Folhas Secas - Capítulo 10

Um conto erótico de Hunno Saggie
Categoria: Homossexual
Contém 2893 palavras
Data: 13/11/2015 18:06:08
Assuntos: Gay, Homossexual, Romance

Folhas Secas

Capítulo 10 – Cemitério de Folhas.

Semana Santa

“Sério que tinha que ser logo aqui no cemitério?”, indagava Igor indignado.

“Calma, eu gosto desse lugar. É vazio, silencioso e calmo.”, respondia Cristóvão apreciando a vista.

“Tá, tá, tudo bem. Mas tinha que ser em um lugar aberto? Tá muito frio hoje e com um sol bem luminoso, não sei como é possível. “, reclamava Igor andando junto a Cristóvão.

O garoto escolheu conversar com Igor, que se mostrava inquieto com o local, naquela manhã fria e cálida ao mesmo tempo, por isso estavam bem agasalhados, e o suor escorria pelos seus poros ao se movimentarem demais, talvez a explicação para um frio calorento. Cristóvão escolhera o cemitério, um lugar querido por ele, talvez por ser o primeiro lugar que os dois se viram? Os dois andavam morosamente pelos campos abertos e baixos, onde podiam ver e as árvores se desmanchando de suas folhas e túmulos.

“Sabe, sua voz é um tanto familiar. “, comentava Cristóvão intrigado.

“Falando nisso, a sua também.”, contou Igor tentando relembrar. “Espera! Uma vez liguei para filha de Hilda, no início do ano, foi quando a conheci, e um homem me atendeu bem grosseiramente. “, revelava Ivor lembrando. “Era vo...”

“Cara, nossa. Agora tô me lembrando.”, interrompeu Cristóvão. “A gente já se falou antes, por isso estava intrigado com você. “, expressava ele satisfeito.

“Você foi bem ignorante mesmo e ainda mentiu, pensei que tivesse errado o número.”, resmungava Igor chateado.

“Tá, Desculpa aí. Eu não devia tá bem naquele dia.”, falou Cristóvão se explicando. “Eu nunca tô bem...”, suspirou pensando no que disse.

Cristóvão inferiu a sua condição mórbida novamente, ele parecia não se sentir bem sempre, era o que pensava até se deparar que nem ligava tanto como estava ao estar com Igor. E Igor pensou no que refletia as atitudes de Cristóvão e seus problemas, talvez teve certeza dessa vez da grande tristeza do garoto.

“Como foi o dia que conheci Hilda, eu meio que tava começando a trabalhar lá, então vi aquela velhinha triste e depressiva porque passou o natal sem sua família, cortava meu coração, não houve se quer um telefonema. Foi quando consegui o número da sua mãe e tentei me comunicar, mas você atendeu negando.”, quando Igor dizia isso reflexivo, Cristóvão ficou cabisbaixo. “Como já havia dito, pensei ter pego o número errado por um tempo, mas tinha certeza que era aquele. Como não consegui nenhum contato, não vi alternativa a não ser mentir para Hilda para não se sentir abandonada.”, revelava Igor com tristonho.

“Me desculpa... “, cochichou Cristóvão cabisbaixo.

Então Cristóvão percebeu seu erro, mesmo não se lembrando de tudo daquele dia. Talvez fosse tudo diferente se ele tivesse atendido de um modo diferente, e se sentiu culpado por seu ato. Igor mesmo ainda desconfiado do garoto, percebeu sua culpa, parecia outra pessoa para ele até. Mas os dois pensavam em uma coisa em comum diante desse predestinado fato: Em como a vida pegava peças entre os dois.

“Tudo bem, agora já passou.”, disse Igor olhando para chão e vendo uma grama meio acinzentada.

“Minha mãe passa quase todo tempo dela no trabalho dela no shopping, eu fico mais em casa com meus fantasmas, às vezes ela me irrita, às vezes eu só queria abraço dela. Acho que aquele dia não me dei tão bem com ela.”, contava Cristóvão.

