Cap.28 (ULTIMO CAPÍTULO)
Separamo-nos um do outro e olhamos para trás. É, aquela voz era de quem eu realmente imaginava.
- Mamãe ! O que você faz aqui ? - perguntou ele, saindo da água.
- Vim para saber mais da morte da minha amiga - bem vestida, contrastando com a beleza rústica do local - e... Pra ver se era verdade o que a proprietária do local onde vocês estavam morando me falou.
- O que ela falou ?
- Que vocês haviam vindo para o Brasil juntos... Vocês tem alguma coisa para me dizer ? - ela não parecia furiosa. Falava num tom tranquilo, sem fazer esforços e sem impor medo.
- Você já sabe de tudo, não é ? - dizia, colocando a toalha nas costas após enxugar o cabelo.
- Sei...
- Só quero que você saiba que nada do que me disser vai fazer eu mudar de idéia. Você pode espernear, me deserdar, fazer o que quiser, eu não vou abandonar a minha felicidade e... O amor da minha vida ! - ela não esboçou reação. Olhou para o chão, tirou o óculos de sol.
- Eu só quero que você saiba Maurice, que eu não vou interferir nas suas escolas. Eu sei que no que você pensa eu Não posso mandar ou mudar, não importa o que eu pense. Se o que você quer é ficar com um homem, que fique. E seja feliz... Eu só... Quero que se cuide para que isso não espalhe e acabe sendo um desastre na vida de vocês ! Você e... Quem você escolheu para viver não merecem sofrer - disse ela, olhando para mim. Nós dois estávamos atonitos. Não sabíamos se essa era a opinião dela desde o início, mas o que importa é que agora ela manifesta essa opinião. Andou até ele, o abraçou, deu um beijo em seu rosto e sorriu - meu filho querido ! - ele estava em estado de choque. Não conseguia dizer uma palavra. Nem mexer o lábio conseguia. Ela logo se soltou dele, e Então veio na minha direção. Bem próximo a mim, parou. Olhou bem no fundo dos meus olhos e falou - espero que cuide bem do meu filho, e não o faça infeliz nunca, ouviu bem ?
- Sim senhora... - foi Só o que eu consegui dizer. E então ela virou de costas e começou a andar, em direção a saída.
- Espera mãe, aonde você vai ?
- Voltarei pro Rio no último trem que partir. Tenho alguns assuntos a tratar lá.
- Você é bem vinda sempre que quiser vir - ele falou.
- Obrigado... Quem sabe eu venha, um dia ! - e então ela se foi, deixando nós dois com caras de bobo. Ele virou para mim, veio em minha direção e me abraçou, fortemente
- Ela nos aceita... Eu nem acredito que não briguei com a minha mãe...
- Ainda bem. As duas estão do nosso lado meu amor, a minha, e a sua. Não precisamos da opinião de mais ninguém.
TEMPO DEPOIS
Nós dois refletidos, e eu vi que não havia mais motivo para irmos para a Suécia. Voltamos a Paris, pegamos tudo o que ainda não havíamos trazido e voltamos para o Brasil. Passamos a morar no sítio, e administrar as empresas, que para a nossa alegria, não paravam de crescer.
- O que você está fazendo ? - perguntava ele, entrando no escritório.
- Conferindo a cotação do Café de hoje.
- E como está a cotação do café.
- Está ótima. Com a produção desse mês nós vamos ter um lucro grande.
- Que ótimo. E quanto as importações ?
- Tudo controlado. Parece que eu não vou ter dor de cabeças esse mês.
- Ainda bem, porquê os trabalhadores iriam ficar furiosos se você atrasasse aquele ordenado que falou que ia pagar a mais.
- Eu prometi, é porquê tenho condições de cumprir, não é meu lindo - dizia eu, o beijando. A noite já havia caído, a escuridão tomava conta de todo o exterior.
- É bom mesmo, eu andei por todas as plantações, estão todos na expectativa por esse dinheiro a mais - ri.
- Pedi para a Cozinheira fazer vitela - ele sorriu.
- Sério ?
- Humrum. Você estava tão tristinho ontem, Achei que ia gostar.
- Achou certo ! - disse, beijando o meu rosto.
- Ah, eu tenho uma surpresa.
- O que é ?
- Lembra que eu estava construindo um espaço aberto no andar de cima.
- Lembro, mas... - o puxei pela mão.
- Vem...
- EI ? Aonde vamos ?
