Ele só queria me fazer sorrir (Capítulo 9)

Um conto erótico de Eduardo
Categoria: Homossexual
Contém 1424 palavras
Data: 24/12/2015 20:27:31

Depois daquele tempo conversando. Percebi o quanto as coisas seriam difíceis. Me senti como se fosse uma espécie de vampiro, que teria que tomar conta de um pacote de sangue. Como suportaria. Como eu poderia controlar a vontade de abraçá-lo, que ficar pertinho dele. Eu só tinha provado disso mas você só precisa sentir o efeito da heroína uma vez para viciar. Eu era novo em sentir, em me envolver, e a pouco tempo já tinha me envolvido, com um garoto e quebrei, terrivelmente, a cara.

Me peguei perdido nos pensamentos no fim da aula, e percebi que era, o fim da aula. Organizei o material, fechei a mochila, coloquei-a nas costas e saí. Quando estou fora da sala, o vejo, encostado na coluna logo na minha frente, sorrindo.

- Vamos? - Disse.

Como assim, vamos? Pensei.

- Vamos né - Respondi e arqueei as sobrancelhas para ele.

- Que foi? - ele percebeu e questionou – Não topa ir a pé?

- Até onde eu sei você mora beem longe – Respondi – Mas vamos, hehe

- Não moro tão longe – Falou.

Saímos, ele do meu lado e eu de cabeça baixa olhando-o de vez em quando. Como ele era idiota, ri em pensamento. Por que ele propôs de irmos juntos? Gustavo, Gustavo…

Estávamos no meio do caminho – Tínhamos trocado poucas palavras – quando ele disse:

- Sabe… A gente já está bem perto da feira de ciências, e ainda não resolvemos quase nada. Estava pensando em ir na sua casa, ou você pode ir na minha, não sei… Você sabe que o pessoal não é tão entregue a esse assunto de astrologia… Na verdade nem eu – Sorriu tímido.

- Huum… - Tentei formular alguma coisa – Acho meio sem nexo…

- Nexo??? Que mundo cê vive?? - Me interrompeu rindo.

- ...numa feira de ciências- Continuei e respondi - No que fala nexo.

- Nexo é tipo, sentido? - Falou fazendo cara de desentendido – ou é de comer?

- Eu sei o que é de comer... – Falei olhando bem para ele – é, é tipo sentido, contexto… coisas do gênero.

- Essa sua olhadinha… - disse me olhando com cara de travesso.

- Você só tem tamanho sabia? - Disse.

- Você diz isso, e nem viu o resto – Falou, e eu acho que ele nem pensou direito.

- Mudando de assunto, ou voltando, não é?! - Falei constrangido – Seria melhor mudarmos de tema. O que você acha?

- Bom… mesmo já estando em cima, tudo bem – disse olhando para cima – Mas, e agora?

- Temos que pensar e falar com os outros. – respondi – Onde você entra?

Ele fez cara de quem não entendeu.

- Rua, em que rua? - falei

Estávamos já perto da rua da minha casa. Era asfaltada e tinha umas lojinhas pingadas, de utensílios domésticos e roupas, e algumas casas. Era um “+”, a rua em que estávamos e a rua que “corta”, a minha.

- Eu sigo reto – ele disse. Me decepcionei.

- Eu dobro ali… - falei triste. Não queria me despedir dele.

- Não fique triste se quiser posso ir lá – Disse – Se tiver sozinho melhor ainda, haha.

- Não, não pode ir tirando o centauro da batalha – falei.

- What? Centauro? Batalha? - falou rindo – Cê é louco né?

- Sou mesmo… pra gostar de você – falei abaixei a cabeça.

- Partilho da mesma loucura – disse sorrindo.

Ele olhou para os lados e me deu um selinho. Fiquei bobo.

- Você dobra aqui – disse acenando – Tchau!!

- Você é doido? Besta… - falei, com certeza vermelho – Tchau… pera, me expulsando? É isso?

Fingi ofensa. |Acenei e dobrei a rua.

- Lindô! - falou alto. Abaixei a cabeça, com vergonha.

Qual o problema dele? Eu o amo. Espera um segundo… eu estou amando, ou melhor, Ele?

Não, ainda é muito cedo para dizer isso.

Por Gustavo

Depois do beijo - o qual eu pensei que iria nunca acontecer – eu parei para pensar.

Foi tudo tão rápido e tão lento. Não conseguia achar palavras. Eu estava com medo, fiz besteira, me joguei no precipício sem saber o quanto o rio era profundo lá em baixo, mas com esse risco descobri que era mais do que o suficiente, e o quanto aquelas águas me fariam feliz.

Eu gosto, muito, dele. Não vou decepcioná-lo, e vou deixar fluir. Não vou por em teste o que ele sente por mim. Pensar racionalmente é muito fácil, quando ele não está perto, é claro. Todos os planos pulam do navio quando olho para seus lábios.

