Eu fechava e abria os olhos, e ele não sumia. Então não era sonho. Era ele mesmo. Ele não parecia tão espantado por eu estar na cama com o seu primo, nem por estarmos os dois completamente nus na frente dele. Parecia estar mais espantado só por eu ser eu mesmo...
- Então é você o primo do Túlio?...
- E você é o melhor amigo dele!...
Eu tinha ouvido o barulho da porta se abrindo e fechei os olhos, esperando a voz irada e escandalizada do pai ou da mãe do Túlio. Em vez disso, ouvi uma voz divertida e até meio familiar. Virei num impulso sem poder acreditar que era ele. Que ele estava ali.
- Não tô acreditando, Leandro!... Você aqui... O Túlio... – meu corpo tremeu e eu me abriguei no abraço do meu Bebê, sem conseguir falar, mas o Leandro pegou na minha mão e eu me atirei nele e chorei.
Chorei muito nos braços do Leandro. O sentimento foi maior que eu. Estava aprisionado e represado, atrás do muro que eu erguia todos os dias, dizendo pra mim mesmo que entre nós tudo foi só uma brincadeira gostosa entre meninos. Que não era amor e que eu não amava o Leandro e nem tinha saudade. Mas você só consegue se enganar por algum tempo, não pela vida toda...
Depois que eu chorei tudo, aí sim, foi que eu fiquei bravo. Muito bravo!
Olhei em volta. Vi o meu Túlio querido, fofo e lindo... com o cheirinho de xampu de bebê misturado com o de moleque suado, que me dava tanto tesão... com o gosto bom de doce de leite no beijo... e que me amava de verdade, e nem ligava se eu desse o cu pra todo mundo ou não... e percebi que o Leandro nunca tinha me dado o mesmo que o meu loirinho me dava.
Daí eu fiquei bravo mesmo!
- Por que você foi embora Leandro? - vi a minha cueca meio embolada no chão e levantei pra pegar – Por que você tinha que ir pra Itália e não voltar mais? – vesti metade da cueca e estiquei o dedo nele – Tinha que ficar famoso, né? Sabia que tinha gente aqui neste mundo que gostava muito de você? Sabia? Não, né Seu Famoso! – acabei de vestir a cueca, e já fui vestindo a calça no mesmo pique , sem nem respirar – e não tô falando só de mim, não, tá seu Lê Oliveira! – catei minha camiseta embaixo da cama, e as lágrimas voltaram a me trair – Tô falando de... de... Ah! Eu tô falando de mim mesmo, pronto! Vamo embora, Túlio! Deixa esse cara aí!...
- Mas eu moro aqui, Betinho...
- Ah, é? Então fica aí com esse bosta! – virei as costas e saí correndo e chorando, como se o meu cu estivesse pegando fogo.
E foi assim que eu reencontrei o meu primeiro amor, o grande amor da minha vidaSerá que o Merinho tinha um radar, pra descobrir os meus piores dias?
O Túlio ligou pra mim, dizendo que eu tinha magoado muito o primo dele, que ele tinha contado tudo o que tinha acontecido entre a gente, e que eu devia ser compreensivo, porque ele gostava muito de mim e ele, o Túlio, sabia que eu ainda gostava muito dele, o Leandro.
Só me faltava essa agora. Eu brigo com o Leandro e o Túlio é que fica de mal comigo! Mas eu sou um merda, mesmo! Por que é que eu fui falar aquilo tudo também? Chorei a noite toda de novo. Agora eu estava sem Leandro e sem Túlio. Eu não sou um merda? Fala que eu sou!... pode falar que eu sou mesmo, porque eu sei que eu sou mesmo!... E agora? Como é que eu faço?
- Quer uma carona? – lá vem o Merinho com aquela moto de merda dele de novo...
- Quero que você vá pro inferno!
- A ferradura é nova, é?
- Vá te catar, Merinho!
- Sabia que o Tulinho é primo do Lê Oliveira?
- Para, Merinho! Não tem outro assunto? Lê Oliveira! Lê Oliveira! Lê Oliveira! Não sabe falar outra coisa? – corri dele, porque já estava chorando de novo. O Merinho largou a moto e veio atrás.
- Que foi, Betinho? O que aconteceu? Tá doendo alguma coisa?
Mas eu não conseguia falar, só sabia abrir o berreiro.
Me fez sentar no balcão da Lanchonete e pediu uma Coca.
- Bebe...
- Não quero...
Colocou no copo e levou na minha boca, como se eu fosse criança. Tomei um golinho e me acalmei um pouco.