“Acho que entendo...”, arquejou Igor pensativo no seu passado.

“Me desculpa também com o modo que falei com você naquele dia, e te tratei esse tempo todo. Eu não sei bem explicar porque fiz isso tudo.”, redimia-se em sua confusão.

“Você bem um pé no saco mesmo!”, expressou Igor aparentemente irritado. “Mas sei lá, acho que não cheguei a te odiar, acho que aquele dia que desabafou, talvez compreendesse você. “, arfou Igor sem se dar conta do que dizia.

Igor soltou um leve sorriso de Cristóvão, aquele mesmo sorriso só com os lábios e doce, que viu outrora, foi quando percebeu que se sentia um tanto encantado por Cristóvão. O garoto por outro lado, pensava no que Igor dissera, se sentido culpado, mas tentando achar as respostas, as palavras certas para o que fizera, no fundo ele tinha toda resposta.

“Pra onde estamos andando?”, perguntou Igor desconfiado e acabando o estranho silêncio de Cristóvão.

“Espera e verá, continue andando apenas “, disse Cristóvão fitando Igor causando uma tímida vergonha entre os dois.

“De qualquer forma você tá me devendo pelo o tanto que me atentou.”, disse Igor em tom de brincadeira.

Os dois riram novamente, pareciam mais entrosados, muito diferente de dias anteriores onde Igor não o suportava, e Cristóvão tinha prazer nisso. Entretanto, algo proferido por Igor martelava na cabeça de Cristóvão, ele queria entender. E foi os dois caminhando entre folhas em seu ciclo, que ele teve impulso.

“Como assim talvez me compreendesse? “, indagou Cristóvão abruptamente.

“Sua tristeza.”, respondeu Igor tentando encontrar palavras. “Se sentir sozinho e abandonado.”, suspirou Igor olhando para o horizonte.

“Eu me sinto assim, mas acho que seja diferente comigo, pois sou incompreendido. “, falava Cristóvão se inteirando. “Boa parte da minha solidão é por minha causa mesmo, eu me afasto de pessoas que me querem bem, até gosto de ficar sozinho, mas não de me sentir abandonado.”, dizia o garoto introspectivo.

“Entendo. Mas comigo era inverso. Eu nunca estive sozinho, mas sempre estive abandonado, essa é minha tristeza. “, revelava Igor com o semblante deprimido.

“Como assim?”, questionou Cristóvão curiosamente.

“Sou órfão.”, suspirou Igor olhando dentro dos olhos de Cristóvão e vice-versa.

Era o momento de sinceridade entre os dois, e eles se sentiam seguro um com o outro para contar sobre suas vidas, apesar de não pensarem muito no porquê de ali, agora e com ele. Igor compreendeu parte da dor de Igor, podiam ter a mesma dor mesmo que diferentes. E Cristóvão encontrou na dor de Igor uma dimensão para compreender Igor.

“Que chato.”, sussurrou o garoto voltando seu olhar para o alto e parando. “Às vezes desejei ser um.”, revelou o garoto.

“Não deseje. Não é bom se sentir rejeitado.”, arfou Igor em seu ardor. “E às vezes tudo que mais quis era ter pais que me amassem e me confortassem, apesar que ganhei outro tipo de família em troca, e amo minha família do orfanato. “, contava Igor um pouco mais entusiasmado.

“Bom... Dá pra ver que a vida pode ser dura para qualquer um, de diferentes formas, e não tem compaixão alguma.”, murmurou Cristóvão em seu momento reflexivo ao ouvir Igor.

Igor ficou estático com as palavras proferidas de Cristóvão, eram confusas a ele, foi quando se lembrou do fato de tê-lo visto no funeral de Sebastião em Março, o garoto mostrava uma face sombria e desconhecida por Igor, o que lhe despertou interesse.

