A ROTINA

Um conto erótico de Nassau
Categoria: Heterossexual
Contém 1538 palavras
Data: 23/11/2015 16:27:14
Assuntos: Corno, Heterossexual

Prólogo

Esbravejei, xinguei, ameacei e, como sempre acontece nesses casos, nada disso resolveu. Um impassível funcionário da empresa aérea, em seu uniforme impecável, desculpava-se com educação pelo fato da viagem marcada há mais de uma semana ter que ser cancelada por motivo de o tempo não permitir a decolagem da aeronave. Mesmo no ano de 2.004, com tanta tecnologia, nada podia ser feito.

O fato de estar usando um terno fino, mesmo com a partida de meu avião estar marcado para as vinte e duas horas, fazia com que me destacasse entre os demais passageiros e todos ficassem calados a minha volta esperando que eu resolvesse o problema.. Isso não aconteceu e, sabendo que a culpa pelo cancelamento do vôo não podia ser atribuído ao funcionário da empresa a minha frente, ofendi-o mais uma vez e sai empurrando o carrinho com minha mala enquanto carregava em uma das mãos minha inseparável pasta de executivo repleta de documentos importantes para o meu serviço de diretor de uma financeira.

Os quarenta minutos que o táxi que me conduziu do aeroporto até minha casa na Zona Oeste da cidade de São Paulo, no bairro de Perdizes, se passaram com o monólogo do motorista atacando os governos, municipal, estadual e federal, e eu concordando com tudo com acenos e monossílabas, sem esconder o mal humor. Paguei a corrida e sai do táxi carregando as malas sob a chuva fina, entrando apressado pelo portão que o guarda da noite abrira a me reconhecer. Um solícito vigia e ajudou com as malas até o elevador onde foi dispensado com um seco agradecimento.

Ao entrar no apartamento do oitavo andar, abandonei a mala e fui direto para a suíte principal, onde minha decepção aumentou ao ver que a cama estava vazia e sequer fora desarrumada. Jogando o paletó e a gravata que arrancara com um safanão sobre a cama, voltei pelo corredor até o quarto que utilizávamos para assistir televisão encontrando o aparelho desligado e o recinto deserto. Preocupado, fui para o quarto de minhas filhas, Aline e Amanda, a primeira com treze anos e a segunda com onze que dormiam tranquilas, cada uma em sua própria cama.

Lembrei-me que havia se passado menos de três horas desde que saira de casa e também que prometera ligar para Lívia assim que hospedasse no hotel em Belo Horizonte e agora, ao retornar, não a encontrava em casa. Mesmo assim, com um restinho de esperança, procurei por todos os aposentos da casa, imaginando que minha esposa, que sempre demonstrara ser uma mãe carinhosa, não teria saído e deixado duas meninas, quase crianças, sozinhas. Depois de procurar em todos os aposentos da casa, finalmente me convenci que ela não se encontrava ali.

Depois de permanecer por meia hora sentado no sofá, tentando imaginar onde Lívia poderia ter ido, resolvi ligar para ela, mesmo achando que esse era um ato que não iria resultar em nada. Já me dirigia ao telefone quando o instinto me avisou que não devia usar o telefone de casa para ligar, então, peguei o celular e liguei para o celular dela que foi logo dando acesso à caixa postal, num indício de que estaria fora de área ou desligado. Voltei para o sofá, mas logo decidi sair. Vesti novamente o paletó, enfiei a gravata no bolso do mesmo e, pegando as chaves do carro me certifiquei que as chaves do carro de Lívia estavam no local de costume. Sem saber por que, peguei também as malas e tomei o elevador, descendo até o estacionamento, onde entrei no carro e sai, me certificando antes que nosso segundo carro estava estacionado no local de costume.

Fiquei rodando ela cidade, sempre passando pela rua em que eu morava para verificar se as luzes de nossa suíte estavam acesas. Não sei que horas eram quando resolvi ligar novamente para o celular de Lívia que atendeu ao segundo toque com uma voz bem animada para quem pudesse estar dormindo. Menti dizendo que estava ligando de Belo Horizonte, justificando a demora com um atraso no meu vôo. Perguntei se ela havia saído e ela, com a maior calma e cara de pau, disse em voz tranquila que não se afastara de casa, acrescentando uma pergunta de como poderia ter saído se as crianças estavam dormindo, isso sem falar do tempo horrível que estava fazendo.

Ao dar a entender que não saíra de casa, ficou claro que estava Lívia mentindo. Engoli em seco, mas não fiz nenhuma acusação, apenas respondi a ela as perguntas que sempre me fazia a respeito do hotel em que me hospedara, o que não foi nenhuma dificuldade em virtude de estar sempre viajando e já ter estado por várias vezes na cidade de Belo Horizonte, bastando então me recordar do hotel que sempre ficava e dar as mesmas respostas das outras vezes.

Diante a flagrante mentira de minha mulher, o passo seguinte foi decidir o que fazer. A primeira ideia que me passou pela cabeça foi a de voltar para casa e aguardar até que ela chegasse e assim poder desmascará-la, porém, logo me dei conta que não desejava um confronto. Eu estava arrasado e a última coisa que queria era sustentar uma discussão, então fiquei rodando nas imediações da minha casa, recusando os convites de garotas de programa que faziam ponto na Avenida Sumaré. Quando já passava das quatro horas da madrugada, parei em uma panificadora próxima à Avenida São João, pedi um lanche que comi tomando um refrigerante e depois voltei para meu bairro e estacionei próximo do prédio em que morava, escolhendo um local onde tinha uma visão da entrada do mesmo. Fiquei aguardando.