- Quer que eu te leve pra casa?
- Pra casa não, Merinho... me leva pra qualquer lugar, menos pra casa!Na década de 1980, os Shoppings ainda eram a grande sensação. Hoje já viraram ultrabregas. O nosso estava bem na entrada da cidade. Lá dentro, o Arcade era a loja de Diversões Eletrônicas que atraía todos os cabuladores de aula num raio de vários quilômetros. Adivinha aonde o Merinho me levou? Nos divertimos pra caralho!
No Parque de Diversões, réplica do famoso Play Center, de São Paulo, nós fomos em tudo! Obrigado, Merinho, eu estava precisando mesmo disso!
- Olha, Betinho! “Exterminador do Futuro”! Tava louco pra ver... Vamos nessa?
- Se você pagar pra mim...
- Tá feito! – deu um tapinha na minha bunda e riu pra mim. Em outro dia arrumava uma briga feia, mas hoje não. Hoje eu até sorri pra ele de volta, hoje eu estava precisando era de muita paz e amor, bicho!
O cinema estava vaziozinho e a gente foi se sentar lá na última fileira do fundo. Dava pra ver a telona inteira. Dava pra ver também quem entrava e quem saía... Dava pra pensar em várias loucuras... Dava pra cometer todas elas... Não deu dez minutos e o Merinho começou, colocando a pistolona dura de fora, que até brilhava no escuro.
- Guarda isso aí – reclamei pensando que ele não fosse obedecer.
Na hora que eu vi que ele já ia guardando mesmo, então impedi - Espera um pouquinho... – e segurei aquilo tudo só pra mim, que eu não sou bobo nem nada!
O Merinho até que tinha uma pica boa de chupar, e eu fiquei me perguntando por que será que eu andei esse tempo todo fugindo dela. Já que o Leandro não me queria mais mesmo, por que não curtir novas aventuras com quem queria?...
- Espera um pouco, Betinho... senta aqui...
Olhei bem pro tamanho da coisa e confesso que tremi. Era grande, gente!
Mas o Merinho veio me puxando, me ajeitando, me esticando, me fazendo pular o braço da poltrona, me colhendo, abrindo a minha calça, me apoiando na poltrona da frente, puxando a minha roupa até embaixo, me levantando no colo dele, abrindo minhas coxas e tomando a minha bundinha toda, só pra ele meter a rola bem ali...
Com as mãos, arreganhei bem as minhas nádegas, abrindo o meu buraquinho ao máximo da sua capacidade, pra poder conter tudo aquilo. Então fui soltando o corpo, sentindo o meu cuzinho se abrindo sem resistência, pra enfrentar o colosso que o Merinho tinha entre as pernas, e que ele queria que eu tomasse conta, e que guardasse todinho bem lá no meu lugar mais fundo...
Depois fiquei de ladinho sobre duas poltronas e ele veio por trás pra me enfiar seu caralho até o talo, me fazendo sofrer, centímetro por centímetro, de uma experiência inesquecível. Foi um alívio depois que a cabeçona malvada passou, e eu pude ter finalmente muito prazer. Pensei que não seria possível o Merinho conseguir enfiar a pica inteirinha dentro do meu rabinho, e me fazer querer mais, mas estava acontecendo!
Já não importava mais onde estávamos, como estávamos ou se nos pegassem ali, daquele jeito, enquanto aquele vai e vem dentro de mim continuasse a me enlouquecer completamente...
Me fode, Merinho!... Me fode assim pra sempre!Já eram quase quatro horas da tarde, quando o Merinho me deixou na porta de casa.
- Entra um pouquinho...
- Mas...
- É claro que tá todo mundo bravo com você aqui em casa. Só eu que não tô mais... Mas você conhece a rotina daqui, não conhece? Hoje é quarta-feira... minha mãe tem plantão e o meu pai fica em São Paulo pra trazer ela, lembra?
- E o que a gente vai fazer aí dentro?
- O mesmo que a gente fez no cinema... Só que com vaselina agora, que você me esfolou o cu todinho! Quer?
Ele quisA campainha sempre toca na hora mais errada. O Merinho já estava quase gozando na dentro da minha bunda de novo!... QUE MERDA!...
Vesti a bermuda e corri atender a porta. O Leandro entrou antes que eu pudesse fazer qualquer coisa:
- Preciso falar com você...
- Mas assim... agora?
- Tem que ser. Amanhã eu tô voltando pra Itália.
Meu coração gelou.
- Senta, Leandro...
CONTINUA...