“Por que diz isso?”, interrogou Igor parando e se virando para frente de Cristóvão que o olhou estranhamente. “Tem a ver com sua visita ao enterro de Sebastião?”, inquiriu firmemente.

“Cara, o funeral de Sebastião não foi o meu primeiro.”, contou o garoto sem receio. “Era meu nono, funeral. “, disse por fim.

“Por que isso?”, expressou Igor desconcertado.

“Talvez você não entenda se eu tentar explicar”, dizia Cristóvão olhando para o chão com folhas e algumas formigas. “Eu gosto disso. Desse lugar, desse ambiente, da morte.”, falou Cristóvão pensativo.

“Você é gótico, satanista ou de alguma seita?”, Igor perguntou exasperado.

“Não, cara.”, replicou Cristóvão constrangido. “Só sou triste e melancólico.”, arfou o garoto.

Igor ficou mais confuso com o garoto, sabia de sua tristeza, porém, não pudera entender seus hábitos incomuns e soturno. Reparando na expressão de Igor incompreensiva, Cristóvão tentou explicar.

“Sabe, eu não vejo sentido na minha vida. Nada me segura nesse mundo, é um grande vazio existencial, a vida só aparece com sua espada agridoce para me constranger, é quando vejo a morte, ou como eu entendo, eu vejo esses mortos aqui, em seus funerais, e posso me sentir um pouco mais perto da morte, eu queria morrer e acabar com tudo.”, contava o garoto depressivo. “Às vezes eu choro, me lamento, mas não me sinto vivo além do próprio sofrimento que a vida propõe. A morte poderia me elucidar nesse aspecto, talvez me libertar desse sofrimento.”, disse por fim fitando nos olhos atônitos de Igor.

Assim Igor soube de toda tristeza daquele garoto de hábitos esquisitos. Talvez não compreendesse, mas ele se encontrava chocado com o relato de Cristóvão que se confrangia mais e mais.

“Isso é loucura!”, Exclamou Igor abismado. “Você não tem a mínima ideia do que é a vida e a morte. Já parou para pensar o quanto pode estar errado fazendo essas coisas?”, indagava Igor perplexo.

“Acha mesmo que não pensei? Por isso só compartilhava com quem queria compreender a morte. Mas nunca era o suficiente, aqui, perto desses cadáveres, é o único lugar que me sinto bem, em casa.”, falava Cristóvão gesticulando e olhando dentro dos olhos de Igor.

“Você nunca vai entender a vida se só olhar para dentro do seu próprio umbigo “, dizia Igor exasperado.

“Eu não tento entender a vida ou a morte, não antes de tentar me entender, só que toda vez que tento me conhecer, eu mais quero a morte. “, murmurou o garoto em seu pensamento.

“Cara, você tá com depressão. “, disse Igor examinando Cristóvão.

“Eu já pensei nisso antes. Mas acho que não. Eu não vou melhorar me entupindo de drogas.”, falava Cristóvão.

“Você está assim, sempre triste, chorando e com pensamentos suicidas, precisa de tratamento.”, disse Igor categórico.

“Eu já tentei me afogar algumas vezes na banheira, sem sucesso, eu não consigo... “, confessou Cristóvão rangendo os dentes e cerrando os punhos com furor.

Era inconcebível para Igor as atitudes e palavras de Igor, certamente nunca esteve na mesma condição que Cristóvão, mesmo com seus sofrimentos, tentava refletir, mas só conseguia o moralmente aceito.

“Não dá para acreditar...”, sussurrou Igor estupefato. “Sério, procura ajuda especializada.”, sugeria Igor.

“Eu também não consigo acreditar”, replicou Cristóvão para confusão de Igor.

Em seu súbito, mesmo com a incompreensão, Igor lembrou de toda sua trajetória, queria ajudar aquele garoto deprimido também, era parte de seu ser ajudar.