Lutando contra o sono, ainda saí dali para procurar uma banca de jornal onde comprei um exemplar do jornal do dia e voltei para o meu posto de observação, com um olho no jornal e outro na entrada do prédio. Quando já passava das seis horas, vi que minha preocupação em ficar atendo era desnecessária, pois não tinha como não perceber a chegada do carro que trazia Lívia para casa. Um Corolla do ano, todo incrementado, estacionou diante do prédio e dele desceram quatro pessoas, um homem que estava no banco ao lado do motorista e, do banco de trás, mais três pessoas, outro homem e duas mulheres, uma delas minha esposa.

Lívia usava um conjunto de saia e blusa de cor vermelha, sendo a saia muito curta e na hora me lembrei de que aquela roupa leve era transparente. Pior foi ver a forma como ela se despediu de seus amigos a quem eu não conhecia. Primeiro ela foi para o lado do motorista que não havia descido e enfiou a cabeça para dentro, no que eu imagino ter sido um beijo na boca. Depois, deu um selinho em um dos homens e um beijo de língua no outro. Eu olhava para isso e nem havia me refeito da surpresa quando ela, se aproximando da mulher que era pelo menos dez centímetros mais alta que ela, abraçou-a e em seguida foi beijada apaixonadamente pela mesma, sob os olhares complacentes dos homens que sorriam diante da cena. Depois, com um sorriso maroto nos lábios se dirigiu para o portão, mas antes de chegar até ele, foi chamada por um dos homens e se voltou para ele e, depois de ouvir algo que ele lhe dizia, virou-se novamente para o portão e se abaixou para tirar seus sapatos, ficando descalça. Quase desmaiei ao notar, mesmo da distância em que estava que, ao se abaixar, sua curta saia deixou a mostra o seu bumbum e buceta. Lívia não estava usando calcinha.

Com a evidência de que estava sendo traído, fiquei um longo tempo pensando em como abordar o assunto, quando finalmente resolvesse subir até o meu apartamento. Meu primeiro pensamento foi o de chegar já fazendo a acusação. Entretanto, depois de muito pensar, achei que a conversa deveria ser calma e tranquila, mas firme, obrigando-a a confessar sua traição e depois decidindo a respeito da separação.

Nessa indecisão, demorei muito e quase fui surpreendido pela nossa empregada que vinha caminhando pela calçada e iria passar ao lado do meu carro. Abaixei-me como se estivesse procurando alguma coisa no piso do carro para que ela não me visse e, diante da presença dela, achei que não seria uma boa idéia confrontar a traidora. Pensando nisso, tomei a decisão de não regressar e deixá-la pensando que estava viajando de fato. Fui então para um hotel no centro da cidade, onde me hospedei. Às oito horas liguei para o meu emprego informando do cancelamento do vôo, dizendo que voltaria para o aeroporto depois do meio dia para tentar o embarque.

Depois, fiquei rolando na cama sem conseguir dormir, imaginando minha esposa, sempre tão recatada, agindo como uma vagabunda diante daqueles homens, beijando-os na boca diante do prédio em que morava, correndo o risco de ser vista nesse ato por conhecidos e dando chance a se tornar alvo de comentários maldosos. Chegou um momento em que, imaginando Lívia nos braços de outros homens, percebi que estava ficando excitado e deixei minha imaginação ir em frente, acabando por me masturbar e tendo um orgasmo muito intenso com as cenas que se desenrolavam em minha imaginação.

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Comentários

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Antes sentia tesão nesses contos, hoje lendo movanente, percebo que a melhor decisão é separar e deixar ela viver em paz. O homem que ama a si mesmo em primeiro lugar jamais vai aceitar isso. Não precisa ser burro a ponto de agredir, mas emocionalmente forte para não fazer merd@

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Hahaha eu acho incrível que esses comentários detonando o conto são sempre das mesmas pessoas. Pessoas que querem que os contos sejam escritos da forma que eles desejam e não da forma que o autor quer contar. Entendam uma coisa, na Casa dos Contos há milhares de contos, dos mais variados tipos, então escolham os que vos apetecem e sejam felizes. Se não curtem este tipo, busquem outro, há vários e ótimos de swing, fantasias de casal, traição consentida, etc.

A respeito do conto, parabéns Nassau. Mantendo a qualidade de sempre.

No aguardo da continuação.

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Quanta hipocrisia nos comentários. Se fosse uma corna mansa, aposto que iam achar ótimo. Deixa o cara contar a fantasia dele, porra.

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No próximo capítulo você vai nos contar como o marido perdoou a coitadinha da esposa, como também acabou tomando porra direto das picas dos machos dela.

Porra, essa merda de história não muda, gostaria de saber em que mundo vocês, supostos escritores vivem. No mundo verdadeiro, no mínimo o traído vira as costas abandonando a vadia, e no máximo, mete bala na safada.

Vou dar um cinco esperando o final.

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me parece mais um conto igual a todos outros de corno! no final tudo fica bem tudo fica lindo! tudo em nome do tesão! meu sempre mais do mesmo.

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O conto realmente é muito bem escrito, agora o cara flagra a mulher que deixou duas adolescentes dormindo e foi para a putaria, vai para um hotel para não estabelecer um confronto naquele momento, ate ai tudo bem, lá pensando com seus botões começa a ter tesão imaginando a mulher dando pra outro, logo tudo sera esquecido ou perdoado em nome do tesão.

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