- Vamos lá ver a surpresa ! - sai o puxando até o andar de cima.
SEGUNDOS DEPOIS
Ele sorriu ao ver.
- Você comprou um telescópio ?
- E alguns outros equipamentos. Agora nós podemos olhar as estrelas a hora que quisermos, e eu posso fazer aquilo que sempre quis.
- Que lindo Antônio ! - ele ficou feliz. Andou lentamente, e colocou o olho na lente para olhar as estrelas - nossa, tem uma ótima resolução.
- Vai ser incrível ter um telescópio em casa, não vai ?
- Nem me diga - foi a minha vez de olhar. Não tinha a resolução que tem os de hoje, mas era possível observar estrelas com certa qualidade.
- Seu Antônio, o jantar já está pronto - a cozinheira dizia, na altura da escada.
- Ah, obrigado ! - deixamos os equipamentos lá e partimos para a mesa do jantar.
- Mas como foi que você conseguiu esse telescópio. Eu nunca o vi a venda aqui no Brasil.
- Eu mandei trazer se fora, aqui não tem.
- Ah, está explicado - quando ia entrar na sala de jantar, escutei um barulho estranho. Num primeiro momento Achei que fosse um gato.
- Você está ouvindo isso ?
- Isso o que ?
- Esse barulho ! Parece um gato miando... - ele parou, forçou os ouvidos.
- Realmente...
- Será se abandonaram um gatinho aí fora ? - fui olhar com ele ao meu lado para ver do que era. Saímos e nem precisou andar muito. Na porta, vimos uma cesta jogada. E não, não era um gato. Tinha um bilhete, e a primeira coisa que eu fiz foi pegar o mesmo.
" Cuide bem dela, vocês poderão cria-la melhor do que eu "
Não acreditei. Rapidamente tirei aqueles panos que cobriam e constatei do que se tratava. Era um bebê !
- Meu Deus ! - peguei a no colo, berrava como se tivesse acabado de nascer.
- Quem deixou esse bebê aqui ? - ele perguntou, tirando o bilhete da minha mão.
- Não tem remetente... - a criança era branca, de olhos castanhos, cabelos ralos, definitivamente não tinha muito tempo de vida. Acariciei ela, e aos poucos ela foi se acalmando.
- E agora, o que faremos Antônio ?
TEMPO DEPOIS
Obviamente eu não iria deixar a criança no relento. Trouxe a para dentro, alimentei, dei tudo o que ela precisou durante alguns dias, esperando que a mãe se arrependesse e voltasse. Mas ela não se arrependeu. Os dias passavam e ninguém aparecia para requerer a criança. O médico havia vindo examina-la, e segundo ele era normal. E quanto mais os dias passavam, mais eu me via apegado a aquele ser pequeno e vivo que habitava a minha casa.
- Pronto, agora está limpinha de novo ! - dizia eu, recolocando a roupa que havia comprado nela, sobre a minha cama. Logo ele entra no quarto.
- Pronto, a mamadeira está pronta.
- Não tá muito quente ?
- Não, tá no ponto para ela tomar - logo eu estava alimentando a.
- Andei pensando nisso Maurice.
- No que ?
- O que você acha que nós ficarmos com ela ?
- Mas... E se a mãe dela, ou o que a abandonou chegar aqui ?
- Pensa bem, se nós a registrarmos no nome de um de nós, ninguém poderá tira-la de nós. Além disso, que moral tem uma pessoa que abandonou sua própria filha ? Poxa, nós já nos afeiçoamos tanto a ela e... Quem sabe quando teremos a oportunidade de formar uma família completa como agora... - ele sorriu.
- Você tem razão kkk - falou, me abraçando.
- Então é isso ? Moramos no Brasil, somos um casal e teremos uma filha ?
- É, isso mesmo ! - falou, beijando o meu cabelo.
- E o nome ?
- Que tal... Natalie Cristina ?
- Vai ser ótimo - nos olhamos e enfim, pudemos respirar aliviados. Nada mais poderia nos separar. Não havia mais obstáculos. Pelo menos não na nossa relação, agora estávamos juntos, éramos um só. E ninguém poderia nos separar. Ninguém !
FIM
Gostaram ??? Comentem e votem please. Perdoe-me não ter postado antes mas como disse, estava viajando e a viagem cansa. Eu já tinha até escrito o capítulo, só faltava postar. E agora, está aí. Beijos