tudo bem?
- Tá, Bruno! Tá tudo bem, por que não estaria?
- Hum... tudo bem, então. Vamos dormir!
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Acordamos com um Pierre enlouquecido batendo na porta de casa.
- Filho da puta! – Bruno disse atendendo a porta
- O quê?
- Filho da puta! – Eu disse em francês
- Credo! Bom dia para vocês!
- Que horas são, Pierre?
- 10h
- FILHO DA PUTA! Tu me acordaste às 10h?
- Sim, e daí?
- Tu viste que horas fomos dormir, ontem?
- Se a gente não sair agora, não vamos aproveitar nada.
Bruno virou as costas e saiu resmungando em português. Ele foi para o banheiro.
- O que ele disse? – Pierre perguntou.
- Melhor tu nem saberes... Vou me arrumar também, espera aqui.
- Eu não! Tô lá em casa arrumando as coisas.
Eu fui para o quarto e o Bruno estava no banheiro. Eu tive que esperar ele sair de lá, porque se eu entrasse nós com certeza iriamos demorar a sair.
- Cadê aquele safado?
- Tá na casa dele arrumando as coisas. – Falei me levantando
Fui ao banheiro, tomei meu banho e quando eu sai o Bruno já não estava mais em casa. Ele estava tão encantado com a cidade e com a ideia de passar o dia andando e conhecendo os lugares que ele às vezes me deixava de lado.
- Que demora! Credo! – Pierre disse assim que eu cheguei na casa dele.
- Eu estava me arrumando, posso?
- Vamo logo, já está tudo pronto.
- Pra quê essa pressa toda? Eu hein!
Nós fomos para a garagem e logo já estávamos na rua, indo sabe Deus para onde.
- Para onde nós vamos?
- Vamos dar uma volta pela Champs-Elysées
- De novo? A gente já veio aqui!
- Já, mas o Bruno não pôde olhar as coisas direito. Deixa de ser chato, Antoine!
- Tá bom! Ok! Vamos lá!
Nós andamos para cima e para baixo, naquele dia eu não estava com o humor o mais positivo possível, então, para mim estava sendo um porre.
- Tu estás bem?
- Tô amor, por que?
- Não sei, tô te achando meio diferente. Tu estás meio pálido.
- Deve ser por que a gente já está andando há um bom tempo.
- Vamos descansar um pouco, então.
- Não, vamos continuar. Daqui a pouco a gente já senta para fazer o piquenique.
- Tem certeza?
- Tenho!
Na verdade eu queria mesmo era ir embora, ficar quieto. Mas, o Bruno estava tão feliz, tão encantado que eu resolvi continuar aquele martírio que estava sendo o Pi como guia turístico.
Nós ainda andamos bastante e quando nós decidimos sentar, nós sentamos em um jardim. Aquilo era lindo demais, lindo demais! Eu sempre amei ver Paris no inverno, aquelas arvores sem folhas, o frio, o clima, a paisagem, a atmosfera, tudo era lindo. Tudo era mágico!
- Tu não estás bem! Eu te conheço! – Bruno disse sentando ao meu lado.
- Eu tô bem, amor. De verdade! Só estou cansado, só isso. Não precisa ficar preocupado.
- Mas eu fico!
- Mas não precisa! – Eu dei um beijo nele.
- Opa! Antoine, o Thithi acabou de me mandar uma mensagem, ele tá aqui em Paris. Chegou.
- Hum... E tu queres ir lá com ele, né?
- Não, eu estou aqui com vocês. Eu já disse para ele.
- Quando ele chegou?
- Ontem.
- E ele tá bem? – Bruno me lançou um olhar que eu fiquei até impressionado.
- Tá, sim! Eu disse que a noite eu passo lá com ele.
- Hum...
- Espera aí, já volto aqui, só vou atender essa ligação.
- Namorado?
- Nem pensar! Mas é um cara que eu estou conhecendo.
Ele se afastou um pouco de onde estávamos e atendeu a ligação.
- Ele tá bem? Como assim ele tá bem?
- Ué, só queria saber se ele estava bem.
- Sei, sei...
- Hei, tu estás com ciúmes?
- Claro, né Antoine? Como não ficar com ciúmes quando teu marido quer saber se o ex dele está bem?
- Amor, lembra que o Thiago não é somente meu ex namorado, ele é meu ex-amigo/irmão/parceiro de todas as horas, então, eu ainda me preocupo com ele.
- Mesmo assim, não gosto dessa ideia de vocês trabalharem juntos. De vocês estarem sempre juntos. Não me preocupo por ti, eu confio em ti, o problema é ele. Ele está sempre com segundas intenções, tá sempre planejando alguma coisa.
- Ele já parou com isso. Ele até no nosso casamento foi, acho que ele já entendeu que a gente não tem volta. Não te preocupa com isso. – Eu fiz uma careta.
- O que foi?
- Não sei, uma pontada na minha perna.
- Eu disse que tu não estavas bem! A gente tem que encontrar um hospital por aqui. Vamos!
- Ei, calma aí! Foi só uma pontada na minha perna, por que eu andei muito. Ai, agora eu senti na barrida, uma pontada DE FOME! Eu andei feito um louco e ainda não comi nada.
