Olá queridos, vocês
… E de repente no data show da escola aparece minhas imagens, transando com o Luis. Minha boca despenca, parece que sinto meu queixo bater no chão com aquelas imagens. Como? Por que isso está acontecendo? Qual o motivo? Eu não fiz nada para ninguém.
- É isso, Filipe é viado mesmo, bicha, tá toda ardida né? HAHAHAAHA. - disse Rafael rindo e apontando pra mim. O professor não se encontrava na sala de apresentação, que era um espaço gigantesco, igual a um teatro. Todos me conheciam por ser gente boa, divertido, sem estresse. Mas nesse dia, parece que virei gozação. Havia uma galera que ria de mim, outros me olhavam com pena só que não demonstravam querer me ajudar, outros faziam pouco caso do que ocorriam ali.
Sinto uma vergonha indescritível, meu rosto enrubesce, meus olhos ardem e começam a soltar as primeiras gotas de lágrimas - “Isso não está acontecendo, é apenas um sonho, um pesadelo e eu vou acordar a qualquer momento.” - Quando estou me dirigindo para a saída um grupo de rapazes bloqueiam e me cercam.
- Onde a bichinha pensa que vai? HAHAHAH. - Era Jonas, ele era um dos melhores amigos de Michael e Rafael. - Galera, vamos dar pra ele o que ele gosta, um cacete. - e vieram na minha direção me cercando.
Sinto o primeiro soco acertar em cheio minha boca, o segundo minha barriga, o terceiro minha bochecha direita, levo uma rasteira e caio no chão levando pontapé na barriga e consigo enxergar ele o cara que havia feito de tudo pra me conquistar, Luis. Luiz era branco, cabelo liso cortado em moicano, com uma pinta em cima da boca, no canto superior direito, sua boca era vermelha e carnuda, nariz era meio convexo bem fraco, seus olhos eram castanhos. Media 1,75 m. Um rapaz bonito, porém era covarde e não queria aceitar, mas ele estava fugindo, meu vídeo quem gravou meu vídeo? Ele mesmo, esse canalha filho de uma puta. Nesses meus pensamentos senti um chute forte em minha coluna que estremeci e logo apaguei.
Ao acordar ouvi barulhos de bipe e um cheiro respectivo de hospital, sim eu estava num quarto, era grande, havia mais duas pessoas ali comigo. Do lado direito da minha maca se encontrava meu pai, um senhor belo, moreno, temos sangue indígena, então temos cabelos lisos, pretos. Seus olhos castanhos olhavam pra mim com dor, dor de ver o filho que ele tanto ama num leito de hospital, daquela maneira.
- Oi pai! - disse um pouco atordoado.
- Oi meu filho, como você está. Ficamos preocupados. Tem dois meses que você está em coma. Pensamos que não iria acordar mais.
- Pois é, mas cá estou eu vivo e bem vivo. - Sinto algo estranho e comento. - Pai, não sinto minhas pernas.
- Filho, calma, não entre em pânico. O médico disse que você foi alvo de espancamento, num desses ataques, um dos seus colegas atingiu forte sua coluna que causou um trauma, mas calma, o médico disse que com tratamento você pode voltar a andar.
- Pai, me tira daqui, me tira desse colégio, me tira dessa cidade. Se possível de estado, mas me tira daqui. - eu disse aos prantos.
- Calma filho, calma. Já providenciamos tudo. - disse meu pai me abraçando. - Ah ele chegou, disse meu pai me soltando do abraço. - Vou deixar vocês a sós.
Quando eu vi de quem se tratava tratei de gritar:
- PAI! VOLTA AQUI, EU NÃO TENHO NADA PRA CONVERSAR COM ESSE RAPAZ!
- Como assim meu filho? Ele nos ajudou, cuidou de você, ficou turnos e mais turnos aqui com você. - disse meu pai.
- Ah sim, claro! O bom moço sempre faz a coisa certa depois de fazer o estrago, podia pensar antes né, LUIS? - olhei para ele com desprezo total.
- Filipe, não é bem assim, deixa eu te explic.... - disse ele com os olhos marejados.
- NÃO QUERO OUVIR SUAS DESCULPAS SEU FILHO DA PUTA! - gritei o mais alto que pude e senti minha cabeça latejar.
- Filipe, pare de gritar você está num hospital. - disse meu pai me exortando.
- EU NÃO QUERO VER ELE AQUI, ELE É A CAUSA POR EU ESTAR AQUI! - ainda gritando.
- Como assim Filipe? - questinou-me
- Essa pessoa que está na tua frente pai, quer pagar de bom moço. Mas ele estava na roda das pessoas que humilharam, ele apostou com os amigos dele, pai, que dormiria comigo pra me “desmascarar”. Ele colocou seu celular no meu quarto, enquanto eu tomava banho, pra nos filmar transando e enviou o vídeo para seus amigos e colocaram pra escola inteira assistir. - disse tudo isso pra meu pai chorando.
Luís estava chorando também
- Filipe, não foi bem assim, eu, eu, eu gost.... - disse ele em meio a trancos e barrancos.
- SAIA DAQUI, NÃO APAREÇA MAIS AQUI SEU BASTARDO, MAL-AMADO, VOCÊ DEVE SER UMA VERGONHA PARA SEUS PAIS. - gritou meu pai e Luís saiu do quarto com a cabeça baixa.
==================
Espero que avaliem com amor e carinho.