“Sabe, desde pequeno, quando entrei no orfanato de Ribeirão da Cruz aos 4 anos, apesar de não lembrar direito de quase nada com essa idade, que me lembro que a diretora do orfanato, Raimunda, nos arrumava tão bem, era como se fôssemos sair, mas éramos como objetos em exposição quando famílias vinham fazer uma visita, e eu não entendia bem, mas com os anos, ficava animado para ser escolhido e adotado.”, contava Igor um pouco mais reflexivo. “Mas eu nunca era escolhido “, disse ele com pesar. “Eu nunca era o tipo ideal de criança para ser levada, não tinha idade, não tinha a pele branca, nem o cabelo mais bonito, e por vezes me sentia rejeitado, um lixo, mais abandonado do que estive um dia pelos os meus próprios pais. Mas com o tempo formei amigos que se tornaram minha família ali, eles eram como eu, nunca eram escolhidos, às vezes chorávamos juntos por nos sentirmos a pior espécie de ser humano, era assim que nos sentíamos... Tinha até aqueles que eram escolhidos, mas as pessoas se arrependiam e os entregava de volta ao orfanato, era como fôssemos um objeto ou animal qualquer, pode imaginar o tanto de sofrimento uma criança poderia ter com isso?”, indagava Igor com os olhos marejados.

“Não...” sussurrou Cristóvão estático com o desabafo de Igor.

“E foi assim que amadurecemos mais cedo, formamos nossa própria família, unidos éramos fortes, nunca estávamos sozinhos novamente. Mas continuávamos com essa dor aqui dentro. “, disse Igor emocionado tocando no peito. “A dor de ser abandonado. Foi por isso que continuamos naquele orfanato, mesmo depois de grandes, cuidando e ajudando de cada criança que aparecesse, que sentisse que tivesse uma família com nós, e a cada dia nossa família crescia...”, lágrimas caíam dos olhos de Igor. “Foi assim, que me mudei para cá ano passado, e trabalhando nessa casa de repouso que encontrei outras pessoas e com idade avançada, que eram como eu, sentiam a mesma dor, pelos seus familiares os abandonarem, tão perto da morte. Eu não tive outra escolha a não ser ajudar”, contou Igor expondo seus sentimentos. “E a cada dia, vendo aquelas pessoas deprimidas, aquelas que conhecem a vida mais que qualquer um de nós, que já estiveram e viram de perto a morte, lutando mesmo com pouco tempo restante, com a saúde debilitada, tentando cada dia restante viver, lutando pela vida, para que seja boa pelo menos nos seus últimos dias. E agora vejo você, tão jovem e já desistindo da vida “, disse por fim, Igor enxugava suas lágrimas com a mão olhando para Cristóvão. “Eu não consigo acreditar... “

Cristóvão encontrava-se parado diante de Igor, que desabafava emocionado, os olhos de Cristóvão marejavam, não conseguia se conter diante da história de Igor, era triste, era vida em uma forma desconhecida, mas não era sua dor realmente, por isso refletia mais sobre o que tinha feito até o momento.

“Realmente, tudo o que você me contou, é emocionante e uma lição. “, balbuciava Cristóvão lacrimejando. “Só que não é minha dor, ela é diferente, ela me mata a cada dia por existir, mata, mata e mata”, repetia Cristóvão olhando para baixo. ‘Se realmente estou depressivo, não é com essa lição que vou melhorar. “, contou firmemente.

“Eu sei, eu sei, não quero julgá-lo. Está certo, só não consigo me conter diante de tudo isso.”, falava Igor se perdendo.

“Mas me deu ideia melhor do que é vida. Como ontem, conversando com minha vó, vi a vida em decadência e que podia ser mais que sofrimento.”, disse Cristóvão emocionado

“Você realmente?”, suspirou Igor surpreso.

“Sim, segui seu conselho. Acho que minha vó é legal”, contou Cristóvão sorrindo entre as lágrimas. “E ela não estava triste”, contou um pouco animado.