- De qualquer forma a gente tem que ir a um hospital, fazer exames, ver como tudo está.
- Eu sei! Mas agora, eu só quero comer, ok? Passa essa cesta pra cá!
Nós arrumamos tudo o que ele e Pi tinham colocado na cesta e nada do Pierre voltar.
- Ah, eu não vou ficar esperando ele, não. Eu vou comer!
- Eu te acompanho, então.
Nós começamos a comer e o Pierre aparece.
- Caramba, nem me esperaram para comer.
- Eu pensava que tu não vinhas agora, pelo visto o papo estava muito bom.
- Estava mesmo!
- Safado!
- Sou mesmo!
- Vamos comer!
- Vamos não, né? Eu vou, por que você já comeram e nem me esperaram.
- Vem logo, bebezão. Nós começamos agora.
Aquela tarde, depois que eu forrei minha barriguinha, foi incrível, nós nos divertimos muito. Depois do piquenique até meu humor melhorou. Pierre era um palhaço e se juntava com o Bruno aí eu não parava de rir um segundo. Nós andamos por quase toda Paris (mentira, eu sempre exagero um pouquinho ), Bruno ficava cada vez mais encantado com tudo.
- O que vocês acharam?
- Eu amei! Como uma cidade pode ser tão bonita?
- É que tu só viste o lado bonito de Paris, ainda. Deixa tu conheceres o lado feio, não é primo?
- É verdade, amor! Paris não é só flores, não.
- Bom, mas as flores que ela tem são lindas. Estou encantado com essa cidade!
O celular do Pierre tocou e como ele estava dirigindo, ele pediu para eu atender.
- Alô!
Esperei resposta, mas nada.
- Alô? Quem é?
- Antoine?
- Sim! Como você me conhece?
- Eu te conheço muito bem, não esqueceria tua voz.
- Quem tá falando?
- Não lembras mais de mim, não?
De repente eu reconheci a voz, como eu não tinha reconhecido antes?
- Thi? És tu?
- Isso mesmo!
- Oi! Tudo bem?
- Tudo, sim!
- Muito bem também!
- E o Bruno?
- O Bruno? Ele está ótimo também.
- Que bom! Cadê o Pierre?
- Tá dirigindo, por isso atendi o celular dele.
- Ah, entendi! Tu poderias falar para ele que eu já comprei o vinho.
- Ok, falo, sim.
- Ok! Obrigado! Até logo!
- Até!
- O que ele queria?
- Só te dizer que ele já comprou o vinho.
- Mas que moleque apressado!!
- Tu sabes muito bem como ele é.
Nós chegamos em casa, Pierre foi para a dele se arrumar, pois ele iria ver o Thi e Bruno e eu fomos para a nossa.
- O que foi? – Eu perguntei
- Ele perguntou por mim?
- Perguntou!
- Isso é estranho...
- Não tem nada de estranho, Bruno. Ele entendeu e aceitou que eu estou contigo e que tu és meu marido.
- Hum... hum...
Oiiiii, genteeee!!! Como vocês estão? Olhem só que voltou de verdade.... TIO ANTOINEEEE!!! Pensaram que eu não iria publicar hoje, né? Mas eu virei, SIM! Voltei! Voltei! Voltei! (será que não sou chato?... kkkk)
Tau: Advogados e suas manias de processo. Kkkk O que tu estavas aprontando para estar com os pés em pedaços, hein? Hum...hum...hum... Não te abandonarei!!! Jamais! Beijooooooooooooooo, minha coisinha maldosa. PS. Já te falei e repito: ADORO APELIDO “TUTU”
Irish: Oiiii!! Voltei, minha linda! Feliz em saber que continuas por aqui. Obrigado! Com certeza, acho que todo mundo é assim, né? Tem momentos da nossa vida que nós não enxergamos as coisas com muita clareza, então, a gente sempre conta com nossos anjos/amigos para nos dar esses puxões de orelha. Não irei mais abandonar vocês, não. Estou firme e forte, aqui. Beijoooo.
Rhand: Tudo bem, cara? Pois é, apareci! Ou melhor, aparecemos! Kkkk Por que só irias comentar daqui a dois capítulos? Poxa, poxa! Pi é meu “chouchou”, como dizemos em francês. Amo de todo o coração o meu primo. Ele ainda vai aprontar bastante! Kkkk Adorei a ideia da Jiang Francesa kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Ele é lindo mesmo, com toda certeza! Rsrsrs Beijoooo.
Ninha M: Graças a Deus agora já estou bem, mas foi uma barra. Muito obrigado, vou te escrever sim, pois assim a gente se fala além da CDC. Ai, fico tão feliz quando vocês falam que a história fica na memória, que vocês gostam. Muitíssimo obrigado pelo carinho. Mil beijinhos!!!
É isso, gente! Tá faltando muita gente nos comentários, mas talvez ainda nem sabem que eu voltei, então vou esperar o pessoal aparecer. Deixo meu muito obrigado aos que leram e comentaram, mesmo depois de meio século de espera. Beijo em todos.
Até amanhã!