Dando o horário do almoço – minha turma era uma das primeiras a almoçar – comi e fui para meu cantinho. Perto da minha sala tem uma árvore, e embaixo dela tem canteiros, vazios, que servem de bancos. Sentei e coloquei uma música para escutar. Quando vi a turma dele saindo para o almoço, e ele, tímido, mesmo na fila, um pouco distante de todos. Uma menina que estava do seu lado, atrás da segunda fila que ia ao lado da dele, começou a falar algo. Baixei a cabeça e comecei a prestar atenção na letra da música - Flightless Bird, Amrican Mouth – E comecei a lembrar de mais cedo, levante a cabeça e me perdi.

Pouco tempo depois ele veio. Fiquei feliz e logo nervoso. Lhe indaguei novamente sobre ele gostar realmente de mim, e para minha alegria ele confirmou.

Nas últimas aulas fiquei planejando uma maneira de ficar novamente a sós com ele. Resolvi ir para a casa com sua companhia, e propor mudança de tema… para termos mais trabalho, e tempo juntos. Agora só resta esperar.

Por Eduardo

Cheguei em casa alegre… mais do que deveria. Minha mãe de cara percebeu minha animação e perguntou:

- Como foi a aula hoje? Pelo visto foi boa.

- Sim mãe – respondi sem exitar – foi boa.

Ela sorriu. Já tinha 53 anos, mas ainda era forte como uma de 30. Cabelos longos castanhos e os olhos verdes que eu sempre invejei hehe. Alguns fios brancos e algumas rugas. Ela era uma ótima mãe, mas muito preconceituosa, como meu pai, devido a igreja.

- Que bom meu filho – disse – Espero que seja sempre assim.

Eu sorri e ri por dentro. Entrei no meu quarto tirei a roupa e fui para meu banheiro. Tomei um bom banho e me deitei na cama. Liguei o celular, e quando liguei os dados móveis, esperei algumas mensagens chegarem pelo WhatsApp (Merchandising)… vejo um número desconhecido.

- Hey bonito – dizia. Há 11 minutos.

Abri a foto, e me surpreendi. Era Gustavo. Logo abri um sorriso. Não lembro de ter dado meu número para ele, como ele teria conseguido. Logo caiu a ficha que eu já tinha demorado para responder.

- Hi, Desculpa a demora (emoticon triste), posso até ser bonito haha, mas lindo é você.

Mensagem recebida, 15 segundos mais ou menos visualizada.

-Não tem problema. (emoticon de vergonha) Você que é lindo. Boa noite.

- Boa noite, como você está? - Enviei.

- Bem melhor sabe (emoticon rindo), e você como está? - Respondeu

- Muito bem, obrigado – Enviei e parei para pensar em qual seria o assunto, se viesse. Lembrei de perguntar como ele conseguiu meu número.

- Como você conseguiu meu número? - Enviei. Ele visualizou e demorou um pouco escrevendo.

- Peguei com uma amiga sua.

-Eu já falei com o pessoal sobre a mudança de tema, e eles concordaram – Completou bem rápido.

- O que você acha de começarmos, logo, a pensar em tudo… por que temos menos de duas semanas - Enviei.

- Não hj, vai. Eu quero falar com você, depois eu vou na sua casa ou você vem na minha haha e, a gente planeja, topa? - respondeu depois de um tempo digitando.

Sorri, sabia que minha mãe e meu pai viajariam no final de semana para casa dos meus tios, não poderia ir por causa da escola. Se eu falasse para ele agora…

- Topo, você pode vir, vou tá sozinho mesmo esse fim de semana haha – Pensei e enviei.

- Opa! Sozinhos hehe (emoticon de diabinho 3:)) - Respondeu – Mais tempo para combinar tudo.

- Pser, tô pensando em chamar alguém da equipe – Enviei.

- Não Não precisa – Respondeu bem rápido.

- Tudo bem então rsrs... - Respondi rindo.

Nós ficamos conversando amenidades até tarde da noite. Me despedi dele, ele fez um draminha, mas concordou e eu fui dormir.

Continua…

Estou escrevendo minha cartinha de morte, estou perdidamente apaixonado por “Gustavo”, tenho que suportar vê-lo todos os dias. E fico pensando e escrevendo como seria se estivéssemos juntos… percebi que isso só me machuca mais. Infelizmente, amores platônicos existem, não concordam?

Vou terminar no próximo capítulo. Mas estou pensando seriamente em uma segunda temporada. E nela vou passar 3 anos, para eles estarem em uma faculdade e eu fugir um pouquinho dessa realidade tão próxima e dolorosa que estou escrevendo. Espero, de coração que entendam.

Agradeço, sinceramente, os comentários, perdoem-me pela demora. Meu obrigado e um abraço a todos ^^

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Comentários

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Talvez estenda ele em mais um. Ta ficando grandinho

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