E foi assim, que Igor sem pensar e um único impulsos, se aproximou de Cristóvão em um singelo e abrupto abraço, sentido o calor de cada um. Nem teve mesmo tempo para Cristóvão entender a situação, apenas se abraçaram e não se negaram. Foi a melhor coisa que teve com os dois naquele momento.

“Sempre que quiser um abraço, estou aqui.”, murmurou Igor para Cristóvão.

Então Igor e Cristóvão, os dois personagens dessa história realmente se encontraram e se conheceram, desta vez sem obstáculos e sem tantas diferenças, um se abria ao outro, sem receios, compartilhavam suas dores, era a vida dos dois se tornando uma só.

Os dois continuam a caminhar, até chegarem no destino escolhido por Cristóvão, o exato lugar do início dessa história, o túmulo de Sebastião Nogueira Santos, no início causou dúvida em Igor.

“Por que aqui?”, questionava Igor estranhando.

“Sei lá, precisava de um destino, não é?”, replicou Cristóvão. “Além que foi aqui você me viu e eu estava bem ali atrás daquela árvore. “, apontou Cristóvão para frente.

Igor não entendera onde Cristóvão queria chegar, mas estar ali novamente reacendeu o luto de Igor por Sebastião.

“Sebastião foi um dos primeiros internos que me apeguei, era triste por não estar com a família, no dia do enterro estava com nojo também do filho dele que o abandonou à morte.”, contava Igor pensativo.

Foi o instante que Cristóvão pensou de porquê Igor era como era, e o nojo que teve dele quando se conheceram, não apenas por seus hábitos.

“Sabe, não sou tão esquisito assim ou posso ser mais, depende do ponto de vista.”, indagava Cristóvão persuasivo. “Mas quando todo mundo de foi, fiquei aqui diante desse túmulo, tirei umas fotos, mas não era tão indiferente ao morto. Pode ser meio louco, mas falo sozinho, falo com eles, mesmo não os conhecendo, não falo de mediunidade, tá?”, falava Cristóvão que causou confusão e riso em Igor. “E eu deixei uma folha para Sebastião, já que não tinha flores, é meu modo de homenagear, acho que a folha até se decompôs já ou o vento levou, mas aqui em cima de seu túmulo cheio de folhas agora, tem verdes, amarelas, laranja, preta, cinza, se decompondo “, constatava Cristóvão olhando para o chão.

“Um tapete de folhas”, sussurrou Igor. “Folhas se decompõem dependendo do clima, da sol, do solo.”, comentou Igor pensativo.

“É, talvez o ciclo de vida das folhas sejam com nossa vida, cada um de nós, desde que cai da árvore e envelhecendo até morrer, e virar nutrientes para o bioma e assim dando espaço para vida nova.”, dizia Cristóvão para surpresa de Igor.

Cristóvão falava sabiamente sobre aquilo, em uma bela metáfora do que era a vida, e assim ganhou a admiração de Igor.

“Legal, muito bom mesmo”, Igor sorria. “Sabe, me lembrou de uma música do Nelson Cavaquinho, mas gosto da versão da Elis Regina.”, relembrava ele.

“É? Como é?”, perguntou Cristóvão interessado.

“Bom, eu não a música no celular, mas vou tentar cantar o que lembro”, avisou Igor entusiasmado.

E assim Igor cantou a aquela canção para Cristóvão em frente a um túmulo.

“Quando eu piso em folhas secas”

Na sua aspirante voz

“Caídas de uma mangueira”

Para deleite do soturno jovem

“Penso na minha escola”

Que ecoava em seus vividos pensamentos

“E nos poetas da minha estação primeira”

Quando seus olhares se cruzaram

“Não sei quantas vezes”

Para mais perto

“Subi o morro cantando”

Com suspiros iminentes

“Sempre o sol me queimando”

Lado a lado

“E assim vou me acabando.”

Em um cálido e gélido beijo de outono.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive Hayel Mauvaisanté a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Não sou tao inteligente pra esse conto kkk

0 0